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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Engenharia de Produção - Campus Praça da Liberdade

Ana Luiza de Assis Santos

RESENHA: LIVRO “A META” _ TEORIA DAS RESTRIÇÕES

BELO HORIZONTE -MG


2022/2
A META
GOLDRATT, Eliyahu M. e COX, Jeff. A Meta. São Paulo: IMAM, 1990.

Capítulo 1

Neste livro, o autor conta a história de uma fábrica com problemas no desempenho,
a qual é gerenciada por um Engenheiro Industrial, Alex Rogo. Este, é pressionado
por seu supervisor pela falta da entrega de um pedido urgente, o qual evidenciou a
dificuldade no processo de expedição de vários outros produtos não entregues
dentro do prazo. Assim, foi ressaltado problemas no planejamento e controle da
fábrica, já que essa não estava progredindo e nem gerando dinheiro.

Depois que o problema do pedido importante foi resolvido, o superior de Alex Rogo
ameaça fechar a fábrica após três meses, caso ela não apresentasse melhorias
eficazes de desempenho e lucratividade. Dessa forma, com o desligamento do
serviço geral, muitas pessoas poderiam ficar desempregadas, o que deixou Alex
Rogo preocupado. Assim, ele tenta buscar uma solução para recuperar a
organização, embora tenha consciência da dificuldade do problema.

Ademais, essa obra mostra que um gerente de fábrica, como um cidadão comum,
tem, além do trabalho, um ambiente familiar, no qual também existe conflitos. Nesse
contexto, pelo fato de ter que dar maior atenção para os problemas que ocorriam no
trabalho, a companheira de Alex Rogo se sentia sozinha em seu relacionamento.
Entretanto, mesmo com as dificuldades pessoais, Alex Rogo não desiste de
solucionar o problema da fábrica.

Nesse contexto, depois de alguns dias, Rogo encontra um charuto em seu bolso e
se lembra como ele havia parado ali. Por ter uma viagem marcada para a realização
de uma reunião a um tempo atrás, Rogo se encontrava no aeroporto e, quando
estava na sala de desembarque, encontrou com um velho amigo que, antigamente,
se esbarrava na faculdade: Jonah, um físico professor de matemática que estava
indo fazer também uma viagem.
Após muita conversa entre eles, Rogo comenta sobre sua fábrica e a situação que
ela se encontrava. Jonah com suavidade em sua fala, sabia do porquê a fábrica
estava naquele estado à medida que Rogo ia respondendo suas perguntas. E a
principal delas era “qual é a meta da sua fábrica?”

Rogo responde que é a produtividade, a eficiência, mas sabendo que no fundo não
era realmente aquilo. Jonah não dá a resposta diretamente, mas deixa a indagação,
para que Rogo possa tirar as próprias conclusões e pensar sobre o assunto. Assim,
depois de lembrar daquele encontro com Jonah, Rogo não tirou da cabeça, qual
seria a meta da fábrica, qual era o objetivo de todos os processos.

Logo, é concluído, e ressaltado ao conferir junto com seus analistas de produção,


inspetores e outros encarregados que, embora a fábrica tinha como “carta na
manga” a utilização dos robôs, os quais em nível de eficiência eram motivo de
grande desenvolvimento tecnológico, os pedidos não eram entregues, pois haviam
falhas no sistema.

Dessa forma, era evidente que a meta não era a eficiência, mas então qual era?
Nesse contexto, depois de pensar muito, ficar noites sem dormir, Rogo se encontra
sentado em frente a sua fábrica comendo uma pizza e observa o galpão de estoque.
Ele vê que se aqueles produtos armazenados ficarem ali, a fábrica não teria motivos
para fabrica-los. Ou seja, os produtos eram feitos para serem vendidos, mas eram
vendidos para arrecadar dinheiro. Portanto, Rogo descobre que a meta da fábrica é
ganhar dinheiro.

Sobre esse raciocínio, após descobrir a meta, Rogo telefona para Jonah, a fim de
pedir a ele qual seria o próximo passo a se tomar. Assim, jonah apresenta a ele um
conjunto de medidas que ele mesmo desenvolveu: ganho; inventário e despesa
operacional. “Ganho é a taxa na qual o sistema gera dinheiro através da meta”,
“Inventário é todo o dinheiro que que o sistema investiu na compra de coisas que
tem a intenção de vender” e “Despesa operacional é todo o dinheiro que o sistema
gasta para transformar inventário em ganho”.
Capítulo 2

Rogo direciona sua equipe em uma reunião sobre as medidas desenvolvidas por
Jonah e, após isso, já começa a modificar o pensamento de estudo dentro da sua
fábrica, mesmo assim, não sente que só a adaptação das medidas é o suficiente
para salvar a fábrica, já que ela continua em um momento de crise e perdas. Desse
modo, após mais um encontro com o físico, é discutido a perda que mais tem
agredido a situação da fábrica que é o excesso de estoque. No entanto, Rogo não
sabe como resolver esse problema.

Além de não entender como sua fábrica tem se apresentado ineficiente mesmo com
tantos fatores que mostravam o contrário, como por exemplo os robôs, Rogo não
entende as possíveis situações que existem dentro da fábrica que são sujeitas às
flutuações estatísticas. Segundo Jonah, “A maioria dos fatores críticos para
gerenciar a fábrica não pode ser estimada antes do tempo”, pois existe eventos
dependentes que são combinados com essas flutuações estatísticas.

Assim, depois de um tempo. Alex Rogo, está em casa com seu filho, o qual insiste
para que o pai o leve para o acampamento. Lá, Rogo acaba sendo intimado a ser o
responsável da tropa dos escoteiros e levar uma turma de garotos para fazer uma
trilha e acampar.

Ao fazer a trilha, Rogo coloca todos os meninos para caminhar em fila, com a
condição de que ninguém poderia ultrapassar a pessoa da frente. Assim sendo,
percebeu-se que existia buracos na fila, um espaçamento que não deveria acontecer
entre alguns garotos. A partir disso, Rogo compreendeu o que o Jonah falava sobre
as flutuações estatísticas. Além disso, relacionou aquela fila de escoteiros com a
linha de produção da fábrica, já que está também tinham uma relação de
dependência entre as máquinas e que gerava as perdas por excesso de estoque.

Por isso, Rogo tenta pensar em um modo para que conseguisse fazer com que
todos os escoteiros pudessem andar na mesma velocidade e chegassem no horário
programado no destino. Entretanto, havia um menino gordinho, chamado Herbie,
que tinha maior dificuldade para andar rápido e que fazia com que a fila tivesse
aqueles espessamentos.

Depois de ter observado tudo isso, na hora que pararam para almoçar, Rogo senta e
tenta comprovar as hipóteses da dependência entre as máquinas. Ele faz um jogo
com os meninos usando palitinhos de fósforos. O jogo funcionava da seguinte
maneira: Após jogar o dado, o número que saísse era o número de fósforos que
poderiam ser movidos. Sendo assim, o objetivo era levar esses fósforos de pote a
pote até que chegassem no ultimo. No entanto, só poderiam usar os fósforos que
estão despostos pela última jogada.

Portanto, a partir dessa brincadeira, Rogo comprovou que, mesmo existindo


maquinas com maiores capacidades, em uma linha de produção ela só usará parte
da sua capacidade, já que depende do desempenho das máquinas anteriores.

Com isso, Rogo já começa a ter uma noção do que poderia estar acontecendo na
sua fábrica. Depois de voltar para trilha, Rogo tenta fazer com que a fila ande
corretamente e chegue logo no final da trilha. Então, Rogo percebe que Herbie está
com uma mochila cheia de coisas que atrapalhavam a sua caminhada. Assim,
pegou essas coisas distribuiu entre os meninos e, logo após isso, colocou Herbie na
frente da fila. Dessa forma, a fila andou corretamente e não teve buracos no meio
dela, permitindo com que eles chegassem na hora certa e recuperassem aquele
tempo perdido.

Quando Rogo volta para casa, ele se depara com a casa vazia e o guarda roupa de
sua mulher da mesma forma. Ou seja, sua mulher tinha saído de casa pois não
aguentava mais a situação ruim que o relacionamento dos dois já estava. Mesmo
com tantas coisas na cabeça sobre o trabalho, agora, Rogo tem que se virar sozinho
com seus filhos.

Nesse contexto, após voltar para a fábrica, Alex Rogo se volta ao encontro de Jonah
e explica cada detalhe dessa experiencia que ele pode viver. Jonah o parabeniza e
confirma a analogia que ele fez com os escoteiros e a fábrica, já que Herbie era
considerado o gargalo da produção. E que esse determinava a capacidade da
fábrica. Pois a capacidade de Herbie determinava a velocidade com que a tropa se
movia.

Sendo assim o próximo passo que Rogo deveria tomar era descobrir qual era o
gargalo da sua fábrica. Junto com sua equipe, Rogo vai em busca de respostas, e
eles descobrem que o gargalo da fábrica era a máquina NCX10, perto dela sempre
esteve pilhas de estoques em processo e semanas de pedidos de atraso por causa
dela. Além da NCX10, é encontrado outro gargalo, o qual é o departamento de
tratamento térmico, eles eram operados com a metade da capacidade.

Capítulo 3

Após descobrir quais eram os gargalos da fábrica, Rogo se sente confuso diante da
situação, por não saber ao certo qual seria o próximo passo para se tomar. Diante
disso, Jonah vai até a fábrica de Alex Rogo fazer uma visita e entender como era a
dinâmica da fábrica e seus garlagos. Assim, Jonah vai até a NCX-10 e questiona o
pessoal sobre a razão da máquina estar parada naquele momento, e aqueles
respondem que é por causa dos operadores estarem no horário de almoço. Jonah
explica que, quando a máquina fica parada a fábrica está perdendo dinheiro, e o fato
de não ganhar dinheiro é ir em direção contrária à meta. Sendo assim, deve-se
reduzir as perdas como essa de espera.

Ademais, ele questiona o fato de peças desnecessárias estarem passando pelo


tratamento térmico, ou seja, perda por superprodução. Observa-se que Jonah não
dá uma solução direta, mas deixa o questionamento para a equipe sobre os
processos dentro da fábrica que deveriam ser analisados.

Foi concluído, portanto, que não é sempre que usando a máxima capacidade das
máquinas haverá resultados de ganho na empresa. Pelo contrário, o fluxo dos
processos deve ser direcionados a demanda. Sendo assim, deve ser dado uma
maior atenção aos gargalos para que eles tenham a capacidade de atender a
demanda.
Nesse raciocínio, Rogo toma decisões de mudanças que serão implementadas na
fábrica, a partir dessas descobertas. Começando pela mudança no horário de
descanso dos operadores e o aumento dos turnos para que os trabalhadores não
deixem que a máquina NCX-10 e o tratamento térmico (gargalos) não fiquem com
tempos ociosos. Além disso, foi colocado uma antiga máquina em paralelo com a
NCX-10, para poder ajudar essa nos processamentos das peças e aumentar sua
capacidade.

Paralelamente, foi o que Rogo fez naquele dia da trilha. Ele distribuiu as cargas que
estavam na mochila de Herbie para os outros meninos, permitindo, assim, com que
Herbie aumentasse sua velocidade. A fim de priorizar os pedidos atrasados, Rogo
implementa um sistema na fábrica, o qual permite uma melhor maneira visual de dar
atenção a determinadas peças que possuem maior prioridade. Funciona da seguinte
maneira: “todo o estoque em processo terá uma etiqueta com um número, a etiqueta
será verde ou vermelha. A etiqueta vermelha significa que o trabalho tem maior
prioridade. Quando um lote de peças com essas etiquetas chegar, deve-se trabalhar
nelas imediatamente. Quando tiverem de escolher entre processar uma peça
vermelha ou verde, trabalhem primeiro nas vermelhas. Caso tenha uma pilha de
peças com etiquetas vermelhas priorize o material que estiver com a etiqueta com o
número mais baixo.” Dessa forma, será possível ter um maior controle na produção.

Enquanto acontece tudo isso na fábrica, Rogo na perante a sua vida amorosa, tenta
reconquistar sua mulher através de encontros e visitas romântica, a fim de resgatar
aquele tempo de começo de namoro que eles tiveram.

Capítulo 4

Com a entrega de todos os pedidos que estavam atrasados e os clientes satisfeitos,


Rogo estava confiante, perante os resultados, de que sua fábrica não seria mais
fechada. Ao ter uma reunião com Bill Peach, seu superior, Rogo é reconhecido pelo
seu esforço, mas Peach não fica convencido de que a fábrica terá os mesmos
resultados daqui a dois ou três meses. Diante disso, ele pede mais 15% sobre os
resultados da empresa e que, tendo eles, a fábrica não será mais fechada.
Nesse contexto, Rogo busca formas de ganhar mais eficiência na fábrica. Desse
modo, ele decide reduzir pela metade o tamanho dos lotes, já que fazendo isso
precisariam da metade do investimento, aumentaria a velocidade de entrega e
reduziriam ainda mais o “lead time”.

A partir disso, a nova organização foi implantada, e Rogo buscava vender de


maneira que pudesse entregar as encomendas em partes, no entanto em menor
prazo para os clientes.

Bursides era um dos clientes importantes da fábrica e que já tinha muitos problemas
com o tempo de entrega. Portanto, a entrega por excelência do pedido dele, foi uma
grande conquista para a fábrica, pois deu reconhecimento e motivou ainda mais os
trabalhadores.

Entretanto, emborra a fábrica estava apresentando melhorias, ao analisar as


métricas e números do sistema, era mostrado que os custos dos produtos haviam
aumentado. Isso, por convenção, era um coisa ruim para a empresa, porém na
realidade não afetava em nada as melhorias.

Dessa forma, Rogo vai apresentar os resultados na reunião, mas com medo do que
seu superior iria falar sobre o aumento de custos dos produtos. Depois de
apresentar os dados para um supervisor que não gostou das métricas implantadas
por Rogo, pois era a favor das tradicionais, Rogo vai atrás de Peach para poder
reivindicar e convence-lo de que sua fábrica não poderia ser fechada. Sendo assim,
Peach reconhece os bons resultados da fábrica e diz que seria louco se fechasse
uma mina de ouro. Além de dizer isso ele digere a Rogo e propõe uma promoção a
ele de ser o novo gerente da divisão. Ou seja, ser gerente de não só uma fábrica,
mas de três. Ele dá dois meses para Rogo se preparar para o novo cargo.

Capítulo 5

Após ter tido sucesso na fábrica, Rogo é parabenizado pelos seus superiores e é
promovido à gerência de todas as divisões. Rogo aceita e tenta levar com ele seus
amigos de equipe. Lou para ser o contador das outras divisões e Bob. Dessa forma,
antes de realmente chama-los, Rogo tinha pressuposto que Lou não iria aceitar sua
oferta, por já ter muitos anos de carreira e sempre ter falado do desejo de se
aposentar. E pensava que seria tranquilo em relação a Bob, pois ele aceitaria a
proposta facilmente.

Todavia, para a surpresa dele, Lou, entrou no assunto, antes que ele o pudesse
chama-lo, e no final da longa conversa se ofereceu para entrar na equipe, pois ele
queria fazer mais do que ele tinha feito. Já Lou, decidiu ficar e ser o novo gerente da
Fábrica, para poder continuar o que Rogo começou. Sendo assim, Rogo se
impressiona com as atitudes dos amigos, mas se alegra junto com eles perante as
escolhas.

Nesse contexto, já que Lou será o novo gerente da fábrica é necessário colocar
alguém na posição de gerente de produção Stacy, no caso, é a escolha para o
cargo. Raph, por sua vez, fala da vontade de aprimorar seus conhecimentos, a fim
de atender a demanda do mercado. Logo, nota-se que todos, a partir da
recuperação da fábrica, se sentiram importantes em um determinado momento do
processo em atingir a meta. Tal importância ressalta neles a vontade de continuar e
aprimorar ainda mais as técnicas utilizadas.

Na vida pessoal de Rogo, as coisas também vão bem. Seu casamento está melhor
do que antes. Ele, agora, tem a liberdade de dizer a sua esposa todos os
acontecimentos da fábrica. Ela, por sua vez, escuta e aconselha atentamente e
cuidadosamente. Assim, o relacionamento dos dois é fortificado ainda mais, quando
um dá apoio ao outro.

Entretanto, há uma preocupação que Rogo levava consigo após todos esses
acontecimentos da fábrica e essa promoção que ele recebeu. Fica o questionamento
se ele é capaz de organizar a sua vida assim como organizou a fábrica e se
consegue organizar da mesma maneira o resto da divisão. Desse modo, Rogo vai
contar da promoção para jonah e desabafa a sua angústia daquele momento.

Diante disso, Jonah o compreende e confirma que é necessário saber organizar a


vida para poder organizar a empresa. Nesses dois meses, Jonah desafia Rogo a
encontrar as técnicas necessárias para uma administração eficaz. Não queria quere
ele a criasse, mas que ele pudesse identifica-las. Sendo assim, Rogo junto com sua
equipe vão a fundo novamente buscando as respostas e fazendo uma retrospectiva
do que fizeram na fábrica, para encontrar as técnicas que Alex Rogo deveria utilizar
agora na divisão. Após muita quebra de cabeça, Rogo conclui que um gerente deve
saber responder as questões: “O que mudar?” “Para que mudar?” “E como causar a
mudança?”.

Logo, só tendo a habilidade de responder essas questões é que se pode considerar


uma boa administração. E é isso que Rogo juntamente com Lou buscam levar a
diante nas outras fábricas da divisão.

Conclusão

A partir da leitura dessa obra, conclui-se a importância de deixar evidente a meta de


uma empresa, fábrica ou qualquer outro sistema, já que essa permite um foco
central, para que toda tomada de decisão seja em torno e a favor dela.

Além disso, essa obra mostra que para ser um bom profissional é necessário
enfrentar os desafios e ir em busca das soluções, pois ter as respostas na mão
enfraquece o conhecimento. Isso foi o que Jonah fez com Alex, através do seu
método socrático de indagação, a fim de que Rogo pudesse se questionar sobre o
assunto e por si só descobrir a solução.

Ademais, a teoria das restrições descrita no livro é interessante, já que mostra a


importância de identificar o gargalo no processo, o qual influencia na perda e que é
possível, a partir de uma boa ferramenta, transformar essa perda em ganho.

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