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Guia de Leitura

Aluno responsável pela ficha:__Antonio Jardson Silva Ferreira_______

REFERÊNCIA DO TEXTO (ABNT)

BEZERRA, José Arimatea Barros. Alimentação, Livro Didático e Escola Pública. In: SANTOS, Alice
Nayara dos; TAHIM, Ana Paula Vasconcelos de Oliveira; MARINHO, Gabrielle Silva (org.).
Educação: Perspectivas e Reflexões Contemporâneas. Fortaleza: Editora Universidade Federal do
Ceará – UFC, 2012. p. 68-81.

TEMA E IDEIA CENTRAL

Tema: Alimentação, Livro de didático e Escola pública

Ideia central: Traz uma análise de como a questão da alimentação é repassada para os alunos a
partir da utilização dos livros didáticos de ciências em certas escolas fundamentais
da cidade de Fortaleza e de outras regiões do Ceará.

PALAVRAS-CHAVE:

1: Alimentação 4: Saúde
2: Livro didático 5: Realidade social
3: Escola pública 6: Responsabilização individual

PESQUISA DE VOCABULÁRIO:

Palavra: Definição do dicionário mais adequada ao contexto:

1. Parâmetros Características ou variáveis que permite definir ou comparar algo.

2. Arcabouço Traçado inicial ou provisória de algo.

3. Interseção Cruzamento de vários assuntos ou de várias ideias.

4. Medicalização Ato ou efeito de medicalizar.

IDENTIFICAÇÃO DE SETORES NO TEXTO:

Delimitação Título de seção Resumo da seção

¶68 a 70 O percurso da Mostra a origem da atividade narrada ao longo do presente


Pesquisa texto, ou seja, ela faz parte de um projeto universitário que
analisa tanto eixos educacionais como da saúde e da
alimentação, nesse sentido, durante um semestre alguns
alunos elaboraram um estudo que tinha como ponta pé inicial
a análise dos livros de ciências utilizados nas escolas de
ensino fundamental do Ceará tendo como foco principal os
conteúdos relacionados à alimentação e à saúde.

¶70 a 73 As Bases Teórico- As questões sobre o baixo rendimento escolar são


metodológicas do apresentadas e, infelizmente, o indivíduo acaba sendo
Estudo culpabilizado por tais resultados, porém a análise dos livros
didáticos e sua relação com a alimentação se mostrou ser
essencial para se criar uma reflexão a respeito dessa
problemática, ou seja, criar uma nova perspectiva a respeito
dessa culpabilização totalmente generalizada que vem sendo
feita.

¶73 a 77 A Ênfase no Discurso: Tem-se uma apresentação de como o livro didático é


Higienista, Normativo eelaborado e em como os seus conteúdos, infelizmente,
Prescritivo acabam não levando em conta a pluralidade dos alunos, isto
é, nem todos os discentes têm acesso àquilo que o livro traz
como essencial para uma vida saudável, desse modo, os
conteúdos muitas vezes ficam apenas no plano ideal e não são
colocados em prática.

¶77 a 78 Gravuras, Fotografias e Os livros trazem imagens bem coloridas e significativas com
a Cultura Alimentar o simples intuito de completar as informações escritas,
Local todavia, elas trazem uma ideia totalmente idealizada, que
acaba não condiz com a realidade de muitos dos alunos, já
que são apresentados alimentos provenientes de outras
regiões, desfavorecendo assim a riqueza da cultura alimentar
cearense.

¶78 a 79 As Atividades de Nesse ponto, nota-se que as atividades propostas pelos livros
Verificação de são rasas e não passam de um simples copia e cola dos textos,
Conhecimentos mostrando assim que há uma pouca preocupação por parte
das instituições de trazer o aluno para mais perto dos
conteúdos abordados, ou seja, os alunos, simplesmente,
acabam não conseguindo desenvolver a habilidade crítica de
enxergar o mundo que o cerca.

RESUMO DO TEXTO:

O presente texto tem como principal objetivo explanar sobre um estudo realizado por alguns alunos da
UFC de Fortaleza, a respeito da questão alimentar nas escolas do Ceará. Tal trabalho consistia em
analisar os livros didáticos utilizados nas escolas fundamentais e ver como os conteúdos relacionados à
alimentação e à saúde eram apresentados para os alunos. Desse modo, livros de ciências foram pegos
para dar o pontapé inicial desse projeto, foi observado toda a estrutura e organização dos conteúdos
presentes, além das imagens utilizadas e também dos exercícios propostos. Com isso, foi possível
perceber que esse material era pensado para apenas uma pequena parcela da sociedade e deixava assim
os alunos que não se enquadrar nessa cultura à deriva com os conteúdos explanados.
Em outras palavras, esses livros, infelizmente, não levavam em consideração a multiplicidade dos
alunos, pois traziam sempre imagens e textos idealizados que não se adequam à realidade social de
muitos deles. Nesse sentido, muitos desses indivíduos acabam não possuindo as condições necessárias
para seguir com os parâmetros alimentares saudáveis que são propostos pelo material didático. Então
tudo, infelizmente, fica apenas na zona da teoria e nunca é colocado em prática, justamente pelo fato
de estar sendo trabalhado em escolas cearenses livros que trazem uma cultura alimentar totalmente
diferente da que os alunos estão habituados.

PERGUNTAS PROVOCADAS PELO TEXTO:

(i) Relativas aos temas tratados: Por que essas escolas escolheram um livro que não se
adequa a cultura do local de seu uso, no caso a cultura
cearense?

(ii) Relativas a temas não tratados: Como fazer com que os alunos sejam bem representados
durante as aulas utilizando esses livros?

RESENHA:

O capítulo “Alimentação, Livro didático e Escola pública” aborda em sua estrutura a explanação dos
resultados de um projeto que foi desenvolvido por alguns alunos da UFC a respeito de como as
questões alimentares eram apresentadas nos livros didáticos utilizados nas escolas de ensino
fundamental, destacando a forma como o conteúdo é organizado e em como ele deve ser bem pensado
e refletido antes de ser repassado para os estudantes.
Dessa forma, a presente obra acaba sendo dividida em seis seções: O Percurso da Pesquisa (pág. 68-
70), que vai dar um contexto de como essa atividade surgiu e sua delimitação na análise dos livros de
ciências utilizados nas escolas tendo como foco os conteúdos relacionados à alimentação e à saúde; As
Bases Teórico-metodológicas do Estudo (pág. 70-73) mostra as questões sobre o baixo rendimento
escolar e em como a análise dos livros didático se mostrou ser essencial para se criar uma reflexão a
respeito dessa problemática; A Ênfase no Discurso: Higienista, Normativo e Prescritivo (pág. 73-77),
aborda como o livro didático é elaborado e em como os seus conteúdos acabam não levando em conta
a pluralidade dos alunos; Gravuras, Fotografias e a Cultura Alimentar Local (pág. 77-78), os livros
trazem imagens bem idealizadas para completar as informações escritas, o que acaba reforçando a
desvalorização da riqueza cultural alimentar cearense; As Atividades de Verificação de Conhecimento
(pág. 78-79), nesse ponto, nota-se o quanto as atividades rasas que são propostas por esses livros
acabam favorecendo para a criação de indivíduos que não possuem uma visão crítica do mundo que o
cerca; Algumas Considerações Finais (pág. 79-80), um breve resumo de tudo que foi abordado ao
longo do capítulo.
Vale ressaltar que após a análise dos livros didáticos foi possível perceber que eles apresentam um
conteúdo que se limita a apenas uma pequena região do Brasil, justamente aquela em que o material foi
produzido. Nesse sentido, o livro acaba abrangendo apenas uma pequena fração dos alunos, pois
muitos dos alimentos apontados para se ter uma alimentação saudável não condiz com a realidade
deles e isso apenas reforçam um processo de individualização, ou seja, a responsabilidade desse
problema sempre caia sobre o aluno ou sua família e não sobre os livros didáticos pouco pensados para
se adequar a realidade alimentar cultural que os estudantes cearenses possuem.
Sob esse viés, é notório destacar que tais livros também possuem um grande arcabouço de imagens
totalmente idealizadas, onde mostra sempre uma família feliz rodeada de muitas variedades de
alimentos, o que acaba reforçando cada vez mais o conteúdo trazido pelo texto. Em outras palavras,
uma realidade cultural totalmente diferente da dos jovens cearenses é imposta sobre eles, deixando-os
assim à deriva, já que não possuem o fácil acesso a alimentos que não são de sua realidade e às vezes,
por exemplo, esses estudantes acabam não conhecendo o alimento apresentado. Nessa perspectiva, fica
um questionamento sobre a escolha de livros que não contemplem fielmente a realidade cultural e
social em que os discentes estão inseridos.
Em síntese, nota-se que é necessário que se pense cuidadosamente durante a escolha do livro didático
das escolas, para que não seja trazidos livros com uma perspectiva tão distante da dos alunos. Diante
disso, é importante que se avalie a realidade da escola para assim conseguir, felizmente, escolher um
material que se enquadre da melhor forma possível com a realidade em que os alunos se encontram,
isto é, para que eles se sintam representados durante a explanação do conteúdo presente no livro. Desse
modo, foi possível perceber o quanto tal prática irresponsável, infelizmente, acaba afetando os alunos
de forma negativa, pois eles não conseguem se enxergar dentro dos parâmetros que o livro expõe, no
caso do presente estudo a alimentação saudável.
José Arimatea Barros Bezerra - Professor titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal do
Ceará. Possui graduação em Pedagogia, especialização em Educação Popular em Saúde, doutorado em
Educação Brasileira e pós-doutorado em História.
Resenha elaborada pelo licenciando Antonio Jardson Silva Ferreira do curso de Letras - Português e
Inglês do Instituto Federal de Educação do Ceará - Campus Tianguá.

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