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FACULDADE DE DIREITO
EDUARDO BARBOSA
MONTES CLAROS/MG
MARÇO/2023
EDUARDO BARBOSA
Trabalho apresentado no
Curso de graduação do
Centro Universitário UnifipMoc.
MONTES CLAROS/MG
MARÇO/2023
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BREVE SÍNTESE
Ele é um dos pilares fundamentais para a garantia dos direitos e liberdades básicas
no país. Ele surgiu como resposta às demandas por uma sociedade mais justa e igualitária
após o período de ditadura militar, refletindo o anseio por um estado democrático de direito.
A elaboração deste artigo foi fruto de intensos debates e reflexões sobre como
proteger os cidadãos contra abusos e garantir a igualdade perante a lei. Sua aplicação se
dá através do poder judiciário, que interpreta e assegura os direitos ali consagrados em
casos concretos, e também pelo poder legislativo, que cria leis alinhadas aos princípios
estabelecidos.
Os muitos incisos do Artigo 5º existem para detalhar as diversas facetas dos direitos
humanos e fundamentais, abrangendo desde a liberdade de expressão até a proibição de
tratamento desumano ou degradante, assegurando assim uma proteção ampla e específica
para diferentes situações.
O Artigo 5º, Inciso III da Constituição Federal de 1988 do Brasil diz que:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
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A proibição da tortura é tão fundamental que é considerada uma cláusula pétrea de
nossa Constituição, o que significa que nem mesmo uma reforma constitucional pode tornar
permitida a prática de tortura.
No Brasil, a aplicação deste inciso é reforçada pela Lei nº 9.455/97, que tipifica o crime
de tortura e estabelece que ele não se qualifica como delito de natureza castrense, estando
sob a competência penal da Justiça comum seja federal ou local. A importância dessa
Legislação é destacada pela sua contribuição histórica, já que o Brasil foi um dos últimos
países a formalizar a tipificação penal da tortura, seguindo movimentos e convenções
internacionais de Direitos Humanos.
Cesare Beccaria, filósofo e jurista italiano do séc. XVIII, em sua obra “Dos Delitos e
Das Penas”, argumenta que a tortura é uma prática inútil, ineficaz e desumana. Ele defende
que as punições devem ser proporcionais ao crime e que a pena de morte e a tortura não
têm lugar em uma sociedade civilizada, pois são contrárias aos princípios da razão e da
justiça.
Portanto, o Inciso III do Artigo 5º da CF/88 é uma garantia essencial dos direitos
humanos no Brasil, reforçando o compromisso do país com a proteção da dignidade da
pessoa humana e a proibição de práticas cruéis e desumanas.
O Artigo 5º, Inciso XLII da Constituição Federal de 1988 do Brasil diz que:
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Este inciso supracitado, surgiu como uma resposta à necessidade de combater o
racismo de forma mais efetiva no país. Antes da Constituição de 1988, a punição para atos
de racismo já estava prevista na Constituição Federal de 1967 e na Emenda Constitucional
de Nº 1/1969, mas não como crime. A CF/88 foi a primeira a tratar expressamente o
racismo como crime, refletindo um compromisso mais forte com a proteção dos direitos
fundamentais da sociedade.
Na CF/67, o racismo era tratado de maneira menos específica, pois ela previa que o
preconceito de raça seria punido pela lei, o que indicava uma intenção de punir o racismo,
mas não o definia expressamente como crime, ou seja, poderia ser considerado um ilícito
civil ou penal dependendo da Legislação infraconstitucional que fosse criada
posteriormente.
O inciso XLII reflete a influência desses movimentos sociais, que pressionaram por
uma legislação que garantisse proteção efetiva contra o racismo. A criminalização do
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racismo como crime inafiançável e imprescritível foi uma conquista direta dessa
mobilização, visando assegurar que a prática racista fosse severamente punida e não
ficasse impune com o passar do tempo.
O Artigo 5º, Inciso LXIV da Constituição Federal de 1988 do Brasil diz que:
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão
ou por seu interrogatório policial;
Além disso, essa garantia visa prevenir prisões arbitrárias e autoritárias, assegurando
que o interrogatório e a prisão respeitem os preceitos legais e os princípios fundamentais
dos direitos humanos. A identificação dos responsáveis é uma medida importante para a
transparência e o controle dos atos estatais que afetam a liberdade individual.
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Na prática, esse inciso é aplicado através da garantia de que, no momento da prisão,
o indivíduo seja imediatamente informado sobre as razões de sua detenção e sobre seus
direitos constitucionais.
Além disso, deve-se comunicar imediatamente a família do detido ou pessoa por ele
indicada. Este inciso é um dos pilares do direito à ampla defesa e ao contraditório,
assegurando que o acusado possa se defender adequadamente das acusações que lhe
são imputadas.
Isso significa que nenhuma das partes pode ser surpreendida por uma decisão sem
antes ter a chance de se expressar e influenciar o resultado do processo. Esses princípios
são pilares para a justiça equitativa e para a preservação dos direitos individuais no âmbito
jurídico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729169/inciso-xlii-do-artigo-5-da-constituicao-
federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730955/inciso-iii-do-artigo-5-da-constituicao-
federal-de-1988