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Tomada I: Introdução
...Ação!
Seja no que diz respeito a sua carreira, tão bem-sucedida quanto conturbada, ou sua
vida pessoal, igualmente espetacular – e espetacularizada – aos olhos do público, Marilyn
Monroe tem estado por décadas sob todos os holofotes como grande estrela do imaginário
na sociedade ocidental. Presença marcante em uma significativa parcela da produção
cultural de massas desde a segunda metade do século XX, Marilyn protagoniza nossas
construções contemporâneas de cinema americano, Hollywood, enquanto símbolo de
beleza, sensualidade e glamour. Direta ou indiretamente, a atriz está em todos os lugares, da
capa de revista que levanta a saia de Hilary Clinton para pinta-la como indecente, do álbum
dos Beatles que tentava sumarizar a cultura de massas em uma única imagem, o ensaio para
a Playboy de Lindsay Lohan que mimetiza a nudez de Monroe até a homenagem dos
diamantes Chopard 2. Se em suas próprias palavras a atriz pertencia ao público, a música, o
design, o cinema, os estudos iconográficos e o mundo social em seus diversos âmbitos
apossaram-se de Marilyn, bem como do poder de lhe conferir sentidos e significados
diversos que convergem, conflitam, transformam-se, constroem-se e reconstroem-se.
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intensas emoções e crescimento, enquanto se escolhe também ignorar o divorcio entre
Marilyn e o dramaturgo que ocorreria em seguida. É, no entanto, entre Donald Spoto e
Norman Mailer que a verdadeira batalha em torno deste episódio é travada. Mailer utiliza-
se do mamilo descoberto como uma evidencia da malicia em Monroe, a prova definitiva de
que a atriz desafiaria diretores e desrespeitaria autoridades para conseguir se manter
sempre no centro das atenções, a sexualidade usada como arma suprema para conquistar os
anseios egoístas de Marilyn, contra os quais os homens da vida da atriz com quem Mailer
tanto se solidariza e se identifica, estariam indefesos 3. Spoto, por outro lado, toma o caso
como exemplo da espontaneidade, bom humor e opinião forte da atriz, o biografo narra que
Marilyn teria argumentado “Qual é, John! Vamos provocar o pessoal da censura!”. 4 O
mamilo exposto é para Donald Spoto de alguma forma um posicionamento da atriz diante
ao contexto politico do cinema hollywoodiano, e mais do que isso, uma prova de que a atriz
pensava, e ansiava por liberdade criativa e agencia sobre a própria produção artística.
No presente artigo, buscamos investigar que Marilyn são essas, como elas se constroem
e que discursos perpassam sua construção, através da análise do modo com que cada
biógrafo trata a morte da atriz em sua obra, partindo do pressuposto de que ao narrar,
explicar e dimensionar o fim da vida de Monroe, os autores estariam também evidenciando
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como compreendiam a artista, quais concepções de gênero estão subjacentes à esta
compreensão e fundamentalmente: como esta forma de compreender as questões de gênero
e sexualidade e consequentemente a figura de Marilyn é própria de uma experiencia
específica do mundo social, histórica e culturalmente localizada.
Apesar de se proporem como tal, as biografias não são a verdade da atriz, mas várias
verdades concorrendo ao mesmo tempo
Questões teóricas:
-Bourdieu
- Persona – Sobral;Sarlo
Tomada