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TRAUMA – UMA VIAGEM DO PRÉ-HOSPITALAR


À ABORDAGEM NO SERVIÇO DE URGÊNCIA
TRAUMA – A JOURNEY FROM PRE-HOSPITAL
TO EMERGENCY ROOM

Pedro Lavado1

1
Centro Hospitalar Universitário do Algarve, Unidade Portimão, Serviço de Medicina Intensiva 2

RESUMO tratamento e controlo de 3 entidades necessary and follows defined


O trauma é umas das causas que se relacionam com o aumento de criteria. We must be aggressive in the
principais de mortalidade no mundo. mortalidade: a hipotermia, a acidemia treatment and control of 3 entities
Afeta em grande numero pessoas de e a coagulopatia. that are related to increased
idades jovens e previamente mortality: hypothermia, acidemia and
saudáveis. A sua abordagem deve ser ABSTRACT coagulopathy.
um continuum e obedecer a Trauma is one of the leading causes
Keywords: Trauma; C-ABCDE, ácido tranexâmico,
determinados protocolos. A of mortality in the world. It affects a transfusão maciça, hipotermia

abordagem inicial é sustentada no large number of young healthy


C-ABCDE com particularidades em people. The treatment must be a INTRODUÇÃO
termos de sedação, analgesia e continuum and follow to certain O trauma é uma das principais causas
controlo de foco hemorrágico. O protocols. The initial approach should de morte e segundo projeções irá
ácido tranexâmico é um fármaco que adopt C-ABCDE approach. These aumentar em 40% até 2030 quando
tem demonstrado a sua importância patients have particularities in terms comparado com 2002.1
no controlo hemorrágico. Dadas as of sedation, analgesia and A abordagem de um doente
necessidades do doente hemorrhagic focus control. politraumatizado é complexa e é
politraumatizado, a abordagem Tranexamic acid is a drug that has executada ao longo de diversos
definitiva só é conseguida a nível shown its importance in hemorrhagic momentos. Em cada momento
hospitalar, a melhor articulação entre control. Given the needs of existem diferentes particularidades,
o pré-hospitalar e o hospitalar pode polytrauma patients, the definitive limitações e desafios. Compete a cada
resultar em melhores resultados pois treatment is only achieved at the um dos elementos envolvidos neste
permite antecipar abordagens antes hospital level, the better articulation percurso em primeiro lugar a prestação
da chegada do doente. Diferentes between the pre-hospital and the dos melhores cuidados médicos e, em
sistemas de saúde apresentam hospital can result in improved segundo lugar a melhor articulação
diversas abordagens ao trauma, outcomes, as it allows to prepare com as unidades hospitalares para
sobretudo em pré-hospitalar onde a what is needed to the definite onde se fará a transferência.
abordagem pode incluir ou não a treatment before arrival. Different Quando se fala de trauma falamos de
presença ou não de equipas mais health systems have different um evento inesperado que ocorre
diferenciadas no local. O protocolo de approaches to trauma, especially in muitas vezes em pessoas saudáveis
transfusão maciça é frequentemente pre-hospital care, it may include or e em idade ativa. Neste contexto,
necessário e obedece a critérios not more differentiated care in place. mais importante se torna não só
definidos. Devemos ser agressivos no Massive transfusion protocol is often garantir a sobrevivência como a

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reabilitação, dentro do possível ao tratamento das lesões. contínua e reavaliação; transporte.
seu estado basal. Dito isto, “scoop and run” ou “stay and Em trauma a clássica abordagem do
play”? A primeira é reconhecida que ABCDE é ligeiramente diferente na
Os objetivos principais da abordagem aumenta o risco de tratamento avaliação primária. Isto deve-se ao
inicial de um politraumatizado são2: inadequado ou atrasado (ex. fato de que a hemorragia pode ser
1. Identificar e corrigir lesões que compressões torácicas) assim como catastrófica e se não abordada de
condicionem risco de vida. A o risco de lesões induzidas pelo imediato não será possível a
correta avaliação e identificação transporte; enquanto a segunda não sobrevivência do doente. Desta
de lesões graves potencialmente permite a disponibilidade mais cedo forma, a abordagem muda para
podem levar a transferência de toda a abordagem possível C-ABCDE, em que se faz controlo da
direta do doente para um apenas em hospital. Não existe uma hemorragia e só depois de
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hospital terciário, dependendo relação completamente definida compressão local, torniquete… é que
das condições de transferência e entre tempo no local e mortalidade, se avança para o ABCDE.
da aceitação de transferência. estudos recentes apresentam
2. Prevenir agravamento das lesões resultados inconsistentes6,7,8,9,10. Na O uso de Ecografia (eFAST e POCUS)
existentes opinião do autor, mais importante do pode ser útil, mas não deve adiar a
3. Evitar novas lesões que a demora de mais uns minutos transferência, nem em caso de
no local é não adiar qualquer paragem cardiorrespiratória o suporte
A mortalidade no trauma é intervenção potencialmente life- avançado de vida. A realização de
classicamente trimodal3. saving. Na presença de pessoal gasometria em pré-hospitalar poderá
diferenciado médico e de ser uma mais-valia na tomada de
Pré-hospitalar enfermagem permite uma melhor decisões e nos ajustes sobretudo da
No caso de doentes graves o tempo é estabilização do doente no local. O ventilação dos doentes. O benefício
fundamental, à semelhança do curso da VMER por si só não garante destes exames será dependente da
acidente vascular cerebral onde cuidados diferenciados a este nível e gravidade, da distância para o hospital
tempo é cérebro, no trauma tempo é como tal, a diferenciação dos e em cenário de catástrofe poderá ser
vida. A golden hour diz respeito à elementos presentes será um dos uma forma de triagem rápida.
hora inicial após trauma, na qual se fatores a definir qual a melhor
deve conseguir o tratamento abordagem. Transferência
definitivo da lesão, após o qual a Após a estabilização do doente a
mortalidade e morbilidade aumenta4. Abordagem próxima decisão é para onde e como
Outro conceito semelhante é o de A abordagem deve ser realizada de transferir o doente.
platinium minutes que implica que o uma forma sistemática e rápida. Os scores de gravidade podem ajudar
doente não deve estar mais de 10min Consiste nos seguintes passos: a decidir quanto à necessidade de
no local desde a chegada de meios triagem no caso de múltiplas vítimas; transferência emergente para o
diferenciados ao local (VMER e SIV avaliação primária (tabela abaixo); hospital assim como a ajudar a
em Portugal). Estes conceitos são decisão de transferência; avaliação decidir o destino. Deverá ser sempre
controversos5, são úteis, no entanto, secundária (exame físico mais ponderado o que é mais benéfico,
para enfatizar a urgência de detalhado - ABCDE); monitorização transporte direto para hospital

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terciário ou para o hospital mais dividem-se em 3 grupos: os que se A transferência pode ser feita por
próximo. De referir que os scores não baseiam em variáveis fisiológicas ambulância ou por helicóptero. A
substituem a avaliação realizada no (Revised Trauma Score, APACHE I, II e decisão será quase sempre individual
local, podem ajudar, mas não se III, Glasgow Coma Scale…), os que se dado que depende de vários fatores:
sobrepõem à avaliação baseiam na anatomia (injury severity acessos onde aterrar o helicóptero,
individualizada. score, abbreviated injury scale…) e os tempo de ativação no caso do
Não existe nenhum score de combinados (trauma and injury helicóptero e tempo de viagem,
gravidade ideal. Estes scores severity score). disponibilidade dos heliportos (no

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caso da grande Lisboa apenas estão e tempo até ao destino. Pela importância da gestão do serviço
disponíveis no período noturno o A comunicação antecipada permite de urgência aquando da admissão de
aeroporto da portela e o hospital de mobilizar recursos que de outra um traumatizado grave, a existência
Santa Cruz) experiência das forma podem não estar disponíveis. de procedimentos uniformes a nível
diferentes tripulações e lesões do As seguintes medidas podem ser nacional, poderia ser capaz de
doente. Em Portugal esta decisão é tomadas: otimizar tanto a passagem de
tomada em conjunto entre o médico 1. Ativação do médico responsável informação como agilizar a decisão
no local e os médicos do Centros de pela sala de emergência, dos meios imediatos a mobilizar.
Orientação de Doentes Urgentes responsável pela coordenação da Analgesia e sedação: o tratamento da
(CODU) e a equipa médica que irá abordagem ao traumatizado dor deverá ser iniciado precocemente
receber o doente. 2. Presença de diferentes com o uso de analgesia multimodal e
especialidades na sala emergência recurso a opioides. A cetamina poderá
Comunicação com o hospital aquando da admissão do doente ser uma opção para analgesia
de destino (Cirurgia Geral, Ortopedia, (atenção que doses elevadas causas
A comunicação é essencial e quanto Anestesiologia, Medicina alucinações se usada sem outro
mais precoce for realizada mais Intensiva…) sedativo). A sedação deverá ser feita
eficaz será a abordagem do doente. 3. Reserva de52sala de bloco de acordo com a situação
Idealmente a comunicação deverá operatório em caso de necessidade nomeadamente se ventilação
ser feita pelo médico no local de abordagem emergente mecânica, doente agitado, conforto
diretamente com o médico da sala de 4. Articulação com serviço de sangue entre outras.
emergência, não sendo possível para garantir produtos para Ácido tranexâmico: se disponível deve
caberá ao médico do CODU este protocolo de transfusão maciça. ser iniciado durante o pré-hospitalar.
contacto. A informação deve ser Relembrar que o plasma fresco Ver secção abaixo.
precisa e incidir em: quem (doenças congelado demora 30-45min até A abordagem do trauma é um
prévias, fármacos, alergias) como estar disponível para continuum, o serviço de urgência vai
(mecanismo de lesão), lesões administração ao doente. prosseguir a abordagem e tratamento
identificadas, intervenções realizadas 5. Reserva da sala de TC. iniciado no pré-hospitalar.

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Hospital forma exaustiva os exames e quando trauma14,15. Deve ser administrado


Desde 2010 que a DGS publicou uma pedir dado que não é esse o objetivo. 1 g endovenoso em 10 minutos (se
norma de forma a serem criadas as não realizado no pré-hospitalar),
denominadas equipas de trauma e Particularidades na abordagem e seguido de 1mg/kg/h em perfusão
qual a sua constituição de acordo tratamento do traumatizado durante 8h.
com a tipologia da instituição: Fibrinogénio (30-50mg/kg) deve ser
Serviço de Urgência Básica (SUB), Protocolo de transfusão maciça administrado se níveis plasmáticos
Serviço de Urgência Médico-Cirúrgico A atuação em contexto de de fibrinogénio inferiores a 150-
(SUMC) e Serviço de Urgência hemorragia maciça está 200mg/dL ou sinais
Polivalente (SUP) cada um com protocolada12. Hemorragia maciça tromboelastométricos de deficiência
maior diferenciação e maior define-se como uma das seguintes: funcional de Fibrinogénio. Valores
disponibilidade de valências .11
1) Perda de sangue equivalente a inferiores aos descritos aumentam o
100% da volémia em 24 horas; 2) risco de persistência de
Na mesma norma foram definidos Perda de 50% da volémia em 3 horas; hemorragia16,17.
critérios para a ativação destas ou 3) Perdas sanguíneas a uma
equipas/admissão em sala de velocidade de 150 ml/minuto em Tríada mortal do trauma18: acidémia
emergência ou sala de trauma (se doente adulto. De recordar que a + hipotermia + coagulopatia
existente). de acordo com sinais volémia é aproximadamente igual a A hipotermia está virtualmente
vitais e a anatomia da lesão: 75mL/Kg (5000cc num doente adulto presente em todo o doente
de 75kg). traumatizado exposto aos elementos,
Outros critérios a ter em conta para Na presença de uma destas agravado se necessidade de
definir possível trauma severo são: situações deverá ser disponibilizado intervenção cirúrgica. Estima-se que
acidente de moto com projeção do até 15minutos 2 concentrados por cada hora em laparotomia um
condutor; morte de ocupante do eritrocitários (CE) por parte do doente traumatizado pode perder
veículo, queda de altura > 2 metros; serviço de sangue e administrados cerca de 4.6ºC19. Múltiplos estudos
atropelamento a >10km/h ou com de imediato. Se disponível demonstraram uma associação entre
projeção; impacto de alta energia; tromboelastograma ou hipotermia (<35ºC) e
acidente a >65km/h; tempo para tromboelastometria rotacional o morbimortalidade em trauma20,21,22. A
desencarceramento >20minutos. restante suporte transfusional deverá hipotermia tem múltiplas
Após admissão deve ser repetida a ser dirigido. No caso de não existir, a consequências fisiológicas e interfere
sequência de avaliação primária e transfusão deve ser realizada da significativamente na coagulação.
posteriormente secundária. A seguinte forma: 4CE + 4 Plasmas Desta forma a hipotermia deve ser
primeira em menos de 20 minutos frescos congelados + 1 concentrado ativamente corrigida (soros
desde a admissão e a secundária de plaquetas. Restante suporte aquecidos, aquecedor, manta térmica,
dentro de 1h após admissão. transfusional realizado de forma a aquecimento das salas…)
A grande diferença aqui em manter Hemoglobina de 7-9g/dL e A coagulopatia induzida pelo trauma é
comparação a abordagem pré- conforme provas de coagulação. um segundo mecanismo de
hospitalar são os exames Outros fatores a favor da hemorragia. Aproximadamente 30%
complementares de diagnóstico necessidade de iniciar o protocolo de dos doentes com trauma major
disponíveis e que de acordo com a transfusão maciça são lactato ≥ 5 apresentam esta coagulopatia.
lesão serão realizados. Alguns são mmol/L; Excesso de bases < −6 Atualmente é aceite que este
realizados por rotina em todos os mmol/L; Hemoglobina ≤ 9 g/dL, TA mecanismo se inícia no momento do
doentes com trauma grave, enquanto sistólica ≤ 90 mmHg.13 trauma. A sua fisiopatologia é
outros apenas em casos particulares. Ácido tranexâmico demonstrou complexa e dinâmica. Envolve
Não se pretende abordar aqui de diminuir a mortalidade em hiperfibrinólise, hipercoagulação que

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leva numa fase final a hipocoagulação, A analgesia adequada permite uma por parte da DGS30. Esta
por consumo de factores pro- melhor colaboração do doente assim antibioterapia será maioritariamente,
coagulantes, e consequente como a prevenção de complicações, pela sua frequência, dirigida a
hemorragia. O diagnóstico e sobretudo no trauma torácico e fraturas expostas e perfurações
tratamento assenta na avaliação dos craniano. No trauma torácico diminui abdominais/torácicas. O antibiótico a
factores de coagulação e/ou estudos a incidência de pneumonia, usar será definido individualmente.
viscoelásticos. O uso precoce de atelectasia e enfarte do miocárdio; no
antifibrinoliticos e ressuscitação trauma craneoencefálico a dor Profilaxia antitetânica
balanceada são a melhor forma de controlada pode ajudar ao controlo Apesar de uma boa cobertura da
manejo desta entidade .23
da hipertensão intra-craneana. vacinação na população portuguesa,
A acidémia após trauma depende de A sedação é habitualmente é necessário ter o cuidado de
3 fatores: uso inadequado de fluidos, necessária após a entubação verificar o plano vacinal.
hipoperfusão tecidular e o uso de orotraqueal de forma a permitir
solução hiperclorémicas na melhor adaptação à ventilação DIFERENTES REALIDADES
fluidoterapia. Hipoperfusão celular invasiva. No caso particular do A diferença de abordagem no
leva a produção de lactato por trauma o uso de midazolam e de pré-hospitalar assenta basicamente
metabolismo anaeróbico e o uso de cetamina poderão ser mais na dicotomia: paramédicos vs o uso
NaCl pelo seu conteúdo de cloro leva adequados do que o propofol por de equipas médico/enfermeiro. Não
a acidose metabólica apresentarem menos efeito existe certeza de qual o melhor
hiperclorémica . A acidémia leva a
24
hipotensivo. A cetamina tem a modelo. Alguns estudos que
alterações da agregação e estrutura particularidade ainda de combinar tentaram avaliar este aspeto não
plaquetária, redução da atividade dos efeito analgesico e sedativo. demonstraram diferenças, no
fatores de coagulação assim como entanto apresentavam viés tal como
aumento da degradação do Fluidoterapia a não inclusão dos óbitos antes da
fibrinogénio. A administração de A administração de fluidos em trauma admissão no serviço de urgência o
bicarbonato para a correção da deve ser parcimoniosa. que poderia mudar muito os
acidose não se correlaciona com Ressuscitações agressivas levam a resultados31,32. Estudos mais
diminuição da coagulopatia acidoses metabólicas (hiperclorémica recentes identificam uma aparente
secundária ao trauma e à acidémia . 25
se usado NaCl 0,9%), edema vantagem do tratamento pré-
intersticial, hipotermia, diluição de hospitalar com o recurso a equipas
Analgesia e Sedação fatores de coagulação além de mais diferenciadas33,34.
Tratando-se a dor de um evento alterações da microcirculação e da Um outro modelo de abordagem ao
expectável no trauma esta deve ser entrega de O2 .
26,27,28,29
trauma, pelas suas características
abordada. O tratamento assenta geopolíticas, é o de Israel. Aqui
habitualmente em analgesia com o Tratamento Cirúrgico assenta numa política de abordagem
uso de opioides. O tramadol deve ser De acordo com a avaliação e transporte rápido para o hospital.
usado com cuidado no caso de risco multidisciplinar realizada à Além das equipas de ambulâncias,
de convulsões. A dose deve ser avaliação secundária será decidida existem diversos voluntários
titulada para controlo da dor. a necessidade de abordagem devidamente treinados que
Morfina e fentanil são os opioides de cirúrgica para resolução definitiva complementam a resposta pré-
eleição. Pela facilidade de uso e das lesões identificadas. hospitalar. A abordagem é “safe-and-
rapidez de acção o fentanil será o run”, na qual apenas intervenções
fármaco de eleição (1-2mcg/kg Antibioterapia life-saving são realizadas (entubação,
- habitualmente uma dose de Será realizada de acordo com a drenagem com agulha de
50-100mcg é suficiente). situação e com as recomendações pneumotórax hipertensivo, controlo

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REVISÃO
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