Você está na página 1de 23

PARE

DE FALAR
BESTEIRA
SOBRE A
LEI ROUANET!
2.2.

Lei Sarney
(1986)
2.2

Lei Rouanet
(1991)
3
Contexto
de criação
da Lei Rouanet
4
O que é a Lei Rouanet?
Seminário de Capacitação/MINC-2018
2.2

Lei do
audiovisual
(1993)
INVESTIMENTO EM CAPITAL VIRTUAL
“Ao se associar a um projeto, a Globo Filmes não desembolsa
recursos próprios para financiar a produção, preferindo oferecer
espaço em mídia no momento do lançamento. O capital
oferecido, portanto, não é dinheiro, mas um “capital virtual” que
só se concretiza no momento da distribuição.(...) O importante é a
certeza de que o filme contará com a estrutura nacional da
emissora para sua promoção tanto nos formatos tradicionais
(anúncios e spots de TV) como na chamada cross media (citação
e promoção nos programas). Este segundo item – que
analisaremos detalhadamente adiante – é ainda mais decisivo
por permitir que, segundo a orientação da emissora, os filmes
sejam citados nas novelas e em programas de variedades
(Domingão do Faustão, Videoshow), ou mesmo se tornem pauta
de reportagens e entrevistas nos programas jornalísticos.”
(BUTCHER, 2006)
padrão de intervenção
híbrido e contraditório

A agência se torna um braço institucional do


governo para regular, fiscalizar e, principalmente,
fomentar o mercado cinematográfico. Sua inserção
inicial no Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior (MDIC) até 2003 e a seguir no
Ministério da Cultura (MinC) denota as distintas
finalidades a ela atribuídas. (BAHIA, 2012, p. 83)

DESAFIOS: ARTICULAR FUNÇÕES DE REGULAÇÃO


DE UM MERCADO CINEMATOGRÁFICO
CONCENTRADO, DOMINADO POR UM OLIGOPÓLIO
GLOBAL E AS DE FOMENTO, VISANDO A
PRODUÇÃO INDEPENDENTE, NUM CENÁRIO DE
EMPRESAS ATOMIZADAS EM SUA MAIORIA COM
ESTRUTURA FAMILIAR, SEM BUSCA À INOVAÇÃO
OU COMPETITIVIDADE. (IKEDA, 2015, p. 62)
Teoria da
Regulação
USUÁRIO Falhas do Estado X Falhas do Governo
CONSUMIDORES DO
SERVIÇO
1. O CINEMA NÃO É UM MONOPÓLIO
NATURAL: É COMPETITIVO,
FRAGMENTADO, É NECESSARIAMENTE UM
BEM ESSENCIAL E NÃO É UM SETOR
PRIVATIZADO;
PO

IVA O
2. BEM CULTURAL DIFERENTE DE UM

S
PR NÁRI
DA
DE

COMMODITY, mas também necessita de


R C OVER
OG

ES SSIO investimentos elevados - mão de obra


ON NO

E
AS
CE

especializada e tecnologia de ponta;


EM ONC
DE

3. Independência administrativa e financeira


PR
NT

OC
E

em relação aos demais órgãos de governo;


4. Instrumentos normativos e sancionatórios
que possam coibir as falhas de mercado;
5. Técnicos, neutralidade e equidistância do
poder concedente, setor regulado e
usuários do serviço.
Tripé da Ancine Casa Civil
CSC Formular políticas

Produção,
formação de mão
de obra, difusão de
filmes por meios de
festivais, preservar
e restaurar Minc
Mdic

Ancine Sav
Regular, fiscalizar e
fomentar
CERTIFICADO DE PRODUTO MONITORAMENTO DE
COTA DE TELA
BRASILEIRO INFORMAÇÕES DO MERCADO
Número mínimo de dias em que
Outorga de certificados Envios regulares de dados para
as salas de cinema devem exibir
Empresas do setor de a Ancine.
longas-metragens brasileiros.
produção, distribuição e
exibição precisam Sem obrigatoriedade do
Critérios políticos interferem.
obrigatoriamente ter registro. fornecimento de informações.
CONDECINE

A contribuição incide sobre a veiculação, a


produção, o licenciamento e a distribuição
de obras cinematográficas e
videofonográficas com fins comerciais, bem
como sobre o pagamento, o crédito, o
emprego, a remessa ou a entrega, aos
produtores, distribuidores ou
intermediários no exterior, de importâncias
relativas a rendimento decorrente da
exploração de obras cinematográficas e VALORES PUBLICIDADE
videofonográficas ou por sua aquisição ou VALORES NÃO PUBLICIDADE

importação, a preço fixo.


EXPLORANDO O
OCA
ANCINAV: um projeto
natimorto
A Ancinav foi uma proposta que buscava ampliar
a atuação da Ancine. A ação da nova agência
teria como escopo o audiovisual como um todo.
O anteprojeto propunha que a agência tivesse o
papel de regular, fiscalizar e fomentar as
atividades de produção, distribuição e exibição
de conteúdos audiovisuais no país, considerando
os diversos meios de produção e de difusão
existentes.
PEIXES “GRANDES”

CACÁ DIEGUES
ARNALDO JABOUR
DESASTRE CONCEITUAL E TÉCNICO. ANCINAV É UMA
ATAQUE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO. E UM CHEQUE
EM BRANCO PARA OS PRÓXIMOS GOVERNANTES.
“Esse surto de leninismo que incendiou a alma
Engessar a atividade cinematográfica. Se esse simples dos petistas ultimamente, esse ataque
projeto de lei for aprovado, o choque vai ser de recente à “democracia burguesa” que o governo de
autoritarismo, estatização e perda de independência, Lula lançou contra a sociedade, a fome dos
num retrocesso de mais de 30 anos na história de “soviéticos” de Gil, embuçados e severos contra o
nosso cinema (DIEGUES, 2004b).
cinema e a TV”.
PEIXES “PEQUENOS”

TONI VENTURI MURILO SALLES

Uma das principais conclusões que quero deixar em Durante anos presenciamos barbaridades desse
minha exposição é a de que o projeto ANCINAV, modelo [baseado nas leis de incentivo]. Agora
apoiado pelo cinema independente, é nada mais, existe uma proposta regulamentadora, sim, ôpa
[sic], atenção, alguns privilégios vão acabar, mas,
nada menos do que um choque liberal. Ao contrário
tudo que sempre sonhei é escapar das mãos de
do que foi dito e repisado por formadores de opinião, um diretor de marketing. Se criarmos regras
pessoas que têm acesso à mídia, ele não é claras, democráticas de acesso aos fundos,
autoritário, e sim “anticoncentracionista”, é discordo de você, nunca mais vamos ficar nas
antimonopólio. É um choque liberal. Ele simplesmente mãos de governos omissos com cultura, porque
vai colocar o audiovisual num patamar de regulação VAMOS APROVEITAR ESSE GOVERNO e
capitalista (...) REGULAMENTAR ESSAS QUESTÕES E APROVÁ-LAS
NO CONGRESSO (SALLES, 2004b, grifo do autor).

Você também pode gostar