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~..

A FAMíLIA NO BRASIL

ANÁLISE DEMOGRÁFICA E TEND~NCIAS RECENTES

~çou;;rk.,DE_OWY..~
ELZA BERQu6

GT FAMíLLA E SOCIEDADE~I XIII Encontro Anual da Associação Nacional


de pôs-Graduação e pesquisa em Ciências Sociais, Caxambu, Minas Ge-
rais, 23 a 27 de Outubro de 1989.
A FARiLU MO BRASIL
ANÁLISE DEJIOGRÁf'ICA E 'fENDfHc1.AS RECDlTES *

Maria Coleta Oliveira*·


Elza S. Berquó·**

INTRODUÇÃO

J~ vai longe a ~poca em que a família constituia tema de segunda


classe na hierarquia de prestígio dos cientistas sociais brasilei-
ros. Os estudos de faml1ia recebem grande impulso na segunda meta-
da ~a década de 70 e proa.eguem nesta década, ampliando sua cober-
tura temporal e multiplicando-se os ângulos a partir dos qua1s o
tema ~ tratado.

Por razoes que não cabe aqui detalhar, a família brasileira tem si-
do pouco tratada na perspectiva demográfica, embora um de seus pro-
cessos dinâmicos - a fecundidade - tenha recebido considerável aten
ção por parte dos estudiosos. Não obstante, o crescente interesse
pelo tema t~m levado a resultados extremamente interessantes que a-
pontam para a necessidade de um aprofundamento da investigação a
níveis regional e local.

Uma das questões que enfrentamos ao tentarmos resumir as tendências


sobre a família brasileira é,exatamente, a diversidade __q~e muitas
vez~s se esconde por detrás de in~icadores sintéticos como sóemser
~:-
os indicadores demcg r-af'Lc
os , Além' 'disso, o r e Lat voí desconhecimen-
to, até bem pouco tempo, das caracter1sticas da vida familiar no

• -Versao em inglês deste trabalho foi apresentadaao Seminar 'Iheoriesof Fami.ly


Olangé, realizacbpelo o:mni.tteeon Family De:ography anc1LHe Cycle da
InternationalUnion of the ScientificstOOy of PqJulation (rus...t:P) ~m '!bkyo,
DezenDro de 1988.
** Pesquisadorado Núcleo de Estudos de Popul.açâo- NEPOda UNlCAMP
*** Pesquisacbrae diretora cb Núcleo de Estudos de População- NEPO da rnlCAMPe
do Centro Brasileirode Análise e P1.arejarrento
- CEBRAP.

• ,- ,.. TC.
2.

pa~sRdo levou a que, multas ve~es equivocadamente, aspectos e tra-

ços ld~ntlflcados n~ fomilia contemporânea fossem interpretados c~

mo resultados da ação poderosa de processos gerais de transforma-


çio da sociedade brasileira. Desenvolvim~nto, moderni~açio, urban1
- , aeab"'lI
zaç ao ar~ assumindo a responsabilidade pe Ia fami lia que hoje
encontramos. Nio raras ve~es, porém o avanço da investigação acaba
por situar as caracteristicas familiares do presente numa perspec-
tiva mais correta, o que permite distinguir heranças do passado de
novoS processos e fenômenos emergentes.

Neste trabalho serão reunidas as evidências disponive1s sobre a f~


milla no Brasil com especial ênfase em seus aspectos demográficos.
80bre elas procuraremos mostrar o que podemos atribuir à emergên-
cia de novas alternativas de viver face À ação dp. cond1cionnntes
de diferentes ordens, bem como o que constitui parte do universo
tradicional de soluções sociais às relações de afinidade e consan-
gUinldade no Brasil.

Neste sentido, acreditamos ser importante situar o atual cenário


demográfico, determinado pelas transformações passadas,e que ao
mesmo tempo atuará como um pano de fundo nas determinações das mu-
danças futuras.

Nas quatro
perlmentou
décadas do perlodo
taxas de crescimento
-- - ---
--
19~0-1980,

--_._--
variáveis,
.
a população brasilp.1ra ex
ora para mais ora para
merios•

Entre 1940 e 1960, seu ritmo de crescimento anual foi acelerado,
passa~do de 2,4%, entre 1940 e 1950, para 3,0% no segundo decênio

deste p~riodo. Já na segunda metade do periodo, ou seja, de 1960 a


1980, seu ritmo se reduz, caindo para 2,9% ao ano, entre 1960 e
3.

nos
1970, declinando ainda ma1s até atingir a taxa a'nual de 2,5%

últimos d~z an08.

ou seja aquela de aumento no ritmo de cresc1men-


A prime i ra fase , "
to da popul ação) resul tou exc 1us1vamente d.=-um dec I1n10 na_ mo~_~~_-
dade, traduzido por um ganho de 10 anos n~ esperança~~~ __ ao
~r (igual a 41,S e 51,6 anos, respectivamente, em 1940 e 1960),
~z que o número médio de filhos por mulher foi constante em

todo o período e igual a 6,2.

Por sua vez, a segunda fase, ou seja, a de queda no ritmo de cres-


cimento populacional. entre 1960 e 1980, se deveu exclusivamente a
ym ••• o.n.o na ~.eu"d1dade. uma v~z que a mortalidade continuou de
clinando. registrando um ganho de 9 anos na esperança de v1dn ao
nascer. De fato, o número méd10 de filhos por mulher passou de 6,2
em 1960, para 5,6 em 1970, a t ng ndo, em 1980, o nível
í í de 4,4 .

Após 1980, esta fecund1dade continuou a declinar e, em 1984, foi


estimada em 3,5 filhos por mulher, ou seja, em apenas quatro anos

'--_
a população
---
brasileira
sua fecund1dade,
..
registrou uma redução sem precedentes
---
que chegou a atingir 19%. Os dados da Tabel~ 1 e-
em

v1denciam quedas na fecund1dade da ordem de 17%, tonto no c nmp o


---------------------
Quanto na cidade. Evidenciam também reduções em todas as r'e
g oe s
---- .--_._-
í

--,-
do pais, maiores entretanto, no Centro-Oeste (da ordem de 25%) e
no Nordeste (da ordem de 20%), onde as mulheres reduziram em mais
de Q~ filho sua fecundidade.

. ,
4.

TABEla I _ Ir •• il e Grandes Re9iõe, - 1970/1984 - Ta•• de fecundidade tot.I, por situaçio do


duidlio

BRaSIL 1970 1980 1984


E
GRUDES REGIOES Toti I Urbana Rural Totll Urbana Rural Total Urbana Aural

8ras i1 5,76 4,54 7,72 ",35 3,63 6,40 3,53 3,03 5,32

lIorte 8,15 6,62 9,59 6,45 5,24 8,04 - 4,04 -


lIordeste 7,54 6,44 8,45 6,13 4,94 7,66 4,96 4,00 6,47

Sudu te 4,56 3,83 7,14 3,45 3,17 5,46 2,96 2,70 4,99

Sul 5,42 ",06 6,86 3,63 3,20 4,55 3,04 2,79 3,62

C,ntre-Oesh 6,42 5,31 7,71 4,51 3,97 5,98 3,38 3,06 4,57

FONTE: IBGE - Censos Oe,09ríflcos 1970/1980 e Pesquisa lIacional por Alostra de


OOlic{lios 1984 (Resultados Prelilinares)
E.tra{do de OLIVEIRA, Luiz Antonio Pinto de & SILVA, Nadja Loureiro Pernes da _
"Tend;ncias d. fecundidlde nos prileiros Inos da d;clda de 80". In: Anais do V
Encontro Nlcionll de Estudos Popullcionais d. ABEP, Á9uas de são Pedro, outubro
de 1986, V.l, p. 215.

A c0nstataçio desta vigorosa queda em todo o pais faz supor que sua

populaçio crescera' nestes quatro anos a uma taxa anual de 2,~~.

Uma conseqüência imediata do processo até aqui descrito, iniciado


na década de 60, é um certo envelhecimento da população. De fato, a
proporçao - de pessoas com 60 ou mais anos de idade passou de 4,2% do
total populacional, em 1950, para 5,1% em 1970, e 6,1%, em 1980, en

quanto os jovens de menos de 15 anos de idade, que representaram
42% do total de 1940 a 1970, t;m seu peso relativo reduzido para
38,7% em 1980.

Pirâmide nâo-casados
Brasil 1980

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Quando se incorpora a este cenario a estrutura da população por

sexo, idade e situação conjugal, a configuração da população, em

1980, mostra enorme assimetria entre os aexc.s ..quanj o à -.PFo.por~~~


..
de
pessoas "não-casadas" (isto é, solteiras, viúvas e separadas), a
qual se avoluma para as mulheres, a partir dos 30 anos. As que nun
ca chegaram a se casar, as que se separaram e nao voltaram a se ca
sar , os qUE' e-nv í uvnr em e não se c ns ar-nm dr- novo, cnfi/ll, :I~: runl r: V:I

ri adas traje tÓJ'ias conjugai s, assoc i ndas no exccdcn te de //I1l] IIf' r'(~!:

no pais, ao aumento da mortalidade diferencial por sexo, a prefe-


rêncfa dos homens por mulheres mais jovens tanto para casar
como
para r'e cas ar , e o crescente volume de separações,: tudo isto expli-
ca a pirâmide dos "não-casados".

Neste contexto de opcôe s e competicões a· famlia se forma, se modifi


ca, se dissolve, na busca constante dos indivíduos.
6.

FAMíLIAS CADA VEZ MENORES

A familla brasileira experimentou nas últimas décadas uma clara re-


dução de seu tamanho, expressão de transformações sociais prof~n-
(l)
d as •

No conjunto do país, o tamanho médio da família passou de 5,4 em


1950 para 4,1 em 1985. Isso significa que, ao longo dos últimos
trinta e cinco anos, a família brasileira passou a ter pouco mais
de um membro a menos, em média.

~eea redução do tamanho de tamilla é, em grande medida, resultado


do comportamento da fecundidade. E é exatamente quando ocorre uma
aceleração na queda da fecundidade que também se acentua a redução
no tamanho médio da família (Gráfico 1) (BERQUÓ e CAVENAGHI, 1988).
Os anos 60 já assistem às mudanças de comportamento que viriam acen
tuar-se na década seguinte. A partir de 1970, a fecundidade cai
bruscamente, com a conseqüente redução pronunciada do tamanho da fa
mllia.

É evidente, porem,
. que o tamanho da família resulta também de ou-
tros fatores além da fecundldade. Dessa maneira, embora a família
continue reduzindo de tamanho, o faz em ritmo menos acelerado que a

queda da fecundidade, especialmente na presente década .

(1) Utllizarem::>s
neste trabalho o ccnceito de fanil1a censitar-í.a,
em razão da
fonte'àos dados dí.sponives, O ccoceíto envolve residênciaCcm.JTI e
í relação
de parentesco entre seus merrbros.
r.

7.

GRAnco I

lAMANHO M(OIO DA fAMíLIA E lAXA DE fECUMOIOAOE lOlAl

1.,.------------------------.
7

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1950 1960 1970 1980 1984
1940

o luanno .édio • Fecundidadt

Os dados reunidos na Tabela 2 permitem-nos dizer que as mudanças


,. ,
responsaveis pelas diferenças observadas no tempo atingiram tanto o
Brasil urbano quanto rural, percorrendo o pais de Norte a Sul, des-
respeitando características regionais. Sob a açao dos fatores de mu

dança. ampliam-se as diferenças regionais, ainda que em todas elas


observe-se a mesma tendência à diminuição do tamanho de familia. Do
,
mesmo modo, o diferencial de tamanho médio da família entre areas
8.

urbanos p rurais tende a elevar-se em decorrência de quedas mais a-


centuadas nas cidades.

taBEla 2 - t••• nho .;dlD d. f•• rll. n •• diferente. rlvlõe •• Br •• l1 IV~O - 19B~

REGIAo 1950 1.1960 1970 1980 1985

Norte 5,6 I 5,9 5,6 5,2 4,6


lIordeste S,3 I 5,S ~,2 5,0 4,6
Sudeste S,3 I ",7 4,7 4,3 3,9
Sul 5,4 I 5,4 4,9 4,4 3,9
Centro-Onte 5,4 I 5,6 5,2 4,7 4,2
I
8rasil 5,4 I 5,1 5,0 4,6 4,1

FaltES: Censos De.ogríficos de 1950, 1960, 1970 e 1980.


FIBGE PNAD, 1985. FIBGE

Os gráficos que se seguem permitem melhor avaliar as tendências de


mudança ao longo do tempo, bem como localizar sua incidência. Comp~
rando-se a distribuição da família brasileira segundo o seu tamanho
nas áreas urbanas e rurais do país, podemos verificar o que ocorreu
nas últimas décadas (Gráficos 2 a 5).

Houve, em primeiro lugar, um nítido deslocamento da curva para a es


querda, indicando um crescente predomínio das famílias menores e
uma clara redução proporcional das famílias maiores. Em segundo lu-
gar, a comparaçao das curvas evidencia a generalidade da tendência
no ~eio urbano e no meio rural, mantendo-se contudo, como já havia-
mos apontado. alguma diferença. Em realidade, ao acentuar-se a con
- .I
centração das faml lias em torno dos tamanhos menores, parece acen-;
tuar-se também a diferença entre o urbano e o rural.

As diferenças entre o campo e a cidade podem ser também avaliadas


do ângulo do que se passou em cada um destes contextos ao longo dos
9.

OlStRlBUIÇlo 00 IAUIIIIO DA rAllflu lIAS lONAS

URBANA [ RURAL

GRAfltO i . 19!10

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o Urbano • Rural

GRÁrICO 3 - 1960

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2 3 4 5 ~ 7 8 D 10 11 12 13 14 15

N~.ero de pessoas

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GRÁr ICO 4 . 1970

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o Urbano • Rural
t

11.

últimos trinta anos cobertos pelos dados (Gráficos 6 a 8).

Nas cidades. as alterações manifestam-se màis cedo. com um paula~1-


no incremento da predominância de familias pequenas. Ali. o impac-
to das transformações ocorridas na década de 70 é visivel. manifes-
to no estreitamento da curva relativa a 1980. Porém. o contraste
no meio rural é mais acentuado. Lá. as mudanças são recentes e pr~
vocam na última década um verdadeiro salto. colocando a familia em
um outro patamar de tamanho. Em outras palavras. o Brasil rural em
1980 é aparentemente muito diferente daquele das décadas anteri 0-

res. apesar de persistirem. como já mencionamos, diferenças entre o


campo e a cidade.

Do ponto de vista do conjunto da população brasileira, no entanto,o


significado do que se passa nas cidades é decisivo. Na década de 70
o Brasil tornou-se indiscutivelmente um pais urbano. concentrando
nas cidades ao fim do período 68% de sua população. Entre 1970-1980-
ocorre
vos
---
uma
redução da população rural
----- ------ -- ---
- -- ---
mas, pela primeira vez. em termos
- .._-- . --
não apenas
.. - ..--_
..

absolutos.
_.
em termos relati-
O que presenciamos
nos anos 70, portanto. representa uma acumulação de processos e

seus impactos. fazendo com que o pais ingresse na década de 80 pro-


fundamente transformado.

TABELA 3 - Ta.anho .;dio da fa.flia ea areas urbanas e rurais. Brasil 1950 - 1980

• 1950 I 1960 1970 1980


I' 4,4'
Brasil - Urbano 5,1 5.0 4,8
Brasil - Rural 5,5
I 5,6 5,4 5,0
I
Bras i1 - Total 5,4 I 5,3 5,0 4,6

FONTES: Censos De.o9ráficos de 1950. 1960, 1970 e


1980. FIBGE
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>MJM á ; C;JâIF; =P;QFIBFP;

Sm n‡cleo 'conjugal constituido por um casal+ acrescido na maioria

dos casos por seus filhos+ esta constitui a unidade familiar tipica
no =rasil+ com proporõoes estíveis nas ‡ltimas dúcadas (Rabela 2)-
4/+7% em /75.+casa/s com filhos perfa{iam 4.+6% das famllias em "+
/76.- Qe a eles acrescentamos os casais sem filhos- as familias de +
,
00
tipo conjugal atingem no =rasil 50+6% em /75. e 50+5% em /76.-

;pesar da predominóncia desse tipo de familia conjugal+ eyistem di,


ferenõas entre o meio rural e urbano- Las cidades+ as proporõoes eÁ
contradas sôo um pouco menores que o conjunto do pais (5.% em /75.
e 5.+2% em /76.)- ;o contrírio+ no meio rural as familias conjugais
atingem proporõ†es ligeiramente mais elevadas que no total da popu,
laõôo (54+6% em /75. e 56+0% em /76.)- Bsses dados indicam que eyiÁZ
C
te no meio urbano uma diversidade relativamente maior de arranjos!
familiares- qqqqqt.

Qoluõ†es de convivüncia domústica envolvendo outros parentes que


nôo pais e filhos sôo pouco freqSentes no =rasil- Cam•lias conju,
gais ampliadas representam /0-0% em /75. e /.+5% em /76.- Tale res,
saltar que estas proporõ†es sôo ligeiramente mais altas nas cidades
(/1+/% em /75. e //% em /76.) do que ri'o,'c,ôinpo
(/.-6% em /75. e /.%

em /76.)- Ae fato+ a familia brasileira tem sido predominantemente


, ......... /_.-...... ,&"

conjugal
* * desde tempos coloniais+ nôo havendo ra{†es para esperar
qualquer peso significativo de,arranjos estendidos- ; presenõa de
uma vasta parentela+ freqSentemente associada z familia na ;múrica
Iatina- nôo se aplica ao caso brasileiro- com eyceõôo de alguns seÁ
mentos sociais abastados em algumas regi†es brasileiras do passado
(EBPJ;LL+ /7269 UFIIBJQ+ /7319 CP;L>M+ /7549 Q;J;P;+ /76/)-
R;=BI; 2 , >o-posiõôo da fal(lia brasilrira el /75. e /76. !)&

s
RFNM AB C;J•IF; /75. /76.
C jntd C
Srbano C Pural C 'otal Srbano C Pural

C C C J
>asal su ei lhos //+1 C /.+3 C /.+7 /0+. //+4 C 22-:
>asal se- filhos e parentes 0+0 C 0+/ C 0+0 /+7 0+ F C ]-:

>asal co- ei lhos 36+5 C 44+1 C 4/+7 C 36+2 44+4 C 4.-6


>asal co- filhos e parentes /.+7 C 6+5 C /.+. C 7+ F 5+7 C 6+6
Julher chefe se- c…njuge >MF filhos 7+ F C 3+7 C 5+5 C /.+2 3+7 C :- J

Julher chefe se- c…njuge >MF filhos e parentes 0+1 C /+0 C /+6 C 0+4 /+1 C 0-/
Eo-e- chefe sei c…njuge co- filhos /+0 C /+7 C /+3 C /+0 /+4 C C*n

Eo-e- chefe sei c…njuge cal filhos e parentes .+3 C .+3 C .+3 C .+2 .+2 C .+2
Mutros tipos 2+0 C 0+5 C 1+2 C 2+. 0+4 C G-3

Ra tal C C C /..+. /..+.


C /..+.
/..+. /..+. /..+.
C C C C
(/.-/52-455) C(5-010-4./)/ (//-2.5-056) / (/5-357-5.7) (5-175-475)Z (0'-755-'.4)

CMLRB8 >ensos Me-ogríficos de /75. e /76.- Cr=DB

s---
db&
/4-

; concentraõao relativamente maior nas cidades de arranjos amplia,


dos pela presenõa de outros parentes nos leva a crer que nôo se tr!
tam de sobrevivüncia do passado+ mas sim+Ã soluõ†es atuais aos pro,
blemas da vida quotidiana nas cidades- Lesse sentido+ as oscilaõ†es
percentuais entre /75. e /76. podem estar refletindo variaõ†es con,
junturais- Jorar com parentes constitui por ve{es o primeiro passo
no processo de inserõôo de migrantes rurais nos centros urbanos
(=BPIFL>H+ /747)- ;lúm disso+ face z defasagem entre a capacidade
aquisitiva da populaõôo e o custo da habitaõôo nas cidades brasilei
ras+ situaõoes de crise econ…mica podem refletir,se em um aumento
conjuntural da moradia com parentes-

: Rabela 2 apresentada a seguir oferece algumas indicaõ†es adicio,


nais sobre as famllias ampliadas nas cidades e nas {onas rurais-Nor
injunõ†es de disponibilidade de dados+ estôo aF tambúm inclu•das fa
m/lias de chefes sem c…njuge com parentes+ que consistem /4+0% do
total de fam/lias ampliadas em /75. e /7+4% em /76.-

Nor estes dados podemos ver que+ alúm das famllias ampliadas serem
uma minoria+ nôo implicam via de regra+ na presenõa de uma vasta pÁ
rentela- ;o contrírio+ as fam•lias ampliadas contam+ em múdia * com
duas pessoas adicionais tanto em /75. quanto em /76.- Jais uma ve{+
as pequenas diferenõas eyistentes sugerem um numero maior de pareÁ
tes acrescidos z famllia conjugal nas cidades+ reforõando o argumeÁ
to Áue anteriormente sustentamos-
/5-

Rl=lll Á _ -Á-tro -•dio d- Á-r-nt-+ d‰‰‰ bol ./ /‰‰ ./ nl- fl-9lil ‰‰‰ pliadl' C, Ár'll urblnl' i

rur-is+ =rasil /75. ‰ /76.

/75. /76.
bBl Eo ‰‰ns CJulh-r+s CRotll Eo-+"s 'Julher ‰‰ CRotal
C C C C

Srbana
Pural
.+50
.+6. *C /+/1
.+73
C /+63
C&/+53
.+57
.+63 *C /+/1
.+71
C /+7/
C /+56
Rotal .+53 C /+.5 C /+6/ .+6. C /+.6 C /+66

rMLRB8 >ensos At-o7rÁficos de /75. t /76.- C/6DB

Tale observar ainda um fen…meno curioso+ Bm múdia+ hí mais mulheres


r éé ibZmfn Snl ZIj% 2'alj2ia aoardmtaca cn qud hnldms/ Rnssiwdjldmtd-
iÁto se deva ao desequilibrio na ra{io de seyos+ produ{indo mais mu
lheres sclteiras+ vi‡vas ou descasadas que buscam esta soluõio de
vida quotidiana- Fnteressante notar que a predominóncia de parentes
do seyo feminino ú mais notível nas cidades do que nas {onas rurais-
Bste fato vem de encontro ao argumento demogrífico+ uma ve{ que a
ra{io de seyos tende a ser+ no geral+ mais equilibrada nas íreas ru
rais brasileiras do que nas cidades- (0)

; diversidade de arranjos familiares no meio urbano inclui fam•lias


incompletas chefiadas por mulheres- ; Rabela 2 anteriormente apre,
sentada revela que entre /75. e /76. a proporõio desse tipo de fa,
mllia manteve,se redu{ida e estível nas íreAs rurais+ aumentando
nas cidades -

'0( f eycedente de milheres em relaõio aos hanens vem crescendono =rasil- ;AI,
bnÇ (/764) chana a atenõio para este fato+ situandoos indices em /-./6
lheres para cada /-'OO(" harens em /74.9 /-.06 em /75.9 e /-.10 em /76.-
/6-

; maior incidüncia relativa de familias incompletas chefiadas por


mulheres nas areas urbanas nao À prerrogativa do =rasil+coincidindo

com tendüncias encontradas em outros paises (=STFLF> d WMSQQBC+


/756)- ; isso se ligam+ entre outros fatores+ as diferenõas entre

campo e cidade no que di{ respeito ês alternativas de vida para a


mulher so{inha+ especialmente quanto ao emprego-

Lo caso brasileiro+
-
isso e verdade tanto
-
para as areas de agricultÁ
ra tradicional+ quanto para aquelas onde predomina uma agricultura
altamente capitali{ada- Las primeiras+ as familias chefiadas por mÁ
lheres teriam menos condiõ†es de satisfa{er os requisitos da divi,
sôo seyual do trabalho em que se ap„ia a produõôo familiar- Las ‡l,
timas+ com a transferüncia maciõa da môo,de,obra para as cidades+os
que permanecem no campo sôo homens so{inhos (trabalhadores safris,
tas migrantes ou trabalhadores masculinos altamente especiall{ados)
ou familias completas+ quando ainda parte da môo,de,obra nôo quali,
ficada ú recrutada em familias (MIFTBFP;+ /76/)-

;s observaõoes acima+ vílidas para os segmentos populacionais subal


ternos+ podem ser estendidas ês camadas múdias+ ja que ainda meno,
•N7 7Io I7 oy:oN7 MN Nmy•NRo Á8IaTOTLIMo yI•I I7 m8aSN•N7 nI7 9•NI7

rurais-

;s cifras de fam•lias chefiadas por mulheres encobrem diferentes

traÁet„rias femininas- Bmbora os dados dispon•veis sejam precarios+


algumas observaõ†es podem ser feitas a partir das Rabelas 4 e 5 a
seguir-
2:/

/;'BI; 4 _ t+tado conju7al dMF chtfts de f‰‰ flia- =r-sil /75. ‰ /76.

/75. /76.
YQSAM >MLGSD;I EMlens CJulhtru Eo-ens C Julh!res
C C

Qolteiros ‰‰‰3 C /7-4 2+1 C I-&t(


Qeplrldos-divorciados-desquitados /-1 C 03+/ /-0 C I-·t'
Ti‡vos 0-/ C 33+1 /-7 C /.7+5
>asldos 70-/ C . 70+Q C 0+.
C C
Rotal /..+. /..-. - /..+. /..-.
C C
(/4-/01-446) /(0-2/.-616) (00-20.-347) / (1-701-650)
C C
rMLRB8 >ensos Aeaogrífitos de /75. e /76.- CF6DB

R;=Bl; 5 , Aistribuiõôo dos chefes de faaflia por idade- 6rasil+ /76.

FA;MB
C EMJBLQ
C JSIEBPBQ

/3 , /7
C .-7 C 0+0
0. , 07
C 00+1 /
/2-1
1. , 17
C 04-7 C /4+.
2. , /.7 C 0/-1 /
/6+7
3. , 37
C /3+/ C /7+2
4. , 47
C 6+7 /
/4+6
/ /
5. , ‰ 2+5 /0-2
/ C
Rotal /..+.
/ C /..+.
rMLRB 8 >enso MfaogrÁfico de
/76.- ggh\g

é
0.-

t a proporõao de mulheres vi‡vas


Bm primÁ/ro lugar- chama a a enõao
; =obremortalidade masculina
entre ,. mulheres chefes de f am lli a-
no =rasil fa{ com que haja quatro ve{es mais vi‡vas que vi‡vos na
, brasileira em /76.,(=BPOSã- /764)- Bm segundo lugar- des
popul aõao ,,,, -
heres solteiras e aquelas so{inhas apos o rompimen,
tacam,se as mul
to de uma uniôo- Bstôo ai envolvidos vírios fatores-

Ae um lado+ eyiste na populaõôo brasileira+ como jí mencionamos+eÁ


-
cedente de mulheres em relaõôo aos homens- Bste fato por si so cor!
diciona a maior prevalüncia do celibato entre mulheres+ ao mesmo
tempo em que torna o mercado matrimonial mais favorível para os ho
mOn ‰‰ m ÁaÁoa dÁ 6ONPrnõao- desquite ou div„rcio (=BPOSã+ /76D)-

Ae outro lado+ fatores sociais contribuem para a associaõôo da che


fia feminina r pobre{a+ especialmente nas cidades (JBflPF>H UE-I/-jJL[/

/7569 =;PPMQM+ /7569 =PSQ>EFLF+ /764)- Julheres das camadas subal,


ternas mantüm,se solteiras ou separam,se de seus companheiros em
ra{ôo da incapacidade masculina de satisfa{er as eypectativas da
divisôo seyual do trabalho (MIFTBFP;+ /757)- ; esse respeito+ parÁ
ce significativo o fato de as familias chefiadas por mulheres se,
rem relativamente mais freqˆentes em arranjos domústicos envolven,
_f ///7/ bh _a KCC/. /&.//////. / L<ddi!<&CCdG /eI 1/0
<&GCdL dom C\ c / bf- '7/(
C

&,
;o contrírio do que muitas ve{es se sup†e+ 6 bhr2'j9 femininn .
e8mf+,)

encontra associada z composiõôo Átn/ca da populaõôo brasileira- ;


asÁociaõêo entre presenõa de fam•lias chefiadas por mulheres e mi,
*
no rias negras no =rasil+ tal como em outros palses+ Á espÁria- Bm

(1) Bntre /75. e /76.+ o crescimentodas fanéias incoopletaschefiadas por


GRSl-heres
concentrou,se inteiramentenos casos em que este tipo de unidadefa
miltar Áa{ parte de arranjos domústicosmais compleyos+envolvendomais Á
uma fam/lÁa residindo no mesmo dorndcilio+
mantendo,seestível nos casos de
famllias unicas-
0/-

realidade+ os estudos evidenciam que em iguais condiõ†es de pobre{a+


os brancos e negros apresentam caracteristicas familiares semelhan,

tes (N;>EB>M+ /765)-

Julheres chefes de familia sao ae- f e g,Ul mulheres mais velhas (Rabe
Fa 6)- o que reflete o peso das viÁvas e sepnr&dns ou divorciadas-
Bnquanto apenas 06+5% dos homens chefes de fami lia f-üm pe 21 menos
61 anos de idade+ entre as mulhel"eQ chefes esta proporõio atinge
26+4%- >hama a atenõio o fato de que+ embora muito pequena+ À mai,
or a chance de mulheres muito jovens 6ssumireÁ a condlõio de che,

vens+ isto e+ cem menos de 31 anos-

Sm terceiro fen…meno junta,se 6.Q anteriores- Rrata,se do crescen,


te nÁmero de separaõ†es e de div4rcios em geral+ especialmente nas
camadas múdias urbanas- Toltaremos ae temÁ mÁis adiante+ valendo
por ora ressaltar que o aumento das separaõ†es contribui de duas
maneiras para o aumento das fam•lias incompletas chefiadas por mu,
lheres- Ae um lado+ a guarda preferencial dos filhos pela môe em
caÁ de separaõôo ou div4rcio (64+1% dos casos em /764) fa{ aumen
tar sua incidüncia- Ae outro lado+ as maiores possibilidades de re
casamento masculino , dadas a ra{ôo desigual de seyos e o padrôo
.......
cultural prevalente de diferenõa de idades entre os c…njuges (=BP,
OSã+ /766) , contribuem para que+ em termos absolutos e relativos+

essÁ
é incidüncia se acentue-
00-

n TiL>SIM >MLGSD;I BJ OSBQRÓM8 >M;=FR;àÓM

con,
; coabitaõôo sem vinculos legais+ no =rasil denominada uniôo
,m tendo cada ve{ mais adeptos em nossa sociedade- Ae
sensual+ T Á
4+3%+ em /74.+ passou a 4+7% em /75.+ para ter seu peso rd Fativo

anjos matrimoniais quase duplicaco em /76.+ ou


no conjunto dos arr
de todas as uni†es eram consensuais- Fnfeli{mente nao
seja+ 22- 9x
se disp†e de dados mais recentes mas+ ao que tudo indica+ hoje es,

te percentual À muito mais elevado-

Bste crescimento das uni†es consensuais se deu em detrimento das


uni†es reli&ioea& que- no mesmo per•MdM- apresentaram um declinio
*
eubetaneial (Rabela e+- Leste sentido+ e preciso que se esclareõa
que o casamento religioso estí na rai{ da tradiõôo brasileira+pois
o controle e a legitimaõôo da uniôo dos seyos esteve sob o dom•nio
da Fgreja >at„lica durante a >ol…nia e o FmpúriM- Coi s„ a partir
de /67.+ por forõa de lei+ que o casamento civil tornou,se o unico
com validade jur•dica independentemente do casamento religioso-AeÁ
de entôo os diferentes segmentos da populaõôo passaram a complemeÁ
tar o casamento religioso com M civil' ou a adotar um ou outro+ co,
mo ‡nica forma de uniôo-

EUh ‡ltimas dúcadas+ entretanto+ o casamento g,alFfÁ o so \ s i a BLxA-Q.

ciado aos estratos mais pobres da populaõôo9 refere,se a uni†Ás


mais antigas9 e mais freqˆente nas íreas rurais do que nas urba,
nas8 e tem mais adeptos no Lordeste do que nas demais regi†es do
- ("2
pais -

(-) Ae rato+ nas cidades+ em /76.+ as Ini†es religiosasvariaran de %e&.%r a /4%


do totai de lF/i†es+no Qul do pais e regi†es do Lordeste+ respectivamente-
Bsta variaõôo foi de 0+3% a '&E%re nas íreas rurais respectivas-
01/-

Bntretanto+em todas estas situaõ†es+ registra,se tambúm o decliÃ


, ;le'm da tradiõôo arraigada em certos conÃ
n/. deste tipo d e un i ao-
teytos+ o custo monetírio de um casamento cl vil+ a fal ta do regi-Á
tro elvil em certas íreas rurais muito afastadas+ o nada ter oarx

deiyar de heranõa+ formam um conjunto de fatores para eyplicar

presenõa diferenciada deste tipo de uniôo-

/l6(ll 6 _ /ipo dr uniio da+ pessoas ta+ada+ de /3 anos ou -ais+ le7undo situaõio urbano,rural do
do-it~lio- =rasil+ /74.+ /75. e /76.

----- ---*&"""n ---*


PSPll
S""M Q„ >on, Á >ivil
&/---p n"*-
] 212'N >ivil QÁ
>ivil QÁ QÁ >onsen,
llMQ é éé]Jéééé-' ééééé
UÇx hIfin.
thi UÇ ]''''''''''
+l-s- n s+ finsa UJ sujJ fjQsa UJ

C C C C C C C C C C C C
/74. C 4.-3 C/0+6/ 0.+0 C 4-3 C 5.+2 C/1+4/ 7+/ C4-7 C 30-. C/0-0/ 07-5 C 4+/
C//+-F C
C4/+-4 C C /2+2 C C 5/+2 C/2+4 C4+4 C5+2
C C33+2 C C C
/75.
C
4+7
C C C C/1+1+ 02-7
C
4+"
C /
G76.
C 41-// /4+1 //+6
C 44+5 /4+7 "+F p0+1 /3-/ /4+6
C /.+4

fMLRB8 >ensos Ae-.7r•ficos /74.- /75. e /76.- fF=DB

vírios destes elementos podem tambúm ser evocados para dar conta
da presenõa das uni†es consensuais no passado brasileiro- Bntretan

to+ seu aumento recente e nôo o decllnio como vem ocorrendo com as
uni†es religiosas+ leva a pensar que sua anílise requer n cMFlr8/d(',
raõôo de uma ordem nova de fatores-

-
;ntes de mais nada ú preciso esclarecer que atú /756(*) a legis,

laõôo sobre as separaõoes .. de unioes legali{adÁs+ ainda que forma,


li{adas em desquites+ nôo permitia uma nova uniôo de caríter civil-

(-) M div4rcio no =rasil foi sancionadoem /756-


02-

Nor outro lado+ nos casos de separaõoes de uma uniôo c/vil e reli,
g/.sa+ tambúm a Fgreja >at„//ca+por considerar o vinculo matrimon/
aF indissol‡vel+ nôo permitia uma segunda uniôo de caríter relig/Á
so ap„s uma separaõôo- ;ssim sendo+ a ‡nica maneira de voltar a se
unir era atravús de uma uniôo consensual- Lôo hí d‡vidas+ portanto+
de que esta situaõôo eyplica parte da prevalüncia das uni†es con
sensuais na sociedade brasileira+ inclusive quando se leva em con,
ta o continuo crescimento no n‡mero de separaõ†es de uni†es legais+
cuja taya evoluiu de /+53+ em /75.+ para 5+16+ em /76/+ por /.-...

pessoas de /3 anos ou mais de idade-

;lúm do aumento+ estas uni†es sao mais recentes- Fsto se verifica


em todas as regi†es do pais+ como nos mostraÁos tipos de uniôo pa,
ra distintas coortes de casamentos (Rabela 7)- Bstarecentividade Á
n
poderia ser pensada como decorrente de duas situaõ†es- Ae um lado+
as uni†es consensuais sucedendo casamentos legali{ados seriam+ Á
viamente+ mais recentes do que estes- Ae outro lado+ as consensua,
is mais antigas precedendo uni†es civis nôo entrariam na contagem
nos cortes transversais apresentados pelos dados censitírios-

Rudo isto nao eyplica+ entretanto+ a nosso ver+ de maneira comple,


tamente satisfat„ria o marcante aumento desta forma de uniôo dos
seyos nos ‡ltimos anos-

Ae fato+ os ‡nicos dados oficiais atú agora dispon•veis sobre a du


raõôo das uni†es+ por tipo de uniôo+ mostram que 1/+/% das consen,
suais tinham menos de cinco anos+ em contraste Ãcom os /6+1% das de
cunho civil e religioso (CF=DB+ /754)-

Ae fato+ este modelo encontra repercussao nos dados da Drande sôo


Naulo que mostram que+ para a populaõôo masculina de /3 a /7 anos+
32////é

l;=ll; ‰ _ Mistribuiõio di' p-FFMF' d- FQ Fno+ ou -Fil FtuFF ‰‰nt- >F'ldll+ "7undo o tipo de uniio
tMncu7i/+ plrl >ldl S'F di' r-gi†-+ di NF;A+ conferi' F 'NM>F do >F"lento

(NM>; A; RFNM A; PB4FMBQ


uujn umjn
F C // C 222 C FT C T C TF C TFF
C C C C C C

>ivil+ >ivil e C C C C C C
Peligioso 72+. C 73+5 C 71+3 C 7/+4 C 44+. C 71+6/ 61+6
ums AB
Peligioso /+6 C 1+/ C 2+7 T 5+/ C 1.+6 C 3+./ /0+5
/73.
>onunlual 2+0 + /+0 C /+4 C /+1 + Ã1+0 + /+0Z 1+3

*
C C C C C
C

>ivil+ >ivil t C C C C C
AB /73. Peligioso 7/+4 C 72+/ C 71+. T 66+6 C 41+3 C 7/+6/ 6/++/+
j 2:6: Ptl iTioso /+0 C 0+/ C 2-4 C 6-6 C 07-. T 3+.Z 7+5
>onunsual 5+0 C 1+6 C 0+2 C 0-2 / 5+3 C 1+0/ 3+7
.2 C 2
*
C
*
C C

AB /74.
; /747
>ivil- >ivil e
Peligioso
/
C
63-1 + 7/+5
*
C
C 7/-3
C
C /
C 66-7 C 40-5 C
*
65+3+
C
* 6.+4
Peligioso /+/ C 0+/ C 1-7 C 4+5 C 02+/ C 4+/+ 6+.
>onsensu-l /1+4 C 4+0 C 2+4 C 2+2 C /1+0 C 4+2+ /L *C*

C C C C C *
>ivil+ >ivil t
C C C C C C
AB /75. Peligioso 56+4 C 66+7 C 64+. C 67+/ C 42+4 + 6.+3+ 55+5
; /754 Peligioso /+/ + /+2 + 2+. + 1+2 C /4+. C 4+7+ 4+4
>onsensual 0.+1 + 7+5 + /.+. F 5+3 + /7+2 F /0+7+ /3+5

>ivil+ >ivil e * C C C C C * C
C 7.+5 C 67+2 C 42+.
Peli7ioso 64-1 * 70+0 * * * * 64 22 6.+7
RMR;I
Peligioso
>onsensual
/-0 *
/0+3 *
0+/
3+5 *
C
2+1
3+.
*
*
4-2
2+0
* 01+7
/0+/
*
*
4'//
&C
5+3+
6+4
/.+3
C
CMLRB9 NL;A,/754- CF=DB
F , Pio de Ganeiro9 // , sôo Naulo9 F// , Naraní- Qanta >atarina+ Pio Drande
do Qul9 FT , lFinas Derais+ Bsp~rito Qanto9 T , lFaranhio+ Niau~+ >earí- Pio
Drande do Lorte+ Nara~ba+ ;la7.as+ Qer7ipe+ =ahia9 TF , Aistrito Cederal9
TFF , PondÁnia+ ;cre+ ;u{onas+ Po-roi‰‰ + Narí+ ;lapí+ lFato Drosso+ Doiís-
n -
‰ proporõao de uni†es consensuais passou de 7+/Á para 15+3Á+ entre
/75. e /76. (Jadeira e Uong+ /766)9 Nara as mulheres+ o crescimen,
to embora menor+ passou de 6+5Á a 00+4Á- no mesmo per/.do- Bm con,
traposiõôo+ o casamento civil e religioso passou de 23-3Á a 1/+0Á
para os rapa{es e de 42-/Á para 24+/Á para as moõas-

Leste sentido+ mesmo em Pecife+ metr„pole do Lordeste que como re,


giôo apresenta os mais altos indices de uni†es consensuais+ verifi
cou,se que este tipo de uniôo como ‡nica opõao passou de 21% para
casamentos ocorridos antes de /75.+ para 4/% para os reali{ados eÁ
tre /75/ e /754 (=erqu„ e Iozola+ /762)- Nrecedendo ou sucedendo
outroÁ t/poÁ de un/†eÁ+ a consensual manteve niveis praticamentees
tíveis entre 06% e 1.%+ independentemente da úpoca em que estes ca

samentos ocorreram-

Los parece que este tipo de uniôo- de uns tempos para cí+ comeõou
a atrair a atenõôo das pessoas como primeira opõôo na tentativa de
vida conjugal em que o vinculo legal nôo ú tido como necessírio ou
importante- Bste tipo de modelo tem fortes chances de estar preseÁ
te nas camadas mais jovens da populaõôo+ como parte de todo um mo,
vimento mais amplo de questionamento+ ou mesmo negaõao+ de valores
e normas de comportamentos tidos como mais tradicionais -


J;tQ QMIRBFP;Q

Bmbora inumeras ra{oes possam ser evocadas como incentivos e desin


centivos para que uma mulher solteira engravide e leve uma gesta,
õôo a termo- nôo cabe nenhuma d‡vida de que o fen…meno , môe soltei
ra , vem crescendo em nossa sociedade nos ‡ltimos anos (Rabela /.)
é
alcanõando atú o presente quase um milhôo de mulheres nesta categÁ
ria- Ouatro podem ser as hip„teses- nôo mutuamente eyclusivas+ no
decorrer do ciclo de vida das mulheres- para dar conta desta situÁ
õôo8 a) desejo- nôo concreti{ado- de se casar e ter uma fam•lia
completa- restando z mulher a ‡nica alternativa de decidir ter fi,
lhos e se contentar com uma !ami//a truncada- sem a presenõa de um

esposo9 b) opõôo da mulher de ser independente e nôo se casar- mas


querer vivenciar so{inha as eyperiüncias da maternidade e da cria,
õôo de seus filhos9 c) gravide{es resultantes de relaõ†es com cer,
ta estabilidade mas sem coabitaõôo- como uma etapa pre,matrimonial
ou mesmo definitiva9 d) gravide{es indesejadas- frutos de relaõ†es
fortuitas-

R;=BI; /. , Nroporõôo de -ulheres solteiras que tivera- filhos+ por faiya etíria , =rasil /74.+
/75. d /76.

FA;AB BJ ;LMQ /76.

C/+. C
C/+6 C
C1+4
/3 , 02 C
03 , 12 J 4+2 2/.+3 2/3+6
13 , 22 +/.+2 +/5+1 +00+2
s Rodas as idades C1+. + 3+1 C5+3
C C C
CMLRB8 >ensos Aeaogr•ficos de /74.+
/75. e /76.- CF=DB
Á-
; Rabelall apresenta a prevalüncia de môes solteiras para trüs fai
yas etírias que cobrem etapas bem diversas da vida das mulheres+
por um periodo de vinte anos- >omo se vü+ houve uma elevaõôo na
proporõôo de mulheres solteiras com filhos+ nos trüs grupos etíri,
os+ quando se passa de /74. a /76.9 foi+ entretanto+ no grupo mais
jovem que se deu o maior aumento relativo+ ou seja+ de /..%+ entre
/75. e /76.- Ms dados da Rabela /. permitem ainda visuali{ar esta
elevaõôo por coortes- Aaquelas mulheres solteiras que em /74.+ ti,
nham entre /3 a 02 anos+ que sobreviveram e continuaram solteiras
atú /75.+ atingindo idades entre 03 e 12 anos e+ destas+ as que sÁ
breviveram e continuaram solteiras atú /76.+ com idades na faiya
de 13 e 22 anoe+ a proporõôo com filhos evoluiu da seguinte manei,

ra8 /+.%+ /.+3% e 00+2%- Fsto mostra que a intensidade com a qual
elas foram se tornando môes foi,se acentuando-

n eycedente de mulheres que predomina no pais+ associado r norma


social de casamentos monogómicos+ elas em torno dos 00 anos e os
maridos mais velhos+ levando a um celibato feminino muito superior
ao masculino+ eyplica em grande parte+ o fato das mulheres estarem
tendo filhos com idades em que as chances de casamento jí se tornÁ
ram muito pequenas+ corroborando a hip„tese a- Bste argumento da
tentativa de corrigir o destino de nôo se casar- via criar filhos+
ú reforõado pelo crescente n‡mero de adoõ†es de crianõas por parte
de mulheres solteiras+ via de regra+ acima dos trinta e cinco anos

-
de idade-
dentÁs
Nor outro
financeiramente+
lado+ mesmo naqueles
que optaram
casos de mulheres
.
por nao se casar mas decidiram
indepeÁ

ter ou adotar filhos+ isto ocorre+ em geral+ quando elas jí ating!


ram idade mais madura+ ou seja+ ap„s os 1. anos- Leste caso+ os re
sultados encontrados estariam reforõando tambúm a hip„tese b-
07-

Ouanto ês hip„teses c e d+ parece,nos estarem mais associadas a


comportamentos de mulheres mais jovens-

Fnfeli{mente- nôo se disp†e ainda de estudos que permitam diferen,


ciar as situaõ†es contidas nas diferentes hip„teses-

Cinalmente- vale salientar que embora esta situaõôo de altos n•,


veis de prevalüncia e tendüncia crescente de môes,solteiras seja
um fen…meno mais intenso nos meios urbanos+ ele atinge tambúm nos
conteytos rurais valores elevados e crescentes com o tempo+ como
nos mostra a Rabela //-

R;=BI; // , Nroporõôo de -ulheres solteiras que tivera- filhos+ por faiya et•ria e situaõôo de
do-icflio- =rasil /75. e /76.

FA;AB /75. /76.


BFF C
SP=;LM PSP;lFSP=;LM PSP;I
;LMQ

/3 , 02 0+/ /+1 2+/ 0+0


03 , 12 //+0 6+5 /4+4 //+7
13 , 22 /5+5 /4+0 01+Q /5+5
Rodas as idades 2+3 0+6 5+2 2+.

CMLRB8 >ensos Ae-ogríficos de /75. Á /7=M- CF=DB

s
x/
JMP;LAM QMXFLE;Q

M morar s„ encerra toda uma gama de situaõ†es que vao desdÁ uma 1G
õôo deliberada de privacidade e pra{er atú uma contingüncia depen,
dente de causas eyternas que afetam a vida dos individuos- Rantoos
eytremos deste gradiente quanto as situaõ†es intermediírias depen,
dem de processos demogríficos+ psico,s„cio,culturais e econ…micos-

Lo =rasil hí mais homens do que mulheres vivendo so{inhos- Ao to,


tal de /-332-744 pessoas de /3 anos ou mais morando s„s em um dom!
ciFio+ revelado pelo censo de /76.+ 24+7% eram mulheres- Bmbora a
Áart/e/Áaõôo feminina ainda nôo seja majoritíria+ ela vem crescen,
do+ uma ve{ que representava apenas 20+0%+ em /75.-

Ievando,se em conta que estar morando so{inho tem significados dis


tintos conforme o grupo etírio em que se encontre o indiv•duo+ es,
ta populaõôo foi classificada em quatro faiyas de idade+ como apa,

rece na Rabela /0-

Lota,se .
que sao as pessoas mais velhas que predominam no universo
dos so{inhos- ; frequüncia mais acentuada no grupo com 4. ou mais
anos de idade+ em /76.+ pode ser interpretada+ em parte+ como de,
corrente da reduõôo da mortalidade nas idades mais avanõadas+ au,
mentando assim o n‡mero de sobreviventes- Bsta hip„tese encontra
apoio no fato de que na populaõôo total tambúm este grupo etírio
‰ seu peso
teve relativo aumentado de 6+5% para 7+7%- no mesmo pe,

rtodo-

o confronto da populaõôo so com a populaõôo total mostra que as


maiores discrepóncias sôo encontradas nos grupos etírios /3 a 07 e
4. ou mais- La populaõôo s„+ hí relativamente muito menos pessoas
--


R;=BI; /0 , Mistribuiõôo'etíria da populaõôo que Áora so{inha e da populaõôo total+ e, /75. e /7=M

/76. /7/. R;V; J~MF; ;LS;I AB


/75.
>PBQ>FJBLRM /75.,/76.

FA;AB NopulÁõôo C Nopulaõôo populÁõôol Nopulaõôo Nroporõôo ,ANopu laõ ôo populÁõôo CNopulaõôo
61 C Rotal 61 C Rotal Rotal que vive s„ (Á) 61 C Rotal

C C 2+5.
C 1+2Z
/3 , /7 /6+7 24+2 Z5+5 25+. .+56
C C 2+.4
C 0+51
1. , 22 00+7 06+" 0.+6 04+7 Z+3&
C C 2+17
C 1+00
23 , 37 03+6 /4+1 01+" /4+0 1+.0
C
4. ou ) 10+2 -
C
C
6+5 17- F
C
C
7+7 6+04 5+1"
C
2+14

/3 ou ) /..+. C /..+. /..+. C /..+. 0-.7 3+21 C 1+06

CMLRB8 >ensos MeÁogríficos de /75. e /76.

s--
l
---
10-

de /Q a 07 anos+ tanto em /75. quanto em /76.- Bsta situaõôo ú com


preensivel porque aôo muito grandes as chances de que neste grupo
etírio as pessoas estejam solteiras morando com suas fam•lias (priÁ
cipalmente as mulheres) ou sôo casadas recentes com ou sem filhos-
Nara o grupo dos idosos- a situaõôo ú oposta+ ou seja- seu predomi
nio relativo ú entre os que vivem s„s- Rrata,se de uma fase na
qual a viuve{ jí estí presente- os filhos- se houve---- jí estôo
adultos e fora de casa- sem descartar tambúm os casos de pessoas

solteiras e separadas-

Mutra maneira de perceber que aQZfam/lias unipÁssMÁis·estôo mais


concentradas entre os idosos À pelo eyame do quanto representa es,
te tipo de fam•lia no total da populaõôo- ;ssim+ enquanto o grupo
mais jovem+ de /3 a 07 anos representa menos de /%- o de 23 a 37
anos corresponde a 1+.0%+ cabendo aos idosos+ 6-04% da populaõôo
total- q tambúm este grupo o que apresentou a maior taya de cresci
mento anual+ no per•odo /75.,6.+ ou seja+ ele cresceu a uma ra{ao.
de 5+12% ao ano+ superando
. -
em muito nao so as tayas registradas pÁ
los outros trüs grupos etírios+ como tambúm a correspondente na pÁ
pulaõôo total+ que ficou em 2+14% ao ano-

Ouando se passa a considerar- separadamente para homens e mulheres+


a distribuiõôo etíria das pessoas que vivem so{inhas- observa,se
que sôo muito diferentes as situaõ†es para cada um dos seyos (Rabe
Fa /1)- Nara os homens parece que ser mais jovem ou mais velho nôo

fa{ snenhuma diferenõa quanto a morar so{inho- Node,se di{er que a


contribuiõôo dos homens para familias unlpessoais À uniforme por
idade- L~ para as mulheres+" sôo aÁ mais velhas as responsíveis pe,
/.s doÁlcilios com uma s„ pessoa- Bntre os /3 e os 07 anos poucas
sôo as mulheres morando so{inhas+ pois+ ou moram com os pais+ ou
jí constitu/ram suas pr„prias fam/lias- casando,se+ em múdia aos
x/
00+4 anos (=erqu„+ /764)- La classe seguinte+ as mulheres na sua
maioria jí casaram+ tiveram filhos e se se separaram+ devem ter fi,

lhos dependentes morando com elas-

R;=BI; /1 _ Aistribuiõio di popullõio s„ C di popullõio totll+ por s'yo C idldr- =rlsil /76.

NMNSl;àlo QMXFLE; NMNSl;àlo RMR;I


FA;AB
Eo-ens 'Julheres Eoaens + Julheres
C C

*
C
*
FQ , 07 03+/
* 7+2 25+/
* 24+7
1. , 22
23 , Q7
04+.
01+2 * /1+5
01+3
05+/
/4+1 C
04+6
27-2
61 eu ‰ 03+3 C 31-2 7+2 C /.-0
C
- C
fMLRB8 >enso Aeaografico de /76.8 a-ostra dr 1Á

; partir dos 23 anos+ a proporõao de mulheres so{inhas jí comeõa a


crescer+ principalmente por trüs motivos8 para as casadas os fi,
lhos jí sairam de casa para estudar+ para casar+ etc-9 o efeito eu
mulativo do celibato e das separaõ†es se fa{ sentir com maior in,
*
tensidade9 as chances de viuve{ aumentam sistematicamente- Jas d
no grupo de mulheres idosas que a situaõôo atinge seu míyimo+ ou
seja- 31+2% de todas as mulheres que vivem so{inhas tüm 4. anos ou
mais de idade- >omo se verí mais adiante+ quase todas estas mulhe,
res sôo vi‡vas- Bste fato decorre de uma situaõôo de mortalidade
diferencial por seyo+ que prevalece hí algum tempo na sociedade
brasileira+ dando r mulher mais anos por viver+ em todos os grupos
etÁios+ fen…meno este acentuado nos anos mais recentes-

Bspacialmente+ verifica,se que À na regiôo Qudeste onde o contin,


gente de pessoas so{inhas de /3 anos ou mais de idade tem sua con,
centraõôo+ a qual+ sendo obviamente a mais marcante+ supera ainda
o mero efeito populacional (Rabela /2)- Ae fato+ no total do pais+
(Z-

l;F(I; FÁ _ Aistribuiõôo MT +o+ullõôo totll ‰ +olinh-+ d- /3 -nol ou ‰‰ il+ N-/// +rand'l Á-+i†-+-
Frasil JtjQ

R;l;Q AB >PBQ>FJBLRM
"tMlM ;LS;I B-RPB
PBDFMBQ popuuõlo popuuõlo S5. S6.
h3 RMR;I
NopuÁaõio FpoNulaõio
Qo C Rotal

Lorte 1+Á 2+7 5+74 C 3+10


/F.rdute 05+/ 07+2 1+04 C 0+2.
>entro,Mnte 4+3 4+2 5+40 C 2+2.
Qudeste 27+1 21+7 4+.2 C 0+64
Qul /1+5 /4+. 4+46 C /+50
C
rMLRB8 >-nFMF A‰‰ olr•fitol d- //5. ‰ //6.

21+7% das pessoas de /3 anos ou mais estôo concentradas na regiôo


Qudeste+ enquanto que esta mesma regiôo concentra 27+1% das pes,
soas de /3 anos ou mais que vivem so{inhas- Nara sôo Naulo+ maior
+,)* de atraõao de migrantes+ os so{inhos cresceram a uma taya mú,
dia anual de 5+2%+ em contraste com os 1+60% correspondentes r po,
pulaõôo total-

La verdade+ em quase todas as Snidades da Cederaõôo+ com lmpetoÁ


or ou menor+ a populaõôo dos so{inhos cresceu sempre a tayas supe,
riores êquela eyperimentada pela populaõôo total-

Nela Rabela /3 verifica,se a concentraõôo das pessoas so{inhas nas


íreís urbanas+ fen…meno que se acrescenta r maior diversidade de
arranjos familiares nessas íreas-
-
*
13-

t-l(ll lÁ _ 'reporcio di popullcio totol C di qut oorl 'Mlinhl nll irto+ urbonl'- por +e-o-
Frllil- /75. C /7/.

/75. /7/.

Jounl PuF heres lotal Jounl Julheres lotol

Nopullõio Q„ (,) 31-3/ 5/-6 4/-0 41-4 6.-6 5/-5


C
Nopuhõio lotal (,) 34-7/ 4/-3 37-1 46-7 50-2 5.-5

',( :UVUh ai populaõ†el de /3 FnMl ou oais de idade-


CML/B8 >enlol Aeo.7r•ficoF de /75. e de /76.

La- 2ua- dúca2a-+ 2- 5. e de 6.- a populaõôo so{inha esteve mais

presente nas íreas urbanas do que nas rurais+ de maneira mais acen
tuada do que a decorrente do processo geral de urbani{aõôo por que
passou o pais+ no perlodo considerado- La populaõôo so{inha+ foram
as mulheres que se concentraram mÁis nas íreas urbanas- Bm que pe,
se o fato jí conhecido de que hí mais mulheres do que homens nes,
tas íreas- quando se trata da populaõôo que vive s„ este diferenc!
aF À ainda maior- Ae fato+ da populaõôo total feminina de /3 anos
ou mais+ 50-2% em /76.- viviam nas cidades+ valor bem inferior ao
de mulheres urbanas so{inhas+ isto À- 6.+6%- o mesmo ocorrera em
/75.- Nara os homens+ entretanto+ dí,se o contrírio+ isto À- hí me
nos homens so{inhos nas cidades+ do que na populaõôo total-

-
La subpopulaõôo
que correspondem
que mora so{inha
a 26+0%+ seguidas
predominam
de
--
viuvas+
as pessoas
12+7%+ cabendo
solteiras
as sÁ
paradas (desquitadas+ divorciadas ou apenas separadas) o menor coÁ
tingente- isto À- /4+7%- Bsta situaõôo+ entretanto+ nôo À uniforme
para os dois seyos- Bntre os homens+ a grande maioria À de soltei,
ros+ 41+1%9 os separados+ superando um pouco os vi‡vos+ correspon,
dem a /7+1%- Gí para as mulheres a situaõôo À bastante diversa+ o
-- - 1(+-

míyimo da distribuiõôo cabendo ês vi‡vas+ou seja+ 31+6Á+ seguidas

pelas solteiras+ representadas por 1/-7Á do total-

; anílise do estado conjugal+ para cada faiya etíria+ aparece no


grífico 7+ separadamente+ para homens e mulheres- ;s curvas etí,
rias das proporõ†es de separados tüm muita similaridade- quanto z
tendüncia geral+ para homens e mulheres8 partem de valores baiyos+
crescem atingindo um plat…+ entre os 13 e 3. anos- para as mulhe,
res- e entre os 2Q e 4. anos para os homens+ quando entôo comeõam
a declinar- Ms niveis- em cada faiya etíria- sôo- entretanto- mais
elevados para os homens em ra{ôo de que nas separaõ†es com filhos-
e-Áe ‰‰ em -eral- Á/cam com as maes- Rodavia+ .& n‡meros relativos
de mulheres vivendo so{inhas que sôo solteiras declinam muito mais
rapidamente com a idade+ do que acontece com os homens- Nor outro
lado- a proporõao de vi‡vas cresce muito mais acentuadamente do
que a da vi‡vos- ;os QQ anos- a viuve{ ú responsível por 4.% das
mulheres que vivem so{inhas- Nara os homens chama a atenõôo o fato

de que atú a idade dos 4. anos os solteiros se constituem na abso,


luta maioria dos homens que vivem so{inhos- Nara as mulheres+ isto
ú verdade apenas atú os 26 anos-

Node,se ver pelo Drífico 7 que uma alta proporõao de homens e mu,
lheres que vivem so{inhas nunca se casaram- >onsiderando,se que as
*
chances de casamento declinam apos os 1. anos+ principalmente para
as mulheres (=BPOSã+ /764)+ ú de esperar,se que o casamento seja
*
tam†em
'
pouco
*
provavel para as mulheres que vivem so{inhas e tenham
1. anos ou mais de idade+ ou seja9 o progn„stico À de que conti,
nuem a viver so{inhas-

;nalogamente para as pessoas separadas+ as chances de um recasamen


to diminuem com a idade e maiormente para as mulheres+ como jí men
15-

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cionadas anteriormente+ vüm crescendo no pais+ nos ‡ltimos anos+as
tayas de separaõôo- Ae fato+ de .+27 por /.-... habitantes- a taya
bruta de separaõôo em /74. passou a 6+1.- em /763- Bm termos da ta 9
ya especiÁlca de separaõôo- isto ú- por /.-... pessoas de /3 anos
ou mais de idade- este aumento foi ainda mais marcante nos ‡ltimos
quin{e anos+ passando de Á53- em /75.+ a /1-//- em .zoV * Bsta si,
tuaõao leva a pensar no crescimento nos pr„yimos anos+ dos separa,
dos+ o que pode aumentar a proporõôo de separados vivendo so{inhos-

Ouanto ês pessoas vi‡vas valem+ em certa medida+ as mesmas observa


õ†es jí feitas+ ou seja+ as chances de recasamento tambúm decres,
Á-m Ágm a idade+ Á-b-nag ê- mulheres as menores chances ‰


17-

>ML>ISQçBQ CFL;FQ

;ntes de terminarmos estas notas+ esperamos que tenha ficado claro


que a anílise dos processos relacionados r fami//a no =ras/l nôo

constitui tarefa trivial-

Bm primeiro lugar+ porque a mudanõa no padrôo demogrífico se deu


com velocidade muito acentuada- ; queda acelerada de fecundidade
sup†e alteraõ†es na condiõôo dos ind/v•duos e sua vida familiar-
;lteram,se os papúis femininos+ tanto como causa como conseqˆüncia

do dec//nio-

Bm segundo lugar porque+ em ra{ao mesma da intensidade das mudan,


õas+ coeyistem no tempo e no espaõo novas formas sociais com ou,
tras preeyistentes- Nara o estudioso da fam•lia+ torna,se por ve,
{es tarefa dif•cil distinguir ambas as situaõ†es+ bem como o impaÁ
to do novo sobre o velho-

;crescente,se a isso a defasagem entre o ritmo da mudanõa e a dis,


ponibilidade de dados oficiais com cobertura numúrica suficiente
para captar estas transformaõ†es-

;inda assim+ trabalhando com algumas das informaõ†es dispon/veis+

foi poss•vel perceber que8

a) ; fam•lia brasileira+ ainda hoje de tipo conjugal como o foi no


s
passado+ vem tendo seu tamanho sistematicamente redu{ido nos ‡l

timos 13 anos9
b) ;s fam/lias incompletas chefiadas por mulheres vüm aumentando+
mereü da pobre{a e da emergüncia de novos padr†es de independüÁ Á
cia feminina nas camadas múdias da populaõôo- Lesse processo+ o
crescimento das separaõ†es desempenha importante papel9
2.-

c) ; 6.bremortalidade masculina+ acentuada nos ‡ltimos anos+respoÁ


de pelo peso da viuve{ feminina+ contribuindo tambúm na forma, -
õio de familias incompletas chefiadas por mulheres9

d) Bm que pese o fato de que uni†es consensuais sempre eyistiram


de forma significativa na sociedade brasileira+ o aumento na -
sua prevalüncia e sua recentividade revelam um enfraquecimento
da valori{aõio do vinculo legal9

e) Tem crescendo tambúm no =rasil a freqSüncia de pessoas morando


so{inhas+ o que+ para os homens+ independe da faiya etíria- Na,
ra as mulheres+ porúm+ essa freqSüncia se avoluma nas idades -
mais avanõadas9

f) Cinalmente+ as situaõ†es destacadas constituem um fen4meno prÁ


ponderantemente urbano+ ainda que presentes tambúm no meio ru,
ralo
i- + .-,

ADAEDFCG.BD.

=;PPMQM+ >- I- , ";ntes


-
so do que mal acompanhadas"- ;nais do Bncon
tro Lacional de Bstudos Nopulac/.na/s+ >ampos do Gordôo+ /756

=BPIFL>H+ J- R- , Rhe structure of the =ra{/l/an familz in the citz


of sôo Naulo- >ornell Sniversitz+ Iatin ;merican Qtudies Nro,
gram+ Aissertation Qeries+ /747

=BPOSã+ B- Q- , Nirómide da solidôo: Rrabalho apresentado no'T Bn,


contro Lacional de Bstudos Nopulacionais+ Çguas de Qôo Nedro+iÁ8
/4 out+ /764 (mimeo)

=BPOSã+ B- Q- e IMWMI;+ J- ;- , "Sniôo dos seyos e estratúgias re,


produtivas no =rasil"- Pevista =rasileira de Bstudos de Nopula,
õôo / (/-0)8 13,76+ jan-de{+ /762

=BPOSã+ B- Q- e >;TBL;DEF+ Q- J- , "Mportunidades e fatalidades8 um


estudo demogrífico das pessoas que moram so{inhas"- ;nais do TF
Bncontro Lacional de Bstudos Nopulacionais+ Mlinda+ /5,0. out+
/766

=PSQ>EFLF+ J- >- ;- , Bstrutura familiar e vida cotidiana na cidade


de sôo Naulo- Rese de Aoutoramento+ Aepartamento de >iüncias Qo,
ciais da Caculdade de Cilosofia+ Ietras e >iüncias Eumanas da
SQN+ sôo Naulo+ /764 (mimeo)

=SÁLF>+ J- e WMSQQBC- L- E- , Uomen,headed households8 the ignored


factor in development planning- Fnternational >enter for Pe,
search on Uomen- Uashington+ A- >-+ /756 (mimeo)
2Á-

CP;L>M+ J- Q- de >- , Eomens livres na ordem escravocrata- sôo Nau,

lo+ Bditora Çtica (0a- ed-)+ /754

CSLA;àÓM FLQRFRSRM =P;QFIBFPM AB DBMDP;CF; B BQR;R•QRF>; , Nesquisa


Lacional pos ;mostra de Aomic•lios- Pio de Ganeiro+ /754

CSLA;àÓM FLQRFRSRM =P;QFIBFPM AB DBMDP;CF; B BQR;R•QRF>; , Nesquisa


Lacional por ;mostra de Aomic•lios- Pio de Ganeiro+ /762

CSLA;àÓM FLQRFRSRM =P;QFIBFPM AB DBMDP;CF; B BQR;R•QRF>; , Nesquisa


Lacional por ;mostra de Aomic/lios- Pio de Ganeiro+ /763

EBPPJ;LL+ I- , "Bvoluõôo da estrutura social num per/odo de tre{en


tos anos"- Pevista de ;dministraõôo Junicipal 0 !V,l&' 2.43ei>

mai! jun+ /726

J;ABFP;+ C- P- e UMLD+ I- P , Pesponsabilidades precoces8 fam•lia+


seyualidade+ migraõôo e pobre{a na Drande sôo Naulo- Rrabalho a
presentado no Qeminírio ; Cam•lia nos ;nos 6.8 Aimens†es do Lovo
Pegime Aemogrífico- LBNM!SLF>;JN!;LNM>Q- >ampinas+ /6,/7 ago+

/766 (mimeo)

JBPPF>H+ R- U- e Q>EJFLH- J- , "Cemale headed households and urban


povertz /n =ra{il"- Uorkshop on Uomen in Novertz8 Uha t do Ue Hnox+
Áelmont >onference >enter+ ;pril 1., Jaz 0- /756

MIFTBFP;+ J- >- C- ;- de , li; familia no =rasil"- Fn8 MIFTBFP;+ J-


>- C- ;- de , >lasse social+ familia e reproduõôo8 refley†es te„
ricas e referüncias emp/ricas- sôo Naulo- C;S,SQN!CSN;J- /757

MIFTBFP;+ J- >- C- ;- de , ; produõôo da vida- ; mulher nas estratú


21-

gias de sobrevivüncia da famllia trabalhadora na agricultura-


Rese de Aoutoramento- Caculdade de Cilosofia+ Ietras e >iüncias
Eumanas da SQN+ /76/ (mimeo)

MIFTBFP;+ J- >- C- ;- de , "M casamento e as estratúgias de sobrevi


vüncia da famllia operíria na agricultura paulista"- Pevista =ra
sileira de Bstudos de populaõôo+ 0 (/)8 /.3-/22+ jan-jun+ /763

N;>EB>M+ J- N- R- , li; fam/lia negra8 eyame de algumas quest†es"-


Bstudos ;fro,;siíticos+ /18/..,/.7+ /765

Q;J;P;+ B- de J- , ">asamento e papúis familiares em sôo Naulo no


súculo VFV"- >adernos de Nesquisa+ 158 /5,03+ mai+ /76/

UFIIBJQ+ B- , "Rhe structure of the =ra{ilian familz"- Qocial Cor,


ces /5 (2)8 117,123+ /731

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