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OBJETIVOS GERAIS
● O projeto proposto tem como objetivo levar a sociedade (não apenas ao público etário
que tem como foco) um maior conhecimento sobre a cultura produzida na África, de
modo a inserir na comunidade a curiosidade e um olhar crítico a visão, geralmente
eurocêntrica e racista, sobre os produtos culturais do continente.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
PÚBLICO ALVO
O texto selecionado que dialoga com a proposta é de Frank Willet [3], “Capítulo 3:
Rumo a uma história da arte africana”, contido no livro Arte africana. O autor busca tratar da
história da arte africana desde o seu primórdio (com a arte rupestre) até os dias atuais.
Pensando em aprofundamento, o seguinte trabalho se compromete em abordar,
especialmente, o contexto de descoberta de pinturas e gravuras rupestres africanas no
continente, mais especificamente, nas regiões montanhosas do Saara.
Em primeiro momento, é importante tecer a diferenciação entre pinturas e gravuras
rupestres para que se possa compreender o corpo do texto. Entende-se como pintura rupestre
pinturas feitas em qualquer superfície com pigmentos diversos (como sangue animal),
enquanto as gravuras compreende imagens feitas com incisões na própria pedra. Nesse
sentido, Willet expõem que: “As pinturas são menos disseminadas do que as gravuras, porque
requerem superfícies lisas e, para sobreviver, devem estar protegidas da intempérie”. [4]
As gravuras foram divididas em quatro períodos principais, conforme explicita o
autor, de acordo, sobretudo, com o tema, mas também, em parte, com o estilo. Nesse sentido,
a exposição a ser proposta buscaria retratar, de maneira visual, a passagem de tempo na
história do continente por intermédio das mudanças artísticas nos períodos compreendidos no
texto como os principais das gravuras rupestres. O primeiro período a ser vislumbrado seria o
Período do Bubalus.
Antes conhecido como “Período do Caçador”, o Período do Bubalus reflete um “estilo
de vida baseado na caça, quando eram representados somente animais selvagens, como o
extinto búfalo Bubalus antiquis, o elefante, o rinoceronte, o hipopótamo, a girafa, grandes
antílopes e avestruzes”. [5] Nesse período, os animais eram desenhados de modo naturalista,
em grande escala e com muita atenção aos detalhes, enquanto os homens eram retratados
armados com clavas, bastões de arremesso, machados e arcos, mas nunca com lanças.
Em um contexto de exposição cultural como essa proposta, o período citado se
seguiria de uma explicação artística, para além da histórica, principalmente pela noção
“naturalista”, do nosso tempo, atribuída aqui ao estilo desse passado distante. Infere-se que
tal conceito tenha sido utilizado pelo autor para ilustrar o olhar do homem para a natureza ao
tentar retratá-la na gravura de forma fidedigna, copiosa.
O período seguinte é dado como o “Período do Gado” ou também, Pastoralista. Nesse
contexto, o Bubbles antiqus já não é representado, mas os demais animais selvagens
continuam sendo desenhados, assim como o gado. Segundo Willet, o estilo aqui é “bem
menos naturalista, presta-se menos atenção aos detalhes”. [6] Percebe-se que a pose é
bastante rígida, as patas são frequentemente omitidas, os chifres costumam ser representados
em perspectiva torcida e as gravuras são menores que as anteriores, a maioria com
comprimento de 46 a 120 centímetros. O autor também pontua que os homens passam a ser
representados agora armados com arcos. Posteriormente, vem o Período do Cavalo, o qual é
subdividido em três fases.
A primeira fase do Período do Cavalo é denominada como Subperíodo da Biga. Os
animais representados são, ocasionalmente, o elefante, não os demais paquidermes e
antílopes grandes; além da permanência do gado doméstico, muflões e cães domesticados que
aparecem com frequência. O autor expõe que o estilo torna-se cada vez mais convencional
nesse período. Ainda nesse período, as gravuras ficam ainda menores. A maior parte tem
entre 25 e 50 centímetros. Alguns arcos aparecem, mas as armas novas são características,
como: lanças e escudos redondos e, mais tarde, imagens mostram uma adaga pendurada no
antebraço.
No Subperíodo do Cavaleiro, a segunda fase, reflete-se a mudança da condução de
cavalos para a montaria deles, embora ainda haja algumas representações do subperíodo
anterior. Segundo Willet, os mesmos animais são desenhados em estilo “semi-naturalista”,
enquanto as figuras humanas continuam a ser esquematizadas com dois triângulos.
Seres humanos são comuns nas pinturas, mas raramente aparecem em gravuras;
além disso, as pinturas são geralmente composições de pessoas e/ou animais
mostrados em relações significativas uns com os outros, enquanto as gravuras quase
sempre representam temas isolados. Cabe deduzir que essas diferentes tradições
refletem as diferentes populações. [16]
METODOLOGIA
RESULTADOS ESPERADOS
Um projeto cultural que traz artes africanas para exposição pode ter resultados
extremamente positivos, ao proporcionar um espaço para a apreciação e valorização das artes
africanas, o projeto tem o potencial de alcançar uma série de benefícios importantes.
Primeiramente, a exposição de artes africanas pode contribuir para uma maior
diversidade e inclusão cultural. Ao expor trabalhos artísticos que são menos conhecidos ou
apreciados, o projeto proporciona uma oportunidade para que o público amplie sua
perspectiva sobre arte e cultura. Compreender e admirar as diferentes formas de expressão
artística é uma maneira poderosa de construir pontes entre culturas e combater preconceitos e
estereótipos.
Além disso, a exposição de artes africanas pode ampliar a valorização e o
reconhecimento da cultura africana. Muitas vezes, a arte africana é subestimada ou até
mesmo negligenciada em favor de outras tradições artísticas. Ao dar destaque às obras
africanas, o projeto contribui para a valorização da rica herança cultural do continente
africano, além de proporcionar uma plataforma para os artistas africanos exibirem e
comercializarem suas obras.
Outro resultado esperado de um projeto como esse é o estímulo à reflexão e ao
diálogo sobre questões sociais e históricas. As artes africanas têm uma profunda ligação com
a história, memória e identidade do continente. Ao expor essas obras, o projeto traz à tona
temas importantes, como a diáspora africana, o colonialismo, a resistência e a resiliência dos
povos africanos. Essas discussões provocam reflexões críticas e podem ajudar a construir
pontes entre diferentes grupos sociais.
Em síntese, o projeto cultural pode trazer resultados extremamente positivos. Além de
promover diversidade e inclusão cultural, o projeto valoriza a cultura africana, estimula a
reflexão social e histórica. A exposição das artes africanas oferece uma oportunidade única de
apreciar a riqueza e a diversidade do continente africano, bem como de construir um mundo
mais conectado e compreensivo.
NOTAS DE FIM
[1] QUARESMA, Camila. Van Gogh Live 8k: exposição imersiva do pintor holandês estreia
nesta sexta e promete aguçar sentidos e emocionar plateia. G1, 2023. Disponível em :
<https://g1.globo.com/guia/guia-sp/noticia/2023/09/14/van-gogh-live-8k-exposicao-imersiva-
do-pintor-holandes-estreia-nesta-sexta-e-promete-agucar-sentidos-e-emocionar-plateia.ghtml
>. Acesso em: 03 de dezembro de 2023; e Van Gogh Live 8k. Van Gogh Live, 2023.
Disponível em < https://vangoghlive.com.br/>. Acesso em: 03 de dezembro de 2023.
[2] WILLET, Frank. Rumo a uma história da arte africana. In. Arte africana. São Paulo:
Edições SESC São Paulo; Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2017.
[3] WILLET, Frank. Idem.
[4] Ibidem, p.62.
[5] Ibidem, p.59.
[6] Ibidem, p.59.
[7] Ibidem, p.61.
[8] Ibidem, p.61.
[9] Ibidem, p.62.
[10] Ibidem, p.58.
[11] Ibidem, p.56.
[12] Ibidem, p.64.
[13] Ibidem, p.62.
[14] “Nesse período, havia um uso considerável de símbolos e também se representavam
máscaras — que parecem assemelhar-se às da África Ocidental de hoje. Aventou-se a
possibilidade de que esse estilo represente a mais antiga arte conhecida feita por africanos
negros.” Ibidem, p.62.
[15] Ibidem, p.66.
[16] Ibidem, p.66.
[17] WILLET, Frank. Idem.