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Ribeirão Preto
2016
Thiara Ferreira Potratz
Ribeirão Preto
2016
Thiara Ferreira Potratz
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof. Dra. Ariadne de Andrade Costa
IPEBJ
________________________________________
Prof. (Nome do professor avaliador)
Afiliações
________________________________________
Prof. (Nome do professor avaliador)
Afiliações
A todos aqueles que de alguma forma estiveram e
estão próximos de mim, fazendo esta vida valer
cada vez mais a pena e acreditando sempre em
mim.
AGRADECIMENTOS
Ao concluir esta etapa, lembro-me de algumas pessoas a quem ressalto reconhecimento, pois,
esta conquista concretiza-se com a contribuição de cada uma delas, seja direta ou
indiretamente.
Em primeiro lugar agradeço a Deus, que me mantém em pé todos os dias da minha vida. Sem
Ele, não estaria aqui.
As minhas amigas Rhayanna e Natália, que são grande parte da minha fonte de forças nesta
longa trajetória de vida, permanecendo sempre presentes na partilha de minhas conquistas e
frustrações. A minha orientadora Ariadne, pelo suporte, correções e incentivos.
RESUMO
The violence afflicts Brazilian society, launching a sense of insecurity and anxiety. In this
context, society exacts Public Administration answers and solutions, which is a challenge for
the country. For adolescents in conflict with the law, the Statute of Children and Adolescents
(ECA) provides educational measures that can range from the provision of services to the
community to the deprivation of liberty. This research seeks to understand the socioeconomic
and demographic profile of adolescents in conflict with the law who have served as socio with
deprivation of liberty in 2014 in Socio-Educational Institute of the Espírito Santo (IASES).
For this, it will be a descriptive analysis of these variables, obtained from the Information
System of Socio-Educational Service of the Espírito Santoit. In addition, 15 of these teens fill
in a questionnaire and their legal guardians participate in a semi-structured interview for more
socioeconomic information is obtained, as well as information about the participants'
perception regarding the socio-educational measure. The survey results will contribute to the
knowledge of Criminology, Psychology and Law, specifically in improving implementation
of socio-educational measures and the prevention of illegal acts.
Keywords: Adolescents in conflict with the law; Institute of Socio-Educational Service of the
Espírito Santo; Socio-educational measures.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 ........................................................................................................................... 18
FIGURA 2 ........................................................................................................................... 21
FIGURA 3 ........................................................................................................................... 24
FIGURA 4 ........................................................................................................................... 37
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 .......................................................................................................................... 17
TABELA 2 .......................................................................................................................... 17
TABELA 3 .......................................................................................................................... 18
TABELA 4 .......................................................................................................................... 19
TABELA 5 ........................................................................................................................... 19
TABELA 6 .......................................................................................................................... 20
TABELA 7 .......................................................................................................................... 20
TABELA 8 .......................................................................................................................... 21
TABELA 9 .......................................................................................................................... 22
TABELA 10 ......................................................................................................................... 23
TABELA 11 ........................................................................................................................ 23
TABELA 12 ........................................................................................................................ 23
TABELA 13 ......................................................................................................................... 25
TABELA 14 ........................................................................................................................ 25
TABELA 15 ........................................................................................................................ 38
TABELA 16 ......................................................................................................................... 39
TABELA 17 ........................................................................................................................ 39
TABELA 18 ........................................................................................................................ 39
TABELA 19 ......................................................................................................................... 40
TABELA 20 ........................................................................................................................ 40
TABELA 21 ........................................................................................................................ 40
TABELA 22 ........................................................................................................................ 41
TABELA 23 ........................................................................................................................ 41
TABELA 24 ......................................................................................................................... 41
TABELA 25 ........................................................................................................................ 42
TABELA 26 ........................................................................................................................ 42
TABELA 27 ........................................................................................................................ 42
TABELA 28 ....................................................................................................................... 43
TABELA 29 ......................................................................................................................... 43
TABELA 30 ........................................................................................................................ 44
LISTA DE ABREVIATURAS
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 07
3. METODOLOGIA ............................................................................................................. 13
3.6 Benefícios.......................................................................................................................... 15
4.1 Perfil dos Adolescentes em Conflito com a Lei que deram entrada no IASES em 2014.. 17
4.2 Perfil dos Adolescentes que receberam Medida de Internação no IASES em 2014......... 20
4.3 Perfil dos Adolescentes em Atendimento Socioeducativo no IASES em 01/09/2015...... 23
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................ 46
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 47
1. INTRODUÇÃO
A adolescência é o período que sucede à infância, sendo iniciado com a puberdade e
caracterizado por um conjunto de mudanças que compreendem aspectos físicos, mentais,
culturais e sociais. Essa fase costuma estar associada a crises, riscos e diversos outros
conflitos fundamentais para o amadurecimento físico e psicológico do adolescente
(ESTEVAM, COUTINHO & ARAÚJO, 2009).
No cotidiano, atos de violência criminal provocados por adolescentes têm sido
frequentemente reproduzidos pela mídia como uma grande preocupação da sociedade. Os
adolescentes que cometem um ato infracional, são penalmente inimputáveis, segundo artigo
104 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (BRASIL, 1990). Caso sejam
considerados responsáveis pelo crime, recebem medidas socioeducativas, com ou sem
privação de liberdade. Segundo o Sistema Nacional de Medida Socioeducativo
(BRASIL,2012), estas dividem-se em medidas restritivas (inserção em regime de
semiliberdade) e privativas de liberdade, sendo que nesse caso, o jovem é encaminhado para
um Centro de Atendimento Socioeducativo.
A condição peculiar de pessoa em desenvolvimento coloca para os agentes
envolvidos na operacionalização das medidas socioeducativas a missão de proteger, no
sentido de garantir o conjunto de direitos e educar oportunizando a inserção do adolescente na
vida social, fortalecendo os mecanismos de proteção e estimulando o protagonismo juvenil
(VOLPI, 2001).
Porém, sabemos que não é dessa forma, Silva & Silva (2002) afirma que os
atendimentos oferecidos a adolescentes infratores de privação de liberdade, por vezes vão
contra as propostas educativas e geram práticas de desagregação social e se tornam, dentro
das instituições, motivo de tensão, rebeliões, fugas, mortes e até mesmo de reincidência. Com
efeito, o que se constata na prática de atenção a esses adolescentes geralmente desfigura as
reais atribuições das instituições responsáveis pela prática socioeducativa, as quais
desconsideram os objetivos de ressocializar e proporcionar grandes experiências ao
adolescente em seu constante processo de (re)construção (VOLPI, 2001).
Com isso, a presente pesquisa tem por finalidade contribuir com a reflexão acerca
das medidas socioeducativa de privação de liberdade de adolescentes em conflito com a lei.
Para isso, buscamos conhecer aqueles que estavam cumprindo tal medida no Instituto de
Atendimento Socioeducativo do Estado do Espírito Santo (IASES), em Janeiro de 2014 a
Dezembro de 2014, os que entraram no IASES nesse mesmo período e os que estão em
atendimento socioeducativo em 01/09/2015. Também aplicamos questionários a 15
adolescentes internos no IASES e 15 responsáveis legais por adolescentes internos. Nosso
15
1.2 Justificativa
Existem poucas pesquisas sobre adolescentes em conflito com a lei e a
socioeducação dentro do Estado do Espírito Santo. Além disso, foi o grande aumento dos
casos de infração dos adolescentes veiculados na mídia recentemente. Essas razões nos
motivaram a propor o presente projeto de pesquisa.
1.3 Hipótese
Com base em outros estudos realizados (não apenas no Brasil), a hipótese da
pesquisa é a de que jovens que vivem socioeconomicamente e demograficamente à margem
da sociedade são mais propensos ao cometimento de infrações criminais. Além disso, devem
haver conflitos entre os adolescentes e seus responsáveis. A percepção dos adolescentes em
relação à medida socioeducativa deve ser relativamente semelhante àquela dos responsáveis,
mas os adultos responsáveis pelos jovens devem se sentir um pouco mais satisfeitos com a
medida do que os internos.
16
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semiliberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
17
De acordo com Marino (2013), tais medidas são marcadamente diferentes entre si, ou
seja, os adolescentes são submetidos às medidas de intuitos social e educativo que podem ser
mais brandas ou mais severas, como a privação de liberdade. Apesar da inimputabilidade, o
adolescente, em razão da conduta, pode vir a ter os direitos limitados. A criança em questão
fica sujeita às medidas de proteção, cujas intervenções podem ser estendidas aos pais ou
responsáveis.
As medidas socioeducativas não tinham regulamentação de execução. Por este
motivo, foi-se instituído o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE),
regulamentado pela Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012.
De acordo com o Art. 1, primeiro parágrafo do SINASE:
da Administração Pública uma política que traga mais segurança. Porém, Prates (2012),
ressalta que o Estatuto da Criança e do Adolescente, considera o adolescente,
independentemente de ser infrator ou não, uma pessoa em condições especiais de
desenvolvimento, e é por determinação legal que o adolescente infrator sofre medida
socioeducativa e não pena, pois ambas diferem, sendo a primeira de cunho essencialmente
pedagógico, enquanto a segunda predominantemente retributiva.
Assim, o principal argumento utilizado pelos que defendem a redução da maioridade
penal é o de que os adolescentes já têm plena consciência de seus atos, sendo, portanto,
responsáveis pelos mesmos. Podemos perceber aqui que, nesses casos, ter ou não a
consciência dos próprios atos é determinado por aspectos cronológicos e biológicos, um
atrelado ao outro, deixando de lado fatores sociais, educacionais, culturais, psicológicos, etc.
(ALVEZ et al., 2009).
Segundo Costa e Sampaio (2014), os que se opõem à redução da idade de
imputabilidade penal levam em questão a Constituição, a qual limita a menoridade penal como
uma garantia individual. Assim, é uma garantia constitucional em clausula pétrea, não havendo
possibilidade de qualquer alteração, ou seja, este ato (de alteração) é inconstitucional.
A Psicologia, como ciência e profissão, contribui na construção do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) e do Sistema Nacional Socioeducativo (SINASE), que
refletem a compreensão de que crianças e adolescentes são sujeitos de direitos e estão em
condições de desenvolvimento. Segundo o Conselho Federal de Psicologia, (2013):
Além disso, é importante pensar que a redução da maioridade penal de 18 anos para
16 anos aumentaria ainda mais a população carcerária no Brasil. Segundo Prates (2012) e
Costa; Sampaio (2014), o sistema penitenciário brasileiro encontra-se falido, sendo as
penitenciárias verdadeiros depósitos humanos que não fornecem mínima condição de
ressocialização, levando a um aumento da reincidência criminal. Os autores propõem
melhorias nos parâmetros socioeducativos aos infratores da lei e investimento maciços na
educação em âmbito nacional.
3. METODOLOGIA
Este projeto propõe uma pesquisa que se divide em três partes. Detalhes sobre o
local, os participantes, os instrumentos, os procedimentos, os riscos e benefícios, bem como
questões éticas envolvidas na pesquisa, métodos de análise de dados e o desfecho primário
são definidos nas próximas subseções.
3.1 Local
A presente pesquisa foi realizada no Instituto de Atendimento Sócioeducativo do
Estado do Espírito Santo (IASES). O IASES é uma autarquia pública, com personalidade
jurídica de direito público interno, com autonomia administrativa, técnica e financeira,
vinculada à Secretaria de Estado da Justiça, que tem por finalidade formular, implementar e
manter o sistema de atendimento responsável pela execução das medidas socioeducativas no
Estado do Espírito Santo (ESPÍRITO SANTO, 2005).
Atualmente, o IASES contém com uma Unidade de Atendimento Inicial no município
de Vitória/ES, com capacidade para 68 adolescentes. Entretanto, encontra-se em processo de
conclusão a construção do Centro Integrado de Atendimento Socioeducativo (CIASE), com
capacidade para 18 adolescentes do sexo masculino e 06 adolescentes do sexo feminino
(IASES, 2014).
3.2 Participantes
Foram obtidas informações de todos os jovens com idade entre 12 e 20 anos que eram
internos do IASES para cumprimento de medida socioeducativa de privação de liberdade
durante o período de janeiro a dezembro de 2014, aqueles que deram entrada no IASES nesse
mesmo período e ainda aqueles que estavam em atendimento socioeducativo em 01/09/2015.
Dentre os adolescentes internos, 15 deles participaram diretamente da pesquisa por meio de
preenchimento de questionário e, ainda, 15 adultos responsáveis legais por esses adolescentes
também participaram por meio de entrevista semiestruturada.
3.3 Procedimento
Na primeira parte da pesquisa, foram levantadas informações sóciodemográficas de
todos os jovens com idade entre 12 e 20 que cumpriram medida socioeducativa no IASES em
2014, dos que deram entrada para cumprimento de medida socioeducativa de privação de
liberdade no IASES em 2014, bem como dos socioeducandos em atendimento no IASES em
01/09/2015. As informações foram retiradas do Sistema de Informações do Sistema
Socioeducativo do Espírito Santo (SIASES), porém os dados foram obtidos pela instituição,
pois não autorizaram nosso acesso ao sistema. Os tipos de dados adquiridos se encontram no
Anexo I.
Foram entrevistados 15 responsáveis dos adolescentes que se encontravam em medida de
internação que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa respondendo uma entrevista
semiestruturada, cujas as perguntas constam no Anexo II. Para isso, preencheram um termo
de consentimento livre e esclareci do aceitando participar da entrevista (ver Anexo IV).Os
áudios das entrevistas com os responsáveis foram gravadas e transcritas para analise. Além
disso, 15 adolescentes da Unidade de Internação (UNIS), aleatoriamente selecionados,
preencheram um questionário exibido no Anexo III, tendo o aceite de seus responsáveis
(Anexo V). Os adolescentes que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa assinaram o
termo de assentimento contido no Anexo VI.
3.4 Instrumentos
Como mencionado, os instrumentos utilizados foram uma tabelas preenchidas com
dados do SINASE, e que foram disponibilizados pela instituição, uma entrevista
semiestruturada com 15 responsáveis por adolescentes internos do IASES e um questionário
estruturado aplicado estes adolescentes. Estes documentos podem ser observados,
respectivamente, nos Anexos I, II e III. A Tabela de Dados foi preenchida de modo a
obtermos informações sociodemográficas do adolescente infrator. As perguntas feitas aos
responsáveis na entrevista e aos adolescentes no questionário tiveram o intuito de
compreender melhor a(s) razão(ões) do ato infracional e a perspectiva dos envolvidos a cerca
da família, do adolescente e da ressocialização dos adolescentes na instituição.
3.5 Riscos
O risco apresentado pelos participantes durante a realização da pesquisa foi um
possível constrangimento ao responder perguntas pessoais durante o preenchimento do
questionário (por parte dos jovens) ou durante a entrevista semiestruturada (por parte dos
adultos responsáveis pelos jovens).
23
3.6 Benefícios
Os resultados da pesquisa serão divulgados em congressos e periódicos
especializados, contribuindo, assim, para a ampliação do conhecimento sobre o perfil dos
adolescentes infratores no estado do Espírito Santo, o que permite o aperfeiçoamento de
medidas preventivas para infrações cometidas por adolescentes. Mas o estudo vai além da
prevenção, avaliando também a percepção de jovens infratores e seus responsáveis em relação
à medida socioeducativa à qual estão sujeitos. Esta análise permitiu a compreensão de
benefícios e prejuízos decorrentes da medida socioeducativa e também das diferenças
vigentes na percepção dos adolescentes e de seus responsáveis sobre a medida. Isso favorece
para que medidas de aproximação entre jovens e seus responsáveis sejam desenvolvidas (caso
necessário), bem como para eventuais modificações na aplicação das medidas socioeducativas
vigentes.
com os responsáveis dos adolescentes. As entrevistas tiveram o áudio gravado para que
pudessem ser transcritas e as percepções e opiniões dos entrevistados fossem preservadas.
4.1 Perfil dos Adolescentes em Conflito com a Lei que deram entrada no IASES em 2014
A análise dos dados visou descrever as características dos socioeducandos que
entraram no IASES no período de Janeiro a Dezembro de 2014, vale ressaltar que esses dados
os adolescentes ainda não receberam ainda a medida socioeducativa.
Os resultados demonstraram que 95,4% dos adolescentes que deram entrada eram do
sexo masculino e 4,6% eram do sexo feminino. A raça/cor dos socioeducandos foi
predominantemente considerada parda (90%). Também foram identificadas raça/cor
branca (3%), negra (7%) e amarela (apenas um socioeducando).
Em relação à idade, como pode ser observado na Figura 1, 3 dos socieducandos
foram encaminhados ao IASES aos 12 anos, 31 aos 13 anos, 106 aos 14 anos, 279 aos 15
anos, 467 aos 16 anos, 655 aos 17 anos, 433 aos 18 anos, 82 aos 19 anos, 33 aos 20 anos e 14
aos 21 anos. É perceptível que a maior parte dos socieducandos tinha idade entre 16 e 18
residiam é a Região Norte com 18% e a Região Sul com 14%. Também houve uma pequena
porcentagem de jovens que residiam em outros estados (1%), bem como, os que não tiveram
seu município informado ou inseridos no momento que deram entrada (5%).
Conforme os dados de escolaridade, como se pode notar, a maior parte dos socioeducandos
não souberam informar ou não estão inseridos em alguma escolaridade (55%), e 11%
estudaram até o 6º ano do Ensino Fundamental, conforme Tabela 4.
Em relação aos atos infracionais (Tabela 5), os atos infracionais mais frequentes são:
Roubo (45%), Tráfico de Drogas (11%) e Mandados de Busca e Apreensão (MBA) (11%).
Tráfico e Associação ao Tráfico de Drogas (9%), Homicídio (8%), Desarmamento (4%). Já os
Artigos Pendentes, Outros, Tentativa de Homicídio, Furto, e Lesão Corporal representam,
cada um, 2% dos atos infracionais. Não houve registros de Receptação, Tentativa de Roubo e
Artigo de Disposição do Juiz.
Tabela 5. Atos Infracionais cometidos pelos Socioeducandos que deram entrada em 2014.
27
4.2 Perfil dos Adolescentes que receberam Medida de Internação no IASES em 2014
A análise de dados do perfil dos socioeducandos que receberam medida
socioeducativa de internação em 2014 demonstrou que 98% dos adolescentes são do sexo
masculino e 2% são do sexo feminino, como pode ser visto na Tabela 6. Em questão de
raça/cor, a parda predominou com 87% (Tabela 7). Outras raças/cores identificadas foram a
branca (5%) e a negra (8%).
Negra 46 8
Amarelo 0 0
Parda 497 87
Total 569 100
Segundo a Figura 2, três dos adolescentes receberam medida de internação aos 13
anos; 18 aos 14 anos; 58 aos 15 anos; 116 aos 16 anos; 187 aos 17 anos; 155 aos 18 anos; 21
aos 19 anos; 11 aos 20 anos. Como se pode perceber, a maior parte, tanto dos adolescentes
que deram entrada em 2014 quanto daqueles que receberam a medida de internação, tinha
entre 16 e 18 anos. A média de idade daqueles que receberam medida de internação no IASES
foi de 16,9 ± 1,3 anos.
Tabela 8. Região de residência dos socioeducandos que receberam Medida de Internação em 2014.
Número de Socioeducandos
Região de Residência Socioeducandos (%)
Metropolitana 258 45
Norte 177 31
29
Sul 110 19
Outros Estados 6 1
Não Informado ou Inserido 18 3
Total 569 100%
Quanto ao nível de escolaridade, tem-se que 42% não tiveram seu nível de
escolaridade informado ou inserido (Tabela 9). Outros 14% frequentaram até o 6º ano do
Ensino Fundamental e 8% frequentaram até o 5º ano do Ensino Fundamental. Esses dados
também foram observados nos que deram entrada no IASES em 2014. O mesmo se deu com o
7º ano do Ensino Fundamental. Quantidade considerável de Socioeducandos (14%) atingiu
um nível educacional entre o 1º ano (ou antiga 1ª série) do Ensino Fundamental até 4º ano (ou
antiga 4ª série) do Ensino Fundamental.
Socioeducandos
Escolaridade Número de Socioeducandos
(%)
1ª Etapa E.F 11 2
1º ano E.F 10 2
1º ano E.M 9 2
2º ano E.F 7 1
2º ano E.M 0 0
3ª Etapa E.M 2 0
3º ano E.F 10 2
3º ano E.M 1 0
4ª Etapa E.F 3 1
4º ano E.F 22 4
5ª Etapa E.F 8 1
5º ano E.F 54 9
6ª Etapa E.F 8 1
6º ano E.F 81 1
7ª Etapa E.F 9 2
7º ano E.F 51 9
8ª Etapa E.F 2 0
8º ano E.F 30 5
9º ano E.F 10 2
Não informado ou Não
241 42
inserido
Total Geral 569 100
Tabela 10. Atos Infracionais cometidos pelo socioeducandos que receberam Medida de Internação em
2014.
Número de Atos Atos Infracionais
Categoria do Ato Infracional
Infracionais (%)
Roubo 271 48%
Homicídio 78 14%
Tráfico de Drogas 49 9%
MBA 43 8%
Tráfico de Drogas e Associação ao
Tráfico de Drogas 38 7%
Tentativa de Homicídio 19 3%
Desarmamento 12 2%
Art. Pendente 11 2%
Furto 10 2%
Estupro 10 2%
Latrocínio 10 2%
Tentativa de Roubo 6 1%
Art. Disposição do Juiz 4 1%
Outros 4 1%
Tentativa de Furto 1 0%
Associação ao Tráfico de Drogas 1 0%
Lesão Corporal 1 0%
Receptação 1 0%
Total Geral 569 100%
Conforme a tabela abaixo (Tabela 13), a maioria dos adolescentes residia na Região
Metropolitana (52%). Evidenciaram-se outros 34% na Região Norte e 14% na Região Sul.
Também houve pequenos números de adolescentes que residiam em outros estados e que não
tiveram região de residência informada e/ou inserida.
32
Dos atos infracionais mais atribuídos foram Roubo (42%), Homicídio (21%), Tráfico
de Drogas e Associação ao Tráfico de Drogas (9%). Pode-se notar, conforme a Tabela 14, que
os outros atos infracionais foram atribuídos a uma porcentagem menor de adolescentes.
“Fiquei sabendo há pouco tempo. Porque ele não morava comigo, morava com o pai
dele”. (Família9)
“Só sabia que estava fumando maconha, mas do roubo não”. (Família11)
“Não, mas sabia que usava drogas”. (Família12)
“Sim, sabia do uso de drogas”. (Família13)
né?! Fiquei muito triste, eu bati muito nele também, tentava resgatar. Na verdade,
achei que estava fazendo o certo, batendo nele achei que ia conseguir, né?! Mas eu vi
que não. Foi aonde eu perdi mais ele ainda”. (Família5)
“É uma tristeza, porque a gente não pensa que isso vai acontecer. De um lado
também ele vive numa revolta porque perdeu a mãe cedo, faleceu aos 43 anos. O pai,
tem dois anos que também perdeu. E foram morar com a madrasta, só que a madrasta
falou que ia tomar conta deles, mas não tomou. Acho que ela estava mais interessada
no benefício que ele e o irmão recebiam, né?! E aí não cuidou dele, deixaram ele solto
e aí foi se envolvendo com más companhias. É muito chocante, é muito humilhante um
familiar vim visitar num lugar desses”. (Família6)
“Briguei muito com ele”. (Família7)
“Entrei em desespero, né?! Tentei dar uns conselhos para ele. Ele está arrependido
do que fez, o que não aprendeu na rua, está aprendendo aqui dentro”. (Família8)
“Fiquei boba, não acreditei. Fiquei nervosa e briguei com ele”. (Família11)
“Conversei com ele, dei conselho”. (Família13)
Vale ressaltar que apenas uma família não respondeu por achar que seu filho não
cometeu o ato infracional e está cumprindo por uma coisa que não foi ele que fez, como
citado no tema anterior.
Outros responderam que têm uma relação normal, mais ou menos, ou muito aberta.
“Mais ou menos, porque ele é teimoso por conta do seu envolvimento de drogas.”
(Família11)
“Bem, sempre me tratou bem.” (Família13)
37
“Normal, nunca faltou nada, sempre teve carinho, trabalhou, estudou, fez menor
aprendiz.” (Família15)
Há alguns participantes que visitam um domingo sim e outro não, por ser distante e
cansativo, porém as visitas são prazerosas e eles gostam. Outros vão quando têm a
possibilidade de ir, mas as visitas são boas. Na sequência, apresentamos um exemplo deste
último caso:
“Venho quando dá, porque moro na Bahia e fui embora para lá porque tenho uma
medida protetiva contra meu ex-marido e meus filhos ficaram com a tia aqui no
estado.” (Família8)
“Acho um absurdo, porque não tem atividade nenhuma, não ocupam a mente, não
estudam e assim fica pensando em fugir.” (Família15)
“Que ele saia daqui um outro homem, ele entrou com 17 e tá com 18. Que ele sai com
outra visão, sabe como? Com outra expectativa de vida, que esquece isso tudo que
passou e procura a melhorar a vida dele”. (Família1)
“Espero que ele saia daqui uma outra pessoa. Como ele fala que vai estudar, porque
aqui não tem nada né?! Só promessas, que vai estudar. Deus não me deu um filho
assim, então ele tem que se espelhar em mim, trabalhadeira e nunca tive problema
com polícia nem nada, mas devido coleguinhas trouxe ele para ai, eu acho que isso
tem que servi de exemplo para ele né?! Ele tem que mudar”. (Família2)
“Ele vai sair fora daqui, vou mandar ele para Teixeira de Freitas entendeu?”.
(Família3)
“Eu quero que ele se dá bem na vida, eu quero que ele faça um bom curso de
computação, eu quero montar um negócio para ele, para não ter que depender de
favor de ninguém. No que eu puder dá de bom para ele, eu já comprei muita coisa boa
para ele. O que eu puder fazer por ele eu vou fazer”. (Família4)
“Tenho fé em Deus que meu filho vai ser diferente e nunca mais vai querer voltar
nesse lugar aqui” (Família5).
“Estou botando toda a confiança que mude mesmo, que se torne outra pessoa e ele
tem a vida toda pela frente para estudar”. (Família6)
“Vai ser uma pessoa honesta e vou cuidar dele”. (Família7)
“Saindo daqui ele vai morar com a irmã em Mantenas e vai estudar”. (Família9)
“Já faz planos com o irmão dele de abrir um lava jato. Fez curso de almoxarife e
confeiteiro aqui dentro”. (Família10)
“Espero que ele seja outro menino, um menino puro e honesto” (Família11), “falou
que vai para o Rio de Janeiro trabalhar com o primo, mas antes vai ficar 1 ano na
roça”. (Família12)
“Ele já estava trabalhando com o avô que chamava de pai e saindo vai voltar a
trabalhar com ele”. (Família13)
“Espero que ele não faz como vários aqui, que estão saindo e logo retorna”.
(Família14)
“De mudança, por ser a primeira vez que ele está aqui e não tem a experiência de
cadeia”. (Família15)
Outros participantes apontaram que não pretendem mudar; uns vão dar mais amor,
outros vão continuar agindo da mesma maneira e alguns acham que o adolescente tem que ser
a mudança.
“Não, dar mais amor do que eu já dou a ele. Não tenho o que mudar, porque ele tem
carinho, ele é amado, entendeu? Quando ele estava fora, eu procurava dar de tudo
para ele que eu podia, veio para aqui por si próprio e pelas amizades. Então, ele por
si próprio tem que falar ‘ eu sou um novo homem, eu vou para com isso, eu cansei
daquele lugar”. (Família2)
“Que possa voltar para casa do tio dele, ver que ele realmente mudou para dar outra
chance para ele”. (Família6)
“Não, mas pretendo voltar e estar mais junto dele e ele cumprir o que ele falou, que é
estudar e trabalhar”. (Família8)
“Não tenho nada que mudar. O problema é só com ele”. (Família9).
III - prioridade a práticas ou medidas que sejam restaurativas e, sempre que possível,
atendam às necessidades das vítimas;
IV - proporcionalidade em relação à ofensa cometida;
V - brevidade da medida em resposta ao ato cometido, em especial o respeito ao que
dispõe o art. 122 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente);
VI - Individualização, considerando-se a idade, capacidades e circunstâncias pessoais
do adolescente;
VII - mínima intervenção, restrita ao necessário para a realização dos objetivos da
medida;
VIII - não discriminação do adolescente, notadamente em razão de etnia, gênero,
nacionalidade, classe social, orientação religiosa, política ou sexual, ou associação ou
pertencimento a qualquer minoria ou status; e
IX - fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários no processo
socioeducativo (BRASIL,2012).
Fase 4. Projeto Vida. Em até oito semanas. Elaboração de um Projeto de Vida, discutindo
fatores de risco e proteção, autobiografia e protagonismo.
Fase 5. Enlaçamento. Em até duas semanas, promover a inserção social e comunitária por
meio do trabalho e da valorização da autoestima. (IASES, 2010)
de ter que trabalhar fora e deixar o filho na escola ou sozinho em casa. Além dos sentimentos
de solidão e desamparo, a família sente-se fragilizada diante da falta de assistência (DIAS;
ARPINO & SIMON, 2011).
Figura 4: Idade dos adolescentes que cumpriram pela primeira vez uma medida socioeducativa.
Nos estudos de Zappe & Ramos (2010) as idades da maioria dos adolescentes que
tiveram a medida socioeducativa ficam em torno de 17 (34,9%) e 16 (23%) anos. São
encontrados dados bastante semelhantes no estudo de Craidy & Gonçalves (2005), que
apontaram informações sobre os adolescentes que cumpriram prestação de serviços à
comunidade na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Nesse estudo, as
autoras verificaram que a maioria dos adolescentes do sexo masculino tinham 17 (28,69%) e
16 (25,68%) anos, num universo de 697 adolescentes estudados. Esses dados também são
semelhantes ao que foram apresentados no Capítulo 4 deste trabalho.
Com relação aos locais de residência dos socioeducandos, todos que participaram da
pesquisa residem na Região Metropolitana do Estado do Espirito Santo. Em um estudo de
Oliveira e Assis (1999), realizado no Rio de Janeiro, aponta que cidade do Rio de Janeiro foi a
principal localização onde estas infrações foram cometidas – 54,6%, seguida pela região de
Niterói e São Gonçalo, com 21,4% dos casos e em terceiro lugar ficou a Baixada Fluminense
com 14,4%. Estas três áreas compõem a região metropolitana do Rio de Janeiro.
A tabela a seguir (Tabela 15), que mostra com quem os adolescentes moravam antes
da medida socioeducativa de internação, revela que 20% dos adolescentes moravam com mãe,
padrasto e irmãos ou pais e irmãos; 13% com mãe e irmãos ou só com pais. Nos estudos de
Oliveira e Assis (1999) vemos que poucos adolescentes viviam em um lar composto de pai e
mãe (29,2%). Em 25% dos lares dos adolescentes a mãe foi apontada como chefe de família.
Revelaram que 71% têm os pais separados, porém vivos (66,3%).
responsáveis. Os mais tradicionalistas criticam tais reedições nos moldes familiares e as usam
para explicar alguns fenômenos sociais como a violência (LUBENOW et al., 2010).
Com relação aos questionários de nossa pesquisa, 93% dos adolescentes informaram
que não estavam estudando e apenas um dos que participaram frequentava o ambiente escolar
na época do cometimento do ato infracional (Tabela 16). Na pesquisa de Zappe e Ramos
(2010), 96,3% dos adolescentes não possuíam o Ensino Fundamental Completo. O resultado
também foi semelhante no estudo de Oliveira e Assis (1999), o qual mostrou que 72,6% dos
adolescentes não estavam estudando no momento da internação.
De acordo com Martins & Pillon (2008) em sua pesquisa:
Mais de 50% dos adolescentes 103 (68,7%) tinham Ensino Fundamental
incompleto, isto é, baixa escolaridade, e 50% deles não estavam estudando
quando da internação na FEBEM. Tais resultados sugerem que a escolaridade
seja um importante fator de proteção contra o envolvimento dos adolescentes
com situações de risco. Esse fato faz supor que outros fatores possam estar
associados ao abandono escolar ou ao desinteresse dos adolescentes pelo
ensino. Embora os professores tenham formação acadêmica, podem não estar
capacitados para lidar com problemas de comportamento que impelem os
adolescentes a se envolverem com situações de risco, como o uso de drogas e
a delinqüência. Conforme se verifica no presente estudo, quanto mais baixo é
o nível de escolaridade, tanto mais cedo os adolescentes se envolvem com
comportamentos de risco. (MARTINS & PILLON, 2008).
Tabela 16. Percentual dos adolescentes que frequentavam o ambiente escolar na época em que
cometeram o ato infracional.
Estava Estudando? Socioeducandos Porcentagem
Sim 1 7%
Não 14 93%
Total 15 100%
De acordo com a tabela a seguir (Tabela 17), dos 15 adolescentes que participaram da
pesquisa, 87% não estavam trabalhando e 13% encontravam-se com algum trabalho
remunerado. O trabalho e o estudo são apontados em pesquisas como importantes fatores de
proteção (ASSIS & SOUZA, 1999).
Tabela 17. Percentual dos adolescentes que trabalhavam na época em que cometeram o ato
infracional.
Estava Trabalhando? Socioeducandos Porcentagem
Sim 2 13%
48
Não 13 87%
Total 15 100%
Tabela 18. Percentual do ato infracional dos adolescentes que gerou medida de privação de
liberdade.
Ato Infracional que Gerou
Internação Socioeducandos Porcentagens
Uso/tráfico de drogas 3 20%
Homicídio 4 27%
Agressão 0 0%
Crimes Contra Patrimônio 0 0%
Porte de Arma 0 0%
Assalto 1 7%
Roubo 6 40%
Sequestro 1 7%
Latrocínio 0 0%
Total 15 100%
De acordo com a Tabela 19, 87% dos adolescentes faziam uso de álcool e/ou
substâncias psicoativas e 13 % não faziam uso de nenhuma substância. No entanto, 80%
tinham envolvimento com tráfico de drogas e 20% não tinham (Tabela 20).
Tabela 19. Percentual de adolescentes que faziam uso de álcool e/ou substâncias
psicoativas.
Uso de Drogas Socioeducandos Porcentagens
Sim 13 87%
Não 2 13%
Total 15 100%
49
Estudos apontaram que há uma relação significativa entre o uso do álcool, da maconha e os
atos infracionais. Revelam ainda que a associação de uso de álcool e de maconha com roubo,
furto, tráfico de drogas, porte de arma e porte de drogas (Martins & Pillon,2008).
Foi perguntado aos adolescentes se tiveram envolvimento com outros atos infracionais,
60% responderam que sim, enquanto 40% não relataram outro envolvimento, como mostra a
Tabela 21. Vale ressaltar que três adolescentes tiveram mais de um envolvimento com outros
atos infracionais.
Ainda nesse sentido, 53% adolescentes responderam que já cumpriram outra medida
socioeducativa e 47% afirmaram estar cumprindo a primeira medida (Tabela 22). Quando
perguntados sobre qual foi à outra medida, todos os 53% responderam Internação Provisória
na Unidade de Internação Provisória do IASES. Os resultados apresentados na presente
pesquisa diferem do estudo de Oliveira & Assis (1999), que destaca que cerca de 70% dos
internos revelaram ser primários, observando-se, portanto, que em cada três internos apenas
um era reincidente.
Dos reincidentes de nossa pesquisa, 63% afirmam que o tempo mudou da primeira
para a última internação; 13% relataram como mudança o comportamento da família; 13%
50
mudaram seu jeito de pensar, e os outros 13% mudaram seus comportamentos e seu jeito de
ser (Tabela 23). Não foi encontrada literatura com a qual os dados encontrados pudessem ser
comparados.
Quando perguntados sobre o que estão achando de cumprirem a medida de
internação, 47% dos socioeducandos responderam que não veem a hora de acabar; 27% dizem
que está sendo difícil; 13%, que está sendo bom; 7%, Péssimo e 7%, Ruim (Tabela 24).
Tabela 23. Percentual das mudanças observadas na vida dos adolescentes reincidentes após a(s)
medida(s) socioeducativa(s) anterior(es).
Mudança após as medidas
socioeducativas anteriores Socioeducandos Porcentagens
Colegas de Instituição 0 0%
Comportamento de sua família com
você 1 13%
Comportamento e jeito de ser 1 13%
Instituição de cumprimento da medida 0 0%
Jeito de pensar 1 13%
Seu pensamento em relação ao
cumprimento da medida 0 0%
Tempo 5 63%
Total 8 100%
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Socioeducativo do Espírito Santo (IASES), bem como, informações sobre a percepção dos
familiares (ou responsáveis) em relação à medida socioeducativa.
É perceptível que muitas pesquisas realizadas no Brasil para traçar o perfil dos
adolescentes que cometem ato infracional apresentam dados semelhantes aos nossos no que se
refere ao sexo, com predominância de homens, à idade, entre 16 e 17 anos, e ao local de
residência nas regiões metropolitanas. Além disso, o ato infracional cometido com maior
porcentagem é roubo. Com base nos resultados apresentados e discutidos em relação aos
familiares, percebe-se a importância de trabalhar a família, pois no estudo realizado parece
que esses responsáveis não conseguiram lidar com os problemas, buscando uma forma de não
percebê-los para conviver com eles (DIAS, ARPINI & SIMON, 2011).
Os adolescentes encontram-se em busca de reconhecimento social numa sociedade
em que as principais modalidades de inserção são muitas vezes inacessíveis por muitos deles
em função da desigualdade social, vitimados por situações de violências e até mesmo por
violação de direitos básicos (ZAPPE & RAMOS, 2010).
Aponta-se, assim, a necessidade de mais estudos quantitativos e qualitativos a
respeito do adolescente autor do ato infracional no Estado do Espírito Santo e nos demais
estados do país. Compreende-se, ainda, a necessidade de investimento em políticas públicas
especificas e básicas, buscando-se assim, diminuir o envolvimento de crianças e adolescentes
com atos infracionais.
REFERÊNCIAS
ALVEZ, C.; PEDROZA, R.; PINHO, A.; PRESSOTTI, L; SILVA, F. (2009). Adolescência e
Maioridade Penal: reflexões a partir da Psicologia e do Direito. Psicologia Política,9(17), 67-
83.
55
CASTRO, A.S. (2002). Os adolescentes em conflito com a lei. In: Conselho Federal de
Psicologia. Adolescência e psicologia: concepções, práticas e reflexões. Rio de Janeiro. CFP.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. (2013). Redução da Idade Penal:
Socioeducação não se faz prisão. Brasília:CFP.
COSTA, J. C. C.; SAMPAIO, A. R. (2014). Redução da Maioridade Penal: entre leis e
correntes ideológicas. Ciências Humanas e Sociais. Maceió. V.2, n.1, p.59-70.
CRAIDY, C. & GONÇALVES, L. (2005). Medidas sócio-educativas: da repressão à
educação; a experiência do Programa de Prestação de serviços à Comunidade da
Universidade Federal doRio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora da UFRGS.
DIAS, A. C. G.; ARPINI, D. M.; SIMON, B. R. (2011). Um olhar sobre a família de jovens
que cumprem medidas socioeducativas. Psicologia & Sociedade, 23(3), 526-535.
IASES. (2010). Um novo modelo de atenção ao adolescente em conflito com a lei. Vitória:
Governo do Estado do Espírito Santo.
NASCIMENTO, C.R.R; GOES, D.C; LEITE, C.M; MATHIAS, E.R; PEREIRA, K.C;
RIBEIRO, R.L.P; FRANCISCHETTO, I. (2012). Características de Jovens e Adolescentes
que Entram no Instituto de Atendimento Sócio-Educativo do Espírito Santo.UFES.
OMS, Organização Mundial de Saúde, (1986). Saúde dos jovens - um desafio para a
sociedade. Relatório de um grupo de estudo que sobre Jovens e saúde para todos. Technical
Report Series 731. Genebra.
PRATES, F. C. (2012). Adolescente Infrator: A prestação de Serviços à Comunidade.
Curitiba: Juruá, 2012.
SILVA, P. F. C.; SILVA, M. V. L. (2002). O perfil dos jovens atendidos pela SEMSE em
2000 (Relatório). Brasília, DF: SEMSE/VIJ-DF.
Sexo:
Feminino: □ Masculino: □
58
Raça:
Branco: □ Pardo: □ Negro: □ Amarelo: □ Índio: □
Idade:
12 anos: □ 13 anos: □ 14 anos: □ 15 anos: □ 16 anos: □ 17 anos: □
18 anos: □ 19 anos: □ 20 anos: □
Escolaridade:
Ensino Fundamental Incompleto: □ Ensino Fundamental Completo: □
Ensino Médio Incompleto: □ Ensino Médio Completo: □
Ensino Superior Incompleto: □ Ensino Superior Completo: □
Não estudou antes de entrar no IASES: □
Residência:
Região Metropolitana: □ Região Norte: □ Região Sul: □ (Espírito Santo)
Outros Estados: □
Renda familiar:
Menos de 1 salário mínimo: □ 1 a 3 salários mínimos: □ 4 a 6 salários mínimos: □
7 a 10 salários mínimos: □ Mais de 10 salários mínimos: □
Atos Infracionais:
Usuário/tráfico de drogas:□ Homicídio: □ Crimes contra patrimônio: □
Estatuto do desarmamento: □ Agressão: □ Outras Infrações: □
1- Você sabia do envolvimento do seu filho(a) (ou neto, afilhado (...)) no ato infracional?
2- Se sim, como você lidou com isso?
59
1. Idade em que pela primeira vez teve que cumprir uma medida socioeducativa?
60
3. Como era a relação com a sua família? (marque quantas opções forem necessárias)
5. Estava trabalhando?
Sim: □ Não: □
8. Tinha envolvimento com o tráfico?
Sim: □ Não: □
9. Você teve envolvimento com outros atos infracionais?
Sim: □ Não: □
Se sim, quais?_________________________ Quantas vezes?_______________
10. Já cumpriu outra medida socioeducativa?
61
11. Como está sendo pagar a medida socioeducativa privativa de liberdade? (marque quantas
opções forem necessárias)
18. Você acha que terá boas oportunidades após sair da instituição (estudo, trabalho,
família,...)?
19. Como você acha que será sua vida após sair do IASES? (marque quantas opções achar
necessárias)
Nome:_____________________________________________________________________
Data de nascimento:________________
Aceitei participar desta pesquisa por minha própria vontade, sem receber qualquer
incentivo financeiro, com a finalidade exclusiva de colaborar para o sucesso do estudo. Fui
informado de seus objetivos acadêmicos, que, em linhas gerais, dizem respeito à percepção
dos adolescentes que cumprem medida socioeducativa no Instituto de Atendimento
Socioeducativo do Espírito Santo e de seus responsáveis quanto à medida socioeducativa que
os adolescentes vêm cumprindo e sua infração.
Fui esclarecido(a) de que o estudo segue padrões éticos quanto à realização de
pesquisa com seres humanos e que o risco para os participante é um possível constrangimento
ao responder as perguntas de uma entrevista semiestruturada que terá seu áudio gravado.
Também fui informado que será mantido completo sigilo das informações coletadas pelos
pesquisadores, de forma a não me identificar como participante, respeitando assim a minha
privacidade.
Estou ciente de que participarei de uma entrevista após a minha autorização mediante
a assinatura deste documento. Fui informado (a), ainda, que os resultados da pesquisa poderão
ser divulgados em congressos e periódicos especializados, contribuindo, assim, para a
ampliação do conhecimento a respeito do tema investigado.
Estou ciente, por fim, da liberdade e do direito que possuo de poder desistir de
participar da pesquisa, a qualquer momento, sem prejuízo ou risco de sofrer quaisquer sanções
ou constrangimentos.
_________________________________ _______________________________
Participante/ Responsável Responsável pela pesquisa
(assinatura ou impressão digital, em caso
de o participante não saber escrever)
Nome: _____________________________________________________________________
Eu, __________________________________________________________, ao me
considerar devidamente informado(a) e esclarecido(a) sobre o conteúdo deste Termo de
Consentimento e da pesquisa a ele vinculada, expresso livremente meu consentimento de
que ______________________________________________________________________
participe deste estudo. Assim, assino o Termo de Consentimento em duas vias.
_________________________________ _______________________________
Participante Responsável pela pesquisa
(assinatura ou impressão digital, em caso
de o participante não saber escrever)
Vitória, _____ de ____________ de 2016.
65
Nome:_____________________________________________________________________
Data de nascimento:________________
Aceitei participar desta pesquisa por minha própria vontade, sem receber qualquer
incentivo financeiro, com a finalidade exclusiva de colaborar para o sucesso do estudo. Fui
informado de seus objetivos acadêmicos, que, em linhas gerais, dizem respeito à percepção
dos adolescentes que cumprem medida socioeducativa no Instituto de Atendimento
Socioeducativo do Espírito Santo e de seus responsáveis quanto à medida socioeducativa que
os adolescentes vêm cumprindo e sua infração.
Fui esclarecido(a) de que o estudo segue padrões éticos quanto à realização de
pesquisa com seres humanos e que o risco para os participante é um possível constrangimento
ao responder as perguntas de uma entrevista semiestruturada que terá seu áudio gravado.
Também fui informado que será mantido completo sigilo das informações coletadas pelos
pesquisadores, de forma a não me identificar como participante, respeitando assim a minha
privacidade.
Estou ciente de que participarei de uma entrevista após a minha autorização mediante
a assinatura deste documento. Fui informado (a), ainda, que os resultados da pesquisa poderão
ser divulgados em congressos e periódicos especializados, contribuindo, assim, para a
ampliação do conhecimento a respeito do tema investigado.
Estou ciente, por fim, da liberdade e do direito que possuo de poder desistir de
participar da pesquisa, a qualquer momento, sem prejuízo ou risco de sofrer quaisquer
punições ou constrangimentos.
_________________________________ _______________________________
Participante Responsável pela pesquisa
(assinatura ou impressão digital, em caso
de o participante não saber escrever)