Você está na página 1de 12

Universidade Federal de Viçosa

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes


Departamento de História

ALANIS LOPES BERNARDES XAVIER (113994), ALDA LUIZA MARTINS DE


OLIVEIRA (114000), FRANCIELE ZAGNE (114010), JÚLIA FARIA SESTO (113993)

PRODUTO CULTURAL — EXPOSIÇÃO DE ARTES AFRICANAS

Trabalho apresentado à disciplina de História


da África I (HIS 450) do curso de História da
Universidade Federal de Viçosa - Campus
Viçosa.

Professor: Thiago Henrique Mota Silva

VIÇOSA - MINAS GERAIS


2023
INTRODUÇÃO

O projeto de exposição de artes africanas tem como inspiração a exposição “Van


Gogh Live” [1], que em turnê mundial, traz as artes do holandês Vincent Van Gogh em uma
galeria interativa, com as obras ganhando movimento, de tal maneira guiando o visitante. Na
proposta do trabalho, têm-se o objetivo de trazer imagens e projeções que marcam o que se
conhece como as primeiras artes conhecidas no continente africano, em uma ideia de criar
nos observadores o interesse sobre uma história muitas vezes deixada em segundo plano.
Voltada a um público com faixa etária entre 14 - 18 anos, a ideia é facilitar o
entendimento (com o uso de uma linguagem amigável) para além de somente o lado artístico,
englobando também a formação social humana, uma vez que, sendo a África o berço da
humanidade, os modos como comunicavam sua vivência por meio da arte apresenta todo um
panorama civilizacional do período em que foram produzidos. Levantando também a pauta
de conscientização da importância do reconhecimento do valor dessas obras não somente
para o que diz respeito ao continente africano, mas, para o mundo como um todo, que
recebendo pessoas ali aculturadas, trocam vivências que irão se unir com o desenvolvimento
da arte globalmente.
Para tal, se utilizará o texto “Rumo a uma história da arte africana” do livro Arte
Africana, de Frank Willet [2], como embasamento teórico para a exposição. Utilizando as
imagens que compõe a obra e suas contextualizações, serão abordados as primeiras gravuras
encontradas e suas modificações a longo dos anos — sua divisão em 4 períodos (Bubalus,
Pastoralista, Cavalo e Cavaleiro) —, até o aparecimento de pinturas e utensílios em pedra, na
região saariana.

OBJETIVOS GERAIS

● O projeto proposto tem como objetivo levar a sociedade (não apenas ao público etário
que tem como foco) um maior conhecimento sobre a cultura produzida na África, de
modo a inserir na comunidade a curiosidade e um olhar crítico a visão, geralmente
eurocêntrica e racista, sobre os produtos culturais do continente.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Trazer um panorama cronológico e historiográfico no que concerne às mudanças das


formas de arte, e de produzi-la, no continente africano.
● Criar um roteiro de fácil compreensão sobre os temas a serem abordados.
● Incutir nos observadores um olhar mais aguçado sobre a arte mostrada e seu impacto
na arte europeia, vinculada ao papel de “precursora”.

PÚBLICO ALVO

O público-alvo da exposição pode ser bastante diversificado. Primeiramente, o foco


principal do projeto, é um público mais jovem, de 14 à 18 anos, por ser de uma faixa etária
que tem um contato mais direto com o assunto por estarem na escola, porém, podemos
destacar outros grupos de pessoas que poderiam se interessar pela exposição.
Como por exemplo, os amantes das artes visuais e da cultura em geral, que poderiam
se interessar pelo tema abordado. Além disso, a exposição pode atrair aqueles que têm
interesse específico na cultura africana. Isso inclui estudiosos, pesquisadores, antropólogos e
historiadores das artes, que buscam aprofundar seus conhecimentos sobre as diferentes
manifestações culturais africanas e sua influência na história da arte em geral.
Outro grupo que pode se interessar pelo projeto é o de descendentes de africanos, que
buscam se reconectar com suas raízes culturais. Além disso, é importante considerar a
possibilidade de atrair um público mais amplo e diversificado, interessado em ampliar seus
horizontes culturais. Os frequentadores de exposições de arte contemporânea, por exemplo,
podem se interessar pela proposta inovadora de abordar as artes africanas de forma
contextualizada e atualizada.
Por fim, podemos destacar que o projeto visa uma exposição com inclusão e
acessibilidade, para que pessoas de diferentes faixas etárias, classes sociais e níveis de
conhecimento possam se sentir incluídas e contempladas, e possam aproveitar a exposição.
DEMONSTRAÇÃO DO USO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO NO PRODUTO

O texto selecionado que dialoga com a proposta é de Frank Willet [3], “Capítulo 3:
Rumo a uma história da arte africana”, contido no livro Arte africana. O autor busca tratar da
história da arte africana desde o seu primórdio (com a arte rupestre) até os dias atuais.
Pensando em aprofundamento, o seguinte trabalho se compromete em abordar,
especialmente, o contexto de descoberta de pinturas e gravuras rupestres africanas no
continente, mais especificamente, nas regiões montanhosas do Saara.
Em primeiro momento, é importante tecer a diferenciação entre pinturas e gravuras
rupestres para que se possa compreender o corpo do texto. Entende-se como pintura rupestre
pinturas feitas em qualquer superfície com pigmentos diversos (como sangue animal),
enquanto as gravuras compreende imagens feitas com incisões na própria pedra. Nesse
sentido, Willet expõem que: “As pinturas são menos disseminadas do que as gravuras, porque
requerem superfícies lisas e, para sobreviver, devem estar protegidas da intempérie”. [4]
As gravuras foram divididas em quatro períodos principais, conforme explicita o
autor, de acordo, sobretudo, com o tema, mas também, em parte, com o estilo. Nesse sentido,
a exposição a ser proposta buscaria retratar, de maneira visual, a passagem de tempo na
história do continente por intermédio das mudanças artísticas nos períodos compreendidos no
texto como os principais das gravuras rupestres. O primeiro período a ser vislumbrado seria o
Período do Bubalus.
Antes conhecido como “Período do Caçador”, o Período do Bubalus reflete um “estilo
de vida baseado na caça, quando eram representados somente animais selvagens, como o
extinto búfalo Bubalus antiquis, o elefante, o rinoceronte, o hipopótamo, a girafa, grandes
antílopes e avestruzes”. [5] Nesse período, os animais eram desenhados de modo naturalista,
em grande escala e com muita atenção aos detalhes, enquanto os homens eram retratados
armados com clavas, bastões de arremesso, machados e arcos, mas nunca com lanças.
Em um contexto de exposição cultural como essa proposta, o período citado se
seguiria de uma explicação artística, para além da histórica, principalmente pela noção
“naturalista”, do nosso tempo, atribuída aqui ao estilo desse passado distante. Infere-se que
tal conceito tenha sido utilizado pelo autor para ilustrar o olhar do homem para a natureza ao
tentar retratá-la na gravura de forma fidedigna, copiosa.
O período seguinte é dado como o “Período do Gado” ou também, Pastoralista. Nesse
contexto, o Bubbles antiqus já não é representado, mas os demais animais selvagens
continuam sendo desenhados, assim como o gado. Segundo Willet, o estilo aqui é “bem
menos naturalista, presta-se menos atenção aos detalhes”. [6] Percebe-se que a pose é
bastante rígida, as patas são frequentemente omitidas, os chifres costumam ser representados
em perspectiva torcida e as gravuras são menores que as anteriores, a maioria com
comprimento de 46 a 120 centímetros. O autor também pontua que os homens passam a ser
representados agora armados com arcos. Posteriormente, vem o Período do Cavalo, o qual é
subdividido em três fases.
A primeira fase do Período do Cavalo é denominada como Subperíodo da Biga. Os
animais representados são, ocasionalmente, o elefante, não os demais paquidermes e
antílopes grandes; além da permanência do gado doméstico, muflões e cães domesticados que
aparecem com frequência. O autor expõe que o estilo torna-se cada vez mais convencional
nesse período. Ainda nesse período, as gravuras ficam ainda menores. A maior parte tem
entre 25 e 50 centímetros. Alguns arcos aparecem, mas as armas novas são características,
como: lanças e escudos redondos e, mais tarde, imagens mostram uma adaga pendurada no
antebraço.
No Subperíodo do Cavaleiro, a segunda fase, reflete-se a mudança da condução de
cavalos para a montaria deles, embora ainda haja algumas representações do subperíodo
anterior. Segundo Willet, os mesmos animais são desenhados em estilo “semi-naturalista”,
enquanto as figuras humanas continuam a ser esquematizadas com dois triângulos.

O tamanho segue inalterado; lança, escudo redondo e faca persistem, enquanto


arcos também são representados, mas a escolha de armas parece refletir preferências
locais em áreas diferentes. Em todas as regiões, entretanto, os guerreiros usam
adornos de cabeça com plumas, e os caracteres escritos líbia-berberes aparecem
nesse momento nas gravuras do Saara central. [8]
A última fase é tida como “Subperíodo do Cavalo e do Camelo”. Aqui, reflete-se a
introdução do camelo, ainda que o cavalo continue a ser usado e os mesmos animais de antes,
enquanto o gado se torna cada vez mais raro.
O período do Camelo, é o último e também o atual, porque, segundo Frank Willet,
“além de este ser o principal animal doméstico do Saara, seus proprietários ainda o
representam tanto em gravuras quanto em pinturas”. [9]

O estilo é altamente esquemático, a forma de triângulo duplo das figuras humanas


dá lugar a formas lineares ainda mais simples, e os desenhos são menores do que
nunca, com meros 15 a 20 centímetros. No início a lança é a única arma mostrada,
sendo mais tarde complementada com a espada e armas de fogo. [10]

Dada a diversidade da arte africana apenas neste espaço-tempo, a exposição se faria


importante também para desmistificar o pensamento de que a arte do continente é “estática e
imutável”. [11] É indispensável frisar que as artes citadas não pertencem todas à mesma
época, e vários critérios foram adotados para tentar datá-las. Nesse sentido, a datação relativa
se sobressai à absoluta, por ser mais fácil de ser obtida, uma vez que diversos tipos de
evidências podem ajudar a indicar a sucessão em qualquer série de gravuras e pinturas,
enquanto a absoluta depende de diferentes técnicas, como a datação por taxa de cátions do
verniz sobre a pedra, por exemplo.
A datação das pinturas se torna um pouco mais complexa, principalmente porque a
data por radiocarbono, teste mais utilizado, só pode ser feito raramente, já que destrói a
própria pintura. Quanto a isso, Willet disserta de que “será necessário esperar até que haja
dados suficientes para trabalhar estatisticamente, de modo que se permita, assim, estabelecer
correlações razoáveis com a sucessão de estilos artísticos.”. [12] Ademais, como explicitado
no início, as pinturas resistem menos ao tempo e às ações da natureza.
Para tanto, Willet expõe que pinturas protegidas foram encontradas no planalto
Ennedi, nas montanhas de Jebel Uweinat, Hoggar e Tibesti, e em alguns lugares da
Mauritânia, porém, mais significativamente no Tassili n’Ajjer. Segundo o autor, “as pinturas
do Tassili n’Ajjer superam em número, qualidade artística e variedade de estilos todas as
pinturas previamente conhecidas no Saara”. [13] Ao menos trinta estilos foram identificados,
os quais a maioria parece pertencer a uma fase intermediária entre este e o Período do Gado,
conhecido às vezes como Período Arcaico, segundo o autor. [14]
As evidências arqueológicas (como os abundantes utensílios de pedra) e as sucessivas
fases da arte mostram que todo o Saara parece ter sido povoado no passado por uma
sequência de culturas. Tal ponto que, dentro da exposição, poderia suscitar uma reflexão, ou
até mesmo discussão, sobre a visão atual distorcida que encara o continente africano como
algo unificado em toda sua história, cultura e território, excluindo características únicas e
diversas de cada região, por influência de uma visão eurocêntrica e racista.
Em sequência, o autor discorre sobre o quão poucos sítios foram escavados, e que
havendo um grande número deles, possivelmente seria executável detectar correlações
regulares entre indústrias líticas e estilos artísticos específicos, além da possibilidade de datar
os estilos artísticos, por intermédio da datação por radiocarbono do carvão ou dos ossos
encontrados. Nesse sentido, o autor evoca o dado de que a mais antiga ocupação humana do
Tassili n’Ajjer parece ter ocorrido em meados do sexto milênio a. C., e a prática da pintura
parece ter começado não muito depois.
Salienta-se que para além da diferenciação de técnicas, pintura e gravura parecem
refletir, ao menos em parte, segundo Willet, tradições diferentes, “já que não se encontra
nenhuma gravura em sítios do Período do Gado no Tassili n’Ajjer, apesar da existência de
muitas pedras adequadas a isso”. [15]

Seres humanos são comuns nas pinturas, mas raramente aparecem em gravuras;
além disso, as pinturas são geralmente composições de pessoas e/ou animais
mostrados em relações significativas uns com os outros, enquanto as gravuras quase
sempre representam temas isolados. Cabe deduzir que essas diferentes tradições
refletem as diferentes populações. [16]

Em conclusão, a arte rupestre da África cobre um período de aproximadamente 30 mil


anos e emerge um passado que desponta até os dias de hoje na vida desses povos. Segundo
Willet, é bem possível que a arte seja tão antiga na África quanto em qualquer outro lugar do
planeta, e cita a possibilidade de que é muito possível que também a arte tenha sua origem lá.
Nesse sentido, a exposição atuaria, além de um caráter de divulgação artística e histórica do
continente, visando conscientização cultural e preservação, como algo que possa estimular a
curiosidade e fomentar mais pesquisas sobre o tema, o qual ainda possui “muito trabalho
arqueológico a ser feito para situar essa arte sobre uma base cronológica firme.”

METODOLOGIA

O presente projeto almeja explorar as raízes históricas da região do Saara, destacando


suas pinturas rupestres por meio de projeções em escala. O objetivo primordial não se limita
apenas a celebrar a rica herança cultural, mas também a sensibilizar o público acerca da
crucial necessidade de preservação do patrimônio arqueológico africano.
Em uma abordagem abrangente, as etapas do projeto compreendem o mapeamento e a
documentação extensiva das pinturas rupestres, com a colaboração de especialistas em
arqueologia e história da arte. Este processo visa não apenas identificar, mas também
documentar minuciosamente cada obra, considerando dimensões, localização, cores e temas
representados. A digitalização e restauração das pinturas representam uma fase crucial,
utilizando tecnologias avançadas para criar reproduções digitais de alta fidelidade, buscando
preservar a autenticidade das obras por meio de uma representação digital cuidadosa.
A criação de conteúdo multimídia é uma vertente essencial do projeto, envolvendo a
elaboração de narrativas envolventes que contextualizam as gravuras e pinturas rupestres.
Vídeos, áudios e materiais interativos serão desenvolvidos para enriquecer a experiência e
torná-la acessível ao público. O ambiente imersivo contará com representações sonoras dos
animais presentes nas artes, além de uma ambientação de luzes simulando uma caverna na
região do Saara, mantendo as escalas fidedignas.
A implementação das projeções em locais estratégicos é uma fase impactante do
projeto, buscando identificar locais emblemáticos na região do Saara, como o sítio
arqueológico de Tassili n’Ajjer. Ao longo das projeções, acompanharemos de maneira
cronológica, da maneira que Frank Willet [17] descreve, os quatro períodos que comumente
dividem as gravuras rupestres: o período do Bubalus, do gado, do cavalo e, por fim, o período
do camelo. Isso proporcionará uma narrativa visual envolvente.
Iniciando a exposição no Período do Bubalus, as projeções destacarão as gravuras
naturalistas representando animais selvagens, como o extinto Bubalus antiquus, elefantes,
rinocerontes e antílopes. Animações das figuras rupestres permitirão observar as técnicas de
caça, enquanto homens serão visualizados com clavas, bastões de arremesso e arcos,
enfatizando a vida rotineira.

(COULSON, David. digital photograph (colour). 2002)

Ao avançar no tempo para o Período do Gado, as projeções refletirão a transição para


uma sociedade pastoral, apresentando pinturas menos naturalistas. O destaque será dado ao
gado doméstico, combinado com animais selvagens. A estilização das representações indicará
a mudança nas práticas de caça, e homens serão representados armados com arcos,
evidenciando a transformação cultural.
No Período do Cavalo, subdividido em três fases, as projeções trarão o Subperíodo da
Biga, evidenciando a introdução de bigas, elefantes, muflões e cães domesticados. O estilo
convencional se transformará, enfatizando a condução de bigas e refletindo mudanças nas
práticas guerreiras. No Subperíodo do Cavaleiro, o foco será na transição para a
montaria de cavalos, com representações de bigas ainda presentes, destacando o estilo
"semi-naturalista" e as mudanças nas práticas guerreiras. No Subperíodo do Cavalo e do
Camelo, as projeções destacarão a coexistência do cavalo e do camelo, representando a
introdução de armas como lanças, escudos e adagas, marcando uma nova fase da sociedade.
Ao adentrar o Período do Camelo, as projeções enfocarão o camelo como o principal
animal doméstico, com representações altamente esquemáticas. Formas lineares simples e
representações menores serão características, juntamente com a introdução de animais
contemporâneos. Essa fase final refletirá a complexidade da sociedade e suas práticas
culturais.
Cada fase será cuidadosamente representada, proporcionando uma experiência
educativa e envolvente que destaca a rica história da arte rupestre na região do Saara. Eventos
culturais, incluindo palestras, workshops e atividades educativas com historiadores locais,
serão organizados em torno das projeções para enriquecer o diálogo e a compreensão.
O envolvimento da comunidade local e escolar, por meio de parcerias, visa preservar
e destacar o patrimônio cultural. Roteiros serão criados para incentivar a participação
estudantil nas projeções, conectando-se ao material didático. A avaliação contínua medirá o
impacto cultural e de preservação a longo prazo, buscaremos parcerias duradouras para
garantir a sustentabilidade e impacto contínuo do projeto.

(BEDDIAF, Mohammed. Tassili n’Ajjer. 2004.)

RESULTADOS ESPERADOS

Um projeto cultural que traz artes africanas para exposição pode ter resultados
extremamente positivos, ao proporcionar um espaço para a apreciação e valorização das artes
africanas, o projeto tem o potencial de alcançar uma série de benefícios importantes.
Primeiramente, a exposição de artes africanas pode contribuir para uma maior
diversidade e inclusão cultural. Ao expor trabalhos artísticos que são menos conhecidos ou
apreciados, o projeto proporciona uma oportunidade para que o público amplie sua
perspectiva sobre arte e cultura. Compreender e admirar as diferentes formas de expressão
artística é uma maneira poderosa de construir pontes entre culturas e combater preconceitos e
estereótipos.
Além disso, a exposição de artes africanas pode ampliar a valorização e o
reconhecimento da cultura africana. Muitas vezes, a arte africana é subestimada ou até
mesmo negligenciada em favor de outras tradições artísticas. Ao dar destaque às obras
africanas, o projeto contribui para a valorização da rica herança cultural do continente
africano, além de proporcionar uma plataforma para os artistas africanos exibirem e
comercializarem suas obras.
Outro resultado esperado de um projeto como esse é o estímulo à reflexão e ao
diálogo sobre questões sociais e históricas. As artes africanas têm uma profunda ligação com
a história, memória e identidade do continente. Ao expor essas obras, o projeto traz à tona
temas importantes, como a diáspora africana, o colonialismo, a resistência e a resiliência dos
povos africanos. Essas discussões provocam reflexões críticas e podem ajudar a construir
pontes entre diferentes grupos sociais.
Em síntese, o projeto cultural pode trazer resultados extremamente positivos. Além de
promover diversidade e inclusão cultural, o projeto valoriza a cultura africana, estimula a
reflexão social e histórica. A exposição das artes africanas oferece uma oportunidade única de
apreciar a riqueza e a diversidade do continente africano, bem como de construir um mundo
mais conectado e compreensivo.
NOTAS DE FIM

[1] QUARESMA, Camila. Van Gogh Live 8k: exposição imersiva do pintor holandês estreia
nesta sexta e promete aguçar sentidos e emocionar plateia. G1, 2023. Disponível em :
<https://g1.globo.com/guia/guia-sp/noticia/2023/09/14/van-gogh-live-8k-exposicao-imersiva-
do-pintor-holandes-estreia-nesta-sexta-e-promete-agucar-sentidos-e-emocionar-plateia.ghtml
>. Acesso em: 03 de dezembro de 2023; e Van Gogh Live 8k. Van Gogh Live, 2023.
Disponível em < https://vangoghlive.com.br/>. Acesso em: 03 de dezembro de 2023.
[2] WILLET, Frank. Rumo a uma história da arte africana. In. Arte africana. São Paulo:
Edições SESC São Paulo; Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2017.
[3] WILLET, Frank. Idem.
[4] Ibidem, p.62.
[5] Ibidem, p.59.
[6] Ibidem, p.59.
[7] Ibidem, p.61.
[8] Ibidem, p.61.
[9] Ibidem, p.62.
[10] Ibidem, p.58.
[11] Ibidem, p.56.
[12] Ibidem, p.64.
[13] Ibidem, p.62.
[14] “Nesse período, havia um uso considerável de símbolos e também se representavam
máscaras — que parecem assemelhar-se às da África Ocidental de hoje. Aventou-se a
possibilidade de que esse estilo represente a mais antiga arte conhecida feita por africanos
negros.” Ibidem, p.62.
[15] Ibidem, p.66.
[16] Ibidem, p.66.
[17] WILLET, Frank. Idem.

Você também pode gostar