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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA

THIARA FERREIRA POTRATZ

PROCESSO DE HABILITAÇÃO PARA POMERANOS NA CIDADE DE SANTA


MARIA DE JETIBÁ/ES

VITÓRIA – ES
2015
THIARA FERREIRA POTRATZ

PROCESSO DE HABILITAÇÃO PARA POMERANOS NA CIDADE DE SANTA


MARIA DE JETIBÁ/ES

Monografia apresentada como pré-requisito parcial


para a obtenção do título de Especialista em
Psicologia do Trânsito junto ao Centro Universitário
de Caratinga.
Orientador(a): Michelle Gergen

VITÓRIA – ES
2015
DEDICATÓRIA

A todos aqueles que de alguma forma


estiveram e estão próximos de mim, fazendo
esta vida valer cada vez mais a pena e
acreditando sempre em mim.
AGRADECIMENTOS

Ao concluir esta etapa, lembro-me de algumas pessoas a quem ressalto


reconhecimento, pois, esta conquista concretiza-se com a contribuição de cada uma
delas, seja direta ou indiretamente.

Em primeiro lugar agradeço a Deus, que me mantém em pé todos os dias da minha


vida. Sem Ele, não estaria aqui.

À minha família que, de alguma forma, incentivaram-me na constante busca pelo


conhecimento. Em especial aos meus pais Zilá e Helmar, a minha avó Guerda, por
me apresentar a simplicidade e o gosto pela vida, inculcando valores sem os quais
jamais teria me tornado pessoa, buscando de fato todos os dias, ser mais humana e
sensível às necessidades dos outros.

A minha amiga Rhayanna, que é grande parte da minha fonte de forças nesta longa
trajetória de vida, permanecendo sempre presente na partilha de minhas conquistas
e frustrações.
RESUMO

Esta pesquisa procura investigar quais são as dificuldades dos descendentes de


pomeranos no processo de habilitação de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no
município de Santa Maria de Jetibá, que fica no interior do Estado do Espírito Santo.
Foi utilizado o método qualitativo exploratório para entrevistar os participantes da
pesquisa que tivessem acima de 18 anos, que fossem descendentes de pomeranos
e que residissem no município de estudo e duas psicólogas de uma Clínica
Credenciada ao Detran. A análise das 10 entrevistas realizadas com os pomeranos
e as duas com as psicólogas, permitiu concluir que os pomeranos encontram
dificuldades para compreender o que lhe foi perguntado ou dito, tanto nos testes
psicológicos quanto na prova escrita, e a falta de escolaridade, de não saber
escrever e ler bem o português, assim, fazendo com que não procurem o serviço
para a obtenção de CNH.

Palavras Chave: Pomeranos, Processo de Habilitação, Carteira Nacional de


Habilitação.
ABSTRACT

This research investigates what are the difficulties of Pomeranian descendents in the
National Driver's License enable process (CNH) in the municipality of Santa Maria de
Jetibá, which is in the state of Espirito Santo. It used the exploratory qualitative
method to interview survey participants who had over 18 years, it was the descen-
dants of Pomeranians and resided in the study county and two psychologists of Ac-
credited Clinics to Detran. The analysis of 10 interviews with the Pomeranians and
the two with the psychologists, concluded that the Pomeranians find it difficult to un-
derstand what was asked or told, both psychological tests and in written test, and the
lack of education, not knowing how to write and read Portuguese well, thus causing
not seek the service to obtain CNH.

Key-words: Pomeranians, Enabling Process, National Driver's License.


LISTA DE ABREVIATURAS
ACC Autorização para Conduzir Ciclomotor
CONTRAN Conselho Nacional de Trânsito
CNH Carteira Nacional de Habilitação
CPF Cadastro de Pessoa Física
CTB Código de Trânsito Brasileiro
DENATRAN Departamento Nacional de Trânsito
RG Identidade
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................10

1.1. Justificativa......................................................................................................................10

1.2. Objetivos..........................................................................................................................11

1.2.1. Objetivo Geral.............................................................................................................11

1.2.2. Objetivo Específico.....................................................................................................12

1.3. Metodologia....................................................................................................................12

1.3.1. Participantes................................................................................................................13

1.3.2. Instrumentos................................................................................................................13

1.3.3. Questões Éticas..........................................................................................................13

1.3.4 Critérios de Análise.....................................................................................................14

1.4. Estrutura da Monografia...............................................................................................14

2. POMERANOS....................................................................................................................16

2.1. Pomeranos no Brasil e no Espírito Santo..................................................................17

3. PROCESSO DE HABILITAÇÃO DE CNH DE ACORDO COM O CTB...................20

4. RESULTADOS..................................................................................................................23

4.1. Entrevista com os Pomeranos.....................................................................................23

4.1.1. Língua Pomerana e o Português.............................................................................23

4.1.2. Escolaridade................................................................................................................23

4.1.3. Direção X Carteira Nacional de Habilitação e o Processo de Habilitação........23

4.1.4. Dificuldades no Processo de Habilitação...............................................................24

4.2. Entrevista com as Psicólogas......................................................................................24

4.2.1. Nível de Escolaridade................................................................................................24


4.2.2. O pomerano e o Português.......................................................................................24

4.2.3. Dificuldades nos Testes Psicológicos dos Descendentes de Pomeranos........25

4.2.4. Processo de Habilitação e a População Bilíngue.................................................25

4.2.5. Mudança na Legislação.............................................................................................25

5. CONCLUSÃO....................................................................................................................27

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................28

APÊNDICES

Apêndice A – Termo de consentimento.............................................................................30

Apêndice B – Questionário Pomeranos.............................................................................31

Apêndice C – Entrevista Semiestruturada Psicólogas....................................................32

(Thiara, vamos ter que utilizar o modelo de sumário abaixo. Gentileza, adequar,
mantendo a formatação abaixo, tamanho e espaço)
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................... 9
1.1. Justificativa........................................................................................................................... 10
1.2. Objetivos............................................................................................................................... 11
1.3. Metodologia.......................................................................................................................... 12
1.4. Estrutura da Monografia........................................................................................................ 12
2. (CAPÍTULOS)................................................................................................................................... 13
2.1. (Subcapítulos)....................................................................................................................... 13
3. (CAPÍTULOS)................................................................................................................................... 15
4. (CAPÍTULOS)................................................................................................................................... 13
4.1. (Subcapítulos)....................................................................................................................... 13
4.1. (Subcapítulos)....................................................................................................................... 13
4.1. (Subcapítulos)....................................................................................................................... 13
4.1. (Subcapítulos)....................................................................................................................... 13

5. CONCLUSÃO................................................................................................................................... 16
REFERÊNCIAS................................................................................................................................ 17
APÊNDICES......................................................................................................................................... 19

ANEXOS.............................................................................................................................................. 20
10

1. INTRODUÇÃO

Os pomeranos são um grupo étnico germano-eslavo imigrado para o Espírito


Santo e outros estados brasileiros (JACOB, 1992). Considerando os movimentos de
chegada desses imigrantes pomeranos, Santa Maria de Jetibá foi a cidade que
nasceu das mãos de imigrantes pomeranos e, por isso, apresenta características
étnicas tão específicas e tão visíveis em contrastes com outros municípios do estado
do Espírito Santo. (SILLER, 2011).

A cidade de Santa Maria de Jetibá é um centro comercial importante e tem


também uma forte movimentação de cargas do agronegócio. A frota de veículos vem
crescendo e precisando de melhorias no trânsito, ou seja, mais qualidade de vida e
segurança para pedestres, motoristas, motociclistas, ciclistas e mais eficiência para
o comércio, turismo e logística do agronegócio no município.

Diante disso, o presente trabalho vem levantar questões a respeito do


processo de habilitação de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para
esses imigrantes que trouxeram consigo suas vivências, valores, costumes,
religiões, línguas e as culturas das sociedades de origem, o que acabou por alterar a
composição étnica da população, transformando-a em multiétnica e pluricultural.
(SILLER,2011).

1.1. Justificativa

Santa Maria de Jetibá é um dos lugares para onde esses pomeranos


imigraram, na segunda metade do século XIX, mantendo muitos dos seus costumes
e cultura, principalmente a língua pomerana. O presente trabalho traz a importância
11

de entender o processo de habilitação de CNH (Carteira Nacional de Habilitação)


para os pomeranos, por ser um município bilíngue e por se tratar de uma outra etnia.

Além disso, este estudo poderá contribuir para uma melhoria para o trânsito
do município, pois com novas resoluções e talvez uma possibilidade de uma
emenda na legislação para essa população vai fazer com que eles entendam melhor
as leis do trânsito e poderão respeitá-las.

Diante do exposto, vieram-me vários questionamentos a qual me motivaram a


pesquisar sobre o tema.

O que esses pomeranos fazem já que não falam ou não compreendem muito
bem o português? Quais são suas dificuldades no processo de habilitação? Dirigem
sem carteira? E até que ponto tem que ser pensando na mudança da legislação
para esse tipo população?

Esses questionamentos são importantes tanto para o nível acadêmico quanto


para os profissionais da área, pois nunca foi apresentada alguma pesquisa com
esse tema, pensando na população que é bilíngue no Brasil. E, para os profissionais
da área de trânsito, é importante pensar no processo de habilitação para essa
população, e o que poderia ser modificado, tanto em questão de testes quanto em
questão das provas de conhecimento da legislação.
12

1.2. Objetivos

1.2.1. Objetivo Geral

Investigar o processo de habilitação para pomeranos que não falam o


português na cidade de Santa Maria de Jetibá.

1.2.2. Objetivos Específicos

 Apresentar a história e a evolução dos pomeranos na cidade de Santa


Maria de Jetibá;
 Apresentar a legislação vigente do Código de Trânsito Brasileiro (CTB)
para o processo de habilitação;
 Apontar quais as principais dificuldades por parte dos pomeranos no
processo de habilitação em Santa Maria de Jetibá.

1.3. Metodologia

Para atender o objetivo proposto, a pesquisa teve como método um estudo


qualitativo, que segundo Minayo (2001), trabalha com o universo de significados,
motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço
mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser
reduzidos à operacionalização de variáveis.
13

Classifica-se também como uma pesquisa exploratória, que segundo Gil


(2010), têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com
vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.

1.3.1. Participantes

A pesquisa foi realizada com as psicólogas da Pommer Clínica do município


de Santa Maria de Jetibá, interior do Espírito Santo e com dez descendentes de
pomeranos com idade acima de 18 anos.
14

1.3.2. Instrumentos

Os pomeranos e as psicólogas que aceitaram a participar da pesquisa


assinaram um Termo de Consentimento (Apêndice A) que descreve os objetivos e a
utilização dos dados em trabalhos científicos. Além disso, foi aplicado um
questionário (Apêndice B) para os pomeranos e uma entrevista semiestruturadas
para as psicólogas da Clínica (Apêndice C).

1.3.3. Questões Éticas

O presente trabalho envolve a participação de seres humanos, que teve a


preocupação de zelar pelos direitos, bem-estar e pela dignidade dos participantes,
baseando nas normas referentes à Resolução nº 466/12, de 12 de dezembro de
2012, do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996) e na Resolução nº 016/2000,
de 20 de dezembro de 2002, do Conselho Federal de Psicologia (Brasil, 2000).

Para realizar as entrevistas, foram esclarecidas as informações do objetivo e


metodologia do trabalho, os participantes que aceitaram participar espontaneamente
da pesquisa, firmaram a autorização por meio da assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
15

1.3.4. Critérios de Análise

O estudo teve como procedimento qualitativo preservando as amplas


percepções e opiniões das Psicólogas e dos descendentes de pomeranos acerca do
processo de habilitação de CNH.

1.4. Estrutura da Monografia

O atual projeto de pesquisa aborda questões a respeito das dificuldades dos


descendentes de pomeranos no processo de habilitação de CNH no município de
Santa Maria de Jetibá.

Primeiramente serão abordados aspectos principais do pomerano, dividindo


em duas partes: 2. Pomeranos, quem são eles, de onde vieram e porque essa etnia
veio para o Brasil, ou seja, qual a história dessa população antes de chegar ao
Estado do Espírito Santo e como estão até hoje preservando muito de sua cultura.

E em seguida sobre o 3. Processo de habilitação de CNH de acordo com o


Código de Trânsito Brasileiro, onde será descrito por lei o que o sujeito deverá fazer
para conseguir a obtenção da CNH, tanto para primeira habilitação, quanto para
mudança de categoria.

Por último e não menos importante, 4. Resultados apresentados a partir de


uma tematização geral do material transcrito das entrevistas procurou-se preservar
as amplas percepções, opiniões e sentimentos dos descendentes de pomeranos e
das psicólogas.
16

Já no último capítulo serão abordadas as conclusões e qual a relevância que


o trabalho trouxe tanto para o meio acadêmico quanto para o profissional, e também
o que pode ser pensado para melhorar no processo de habilitação de CNH para
esse tipo de etnia.
17

2. POMERANOS

Os Pommerer, como são chamados os pomeranos em língua pomerana,


formam um grupo étnico descendente de tribos eslavas e germânicas que vivem na
região histórica da Pomerânia, situada ao longo da costa do Mar Báltico, atualmente
entre a Alemanha e a Polônia, conhecida hoje como Pomerânia Oriental. Os
pomeranos falam a língua pomerana, uma língua baixo-saxônica. (JACOB, 1992).

Todo esse processo de “germanização” da Pomerânia se efetuou do ano de


1128 até o ano de 1400, com o surgimento de muitas cidades. A população
pomerana logo começou a copiar dos alemães, iniciando assim um processo de
interiorização da cultura alemã, finalmente assumindo-a quase totalmente.
(ROELKE,1996).

Alguns anos depois, os suecos, irmãos de fé, desembarcaram suas tropas em


terras pomeranas. O que a princípio parecia ser um alívio, logo se tornou um
pesadelo, pois os suecos agiram da mesma forma que as tropas imperiais.
Cobrando o seu sustento da população e levando a Pomerânia à ruína. Como se
isso não bastasse, as tropas imperiais tentaram reconquistar o solo pomerano e
muitos da população pomerana acabaram morrendo em razão dessa guerra.
(ROELKE, 1996).

Na segunda metade do século XIX aconteceu à unificação alemã, e a


população da província Pomerânia continuava em meio à disputa por conquistas
territoriais, entre a Alemanha e países vizinhos. Nesta mesma época a Europa
passava pelo processo de industrialização e tem-se o surgimento da máquina a
vapor, que começou a substituir a mão-de- obra dos pomeranos, na sua maioria
eram diaristas que trabalhavam para grandes latifúndios. A modernização gerou
desemprego e miséria, deixando esse povo sem novas perspectivas para a
permanência em sua terra natal (ROELKE,1996).
18

Acredita-se que a partir dessa realidade, as condições desfavoráveis para a


preservação de um modo de vida predominantemente agrícola dos pomeranos
contribuíram para os movimentos migratórios na Europa e principalmente de
imigração rumo aos novos continentes. O Brasil foi um dos destinos dos pomeranos
descontentes com as condições impostas pelo desenvolvimento industrial europeu e
o clima foi um aspecto importante para essa escolha onde se teria a possibilidade de
reproduzir o ambiente original.

A seguir, aborda-se a chegada e instalação das comunidades pomeranas em


terras brasileiras e em solo espírito-santense.

2.1. Pomeranos no Brasil e no Espírito Santo

O Brasil, a partir da segunda metade do século XIX, necessitava substituir a


mão de obra escrava bem como colonizar as regiões despovoadas, como Espírito
Santo e os Estados do Sul do Brasil. Dessa forma, a imigração adequava-se ao
projeto político brasileiro (JACOB, 2010).

A política de imigração e de colonização de regiões do Brasil com pessoas


vindas de alguns países da Europa tinha por objetivo mudar o quadro populacional
do Brasil. A grande maioria da população era negra e com a política da imigração
pretendia-se branquear a raça, ou seja, aumentar a população branca (GAEDE,
2011).

De acordo com Roelke (1996), os primeiros pomeranos que vieram para o


Brasil, foram desembarcados no porto de Vitória, no Estado do Espírito Santo, no
ano de 1859, eles vieram em busca de melhores condições de vida e estavam em
busca da “Terra Prometida”.
19

Segundo Gaede (2011), o Governo da Província do Espírito Santo começou a


espalhar, em países da Europa, uma grande quantidade de propaganda, convidando
famílias a emigrarem para o Espírito Santo, prometendo transporte, assentamento e
a alimentação das famílias, que seriam organizados e pagos pelo governo brasileiro,
ou seja, os colonos receberiam comida, casa, terra, ferramentas e outros recursos
necessários nos primeiros anos. Porém a realidade foi totalmente contrária, uma vez
que as famílias passaram por dificuldades, havendo assim, fome e falta de
assistência em todos os sentidos. Muitos morreram e outros queriam voltar, mas não
tinham recursos para que isso ocorresse.

Por determinação Imperial, os pioneiros chegaram a Porto Cachoeiro de


Santa Leopoldina, em plena selva da Província de Espírito Santo. A região se
localizava em meio a montanhas e vales de difícil acesso, em que o cultivo de terras
nunca antes habitadas e o clima inóspito, certamente lhes trariam muitas
dificuldades (SIELBEL, 2010).

Esses imigrantes foram se localizando no altiplano de Jequitibá, hoje Santa


Maria de Jetibá, estendendo-se até a divisa, dos municípios de Afonso Cláudio,
Domingos Martins, Itaguaçu, Itarana e Santa Teresa. Essa grande extensão
territorial pertencia a Colônia Santa Leopoldina (SCHAWARZ,1993).

Nessas paragens, principalmente em Santa Leopoldina, que em 1988 deu


origem a Santa Maria de Jetibá, os pomeranos preservaram muito daquilo que
trouxeram com relação a sua cultura, e até hoje tem-se uma preservação desta
cultura, principalmente, a língua pomerana, que atualmente é falada apenas aqui no
Brasil nos estados do Espírito Santo, Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
(TRESMANN, 2002).

Porém, desde a época da colonização, a língua pomerana e seus falantes


nesse município sofrem preconceitos e são objeto de uma visão estereotipada, na
medida em que a escola não abre espaço para que os alunos pudessem expressar-
se também na sua língua materna. Essa postura adotada pela escola foi reflexo da
política de nacionalização do governo de Getúlio Vargas, que proibiu o uso das
20

assim chamadas “línguas estrangeiras”, como a língua pomerana e alemã nas


igrejas e nas repartições públicas. (SOARES,1997).

Observa-se que em Santa Maria de Jetibá, atualmente a maioria da


população fala o pomerano no seu dia-a-dia, como por exemplo: em casa com seus
familiares, no comércio (hoje, procura-se contratar funcionários que falem o
pomerano), na igreja (tendo culto em pomerano/alemão e em português), porém isso
é mais comum na zona rural, uma vez que na zona urbana o português é o mais
falado. As crianças na zona rural aprendem logo cedo o pomerano, já que a família
quase não tem contato com o português, elas só passam a aprender na escola. Hoje
acontecem aulas de língua pomerana nas escolas através do Programa de
Educação Escolar Pomerana (PROEPO).
21

3. PROCESSO DE HABILITAÇÃO DE CNH DE ACORDO


COM O CTB

A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é extraída pelo DENATRAN


(Departamento Nacional de Trânsito), atestando que o cidadão brasileiro está apto a
conduzir veículos, que é dividia em categorias de acordo com o tipo de veículo que o
condutor está habilitado. O porte é obrigatório para quem está dirigindo (BRASIL,
1997; FERREIRA, 2013).

O processo de habilitação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é


descrito pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e pela Resolução n° 168, de 14 de
dezembro de 2004 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) que estabelece
normas e procedimentos para a formação de condutores. De acordo com Art.140 do
CTB (BRASIL,1997) :

Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e elétrico será


apurada por meio de exames que deverão ser realizados junto ao órgão ou
entidade executivos do Estado ou do Distrito Federal, do domicílio ou
residência do candidato, ou na sede estadual ou distrital do próprio órgão,
devendo o condutor preencher os seguintes requisitos:
I - ser penalmente imputável;
II - saber ler e escrever;
III - possuir Carteira de Identidade;
IV – possuir Cadastro de Pessoa Física (CPF) (BRASIL,1997).

Ainda de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em seu Art. 143,
pode-se classificar as categorias da habilitação às quais são pertinentes para tal
pesquisa.

I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas, com


ou sem carro lateral;
II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não abrangido pela
categoria A, cujo peso bruto total não exceda a três mil e quinhentos
quilogramas e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do
motorista;
22

III - Categoria C - condutor de veículo motorizado utilizado em transporte de


carga, cujo peso bruto total exceda a três mil e quinhentos quilogramas;
IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado utilizado no transporte de
passageiros, cuja lotação exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
V - Categoria E - condutor de combinação de veículos em que a unidade
tratora se enquadre nas Categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada,
reboque, semirreboque ou articulada, tenha seis mil quilogramas ou mais
peso bruto total, ou cuja lotação exceda a oito lugares, ou, ainda, seja
enquadrado na categoria trailer.
§ 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá estar habilitado no
mínimo há um ano na categoria B e não ter cometido nenhuma infração
grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infrações médias, durante os
últimos doze meses.
§ 2º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da combinação de
veículos com mais de uma unidade tracionada, independentemente da
capacidade de tração ou do peso bruto total. (BRASIL,1997)

As categorias A e B são as categorias iniciais, para a obtenção de uma


CNHC, o condutor deve antes possuir uma da categoria B, da mesma forma que um
condutor deve possuir uma CNH C antes de obter uma das categorias D ou E, salvo
se o candidato já possuir a categoria B há pelo menos 2 anos, neste caso ele poderá
se habilitar na categoria D (BRASIL, 1997; FERREIRA, 2013).

Segundo o Art. 147 do CTB e o Art. 3 da Resolução nº 168/04 do CONTRAN,


para o candidato ter a Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC) e da CNH,
deverá realizar uma Avaliação Psicológica; exame de aptidão física e mental; exame
escrito a respeito da legislação de trânsito (Teórico-técnico) e também exame de
Prática de Direção Veicular. (BRASIL, 1997; CONTRAN, 2004).

Sendo que o exame de aptidão física e mental é preliminar e renovável a


cada cinco anos, ou a cada três anos para motoristas a cima de sessenta e cinco
anos de idade, mas só será exigido no momento da obtenção da ACC e da CNH; da
renovação; na adição e mudança de categoria e substituição do documento de
habilitação obtido em outro país. Porém, o motorista que exerce atividade
remunerada ao veículo, aos candidatos a primeira habilitação, e aos que vão
substituir a habilitação obtido em outro país e/ou por solicitação do perito
examinador, deverão submeter a avaliação psicológica. (BRASIL, 1997; CONTRAN,
2004).
23

Para aprimorar a seleção dos candidatos à CNH, o CONTRAN, no uso de


suas atribuições legais, instituiu, em 15 de fevereiro de 2008, a Resolução nº 267/08,
que dispõe sobre o exame de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o
credenciamento das entidades públicas e privadas. Seu objetivo é padronizar os
procedimentos da área da saúde relacionados ao sistema trânsito, determinando, de
forma clara e precisa, os procedimentos médicos e psicológicos a serem adotados
pelos profissionais que atuam nas respectivas áreas, em que são peritos
credenciados junto ao Departamento Estadual de Trânsito. (BRAGA; KRUG, 2013;
CONTRAN,2008).

Segundo o Art. 11 da Resolução nº 168/04:

O candidato à obtenção da ACC ou da CNH, após a conclusão do curso de


formação, será submetido a Exame Teórico-técnico, constituído de prova
convencional ou eletrônica de no mínimo 30 (trinta) questões, incluindo todo
o conteúdo programático, proporcional à carga horária de cada disciplina,
organizado de forma individual, única e sigilosa, devendo obter
aproveitamento de, no mínimo, 70% (setenta por cento) de acertos para
aprovação. (CONTRAN.2004)

Assim, o presente trabalho tem como objetivo investigar quais as dificuldades


dos pomeranos no processo de habilitação para obtenção de CNH. Levando em
consideração a falta de estudos realizados na área da Psicologia do Trânsito.
24

4.RESULTADOS

As percepções dos entrevistados foram analisadas e compostas por 4 temas


principais que orientaram a entrevista dos pomeranos e 5 temas das psicólogas.

4.1. Entrevista com os Pomeranos

4.1.1. Língua Pomerana e o Português

Os participantes relataram que falam tanto o pomerano quanto o português,


mas quando perguntados se leem e escrevem bem o português alguns responderam
que sim, alegando um pouco de dificuldade tanto na escrita, quanto na leitura e
outros responderam que não.

4.1.2. Escolaridade

Os entrevistados ao serem perguntados qual o nível de escolaridade, a


maioria respondeu 4° série do Ensino Fundamental. Apenas um que está “1° ano do
Segundo Grau” (part7); “5° série do Ensino fundamental” (part9); “1° série do Ensino
Fundamental” (part10). (FALA DOS PARTICIPANTES)
25

4.1.3. Direção X Carteira Nacional de Habilitação e o Processo de


Habilitação

Nesse tema foram perguntados se dirigem, todosresponderam que sim.


Porém ao serem perguntados se possuem Carteira Nacional de Habilitação a
maioria respondeu que não. Apenas um relatou que “estou tirando, mas as
perguntas são difíceis de entender” (part1) e outro relata que tentou mais desistiu
“não sei ler direito e fiquei com dificuldade para entender as perguntas né?!” (part2).

4.1.4. Dificuldades no Processo de Habilitação

Ao serem perguntados o porquê de não procurarem o serviço para a


obtenção de CNH e quais dificuldades que acham que teriam no processo de
habilitação, alguns participantes alegam não ter procurado o serviço por conta da
condição financeira e outros pela dificuldade de compreensão das perguntas.

“Teria dificuldade de ler e escrever, em entender os testes e na prova


escrita” (part3);

“Medo dos testes psicológicos e o medo de dirigir” (part4);

“Dificuldade de memorizar” (part5);

“Não sei lê e não entendo muito bem o português. Sei quando dirijo o que
as placas significam” (part6);

“Acho que terei dificuldade” (part7);

“Medo do teste e de ser difícil e decorar as coisas” (part8);

“Dificuldade de decorar” (part9);

“Porque não sei lê e nem escrever” (part10). (FALA DOS PARTICIPANTES)


26

Importante ressaltar que foi preciso alguém explicar em pomerano para


alguns participantes que não conseguiram compreender as perguntas da entrevista.

4.2. Entrevista com as Psicólogas

4.2.1. Nível de Escolaridade

Na percepção das psicólogas, os pomeranos que estão no processo de


habilitação e/ou renovação tem o nível de escolaridade até o fundamental.

“A maior parte dos candidatos que chegam a clínica, para fazer o exame
psicológico tem escolaridade muito baixa. Uma média de 75% a 80% dos
candidatos possuem ensino fundamental incompleto.” (psic2). (RESPOSTA
DA PSICOLOGA)

4.2.2. O Pomerano e o Português

Foi perguntado às psicólogas se muitos descendentes de pomeranos não


sabem ler, falar ou compreender o português, ambas respondem que não, porém
diferem na justificativa.

“Existem muitos analfabetos funcionais. Assinam o nome, sabem ler e


escrevem com dificuldade ortográficas.” (psic1)

“Todos os candidatos que chegam a clínica falam Português. Alguns não


sabem ler com perfeição, porém, acredito essa questão está ligada a baixa
escolaridade. ” (psic2) (RESPOSTA DAS PSICOLOGAS)
27

4.2.3. Dificuldades nos Testes Psicológicos dos Descendentes de


Pomeranos

Foi perguntado se elas percebem alguma dificuldade dos descendentes de


pomeranos na realização dos testes psicológicos e quais dificuldades seriam essas.
Responderam que percebem:

“Uma insegurança, um temor aos testes, uma ansiedade. Justificam a


dificuldade alegando baixa escolaridade. Ficam inseguros. Relatam que são
acostumados no cotidiano a lidar com a enxada e não com o lápis.”(psic1)

“Normalmente eles compreendem bem a explicação dos testes. Os


candidatos mais velhos é que apresentam mais dificuldades na
compreensão dos testes. Alguns não assimilam bem a explicação, porém,
não posso afirmar se a causa é a baixa escolaridade ou se o fato da
população ser bilíngue tem mais peso neste aspecto.” (psic2) (RESPOSTA
DAS PSICOLOGAS)

4.2.4. Processo de Habilitação e a População Bilíngue

Questionadas se acreditam que por serem uma população bilíngue se isso


dificulta no processo de habilitação.

“Nunca tive problemas com a questão de serem bilíngues. A maioria


consegue compreender as instruções dos testes.” (psic1).

“Acredito que a população mais velha tenha um pouco mais de dificuldade


nesse aspecto, pois, percebo que eles usam mais esse "dialeto" pomerano
quando comparado aos mais jovens.” (psic2) (RESPOSTA DAS
PSICOLOGAS)
28

4.2.5. Mudança na Legislação

Foram perguntadas se sugerem alguma mudança na legislação ou outra


sugestão para este tipo de população, e responderam:

“Talvez uma bateria de testes mais adequada à realidade deles” (psic1) , a


outra psicóloga já teve outra visão acreditando “ que faz-se necessário um
estudo mais aprofundado nesta área, pois, só assim se pode compreender
melhor se mudanças são necessárias e quais os pontos mais relevantes a
serem modificados.” (psic2) (RESPOSTA DAS PSICOLOGAS)

Pode-se verificar que as dificuldades apresentadas foram a não compreensão


das perguntas em português e até mesmo a falta de estudos. É perceptível que por
conta disso, a maioria dos pomeranos não procuram o serviço e dirigem sem
habilitação.
29

5. CONCLUSÃO

A pesquisa proposta teve como objetivo realizar uma investigação qualitativa


a fim de identificar quais as dificuldades dos pomeranos no processo de habilitação
para obtenção de CNH.

O município de Santa Maria de Jetibá criou a Lei n° 1136, de 26 de junho de


2009, que institui a co-oficialização da língua pomerana no município, onde obriga o
município de acordo com o Art.2°:

I - a manter os atendimentos ao público, nos órgãos da administração


municipal, na língua oficial (língua portuguesa) e na língua co-oficializada;

II - produzir a documentação pública, as campanhas publicitárias,


institucionais, os avisos, as placas indicativas de ruas, praças e prédios
públicos e as comunicações de interesse público, na língua oficial e na
língua co-oficializada;

III - incentivar o aprendizado e o uso da língua pomerana, nas escolas e nos


meios de comunicação. (SANTA MARIA DE JETIBÁ,2009)

Não se teve o objetivo de esgotar o assunto, mas de fornecer uma


contribuição para o entendimento dessa etnia tão pouco estudada. Aponta-se,
assim, a necessidade de maiores investigações em certo conjunto de elementos,
como por exemplo, mais estudos sobre como pomeranos e o trânsito.

Assim sendo, por ser um tema de pouco estudo, principalmente na área de


psicologia, indicam-se mais estudos quantitativos e qualitativos a respeito do tema,
com objetivo de confirmar e até mesmo contrapor os dados. A partir desses estudos,
poder-se-ia propor uma nova possibilidade de legislação para tal população? Ou até
mesmo uma adaptação dos testes psicológicos?
30

REFERÊNCIAS

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<http://www.denatran.gov.br/legislacao.html>. Acesso em: 15 de março 2015.

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2004. Estabelece normas e procedimentos para a formação de condutores.
Disponível em:
<http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/resolucao168_04.doc>. Acesso
em: 15 de março 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução n° 016, de 09 de dezembro de 2000.


Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos.
Brasília, 2000. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/>. Acesso em: 03 de
março 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução n° 466, de 12 de dezembro de 2012.


Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos.
Brasília, 2012. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/>. Acesso em: 03 de
março 2015.

BRAGA, G.C.; KRUG, S.J. Instrumentos psicológicos para a avaliação do


processo da tomada de informação dos candidatos à obtenção da Carteira
Nacional de Habilitação (CNH).2013. Disponível
em:<https://psicologia.faccat.br/blog/wp-content/uploads/2013/11/Camila-
Genari.pdf>. Acesso em: 07 de abril 2015.

FERREIRA, S.T. R. Testes psicológicos para renovação da Carteira Nacional de


Habilitação para exercício de atividades remuneradas. Maceió, 2011.

GAEDE, E. Racha Pau: a trajetória de famílias pomeranas e alemãs da Europa a


Minas Gerais. Nova Venécia: Cricaré, 2011.

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 2010.

JACOB, J. K. A imigração e aspectos da cultura pomerana no Espírito Santo.


Vitória: Departamento Estadual de Cultura, 1992.

MINAYO, M. C. S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Rio de


Janeiro: Vozes, 2001.

ROELKE, Helmar Reinhard. Descobrindo raízes: aspectos geográficos,


históricos e culturais da Pomerânia. Vitória: UFES, 1996.
31

SANTA MARIA DE JETIBÁ. (2009). Lei N°1136, de 26 de junho de 2009.

SCHWARZ, F. O município de Santa Maria de Jetibá: o município mais


pomerano do Espírito Santo. Santa Maria de Jetibá: Copisol, 1993.

SEIBEL, I. Imigrante no século do isolamento/ 1870 - 1970. São Leopoldo: Traço


Produções Gráficas, 2010.

SILLER, R. R. Infâncias, Educação Infantil, Migrações. 2011. 245 f. Tese


(Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação da Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, 2011.

SOARES, R. Spini Nei Fiori: a “nacionalização” das escolas dos imigrantes no


Espírito Santo, na era Vargas. Vitória: Darwin, 1997.

TRESSMANN, I. (2002). Da sala de estar à sala de baile: estudo etnolinguístico


das comunidades camponesas do estado do Espírito Santo. 2002, Tese de
Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

.
32

APÊNDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


PARA PARTICIPAÇÃO EM PESQUISA

Título da Pesquisa: Processo De Habilitação Para Pomeranos Na Cidade de Santa


Maria de Jetibá.
Pesquisadora: Thiara Ferreira Potratz
Telefones para contato: (27) 999822777

Informações sobre a(o) participante:

Nome:______________________________________________________________

Data de nascimento:________________

Aceitei participar desta pesquisa por minha própria vontade, sem receber
qualquer incentivo financeiro, com a finalidade exclusiva de colaborar para o
sucesso do estudo. Fui informado de seus objetivos acadêmicos, que, em linhas
gerais, dizem respeito ao processo de habilitação para pomeranos na cidade de
Santa Maria de Jetibá no estado do Espírito Santo.
Foi esclarecido (a) de que o estudo segue padrões éticos, sobre a realização
de pesquisa em Psicologia com seres humanos, e que não apresenta riscos para os
participantes, além de manter o completo sigilo das informações coletadas, de forma
a não identificar o respondente, respeitando assim a sua privacidade. Estou ciente
de que participarei de uma entrevista que será gravada em áudio, após a minha
autorização mediante a assinatura deste documento. Fui informado (a), ainda, que
os resultados da pesquisa poderão ser divulgados em congressos e periódicos
especializados, contribuindo, assim, para a ampliação do conhecimento a respeito
do tema investigado.
Estou ciente, por fim, da liberdade e do direito que possuo de poder desistir
de participar da pesquisa, a qualquer momento, sem prejuízo ou risco de sofrer
quaisquer sanções ou constrangimentos.
Eu, __________________________________________________________,
ao me considerar devidamente informado (a) e esclarecido (a) sobre o conteúdo
deste Termo de Consentimento, e da pesquisa a ele vinculada, expresso livremente
meu consentimento para participar deste estudo.
Estando, portanto, de acordo com a participação na presente pesquisa,
assinam o Termo de Consentimento em duas vias.

_________________________________ _______________________________
Participante Responsável pela pesquisa

Santa Maria de Jetibá, _____ de ____________ de 2015.


33

APÊNDICE B

QUESTIONÁRIO PARA OS POMERANOS

1. Você fala o:

Português □ Pomerano □ Português/pomerano □

2. Entende, lê e escreve bem o português?

Sim □ Não □
3. Qual o nível de escolaridade que você tem?______________________

4. Você dirige? Sim □ Não □ (item repetido)

4. Possui Carteira Nacional de Hablitação:

Sim □ Não □ Estou tirando □ Troca de categoria □


5. Você dirige? Sim □ Não □

6. Se sim, quais foram as suas dificuldades no processo de habilitação? Por quê?

7. Se estiver tirando e/ou mudando de categoria, quais as dificuldades que você


acha que vai ter nesse processo?

8. Se não, porque você não procura o serviço para a obtenção de CNH? E quais
dificuldades você acha que encontraria?
34

APÊNDICE C

ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA PSICÓLOGAS

1- Normalmente, qual o nível de escolaridade dessa etnia?

2- Você vê muitos descendentes de pomeranos que não sabem ler / falar ou


entender o português?

3- Você percebe alguma dificuldade dos descendentes de pomeranos na


realização dos testes? Quais?

4- Por ser uma população bilíngue, você acredita que isso dificulta no processo
de habilitação?

5- Você sugere alguma mudança na legislação ou outra sugestão para este tipo
de público? Por quê?

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