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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Centro de Filosofia e Ciências Humanas


Departamento de História
História Contemporânea – Prof. Dr. Antonio Torres Montenegro

JEREMIAS JEFFESON GOMES DA SILVA

Resenha do documentário “A grande crise de 1929”

RECIFE
2021
Resenha do documentário “A grande crise de 1929”
PORQUE OCORREU A QUEBRA DA BOLSA:
Para responder a essa pergunta, de acordo com o documentário, é necessário fazer uma
distinção entre o Crash, a quebra da bolsa, e a Grande Depressão, a crise de 1929. Ambos os
pontos estão relacionados, obviamente, mas não são a mesma coisa pelo simples motivo que o
Crash foi apenas o evento inicial que marcou o despontar da Grande Depressão, ou seja, ele
não foi a Depressão, nem sequer sua única causa, foi apenas o estopim. A Depressão foi
causada por um conjunto de fatores como a quebra da bolsa de valores, a falência dos bancos,
falência da indústria, desemprego e etc. Já o Crash, a quebra da bolsa, foi um evento
específico. Então, sem mais delongas, vamos a ele.
Um termo chave para entender a quebra da bolsa de valores dos EUA em 1929 é
“comprar ações à margem”. O que esse termo significa? Simples: comprar ações na bolsa de
valores com dinheiro de empréstimos. O boom econômico do início dos anos 20 nos EUA era
tão grande, que as pessoas simples passaram a acreditar que todos podiam ficar ricos, e que o
céu seria o limite para os EUA. Assim, os investimentos na especulação da bolsa deixaram de
ser algo restrito a uma elite econômica e viraram algo comum entre os menos abastados que,
mesmo não tendo dinheiro, faziam empréstimos para poder investir. Assim, a maioria investia
com um dinheiro que não era seu, na confiança que os lucros sempre viriam, seriam usados
para pagar os empréstimos feitos e ainda sobraria o lucro nas mãos. Era a cultura do “compre
agora, pague depois”.
Todavia os erros maiores, segundo o documentário, foram dos presidentes Coolidge e
posteriormente Hoover, que não regularam o que ocorria em Wall Street. Embebidos da ideia
de que o mercado se autorregula e que o Estado deve minimamente interferir na economia,
deixaram Wall Srett ao léu, na confiança que uma a crise não viria. Estavam errados. A
quebra da bolsa se deu justamente por essa razão, uma “orgia de investimentos”, que sem
impedimento do governo, supervalorizou as ações da bolsa e superaqueceu o mercado. No dia
23 de outubro de 1929 a desconfiança chegou ao mercado causando uma queda brusca nas
ações da indústria automobilística, era o início do fim da “era de ouro”, pois no dia seguinte
veio o crash, a bolsa quebrou e abriu as portas para os eventos seguintes que desencadearam a
Grande Depressão de 1929.

COMENTÁRIO:
O documentário é preciso e extremamente elucidativo. Explica de forma bastante clara
as razões que levaram ao crash de Wall Street e ao início da Grande Depressão. O foco aqui é
menos os anos 20 e suas glórias, e mais as questões e embates econômicos que ocorriam na
bolsa na década de 20. A análise é estritamente econômica, e explica de forma como
funcionava todo o sistema de especulação nas ações, e até mesmo os sistemas de corrupção
encabeçados pela elite econômica de Wall Street. Outro ponto alto é o entendimento do papel
fundamental dos presidentes para o estopim da Crise de 29, ocorrido dada a negligência
desses governantes em compreender que a intervenção do Estado era necessária para que o
mercado não se perdesse, como acabou se perdendo.
O documentário ainda deixou espaço para em poucos minutos, em seu fim, falar do
impacto da Crise no mundo, como o golpe desferido na economia da Inglaterra, e o
fortalecimento e ascensão do nacional-socialismo alemão, o nazismo, de Adolf Hitler. E
termina afirmando que os impactos da Depressão só foram superados pelos EUA com o final
da Segunda Guerra mundial.

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