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Resumo: Este trabalho foi desenvolvido com 30 alunos da 6a série do Ensino Fundamental,
tendo como tema escolhido: “Teia Alimentar em Riachos”. A atividade foi desenvolvida
na forma de um minicurso (11 horas-aula), onde foram propiciadas aos alunos
condições para que construíssem relações entre os elementos prévios contidos na sua
estrutura cognitiva e o conteúdo novo a ser aprendido. O material didático utilizado na
atividade foi proveniente de um trabalho científico desenvolvido em um riacho
localizado no Horto Florestal de Itatinga (São Paulo). A partir do conhecimento da
diversidade de animais presentes em um riacho e da complexidade das relações
alimentares envolvidas na teia alimentar montada, foi trabalhada a compreensão da
natureza como um todo dinâmico e o papel do ser humano como agente transformador
do ambiente em que vive. Complementando este trabalho, produzimos uma apostila
com o intuito de auxiliar os professores do ensino fundamental na abordagem deste
assunto em sala de aula.
1
Licenciado em Ciências Biológicas, UNESP - Botucatu; Trabalho de conclusão de curso apresentado em dezembro de 2004; Bolsista
do Núcleo de Ensino 2004
2
Docente do Departamento de Zoologia, UNESP – Botucatu; orientadora
3
Docente do Departamento de Educação, UNESP – Botucatu; co-orientadora
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reestruturações curriculares desta época. Neste período ainda, os conteúdos dos programas
oficiais sofriam muita influência de literatura didática européia e norte-americana, as quais muitas
vezes eram meras traduções, sem uma análise da qualidade do material.
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também uma problemática no ensino do país. Os livros apresentavam um novo modelo de
estrutura com testes de múltipla escolha e questões discursivas cujas respostas não passavam de
mera reprodução de trechos do texto contido no livro, modelo chamado de estudo dirigido, no qual
não era necessário que o professor tivesse uma formação de qualidade para ensinar seus alunos.
Na década de 80, surge uma crise social: possuir o diploma do ensino superior ou
do ensino médio não garantia a possibilidade de conseguir um emprego. A abertura de escolas à
população gerou uma massificação da educação com uma visível queda na qualidade do ensino.
O início dos anos 90 é marcado por uma tendência de se estabelecer currículos nacionais, cujo
conteúdo não considerava as marcantes diferenças regionais e não apresentava grande diferença
dos programas exigidos pelos exames vestibulares. Ao final da década de 90, o Ministério da
Educação definiu parâmetros curriculares nacionais de Ciências Naturais, evidenciando a
implantação de um currículo nacional, embora haja ressalvas informando que não se tratava de
um modelo curricular homogêneo e impositivo (KRASILCHIK, 2004). Este documento visa um
desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem na área de Ciências Naturais dentro de
contextos sociais e culturais relevantes, que potencializam a aprendizagem significativa (Brasil,
1998).
Assim, a partir da década de 70, podemos considerar que o ensino de ciências foi
marcado por uma metodologia de ensino identificada como ativa, com a valorização de métodos e
técnicas que priorizam a ação do sujeito. Os objetivos do ensino de Ciências passaram a ser mais
formativos do que os anteriores que eram predominantemente informativos. Atividades práticas
passaram a fazer parte do ensino como um modo de apresentar conceitos de forma ativa e de
melhor compreensão do aluno sobre os assuntos tratados em sala de aula. Neste contexto em que
a prioridade é a atividade do aluno, o método expositivo foi criticado e revisto, ressaltando-se a
relevância da aula expositiva dialogada. Segundo RONCA (1986), através do método expositivo o
professor transmite determinadas informações na sua forma final, exigindo que seus alunos
internalizem o material que lhes é apresentado, conhecendo-o e compreendendo-o.
Em relação aos conteúdos propostos pelo PCNs, o eixo temático Vida e Ambiente
deve abranger, dentre outros assuntos, a sistematização sobre as teias alimentares e a
interdependência alimentar entre os seres vivos. A classificação dos seres vivos de acordo com
seu papel na cadeia alimentar passa a ser prioritária. É necessário proporcionar a capacidade de
interpretação de problemas relacionados com alterações na teia alimentar, dando preferência
2. OBJETIVOS
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3. DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE
Para poder desenvolver esta atividade com os alunos da 6a série, houve uma
conversa prévia com a Diretora da escola escolhida, para apresentação da proposta de trabalho e
solicitação de permissão para sua realização junto aos alunos. Após este contato, foi marcada
uma reunião com as três professoras de Ciências da escola para discutir um cronograma e
apresentar as principais idéias da atividade.
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O cronograma seguido constou de:
1
Os alunos de duas salas foram sorteados para participar desta atividade.
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Dando continuidade à atividade que os alunos haviam terminado de desenvolver,
foram discutidos o significado e as diferenças entre cadeia e teia alimentar. O próximo assunto
trabalhado foi a questão da sustentabilidade de uma teia alimentar, ou seja, o fato do sol fornecer
a energia para que possam existir as relações alimentares entre os animais na natureza. Também
foi discutida com os alunos a questão do repasse desta energia para todos os níveis tróficos e a
fragilidade entre os elos de uma teia alimentar. Aproveitando estas discussões, analisamos o papel
do homem como agente modificador da natureza.
Após passar estes conceitos teóricos, foi apresentada aos alunos a pesquisa
científica desenvolvida, a qual serviu de base para o desenvolvimento de toda a atividade. As
etapas da pesquisa científica foram apresentadas na forma de tópicos envolvendo as seguintes
questões: 1) Como estudamos a teia alimentar?, 2) O que estudamos?, 3) Onde fizemos o
trabalho?, 4) Como coletamos os dados?, 5) Quais os resultados que obtivemos?. No primeiro
tópico os alunos tomaram conhecimento do uso da pesquisa científica como ferramenta para a
montagem da teia alimentar. Nos tópicos 2 e 3 foram explicados os objetivos desta pesquisa e a
área trabalhada. O quarto tópico abordou os materiais e metodologia utilizados na coleta dos
animais do riacho e na análise de suas relações tróficas. Por fim, no tópico 5 foram apresentados
parte dos resultados obtidos. As atividades deste dia foram finalizadas com uma aula prática, onde
os alunos puderam visualizar, utilizando esteromicroscópios levados para a escola, os insetos
aquáticos que fazem parte da fauna do riacho estudado.
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3.3.2. Aulas de campo
4. CONCLUSÕES
A maneira como este tema foi abordado mostrou, durante as conversas realizadas
nas aulas práticas, que os alunos apresentaram capacidade de diagnosticar e propor soluções
para problemas reais a partir de elementos das Ciências Naturais. Esta metodologia de ensino
ativa, valorizando métodos e técnicas que priorizam a ação do sujeito, apresenta como aspectos
principais: a experiência direta do aluno, o interesse espontâneo, a insistência na autonomia do
educando e a participação ativa do aluno como parte da aprendizagem (RONCA, 1986). O
desenvolvimento indutivo do aluno é característico desta metodologia, o qual é trabalhado a partir
da apresentação de casos concretos para que ele estabeleça generalizações.
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As aulas expositivas dialogadas permitiram ao aluno formar um conhecimento
prévio sobre o conteúdo. Segundo BALZAN (1977 apud RONCA, 1986), na exposição dialogada o
aluno é convidado a participar, comentando, exemplificando e completando as colocações feitas
pelo professor. Uma aula expositiva dialogada requer do aluno uma participação ativa em que ele
consiga estabelecer uma relação entre o conteúdo já existente na sua estrutura cognitiva e o novo
material que estiver sendo apresentado. Ao optar por uma aula expositiva dialogada, o professor
tem que estar ciente da necessidade de possuir em sua sala de aula um aluno que participe
ativamente, o que ocorreu de forma bastante efetiva na atividade desenvolvida. Esta metodologia
foi empregada de maneira completa, ou seja, com todas as fases descritas por RONCA (1986), a
saber:
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5. BIBLIOGRAFIA
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