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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM REDE NACIONAL – PROEF

ESPORTES ADAPTADOS DENTRO DE UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA:


Desenvolvendo uma Unidade Didática nas aulas de Educação Física do Ensino
Médio.

MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO ROCHA DO NASCIMENTO

NATAL – RN
2023
2

MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO ROCHA DO NASCIMENTO

ESPORTES ADAPTADOS DENTRO DE UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA:


Desenvolvendo uma Unidade Didática nas aulas de Educação Física do Ensino
Médio.

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado


Profissional em Educação Física em Rede Nacional –
PROEF, da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, e da Universidade Estadual Paulista “ Júlio de
Mesquita Filho” UNESP, como requisito à obtenção
do título de mestre em Educação Física.

Linha de pesquisa 3: Educação Física no Ensino


Médio

Orientador: Prof. Dr. Antônio de Pádua dos Santos

Natal - RN
2023
3

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN


Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS

Nascimento, Maria do Perpétuo Socorro Rocha do.


Esportes adaptados dentro de uma perspectiva inclusiva:
desenvolvendo uma unidade didática nas aulas de educação física
do ensino médio / Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento.
- 2023.
157f.: il.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do


Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em
Educação Física. Natal , RN, 2023.
Orientador: Prof. Dr. Antônio de Pádua dos Santos.

1. Esporte Adaptado - Dissertação. 2. Educação Física inclusiva


- Dissertação. 3. Inclusão Escolar - Dissertação. I. Santos,
Antônio de Pádua dos. II. Título.

RN/UF/BS-CCS CDU 796.4

Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263


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AGRADECIMENTOS

Agradecimento é o mais próximo que podemos chegar da gratidão.

Primeiro quero agradecer a Deus, por me presentear com a aprovação do


mestrado em um dos mais delicados momentos de minha vida.

Ao meu pai, Manoel Gomes, que mesmo não tendo concluído a Educação
Básica sempre me mostrou que a maior riqueza que ele poderia me deixar são
os estudos. A minha mãe Maria das graças, in memoriam, me deixou o legado do
amor e determinação.

Á minha irmã Vera Lúcia, que como professora de português me fez despertar o
amor pela profissão, e me conduziu como uma segunda mãe.

A minha irmã Verônica Rocha, que precisou iniciar as sessões diárias de


hemodiálise. E eu todos os dias na sua espera fui escrevendo a minha
dissertação entre lagrimas e sorrisos de esperança.

Aos meus irmãos Francisco Custódio e Cicera Rocha por estarem sempre
presentes na minha vida com gestos simples de cuidado.

Ao meu querido orientador, professor Dr. Antônio de Pádua dos Santos, por toda
parceria, por acreditar e confiar que eu seria capaz de cumprir esta missão.

Aos professores (as) e alunos (as) da segunda turma do mestrado profissional


em Educação Física PROEF/UFRN pela acolhida e sensibilidade em dividir os
conhecimentos. A UFRN, por ofertar uma Educação de qualidade e abrir portas
de conhecimento para os profissionais da Educação Física.

Enfim, a todas (as) pessoas que não foram mencionadas neste momento, mas
que colaboraram de alguma forma em todo processo de pesquisa.

GRATIDÃO!
5

DEDICATÓRIA

Dedico primeiramente a DEUS, pois no meio de tantas tempestades ele me


agraciou com a aprovação no mestrado e conclusão do mesmo. Ao meu
pai, Manuel Gomes, e minha mãe Maria das Graças, in memoriam, que
sempre me mostram que o caminho da vitória era através dos estudos. A
todos os meus irmãos que sempre serão minha base e maior riqueza. E
meus alunos (as) que participaram do presente estudo, se esforçando com
maestria. Gratidão! Deus seja louvado!
6

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Foto 01: Desafio áudio visual sobre inclusão........................................................................................66


Foto 02: Desafio áudio visual sobre inclusão........................................................................................67
Foto 03: Reconhecimento das limitações visual e motora....................................................................69
Foto 04: Reconhecimentos das limitações visual e motora...................................................................70
Foto 05: Reconhecimento das limitações visual e motora....................................................................70
Foto 06: Dinâmica sobre respeitar as diferenças..................................................................................72
Foto 07: Dinâmica sobre respeitar as diferenças..................................................................................72
Foto 08: Resultado dos desenhos sobre diferenças.............................................................................73
Foto 09: Dinâmica sobre deslocamento sentado..................................................................................82
Foto 10: Variação do deslocamento sentado, Participação das meninas/meninos..............................82
Foto 11: Devolução de bola com manchete e passe.............................................................................83
Foto 12: Troca de passe e manchete em grupo....................................................................................83
Foto 13: Mini jogo de vôlei sentado.......................................................................................................84
Foto 14: Quadra de vôlei sentado.........................................................................................................86
Foto 15: Jogo de vôlei sentado..............................................................................................................87
Foto 16: Vôlei tradicional na quadra de vôlei sentado...........................................................................87
Foto 17: Roda de conversa sobre Goalball...........................................................................................89
Foto 18: Demarcando a quadra de Goalball..........................................................................................90
Foto 19: Conhecendo as áreas do Goalball..........................................................................................90
Foto 20: Explorando a escola com os olhos vendados.........................................................................92
Foto 21: Atividade: Encontrar um amigo estando com os olhos vendados...........................................92
Foto 22: Atividade: Iniciação ao Goalball..............................................................................................93
Foto 23: Conhecendo os fundamentos do goalball...............................................................................93
Foto 24: Execução de defesa e arremessos.........................................................................................94
Foto 25: Realizando defesa e arremessos do goalball..........................................................................95
Foto 26: Praticando arremessos e defesa do goalball..........................................................................95
Foto 27: Roda de conversa sobre Goalball...........................................................................................96
Foto 28: Jogando o Goalball..................................................................................................................97
Foto 29: Alunos (as) caminhando e correndo pela quadra com ajuda de um cordão guia...................99
Foto 30: Alunos (a) conduzindo a bola com ajuda de um cordão guia e de um colega........................99
Foto 31: Aluno (a) conduzindo a bola, sendo guiados por um cordão................................................100
Foto 32: Alunos (as) realizando passe e recepção ao som de palmas...............................................100
Foto 33: Alunos (as) conduzindo a bola pela quadra..........................................................................101
Foto 34: Alunos (as) chutando a gol com os olhos vendados.............................................................101
Foto 35: Alunos (as) praticando futebol de 5.......................................................................................102
Foto 36: Confecção da bocha..............................................................................................................103
Foto 37: Alunos (as) vivenciando a prática da bocha..........................................................................104
Foto 38: Ciclo de sentimentos.............................................................................................................113
7

LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Estruturação do Estado da Arte.........................................................................................18


Quadro 02: Sequência da intervenção pedagógica sobre a unidade temática, Esporte Adaptado......48
8

LISTA DE TABELA

Tabela 01: Participantes da pesquisa....................................................................................................49


Tabela 02: Participante do questionário avaliativo..............................................................................105
9

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Houve aulas sobre Esportes Adaptados durante o Ensino Fundamental..........................51
Gráfico 02: Esportes Adaptados que você conhece.............................................................................53
Gráfico 03: importância de estudar o tema Esporte Adaptado nas aulas de Educação Física.............55
Gráfico 04: O que é inclusão para você................................................................................................57
Gráfico 05: Esportes Adaptados que gostaria de estudar.....................................................................59
Gráfico 06: Diferenças entre os Esportes Adaptado e tradicionais.......................................................61
Gráfico 07: Importante trabalhar a inclusão na sala de aula.................................................................63
Gráfico 08: Presenciou algum tipo de exclusão nas aulas de Educação Física...................................64
10

RESUMO

Este estudo tem um olhar voltado para a ministração do tema Esporte Adaptado
dentro de uma perspectiva inclusiva. O objetivo geral desse estudo foi a construção
coletiva, a implementação e a avaliação de uma unidade didática com a utilização do
esporte adaptado dentro de uma perspectiva inclusiva nas aulas de Educação Física
no Ensino Médio. Os objetivos específicos foram:1- Diagnosticar e Identificar a
percepção e experiências dos (as) alunos (as) sobre a unidade temática esporte
adaptado nas aulas de Educação Física no ensino fundamental; 2- Desenvolver uma
unidade didática sobre esporte adaptado dentro de uma perspectiva inclusiva como
ferramenta pedagógica nas aulas de Educação Física no Ensino Médio; 3- Avaliar
uma unidade didática sobre esporte adaptado dentro de uma perspectiva inclusiva
nas aulas de Educação Física no Ensino Médio. Foi realizado um estudo de campo
do tipo pesquisa-ação, utilizando o método qualitativo descritivo em uma escola da
Rede Estadual de Ensino do Ceará, localizada em Fortaleza, com 64 alunos e
alunas de duas turmas do 3º Ano A e B do Ensino Médio. Os instrumentos utilizados
foram: a) observação participante das aulas de Educação Física, através da
utilização do diário de campo; b) 02 questionários, 01 sobre o entendimento dos (as)
alunos (as) a respeito do Esporte Adaptado obtido no Ensino Fundamental; 01 para
Avaliar uma unidade didática sobre esporte adaptado dentro de uma perspectiva
inclusiva nas aulas de Educação Física no Ensino Médio. A pesquisa foi aprovada
com o parecer da plataforma Brasil nº 5.678.415. O tema teve sua relevância ao
podermos constatar os ganhos adquiridos aos (as) estudantes através da
implementação do projeto de pesquisa. Os (as) mesmos (as) demonstraram maior
motivação para aprender um conteúdo antes pensado apenas para pessoas com
deficiência. Eles (as) se viram não apenas reproduzindo movimentos, mas
construindo um conhecimento e refletindo sobre ele. As atividades aconteceram com
a participação de todos (as) os (as) alunos (as), independente do nível de habilidade
motora, de gênero, e situação ou não de deficiência. Os esportes adaptados foram
tematizados utilizando o máximo de modalidades possíveis dentro de uma unidade
didática, que possibilitou uma maior riqueza de conhecimentos aos (as) alunos (as).
Foi obtido a participação de vários alunos (as) que não estavam participando das
aulas de Educação Física em semestres anteriores, e que nitidamente estavam se
sentindo incluídos nas aulas. Percebemos um despertar pela admiração e
reconhecimento do outro pelas suas diferenças. Inclusive um novo olhar para os
colegas com deficiência, ao perceberem suas potencialidades e não mais somente
suas dificuldades. Constatamos que o tema é totalmente possível, viável e aceito
pelos (as) estudantes, visto que parte das necessidades e interesse apresentados
pela turma.

Palavras-chaves: Esporte Adaptado; Educação Física inclusiva; Inclusão Escolar.


11

ABSTRACT

This study focuses on the teaching of Adapted Sport from an inclusive perspective.
The general objective of this study was the collective construction, implementation
and evaluation of a didactic unit with the use of adapted sport within an inclusive
perspective in Physical Education classes in High School. The specific objectives
were: 1- Diagnosing and Identifying the perception and experiences of students on
the thematic unit adapted sport in Physical Education classes in elementary school;
2- Develop a didactic unit on adapted sport within an inclusive perspective as a
pedagogical tool in Physical Education classes in High School; 3- Evaluate a didactic
unit on adapted sport within an inclusive perspective in Physical Education classes in
High School. A field study of the research-action type was carried out, using the
descriptive qualitative method in a school of the State Education Network of Ceará,
located in Fortaleza, with 64 male and female students from two classes of the 3rd
Year A and B of High School. The instruments used were: a) participant observation
of Physical Education classes, through the use of a field diary; b) 02 questionnaires,
01 about the understanding of the students regarding the Adapted Sport obtained in
Elementary School; 01 to Evaluate a didactic unit on adapted sport within an
inclusive perspective in Physical Education classes in High School. The research
was approved with the opinion of the Brasil platform nº 5,678,415. The theme had its
relevance when we were able to verify the gains acquired from the students through
the implementation of the research project. They showed greater motivation to learn
content previously thought only for people with disabilities. They found themselves
not only reproducing movements, but building knowledge and reflecting on it. The
activities took place with the participation of all students, regardless of their level of
motor skill, gender, and disability status or not. Adapted sports were themed using
as many modalities as possible within a didactic unit, which allowed a greater wealth
of knowledge to students. The participation of several students who were not
participating in Physical Education classes in previous semesters was obtained, and
who were clearly feeling included in the classes. We noticed an awakening by the
admiration and recognition of the other for their differences. Including a new look at
colleagues with disabilities, when they realize their potential and not just their
difficulties anymore. We verified that the theme is totally possible, viable and
accepted by the students, since it starts from the needs and interests presented by
the group.

Keywords: Adapted Sport; Inclusive Physical Education; School inclusion.


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................13
2 TECENDO CONHECIMENTOS SOBRE O ESPORTE ADAPTADO DENTRO DE
UMA PERSPETIVA INCLUSIVA...............................................................................26
2.1 Compreendendo os conceitos que se relacionam com o esporte
adaptado....................................................................................................................26
2.2 Inclusão escolar e educação física escolar inclusiva....................................31
2.3 Um novo olhar para as pessoas com deficiência nas aulas de educação
física dentro de uma perspectiva inclusiva...........................................................37
2.4 O que recomenda o novo ensino médio e a BNCC sobre o tema esporte
adaptado e inclusão.................................................................................................40
3 Desenvolvendo de uma unidade didática sobre o esporte adaptado dentro de
uma perspectiva inclusiva.......................................................................................46
3.1 Apresentação do projeto de pesquisa.................................................................47
3.2 Descrição da intervenção pedagógica:1º aula- Aplicação do questionário
diagnóstico.................................................................................................................49
3.3 Descrição da intervenção pedagógica:2º aula- Dinâmica sobre inclusão e
respeito as diferenças................................................................................................65
3.4 Descrição da intervenção pedagógica:3º aula- Apresentação geral dos esportes
adaptados e sua relação com a inclusão...................................................................74
3.5 Descrição da intervenção pedagógica:4º aula- Apresentação e vivência do vôlei
sentado (Parte 01)......................................................................................................79
3.6 Descrição da intervenção pedagógica:5º aula- Vivência do vôlei sentado (Parte
02)..............................................................................................................................85
3.7 Descrição da intervenção pedagógica:6º aula- Apresentação e Vivência do
Goalball (Parte 01).....................................................................................................88
3.8 Descrição da intervenção pedagógica7ºaula- Apresentação e Vivência do
Goalball (Parte 02).....................................................................................................96
3.9 Descrição da intervenção pedagógica:8º aula- Apresentação e Vivência do
futebol de 5 (Parte 01)................................................................................................98
3.10 Descrição da intervenção pedagógica:9º aula- Vivência do futebol de 5 (Parte
02)............................................................................................................................102
3.11 Descrição da intervenção pedagógica:10º aula- Apresentação e Vivência da
bocha........................................................................................................................103
3.12 Descrição da intervenção pedagógica:11º aula- Aplicação do questionário
avaliativo ..................................................................................................................104
3.13 Descrição da intervenção pedagógica:12º aula- culminância..........................113
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................115
REFERÊNCIAS........................................................................................................118
APÊNDICES.............................................................................................................122
ANEXOS..................................................................................................................147
13

1 INTRODUÇÃO

O Ministério da Educação (MEC) organizou um seminário e fez alterações no


texto da segunda e última versão da Base Nacional Comum Curricular BNCC (2018)
sem a participação da população de professores e estudantes, recebendo várias
críticas desses que fazem o chão da escola. Pois, considerando a BNCC como um
documento que apresenta implicações para o currículo, sendo considerado um
instrumento com a finalidade de regular o currículo das escolas e por consequência
influenciando no trabalho dos docentes, a não participação desse público os deixam
completamente de fora das tomadas de decisões que interferem diretamente em
suas práticas pedagógicas.
Como professora de Educação Física há 12 (doze) anos, durante esse
período sempre trabalhei na rede pública de ensino. Minha primeira experiência
como docente de Educação Física foi em uma escola Estadual, localizada em
Fortaleza/Ceará. Durante todos esses anos tive a oportunidade de lecionar em cinco
escolas estaduais. Sigo até hoje experimentando a rotina, os desafios e os
encantamentos da docência.
Esse encantamento pela docência e pelo ambiente escolar vem desde muito
cedo na minha história de vida. Tendo uma irmã mais velha professora de português
chamada Vera Lúcia, e sempre estive inserida através de seus relatos no dia a dia
da profissão, ciente de seus sabores e dissabores.
Cresci certa de que seria professora, inicialmente pelo amor ao esporte. E
para chegar em tal objetivo, optei pela graduação em Educação Física. Ao ingressar
no curso de graduação, pude entender que ser professora, independentemente do
componente curricular, exigiria de mim uma reflexão crítica sobre minha prática, e
sobretudo respeito à autonomia dos educandos.
Foi a partir da minha experiência como professora da Educação Básica, no
contexto escolar do Ensino médio, sendo está etapa de ensino considerada diversa
e complexa, que comecei a perceber o pedido dos (as) estudantes para mim e para
os (as) outros (as) professores (as) de Educação Física que trabalhavam comigo na
mesma escola, em realizar aulas exclusivas de alguns conteúdos esportivos como
basquete, vôlei e futebol. Percebi também a pouca ou nenhuma ministração de
aulas com temas sobre esportes adaptados e consequentemente a sua falta de
relação com temas como a inclusão. Certa de que o ato de educar depende da troca
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e do compartilhamento de saberes, compreendi que planejar e construir unidades


didáticas não tem sentido se não forem feitas através de um planejamento
participativo que envolva tanto os professores (as) quanto os (as) alunos (as). Ao
longo dessas vivências, pude notar que não existiam discursões sobre esses temas
com os (as) outros (as) professores (as) nos momentos dos planejamentos de área,
talvez por insegurança na abordagem com o tema e embasamento adquiridos dos
cursos de formação.
A criação da (BNCC) gerou inúmeras pautas de discussão, mobilizando
diversos agentes políticos públicos e privados. A primeira versão da BNCC data de
2015; a segunda de 2016, e a terceira versão de 2017, mas sem a inclusão do
Ensino Médio. Seus autores compreendem a sua criação como uma referência para
o currículo e acreditam que o seu propósito é garantir direitos de aprendizagem. O
documento para o Ensino Fundamental foi homologado em dezembro de 2017, ao
passo que o manuscrito relativo ao Ensino Médio foi divulgado pelo MEC em abril de
2018 e homologado pelo órgão em dezembro de 2018.
Logo que o documento da BNCC (2018) foi finalmente publicado, tomei sua
leitura e iniciei o diálogo como os (as) outros (as) professores (as) de Educação
Física da escola na qual leciono e também com os (as) estudantes do mestrado
profissional em Educação Física da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande de
Norte) na qual também sou aluna (a). O citado documento fez acender entre nós
professores (as) discussões bastante relevantes sobre os conteúdos mínimos
referenciados para a disciplina Educação Física escolar no Ensino Médio. Para
compreender de forma mais abrangente a estruturação da obra, identificamos que
ela segue a seguinte estruturação:

A obra é estruturada a partir das competências e habilidades, onde a


competência é definida como a mobilização de conhecimento (conceitos e
procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais),
atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana
(BRASIL, 2018, p. 8).

Um questionamento inicial foi levantado pelo fato da BNCC não especificar


em seu documento quais conteúdos mínimos seriam abordados nesse ciclo de
ensino, não contendo as descrições das unidades temáticas e os objetos do
conhecimento para o Ensino Médio, assim como foi prescrito para o Ensino
Fundamental. O que foi perceptível nesse documento é que tudo que foi ministrado
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no Ensino Fundamental como parte da cultura corporal do movimento poderá ser


também abordado no Ensino Médio, tendo um maior aprofundamento nesse nível de
ensino. Consultamos o que o documento traz como objetivo especifico para o Ensino
Médio e chegamos no trecho abaixo.

O conjunto das competências específicas e habilidades definidas para o


Ensino Médio concorre para o desenvolvimento das competências gerais da
Educação Básica e está articulado às aprendizagens essenciais
estabelecidas para o Ensino Fundamental. Com o objetivo, consolidar,
aprofundar e ampliar a formação integral, atende às finalidades dessa etapa
e contribui para que os estudantes possam construir e realizar seu projeto
de vida, em consonância com os princípios da justiça, da ética e da
cidadania (BRASIL, 2018, P.471).

Diante do exposto até aqui, e baseado nas pesquisas de leituras feitas pela
professora/pesquisadora surge a seguinte problemática: de que maneira planejar
uma unidade didática que possibilite o conhecimento e a inclusão nos Esportes
Adaptados?
A falta de importância sobre o ensino da temática pode ser creditada ao fato
da BNCC não lhe referenciar. Visto que, o documento usa a expressão “mínimo” ou
“básico” para referir-se aos conteúdos que serão ofertados nas aulas, nos fazendo
pensar também na palavra “essencial”, pois, até que ponto os (as) professores (as)
consideram esses temas essenciais para serem incluídos dentro do currículo se nem
ao menos eles são priorizados dentro de um documento como a BNCC?
Uma segunda reflexão nos toma quando identificamos na BNCC (2018) que
o objetivo para o Ensino Médio é consolidar, aprofundar e ampliar tudo o que foi
ensinado no Ensino Fundamental. Como se os conteúdos mínimos citados para
Ensino Fundamental também fossem suficientes para atender suas finalidades. Tal
reflexão nos leva a pensar no seguinte questionamento: com qual bagagem de
informação e vivência sobre Esporte Adaptado e Inclusão os (as) alunos (as) iniciam
no Ensino Médio para que enfim esses objetivos possam se cumprir? Portanto, os
(as) professor (as) precisam ter um diagnóstico dos (as) aluno (as) sobre o que foi
ensinado no Ensino Fundamental para que se aprofundem os conhecimentos no
Ensino Médio, trazendo especificidade para esse novo nível de ensino.
Em relação ao Novo Ensino Médio, ele altera na BNCC, a forma como os
componentes curriculares, e objetos de conhecimentos serão organizados,
planejados e apresentados aos (as) alunos (as). O Novo Ensino Médio trouxe a
16

adoção de uma base comum curricular e a escolha dos itinerários formativos por
parte dos mesmos. Seus idealizadores acreditam que com isso ocorrerá um maior
protagonismo por parte do (a) aluno (a), dando-lhes liberdade para construir o seu
próprio itinerário formativo. Mas será que eles (as) realmente estudarão temas que
serão capazes de desenvolver habilidades e conhecimentos que irão além da
formação educacional focada em mão de obra para o mercado de trabalho?
O Novo Ensino Médio fez diminuir a carga horária das aulas de Educação
Física, por se acreditar que outras disciplinas investem em aulas que trazem novos
olhares para a vida profissional, que visam orientar, preparar, e instruí-los para
o mercado de trabalho. Será que uma das funções mais importantes da escola é
preparar os jovens para desenvolver aptidões profissões ao ponto de negligenciar o
ensino de outros conteúdos? Será se de fato o Novo Ensino Médio atende às
necessidades e às expectativas dos jovens, fortalecendo o seu protagonismo
juvenil?
Deste modo, como justificativa social, a possibilidade de criação de uma
unidade temática por meio deste presente estudo, que incorpore os Esportes
Adaptados dentro de uma perspectiva inclusiva, direciona o olhar dos (as)
estudantes no caminho para uma Educação Física inclusiva. Sendo este
considerado um momento de reflexões e descobertas.
A segregação que sempre esteve presente na história da humanidade, tendo
no seu meio, um conjunto de práticas, hábitos, situações e falas enraizadas na
cultura de um povo, promovendo de forma direta ou indireta a exclusão de uma
parte da sociedade, seja por questões raciais, gênero, religião, estereótipos etc.,
ameaça o direito das pessoas de existir, nos fazendo perceber que a inclusão é um
tema que norteia toda a vida em sociedade e gera discussões. Silva (2022) colabora
com o nosso pensamento ao apontar os benéficos de se trabalhar o Esporte
Adaptado dentro de uma perspectiva de inclusão ampliada.

Os conceitos de participação e inclusão ampliada corrobora para a


constituição de um novo olhar para vivência prática do Esporte Adaptado
nas aulas de Educação Física escolar, permitindo que os professores (as)
possam alçar a construção de novos caminhos e novas possibilidades e
experiências, as quais aproximem e coadunem com a diversificação de
práticas esportivas na escola, reconhecendo as necessidades e a garantia
dos direitos do aluno (a) (SILVA 2022, P.84).
17

Diante do exposto até aqui, o presente estudo teve como objetivo geral a
construção, implementação e avaliação de uma unidade didática com a utilização do
esporte adaptado dentro de uma perspectiva inclusiva nas aulas de Educação Física
no Ensino Médio. Os objetivos específicos foram divididos em três, a saber: 1-
Diagnosticar e Identificar a percepção e experiências dos (as) alunos (as) sobre a
unidade temática esporte adaptado nas aulas de Educação Física no Ensino
Fundamental; 2- Desenvolver uma unidade didática sobre esporte adaptado dentro
de uma perspectiva inclusiva como ferramenta pedagógica nas aulas de Educação
Física no Ensino Médio; 3- Avaliar uma unidade didática sobre esporte adaptado
dentro de uma perspectiva inclusiva nas aulas de Educação Física no Ensino Médio.
Como intuito de ampliar as discussões acadêmicas sobre o Esporte Adaptado
dentro de uma perspectiva inclusiva nas escolas e nortear a presente pesquisa,
realizamos em agosto de 2022 um levantamento e análise dos trabalhos
provenientes das bases de dados nacionais no período de 2012 a 2022, cadastrados
na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD); Biblioteca Digital de
Teses e Dissertações (UFRN), bem como Catálogo de Teses e Dissertações da
Capes e, em seguida, buscamos Artigos na base de dados da Scientific Electronic
Library Online – Scielo, com os descritores: Educação Física inclusiva; Esporte
adaptado e inclusão; Esporte adaptado segundo BNCC e Inclusão Escolar.
Optamos por pesquisar nas bases supracitadas, tendo em vista a oferta de mais
materiais voltados para área de estudo.
Chegamos a 622 publicações, e após a leitura dos títulos percebemos que
600 não tinha relação direta com os descritores selecionados. Partimos para análise
dos resumos das 22 publicações que teriam relação com os descritores. A hipótese
levantada após a leitura dos resumos das 15 publicações é a de que embora haja
produções bibliográficas sobre os descritores pesquisados, as concepções dos
professores envolvidos com estas propostas educacionais teriam pouca ou nenhuma
correspondência direta com os aspectos levantados pela literatura de nossa
pesquisa. Ou seja, não identificamos nenhum trabalho que tenha abordado o tema
Esporte Adaptado dentro de uma perspectiva inclusiva no Ensino Médio, nem
fazendo relação ao tema junto a BNCC. Conseguimos selecionar 7 (sete) produções
que ajudaram a compreender o universo do Esporte Adaptado e da inclusão sem os
relaciona-los apenas as pessoas com deficiência ou outros fins que não seja a
18

inclusão de todos (as). É importante ressaltar que o discurso aqui considerado é o


de inclusão de todos (as) independentemente de ter uma deficiência ou não.
Nessa fase de levantamento e análise dos dados, constituíram-se os
trabalhos do quadro abaixo.

Quadro 01: Estruturação do Estado da Arte.


ANO TÍTULO AUTOR (es)
Dissertação: Esporte adaptado e João Paulo Vicente da Silva
inclusão: tecendo olhares para as
2022 diferenças na formação docente
Dissertação:Inclusão escolar: Daniela Gonçalves Mendonça
desafios e possibilidades Nordony
2021 evidenciados na profissão docente,
na rede municipal de silvânia-go
daniela gonçalves mendonça
nordony
Dissertação: Vivências de Juliana Candido Queroz
professores da rede municipal de
2021 aparecida de goiânia sobre inclusão
escolar
TCC: As contribuições do esporte Márcia Viviane Bezerra
adaptado para alunos com ou sem
2021 deficiência no ensino fundamental:
um estudo de caso.
Dissertação: educação física escolar Ana Aparecida Tavares da Silveira.
inclusiva: olhares e saberes de um
2020 grupo de professores do ensino
público do natal/RN
Artigo: Os professores e a educação Marian Ávila de Lima e Dias;
inclusiva: identificação dos fatores Simone Conceição Rosa; Patrícia
2015 necessários á sua implementação. Ferreira Andrade.
Dissertação: O esporte adaptado Leonardo Miglinas Cunha
como conteúdo nas aulas de
2013 educação física
Fonte: Autoria própria, 2022

A dissertação de Silva (2022) Esporte adaptado e inclusão: tecendo olhares


para as diferenças na formação docente, propôs desenvolver uma proposta de
formação continuada com os professores (as) de Educação Física da rede de
Extremoz-RN sobre o objeto de conhecimento Esporte Adaptado na perspectiva
inclusiva. O autor colabora com a nossa pesquisa ao tratar o Esporte Adaptado na
escola dentro de uma perspectiva de inclusão ampliada.
A pesquisa de Silva (2022) possibilitou que os professores (as) colaboradores
(as) relatassem o contexto em que se configuram os desafios enfrentados e as
possibilidades na mediação de propostas pedagógicas com o Esporte Adaptado.
Proporcionando a (re)construção de novos conhecimentos e estratégias para a
mediação de propostas pedagógicas que busque a participação de todos (as) os
alunos (a), ampliando o olhar sobre a inclusão.
A dissertação de Nordony (2021) do programa de Pós-Graduação
Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias – PPG-IELT, da
19

Universidade Estadual de Goiás, em a Inclusão escolar: desafios e possibilidades


evidenciados na profissão, analisou como os professores dos anos iniciais e
coordenadores pedagógicos de uma escola municipal em Silvânia-GO,
compreendem o paradigma da inclusão, e como esses conhecimentos colaboram
para que os princípios de uma escola inclusiva possam ser realmente efetivados.
Assim como no trabalho de Nordony (2021, p.20), por inclusão, nos
ancoramos também em Reis (2013) “ao afirmar que uma escola inclusiva propõe um
único sistema educacional de qualidade para todos os alunos, com ou sem
deficiência e com ou sem tipos de condição atípica”. Embora Nordony (2021)
desdobre o processo de inclusão, tendo como público-alvo a Educação Especial, a
autora assume a inclusão dentro de uma perspectiva ampla, assim como a nossa
presente pesquisa. A autora enxerga também a diversidade humana como uma
“forma natural de existir, um tratamento em que ‘todos’ os alunos se sintam
respeitados e reconhecidos nas suas diferenças, ou melhor, que sejam acolhidos em
escolas que não sejam indiferentes às diferenças” (Reis, 2013, p. 19 apud Nordony
2021, p. 20).
A pesquisa de Queroz (2021), vivências de professores da rede municipal de
aparecida de Goiânia sobre inclusão escolar. Teve como objetivo geral, investigar e
desvelar a partir das histórias narradas por professores de uma escola regular da
rede municipal de Aparecida de Goiânia, como se dá o processo formativo para a
construção de saberes frente à educação inclusiva.
Bezerra (2021) em seu Trabalho apresentado à Universidade Federal do Rio
Grande do Norte – UFRN, como parte dos requisitos para a obtenção do Título de
Licenciado em Educação Física, realizou uma pesquisa de campo através de um
estudo de caso, onde utilizou a técnica de entrevista com um professor de educação
física. O objetivo geral era analisar as contribuições do esporte adaptado nas aulas
de educação física escolar nos anos finais do Ensino Fundamental. Bezerra (2021,
S/N) concluiu que uma das primeiras coisas que os alunos aprendem quando o
professor utiliza uma abordagem inclusiva é a respeitar as diferenças, “nessa
perspectiva todos são vistos como capazes e aptos a participar, as dificuldades
continuam existindo, mas as adaptações servem para tornar a prática possível para
todos os indivíduos”.
O trabalho de Silveira (2020) em educação física escolar inclusiva: olhares e
saberes de um grupo de professores do ensino público do Natal/RN, buscou
20

identificar as concepções de Educação Inclusiva dos professores de Educação


Física; analisar o impacto das concepções de Educação Inclusiva para a Educação
Física Inclusiva; e discutir as relações que a Educação Física Inclusiva pode
estabelecer com a formação continuada frente as dificuldades e possibilidades dos
saberes dos professores sobre Educação Física Inclusiva. Esse trabalho se tornou
válido e de grande importância para nossa pesquisa ao perceber que é um grande
desafio para os professores compreender conceitualmente as especificidades da
Educação Física frente à inclusão, bem como elaborar estratégias metodológicas
que atendam aos múltiplos corpos e suas necessidades diante das problemáticas
postas pelo processo inclusivo encontradas também nas unidades temáticas.
Sobrinho (2017) em sua dissertação titulada como Educação Física Escolar
formação continuada em serviço e inclusão: um diálogo com a diversidade, teve
como objetivo geral, discutir a formação continuada em serviço promovido pela
Secretaria municipal de Educação de Natal, em especial, sobre os pressupostos da
Educação Inclusiva na Educação Física Escolar no período de 2014 até 2016. O
autor contribui para nossa pesquisa ao perceber que as concepções dos professores
sobre inclusão, escola, aluno e prática pedagógica podem ser temas de estudo de
como o discurso da inclusão se materializa no cotidiano do professor de Educação
Física e que elementos constituem o universo desses sentidos.
Dias, Rosa e Andrade (2015, p.453) no artigo, os professores e a educação
inclusiva: identificação dos fatores necessários à sua implementação, contribuem
com o nosso olhar sobre inclusão ao relatarem que também devem ser
consideradas as relações entre “os diferentes tipos de alunos e a configuração de
subgrupos isolados do conjunto da escola, bem como as questões relativas ao
currículo, métodos de ensino e de avaliação daqueles em situação de inclusão como
temas centrais do debate”.
Cunha (2013) em sua dissertação, o esporte Adaptado como Conteúdo nas
aulas de Educação Física, tendo como objetivo analisar o processo de
sistematização e transmissão do esporte adaptado como conteúdo de ensino nas
aulas de Educação, identificou no resultado de sua pesquisa que o esporte adaptado
poderá ser tematizado na escola a partir de uma abordagem que considere as
necessidades educativas e que se preocupe em relacionar o aprendizado às
questões sobre inclusão.
21

Em decorrência da carência de literaturas e publicações identificadas pela


presente pesquisa e da omissão em referenciar a temática na BNCC (2018), O
distanciamento do tema Esporte Adaptado sob o prisma da inclusão dentro da
escola, dos projetos pedagógicos, das articulações políticas e comunitárias, com
ações coletivas, poderá deixar o (a) professor (a) em situação de isolamento e sem
apoio diante desta nova realidade de inclusão, dificultando sua atuação pedagógica
perante os (a) alunos (as) com ou sem deficiência.
Diante de todas as informações e com a intenção de alcançar os objetivos
propostos no presente estudo, a pesquisa foi desenvolvida na escola de ensino
fundamental e médio E.E.F.M Antônio Dias Macedo, localizada no município de
Fortaleza/CE. A escolha deste cenário está relacionada ao fato da
professora/pesquisadora lecionar neste local e ministrar aulas para estudantes do
Ensino Médio. A Escola teve sua fundação em março do ano de 1963 pelo senhor
José Duarte Espinheiro e inaugurada em 14 de agosto de 1963. Está localizado na
Avenida Pedro Dantas, nº 340, bairro Dias Macedo, Fortaleza – CE. Na zona urbana
A escola pertence à Rede Estadual de Ensino, tendo como Entidade
Mantenedora a Secretaria de Educação Básica do Estado do Ceará, distribuindo
suas atividades nos turnos: manhã, tarde e noite, na modalidade presencial, com
regime anual. A escola possui 500 alunos, distribuídos da seguinte forma: 202 no
Ensino Fundamental anos finais (8º e 9º ano) e 222 no Ensino Médio (1º ao 3º ano)
divididas em 16 turmas nos turnos manhã, tarde; e 76 alunos matriculados no turno
noite no Ensino Médio.
O estudo foi desenvolvido por 64 alunos (as) dos 3º anos A e B, sendo 21
alunos e 43 alunas, na faixa etária entre 17 e 21 anos. Regularmente matriculados
nos períodos matutino e vespertino. A escolha desse público se deu pela
professora/pesquisadora compreender que os (as) estudantes desta série de ensino
estão em fase de conclusão do Ensino Médio. E através do diagnóstico inicial, caso
os (as) alunos (as) tenham tido pouca ou nenhuma vivência sobre o tema da
pesquisa em séries anteriores, eles (as) terão a oportunidade de concluir a
Educação Básica sendo contemplados com a vivência desse conteúdo.
A aceitação para participar do estudo ocorreu de forma voluntária, os (as)
alunos (as) autorizaram suas participações por escrito, através da assinatura do
termo de assentimento livre e esclarecido (TALE). Para os (as) alunos (as) menores
22

de idade, foi elaborado um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE),


assinado pelos pais, ou responsável, que autorizaram as suas participações.
A pesquisa é de natureza qualitativa caracterizando-se como Pesquisa-ação.
A Abordagem qualitativa segundo Gil (2006), diz que a interpretação dos fenômenos
e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa, pois
não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas, o ambiente natural é a fonte
direta para coleta de dados, e o pesquisador é o instrumento-chave. Este tipo de
abordagem da pesquisa é aplicado quando o fenômeno estudado é complexo, e não
tende a quantificar (MARCONI; LAKATOS, 2010).
Ao optar por uma pesquisa-ação, tomamos como referência Thiollent (2011),
quando afirma que esta caracteriza-se pelo envolvimento do pesquisador e dos
pesquisados no processo de pesquisa, por estar distante dos princípios da pesquisa
empírica clássica, pois a realidade, para os teóricos da pesquisa-ação não é fixa e o
observador e seus instrumentos desempenham papel ativo na coleta, análise e
interpretação dos dados. Assim, segundo Thiollent (2011, p. 21), uma pesquisa pode
ser qualificada como pesquisa-ação quando houver realmente uma ação por parte
das pessoas ou grupos implicados no problema sob observação e necessita de uma
ação problemática que haja investigação em sua elaboração e condução.
A pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social concebida e realizada em
estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e
no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação da
realidade a ser investigada estão envolvidos de modo cooperativo e participativo
(THIOLLENT, 2011).
O estudo busca através da pesquisa-ação uma ação conjunta entre
pesquisador (a) e pesquisados (as) transformações da realidade vivenciada, através
de uma abordagem estratégica que favoreça esses anseios.
Os instrumentos utilizados para alcançar os objetivos da pesquisa foram: a)
observação participante das aulas de Educação Física, através da utilização do
diário de campo; b) 02 questionários elaborados pela professora pesquisadora,
sendo um para diagnosticar as experiências vividas pelos (as) estudantes no Ensino
fundamental sobre o tema Esporte Adaptado dentro de uma perspectiva inclusiva; e
outro questionário avaliativo, para compreender as impressões e conhecimentos
gerados em todo o percurso das aulas. Nele os (as) alunos (as) descreveram sobre
23

a ampliação do conhecimento obtido na vivência da unidade didática proposta; d)


recurso imagético como o registro fotográfico.
Em relação ao diário de campo consultamos Falkembach (1987, apud
GERHARD; SILVEIRA, 2009, p. 76) que deixa sua contribuição ao explanar do que
se trata esse documento.

O diário de campo é um instrumento de anotações, um caderno com espaço


suficiente para anotações, comentários e reflexão, para uso individual do
investigador em seu dia a dia. Nele se anotam todas as observações de
fatos concretos, fenômenos sociais, acontecimentos, relações verificadas,
experiências pessoais do investigador, suas reflexões e comentários. Ele
facilita criar o hábito de escrever e observar com atenção, descrever com
precisão e refletir sobre os acontecimentos.

Sobre a observação participante Thiollent (2011) considera que as principais


vantagens são a agilidade no acesso dos dados sobre situações cotidianas em que
os sujeitos do grupo estão inseridos, a possiblidade de obter dados relevantes que o
grupo considere de domínio privado, e ainda a possibilidade de captar palavras,
atitudes que acompanham o grupo investigado. Na observação participante, o
pesquisador participa junto ao grupo investigado, para que possamos observar,
descrever e analisar uma dada realidade.
A coleta de dados teve início com a apresentação do projeto junto a equipe
pedagógica e direção da escola. Após consentido a sua realização, seguimos
algumas etapas que serviram para melhor organizar a pesquisa e nossa proposta de
intervenção na escola.
Esta fase da pesquisa entre esclarecimento do estudo, intervenção de aulas
e conclusão das aulas, deu-se por um bimestre letivo com duração de (03 meses),
com duas aulas semanais (24 aulas, de 50 minutos de duração cada aula, sendo
elas geminadas). Os planos de aula estão disponibilizados no apêndice D. As etapas
foram distribuídas da seguinte forma:
1° momento: Apresentação da proposta de intervenção para os (as) alunos
(as), posteriormente aplicamos o questionário diagnóstico criado pela
professora/pesquisadora, onde buscamos investigar as experiências vividas pelos
(as) estudantes no Ensino fundamental sobre o tema Esporte Adaptado dentro de
uma perspectiva inclusiva;
2° momento: elaboração da unidade didática e sequência das aulas.
Utilização de aula expositiva, utilização de textos, vídeos e aulas práticas que
24

favoreceram a apropriação dos saberes sobre o Esporte Adaptado dentro de uma


perspectiva inclusiva.
3° momento: Buscamos avaliar e compreender as impressões e
conhecimentos gerados em todo o percurso de aulas, através de um questionário
avaliativo. Nele os (as) alunos (as) descreveram sobre a ampliação do conhecimento
obtidos na vivência da unidade didática proposta.
Os resultados foram analisados através de uma análise descritiva da
intervenção pedagógica. Realizamos a interpretação dos dados obtidos nos
questionários diagnóstico, na implementação da unidade didática e no questionário
avaliativo, identificando as possibilidades e limites de uma unidade didática sobre os
Esportes Adaptados dentro de uma perspectiva inclusiva nas aulas de Educação
Física no Ensino Médio.
Pesquisa submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa, da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte e cadastrada na Plataforma Brasil sob o nº
59705622.0.0000.5537, cujo parecer de aprovação é de nº 5.678.415, Datado de 04
de outubro de 2022.
A investigação está organizada, sistematicamente em capítulos: O primeiro
capítulo corresponde à introdução, onde enquadram-se as motivações, o problema
de pesquisa, os objetivos, o estado da arte, a descrição dos procedimentos
metodológicos adotados a construção e a análise dos dados. O segundo capítulo,
Tecendo conhecimentos sobre o esporte adaptado dentro de uma perspectiva
inclusiva, foi dividido em 4 sessões a saber: 2.1 Compreendendo os conceitos que
se relacionam com o esporte adaptado; 2.2 Inclusão escolar e educação física
escolar inclusiva; 2.3 Um novo olhar para as pessoas com deficiência nas aulas de
educação física dentro de uma perspectiva inclusiva; 2.4 O que recomenda o novo
Ensino Médio e a BNCC sobre o tema esporte adaptado e inclusão. No terceiro
capítulo, o desenvolvendo de uma unidade didática sobre o esporte adaptado dentro
de uma perspectiva inclusiva. Esse capitulo foi dividido em 13 sessões que vão dá
sessão 3.1 até à sessão 3.13. Nele fizemos a apresentação do projeto de pesquisa e
a descrição e análise das aulas sobre a unidade didática proposta. Para concluir,
apresentamos as considerações finais e, especificamente nesse espaço, o nosso
olhar volta-se para os resultados da pesquisa, observando se os objetivos traçados
pela investigação foram alcançados, e verificando os apontamentos que nos levaram
25

a construção da presente unidade didática. Contribuindo assim para a possibilidade


de continuidade de pesquisas futuras sobre o tema.
26

2 TECENDO CONHECIMENTOS SOBRE O ESPORTE ADAPTADO DENTRO DE


UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA.

2.1 Compreendendo os conceitos que se relacionam com o esporte adaptado.

Considerando a pluralidade de terminologias manifestadas que circulam no


interior deste campo investigativo, tornou-se relevante nesta sessão compreender
alguns conceitos como: desporto, atividade física, esporte adaptado, esporte
paralímpico e Educação Física adaptada. Já que esses conceitos podem muitas
vezes serem empregados de forma equivocada entre os (as) professores (as),
acarretando na falta de compreensão do tema proposto pela pesquisa.
Investigar para conhecer o que determinados (as) autores (as) em suas
produções científicas compreendem sobre determinados temas foi de fundamental
importância no sentido de aperfeiçoar esta pesquisa de campo, de modo que
possibilitou também a evolução de sua construção. Ao pesquisarmos sobre
desporto, chegando ao conceito de Fanali (1981 apud Araújo 1997, p.4) no qual
significa:

Atividades especificas de emulação na qual se valorizam intensamente as


formas de praticar os exercícios físicos para que o indivíduo ou um grupo,
chegue ao aperfeiçoamento das possibilidades morfo-físiológicas e
psíquicas, concretizando em recorde ou uma superação de si mesmo ou do
concorrente. Podemos entender como sendo a prática sistematizada de
uma atividade esportiva.

Embora percebamos dentro desse conceito os benefícios morfo-fisiológicos e


psíquicos que a prática de um deporto traz para a vida do indivíduo, a abordagem
sobre Esporte Adaptado dentro das aulas de Educação Física não segue a obtenção
do rendimento e superação de recordes como é exigido aos (as) atletas que
disputam os esportes olímpicos e paralímpicos, por exemplo. Embora saibamos a
diversidade de conhecimento que o tema esporte paralímpico aborda, a intenção
sob a ministração das aulas não foi criar futuros atletas. Soares et al. (2012, p.70
apud Cunha 2013, p.52) contribui com o nosso olhar ao ressaltar que,

O esporte, como prática social que institucionaliza temas lúdicos da cultura


corporal, se projeta numa dimensão complexa de fenômeno que envolve
códigos, sentidos e significados da sociedade que o pratica. Por isso, deve
ser analisado nos seus variados aspectos, para determinar a forma em que
27

deve ser abordado pedagogicamente no sentido de esporte “da” escola e


não como o esporte “na” escola.

Nas aulas de Educação Física, lidamos diretamente com as adaptações das


atividades propostas, seja ela por falta de espaço, material, tempo, falta de
motivação e participação dos (as) estudantes. Por essas adaptações estarem
sempre presentes em nossas aulas, consultamos o conceito de atividade adaptada
abordada por Rodrigues (1996 apud Araújo 1997, p.4-5) para temos uma maior
dimensão do que é, e a finalidade da sua utilização.

[...] Adaptar uma atividade em sentido lato pode ser pois construir uma
atividade para um objetivo definido- por exemplo desenvolver a consciência
corporal. Adaptação ou usando um termo mais genérico- a adaptabilidade
pode-se referir a modificações numa atividade padronizada. Referente ao
um desporto, pode criar um envolvimento especifico de atividade não
padronizada e pode ainda criar um contexto com objetivos claramente
terapêuticos ou reeducatívos.

Fica clara nossa percepção sobre adaptação quando o autor fala que adaptar
uma atividade em sentido lato é construir uma atividade para um objetivo definido.
Essa compreensão nos leva a refletir que adaptações são recorrentes nas aulas de
Educação Física e que toda aula requer um objetivo especifico que no meio de sua
execução poderá sofrer adaptações. Sendo assim, o (a) professor (a) deverá estar
preparado (a) para situações que necessitem de adaptações. Acreditamos que as
adaptações não devem ser feitas somente para adaptar alunos (as) com deficiência
nas aulas de Educação Física, mas também para tentar incluir todos (as)
independentemente de ter uma deficiência ou não.
Ao considerarmos o Esporte Adaptado numa perspectiva inclusiva, o nosso
olhar para prática do Esporte Adaptado é defendida não somente para as pessoas
com deficiência, mas para todos (as) que desejam vivenciá-lo. Procuramos conhecer
como ocorreu o marco inicial da prática esportiva adaptada no mundo e chegamos a
consulta de Cunha (2013, p.46) ao site do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Em 1945, com o término da Segunda Guerra Mundial, um espólio visto


principalmente nos países europeus envolvidos no conflito foi o considerável
número de combatentes que sofreram lesões na coluna vertebral, ficando
paraplégicos ou tetraplégicos. Isto influenciou o neurocirurgião alemão
Ludwig Guttmann a iniciar um trabalho de reabilitação médica e social de
veteranos de guerra, através de práticas esportivas. Tudo começou no
28

Centro Nacional de Lesionados Medulares de Stoke Mandeville (COMITÊ


PARALÍMPICO BRASILEIRO, [20—a]).

Para que o tema Esporte Adaptado seja utilizado como objeto de


conhecimento nas aulas de Educação Física escolar, consideramos de fundamental
importância que tanto os (as) professores (as) como os (as) alunos (as)
compreendam a origem e a definição de Esporte Adaptado e como ele pode ser
vivenciado dentro de uma perspectiva inclusiva. Para isso, consideramos as
definições de Esporte Adaptado de Winnick (1990 apud Araújo 1997, p.5) que define
o esporte adaptado como sendo, experiências esportivas modificadas ou
especialmente designadas para suprir as necessidades especiais de indivíduos. E a
definição adotada por de Schmitt et al. (2017) onde o termo “esporte adaptado”
designa possibilidades de práticas criadas ou modificadas para suprir as
necessidades das pessoas com deficiência de modo a adaptar as regras, os
fundamentos e sua estrutura (WINNICK, 2004; MAUERBERG-DECASTRO, 2005;
WINNICK, 2011; SILVA et al., 2013; apud SCHMITT 2017, p.69). Cunha (2013, p.49)
acrescenta que segundo Castro (2005, p. 437) [...] internacionalmente o termo
esporte adaptado não é aceito, e sim o termo esporte para deficientes ou esporte
para pessoas com deficiência [...].
A expressão “esporte paralímpico” é uma representação dos esportes
adaptados, porém refere-se ao alto rendimento, ou seja, modalidades esportivas que
integram o programa dos Jogos Paralímpicos (GOODWIN et al., 2009; MARQUES;
GUTIERREZ; ALMEIDA, 2012; SILVA et al., 2013; BORGMANN; ALMEIDA, 2015;
apud SCHMITT 2017, p.69). As políticas públicas de investimento nessa área
esportiva atraem um número maior de pessoas interessadas na prática dos esportes
paralímpicos, em decorrência da obtenção expressiva de resultados positivos
obtidos pelos para atletas nestas competições. A prática dos esportes que fazem
parte dos jogos paralímpicos, podem servir de exemplo nas aulas de Educação
Física escolar com questões que envolvam tanto inclusão como a exclusão, já que
muitas pessoas com deficiência também ficam de fora de esportes de alto
rendimento. Podendo despertar nos (as) professores (as) uma intervenção no
campo pedagógico que aborde esse tema de forma constante e consistente.
29

Podemos entender por esporte para deficiente aquele que é elaborado para
atender exclusivamente esta população. Um exemplo é o Goalball, esporte criado
especificamente para deficientes visuais (ARAÚJO 1997, p.5).
A complexidade do tema Esporte Adaptado apresenta elementos relevantes
como objeto de conhecimento da Educação Física escolar. Em especial, para o
olhar acerca das propostas pedagógicas inclusivas que possibilitam aos (as) alunos
(as) a exploração de diferentes posicionamentos em relação a esse temática. Ao nos
debruçarmos sobre o tema Esporte Adaptado Silva et al. (2013, p. 680) explica que
descrever o esporte adaptado exige mais do que elencar conteúdos e fatores
condicionantes, considerando que ele tem o poder de transformar a vida dos sujeitos
que com ele se relacionam, assim como tais indivíduos podem modificá-lo. Cunha
(2013, p.52) complementa esse pensamento ao afirmar que [...] “os esportes
adaptados acabam sendo, talvez, a primeira forma de tentarmos transpor sua prática
para o espaço escolar, na perspectiva da inclusão”[...].
A ministração do tema Esporte Adaptado na escola não precisa ser algo
necessariamente inusitado que fuja assim das possibilidades de execução por parte
do (a) professor (a), que muitas vezes se encontra limitado (a) pelas condições
materiais e ambientais. A concretização do simples, do que é possível fazer, se
torna eficaz na medida que o conhecimento é desvelado para que possa ser
compreendido por todos (as), dando sentido ao debate das novidades. Mas que
muitas vezes sofre resistência tanto pelo (a) professor (a) quanto pelo (a) aluno (a)
por estarem diante de algo novo. Mantoan (2003, p.10) colabora com o nosso
pensamento quando escreve que,

E certo que não se consegue predeterminar a extensão e a profundidade


dos conteúdos a serem construídos pelos alunos nem facilitar/adaptar as
atividades escolares para alguns, porque somos incapazes de prever, de
antemão, as dificuldades e as facilidades que cada um poderá encontrar
para realizá-las. Porque é o aluno que se adapta ao novo conhecimento e
só ele pode regular o processo de construção intelectual.

Ao tratarmos a possibilidade de ministração do tema Esporte Adaptado dentro


de uma perspectiva inclusiva no Ensino Médio, Cunha (2013) expõe um
questionamento de Carmo (2002) que também envolve uma reflexão desta
pesquisa.
30

Será que os professores de Educação Física, que tanto sucesso têm


conseguido com os atletas com deficiência, no campo segregado e
diferenciado dos jogos e competições, terão condições de desenvolver suas
atividades escolares em grupos, envolvendo deficientes e não deficientes?
(CARMO, 2002 apud CUNHA 2013, P.15).

“Assim como o esporte é considerado um dos blocos de conteúdo dentro da


Educação Física escolar, podemos considerar que o esporte adaptado surge como
uma das possibilidades da denominada Educação Física adaptada” (CUNHA, 2013,
P.49). Partindo dessa afirmativa de Cunha (2013), buscamos compreender o que
vem a ser Educação Física Adaptada, chegando na seguinte citação.

[...] uma área da Educação Física que tem como objeto de estudo a
motricidade humana para as pessoas com necessidades educativas
especiais, adequando metodologias de ensino para o atendimento às
características de cada portador de deficiência, respeitando suas diferenças
individuais (DUARTE; WERNER, 1995, P. 9 apud SILVA 2019, P.14).

Cunha (2013, p.50) nos relata que a intenção de se trabalhar a Educação


Física com as pessoas com deficiência se apresentava no início como “práticas
corporais adaptadas, as quais deveriam ser feitas em locais apropriados, distintos
dos espaços de convívio e de práticas corporais das pessoas sem deficiência,
inclusive e principalmente na escola”. Podemos considerar que a Educação Física
adaptada, quando trabalhada não apenas para melhorar a capacidade e limitações
de estudantes com deficiência, mas tratada como uma disciplina diversificada de
atividades, sendo adequada aos interesses dos (as) participantes,
independentemente deles (as) terem uma deficiência ou não, se torna uma
Educação Física irrestrita, ou seja, a Educação Física adaptada poderá promover
aulas seguras e bem sucedida com atividades vigorosas dentro um currículo de
Educação Física geral de acordo com os interesses e necessidades de todos (as) e
incluindo a todos (as). Cunha (2013, p.51) reforça nosso pensamento ao entender
que “a história dos esportes adaptados e da Educação Física adaptada se ergueram
e se sustentam a partir de princípios que não vão de encontro aos ideários da
inclusão”. Silva et al. (2013, p.283) deixa sua contribuição ao destacar que [...] “O
esporte adaptado se posiciona na sociedade contemporânea como importante meio
de inclusão social e empoderamento de pessoas com deficiência “[...].
Percebemos ao longo das vivências em escolas, a dificuldade dos (as)
professores (as) em criar condições que incluam seus estudantes com e sem
31

deficiência nas mais diversas situações de aprendizagens inclusivas. Consideramos


que os Esportes Adaptados poderão servir de meio para essa finalidade. No entanto,
Cunha (2013, p.51) segue nos alertando que parece-nos que no próprio meio
acadêmico, existe uma visão pré estabelecida das intenções para que o esporte
adaptado foi criado. Matias et al. (2017, p 11) nos dá algumas ideias de como esse
conteúdo pode ser implementado na sala de aula.

[...] Em muitas situações o lúdico, os jogos, os modelos didáticos, os


recursos literários e outros tantos recursos e estratégias são meios
eficientes para envolverem os estudantes nos mais diversos processos de
aprendizagem. Tal conjunto oportuniza relações e interações mais
participativas, contextualizadas e aplicadas à vida dos estudantes
envolvidos no processo, distintas das estabelecidas em intermediações por
simples discussões teóricas que estimulam processos de memorização [...]

Concluímos essa seção com um questionamento de Carmo (2002, p. 5, apud


cunha 2013, p.51), onde indaga que, ao mesmo tempo que entende esse
distanciamento entre esporte adaptado e inclusão, questiona os estudiosos da área
ao dizer que: “É justamente aí que reside o grande desafio para a comunidade
científica da área, isto é, conciliar os princípios da Educação Física adaptada com os
princípios da inclusão escolar, que em tese são contraditórios”.

2.2 Inclusão escolar e educação física escolar inclusiva.

A necessidade de assegurar aos (as) alunos (as) práticas efetivas de inclusão


é indubitável nos dias de hoje. Precisamos olhar para a disciplina Educação Física
com a certeza de que nela existem práticas pedagógicas inclusivas. Portanto,
consideramos crucial, nessa sessão compreendermos o que é inclusão escolar e o
papel que a Educação Física escolar desempenha para efetivamente proporcionar
aos (as) alunos (as) oportunidades de vivências inclusivas, assim como o
conhecimento sobre a diversidade e valorização das diferenças. Antes de tentarmos
compreender o que é inclusão escolar, Mantoan (2003, p.22) nos alerta inicialmente
que a inclusão escolar sofre distorções do seu real sentido e explica os motivos.

Problemas conceituais, desrespeito a preceitos constitucionais,


interpretações tendenciosas de nossa legislação educacional e preconceitos
distorcem o sentido da inclusão escolar, reduzindo-a unicamente à inserção
de alunos com deficiência no ensino regular.
32

Podemos perceber pela fala de Mantoan (2003) que existe um equívoco em


reduzir o conceito de inclusão escolar apenas a inserção de pessoas com
deficiências no ensino regular. Isso poderá acarretar no risco de temas como
inclusão não estarem sendo abordados nas escolas pelo fato dos profissionais
acreditarem que não existem alunos (as) com deficiência na escola, portanto não
teria a necessidade da abordagem. Além desse motivo, o autor lança outros pontos
que podem estar levando as escolas a resistirem em não trabalhar temas como a
inclusão.

Conhecemos os argumentos pelos quais a escola tradicional resiste à


inclusão — eles refletem a sua incapacidade de atuar diante da
complexidade, da diversidade, da variedade, do que é real nos seres e nos
grupos humanos. Os alunos não são virtuais, objetos categorizáveis — eles
existem de fato, são pessoas que provêm de contextos culturais os mais
variados, representam diferentes segmentos sociais, produzem e ampliam
conhecimentos e têm desejos, aspirações, valores, sentimentos e costumes
com os quais se identificam (MANTOAN, 2003, p.28-29).

Consideramos a necessidade de buscarmos metodologias de ensino inclusivo


que minimize os mecanismos de exclusão dentro da disciplina de Educação Física,
pois a inclusão tem relação direta com o direito que os (as) alunos (as) têm de serem
inclusos no processo de aprendizagem. Tomamos esse pensamento quando
Oliveira (2020, p.43) afirma que:

[...] nessa perspectiva atual da Educação Física que vem se construindo, no


intuito de viabilizar a participação efetiva dos sujeitos durante todo o
processo educacional, busca-se a proposta de uma educação inclusiva,
com cenários que propiciem o diálogo entre educador/educando e a
construção de valores a partir da diversidade. Assim, é possível
desmistificar todo o cenário que exclui os que não se encaixam a
determinados padrões.

Pautamos nosso conceito de escola inclusiva de forma mais abrangente como


sugere Mantoan (2003, pg.16) ao descrever que as escolas inclusivas propõem um
modo de organização do sistema educacional que considera as necessidades de
todos os alunos e que é estruturado em função dessas necessidades. Carlou (2018,
p.11 apud Silva 2019, p.11) complementa nosso entendimento ao destacar em seu
trabalho qual o papel da Educação inclusiva na sociedade.
33

A educação inclusiva enquanto meta a atingir na sociedade atual constitui


um movimento político, social e educacional que preconiza o direito de
todos os indivíduos a participarem e contribuírem de forma ativa na
sociedade, bem como o direito de serem aceitos e respeitados,
independentemente das diferenças que revelem.

Ao buscarmos os objetivos da Educação Física inclusiva, Chicon (2013, p.88)


corrobora com o nosso entendimento quando afirma que,

[...] incluir na Educação Física não é simplesmente adaptar essa disciplina


escolar para que uma pessoa com NEEs possa participar da aula, mas é
adotar uma perspectiva educacional cujos objetivos, conteúdos e métodos
valorizem a diversidade humana e que esteja comprometida com a
construção de uma sociedade inclusiva.

A escola está inserida dentro de uma sociedade que é composta por pessoas
com diversidade sexual, de gerações, de corpos, de raças, de classe, de etnia,
religião, etc. uma prática inclusiva dentro de um ambiente escolar está diretamente
relacionada sobre como a escola lida para que essas diversidades sejam
reconhecidas e valorizadas.
Por mais que pareça simples falar sobre inclusão, na prática esse tema tem
apresentado ser um desafio importante e complexo. Quando pensamos como esse
tema poderá ser abordado na escola Fonseca e Ramos (2017) nos dão um
direcionamento de como deve ser a postura do (a) professor (a) diante de práticas
inclusivas.

Faz-se necessário que o professor realize um planejamento que considere a


diversidade de alunos presentes nas aulas e adote uma postura respeitosa
frente as diferenças encontradas. Dessa forma, cabe ao docente ao
observar conflitos criados por essas diferenças, pensar em estratégias que
permitam que os alunos enxerguem possíveis atitudes inadequadas,
reflitam a respeito destas e modifiquem suas ações a fim de tornar este
ambiente mais inclusivo (FONSECA; RAMOS, 2017 p. 202-203).

A compreensão do (a) professor (a) sobre o papel que a Educação Física


escolar tem para realizar práticas inclusiva, facilitará na sua intervenção pedagógica
lhe proporcionam um leque de caminhos que ele (a) poderá percorrer com os (as)
alunos (as), adotando práticas e atitudes que garantam ao aluno (a) o direito de ser
incluído. Ao nos aprofundarmos no estudo de Silva et al. (2008, apud Barreto;
Francisco; Vale, 2014, p.531-532) os autores nos relembram que a Educação Física
dentro na escola por muitas vezes assumiu e ainda assume um papel excludente.
34

Culturalmente a disciplina Educação Física sempre foi voltada para a prática


seletiva, técnica e como modelo calistênico (ginástica) em que o físico
(corpo), a aptidão física e desempenho eram o mais importante, não
levando em consideração os aspectos sociais, cognitivos e afetivos,
podendo ser compreendida como a área pedagógica da escola com menor
tendência para as finalidades de inclusão.

Iniciar ou ampliar as discussões sobre inclusão é uma forma de tentar


compreendê-la, e um passo importante no combate a práticas excludentes. O
diálogo sobre essa temática poderá abrir caminhos para gerar experiências que
poderão contribuir para a aproximação de uma educação que respeite as diferenças.
Freitas (2006) fala da necessidade de uma educação coletiva, que envolva e atenda
às necessidades individuais de cada aluno (a).

O princípio fundamental da escola ou ensino inclusivo é que todos os


alunos, sempre que possível, devem aprender juntos independentemente
de suas dificuldades ou talentos, deficiências, origem socioeconômica ou
cultural em escolas e salas de aula provedoras, nas quais todas as
necessidades são satisfeitas (FREITAS, 2006, P. 167).

As condições de acesso e permanência dos (as) alunos (as) na escola é um


grande desafio a ser enfrentado pelo sistema educacional. A questão da evasão
sempre foi um debate no ambiente escolar, e hoje tornar a escola inclusiva, que
atenda às necessidades de todos (as) e que contribua não só para o acesso do (a)
aluno (a) na escola, mas também para a sua permanência, passou a ser uma
prioridade. O direito do (a) estudante de ser reconhecido e valorizado pelas suas
diferenças na escola desconstrói, portanto, o sistema atual de significação escolar
excludente, normativo, elitista, com suas medidas e seus mecanismos de produção
da identidade e da diferença (MANTOAN 2003, P. 20). Mantoan (2003) colabora
com o nosso olhar quando afirma que,

A inclusão é produto de uma educação plural, democrática e transgressora.


Ela provoca uma crise escolar, ou melhor, uma crise de identidade
institucional, que, por sua vez, abala a identidade dos professores e faz com
que seja ressignificada a identidade do aluno. O aluno da escola inclusiva é
outro sujeito, que não tem uma identidade fixada em modelos ideais,
permanentes, essenciais (MANTOAN 2003, P. 20).

Cabe ao (a) professor (a) de Educação Física Escolar reconhecer que a


disciplina deve desempenhar a inclusão. Sabemos que esse papel não é algo pronto
35

que o (a) professor (a) simplesmente utilizará como cartilha e seguir.


Compreendemos também o quanto é complexo o ensino que envolva e atenda todas
as pessoas em suas individualidades, necessidades e diferenças. Porém,
compreendemos que o (a) professor (a) necessita estar aberto a reformulação do
seu planejamento visto a necessidade da busca por soluções frente aos desafios
que ele (a) e os (as) alunos (as) encontrarão na escola para torná-la justa para todos
(as). Mantoan (2003, p.26) trouxe solidez a nossa constatação ao pontuar como
deve ocorrer o compromisso educacional.

Penso que nem sempre levamos a sério os nossos compromissos


educacionais, como os outros povos, neste e em outros momentos de
nossa história educacional. Desconsideramos o que nós mesmos nos
dispusemos a realizar quando definimos nossos planos escolares, nosso
planejamento pedagógico, quando escolhemos as atividades que
desenvolveremos com nossas turmas e avaliamos o desempenho de
nossos alunos e o nosso, como professores.

Contudo, devemos também buscar inovações didático/metodológica que


possibilite um novo olhar para as diferenças existentes dentro do ambiente escolar.
Embora a inclusão escolar seja um tema ainda pouco abordado na escola, e em
pesquisas científicas, precisamos compreendê-la com maior rigor e precisão, ao
ponto de questionarmos se nossas ações como professores (as) nos guiam na
direção de uma escola para todos (as). Refletindo se temos um olhar crítico ao
ministrar aulas considerando as diferenças existentes na sala de aula. Se o que
pretendemos é que a escola seja inclusiva, é urgente que seus planos se redefinam
para uma educação voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e
que reconheça e valorize as diferenças (MANTOAN 2003, P.14).
Tanto os (as) alunos (as) com deficiências, quanto os demais excluídos das
aulas de Educação Física por questões de sexo, gênero, habilidade, estereótipo, etc.
devem ser vistos como o centro da transformação das propostas pedagógicas que
reconhecem e valorizam as diferenças. Criando assim, condições para que haja
avanço, mudanças, desenvolvimento e aperfeiçoamento da educação escolar. Pois,
concordamos com Mantoan (2003, p.20) quando a autora escreve que nossas ações
educativas têm como eixos o convívio com as diferenças e a aprendizagem como
experiência relacionai, participativa, que produz sentido para o (a) aluno (a), pois
contempla sua subjetividade, embora construída no coletivo das salas de aula. A
autora acrescenta que,
36

Os subterfúgios teóricos que distorcem propositadamente o conceito de


inclusão, condicionando-a à capacidade intelectual, social e cultural dos
alunos, para atender às expectativas e exigências da escola, precisam cair
por terra com urgência. Porque sabemos que podemos refazer a educação
escolar segundo novos paradigmas e preceitos, novas ferramentas e
tecnologias educacionais (MANTOAN,2003, P.29).

O (a) aluno (a) é o centro e a razão da educação na escola, confirmando-se,


ainda mais, uma razão de ser da inclusão, pois ele (a) de forma individual e com
suas diferenças é o motivo principal para que a educação se encaminhe para a
inclusão de todos (as). É necessário que os (as) professores (as) aperfeiçoem suas
práticas, a fim de responderem às necessidades de cada um de seus (suas) alunos
(as), atendendo suas especificidades. Mantoan (2003, p.32) retrata o papel que a
escola tem em adotar meios que assegurem a inclusão dos (as) alunos (as).

A inclusão é uma inovação que implica um esforço de modernização e de


reestruturação das condições atuais da maioria de nossas escolas
(especialmente as de nível básico), ao assumirem que as dificuldades de
alguns alunos não são apenas deles, mas resultam, em grande parte, do
modo como o ensino é ministrado e de como a aprendizagem é concebida e
avaliada.

Diante de uma sociedade vista como desigual, é dentro da escola que os (as)
alunos (as) deverão sentir-se incluídos (as), pois, é na escola que os (as) alunos (as)
devem ter como espaço de acesso ao conhecimento que os levem a inclusão. É um
lugar que deve proporcionar-lhes condições de desenvolver sua identidade na
sociedade.
Muitos (as) estudantes acreditam que precisam se adequar aos padrões
criados por paradigmas preestabelecidos dentro das aulas de Educação Física, que
dizem que os menos habilidosos, o gordo, o deficiência, a mulher, etc, são
considerados como problema dentro das aulas por não corresponderem aos
objetivos de aulas com viés tecnicista que se preocupam com o gesto técnico e sem
contextualização. Esses alunos (as) devem ser reintroduzidos nas aulas com
urgência, a partir de uma reestruturação do planejamento educacional em direção a
uma Educação Física Inclusiva, que sai de um aluno (a) padrão e se encaminha
para aluno (a) plural.
Os (as) alunos (as) precisam reconhecer suas particularidades e
potencialidades. Para não ficarem presos em padrões que muitas vezes vem para
37

estigmatizá-los. Essas mudanças de atitude podem ser desencadeadas em ações


voltadas inicialmente pela reflexão, pois, na sala de aula existe uma diversidade de
intenções, valores, crenças, e dentro destes fatores existe uma visão ideológica
como resultado das relações socialmente estabelecidas que permeiam o cotidiano
das aulas, as trocas de diálogo e de experiências estabelecem elementos que o
indivíduo elege como referência de si do outro.
Ao se propor uma escola inclusiva e uma Educação Física inclusiva,
considerasse que no projeto político pedagógico e no planejamento das aulas exista
atenção e intenção voltada para as finalidades de ações inclusivas. Sendo
fundamental a participação dos (as) professores (as) como desencadeador de
mudanças que leve para esse objetivo.

2.3 Um novo olhar para as pessoas com deficiência nas aulas de Educação
Física dentro de uma perspectiva inclusiva.

Os temas que norteiam essa pesquisa como, a inclusão escolar, a educação


física inclusiva e esporte adaptado, estão relacionadas diretamente com as pessoas
com deficiência, pois, dentro da diversidade de alunos (as) que chegam na escola e
consequentemente nas aulas de Educação Física, estão também os (as) alunos (as)
com deficiência. Como vimos na sessão primeira deste estudo, o Esporte Adaptado
foi criado com a intenção de incluir as pessoas com deficiência. Conhecer o direito
dessas pessoas, como elas são vistas e como devem tratadas, é de fundamental
importância dentro da abordagem de temas como a inclusão. Essa clientela está
levando os (as) professores (as) a reverm suas práticas por não se sentirem
qualificados para atendê-las. Para fazermos um resgate de como era a relação
inicial entre a Educação Física e as pessoas com deficiência no Brasil, consultamos
o estudo de Silva (2019, p.13) que utilizou alguns estudos como o de Carmo (1994),
vejamos:

A Educação de crianças com deficiência no Brasil sempre foi marcada ao


longo da história por episódios de segregação, muitas vezes fomentada
como política estatal. No caso da Educação Física era mais grave do que
em outras disciplinas, já que no início do século XX não era comum e muito
menos estimulado que pessoas com deficiência praticassem esportes. No
Brasil, a não participação de alunos com deficiência era respaldada pelo
próprio Estado. Um exemplo foi a Portaria do Ministério da Educação em
1938 que estabelecia “a proibição de matrícula em estabelecimento de
38

ensino secundário, de alunos cujo estado patológico os impeça


permanentemente das aulas de Educação Física” (CARMO, 1994, p. 31).

De acordo com a legislação brasileira vigente, o (a) aluno (a) com deficiência
deve ser incluídos no sistema regular de ensino. “Independentemente de suas
capacidades e limitações, deve ser oferecida ao aluno oportunidades para que
alcance todo seu potencial em local escolar apropriado” (BLOCK, 2007, DE PAUW;
DOLL-TEPPER, 2000, LIEBERMAN; HOUSTON-WILSON; KOZUB, 2002. O'BRIEN;
KUDLACEK; HOWE, 2009 apud ALVES; DUARTE 2013, p.117).
É possível observar que cada vez mais os (as) professores (as) estão sendo
requisitados para trabalhar com o (a) aluno (a) de modo a atender suas
particularidades. Entretanto, as configurações curriculares dos cursos de graduação
não estão ainda conseguindo garantir uma formação segura para que os (as)
mesmos possam atuar com pessoas com deficiência. Luna (2005 apud Silva 2019,
p.16) [...] credita essa responsabilidade aos professores e os formadores de
professores por não se preocuparem em criar novas estratégias, muitas vezes
querendo evitar o trabalho de se adaptar a pessoa com deficiência. Podemos
identificar com maior clareza seu posicionamento na citação abaixo.

Priorizar os espaços das práticas reais em vez de modelos prescritivos é


uma forma de estabelecer bases mais concretas na promoção de didáticas
que não ignoram as diferenças, ponto latente, já que trabalhar com um
aluno padrão economiza esforços. É mais fácil ignorar as necessidades
especiais, tornando a homogeneização uma prática comum. O professor
não vê além dos alunos, não enxerga as pessoas (LUNA, 2005, p. 27 apud
SILVA, 2019, p.16).

Barreto, Francisco e Vale (2014, p.532) apontam que a inclusão de alunos


com deficiência nas aulas de Educação Física esbarra em alguns obstáculos, como:

Despreparo das escolas para recebê-los tanto com relação ao espaço


físico, como professores capacitados. Além disso, é possível destacar a
distância dos projetos pedagógicos, suas articulações políticas e
comunitárias que ainda podem deixar o professor em situação de
isolamento e sem apoio diante dessa nova realidade, criando outras
barreiras pedagógicas com os alunos (BARRETO; FRANCISCO;
VALE,2014, p.532).
39

Duarte e Santos (2005 apud Falkenbach et al.,2007, p.41) nos alertam que a
ação de inclusão das pessoas com deficiência na aula de Educação Física deverá ir
além do simples desenvolvimento de atividades físicas, e consideram que,

O papel do (a) professor (a) de Educação Física é de contribuir com uma


formação de cidadão, cuja ação educativa é possibilitar aprendizagens e
avanços nas capacidades de adaptação da criança com necessidades
especiais e a sua vivência e relação corporal.

Barreto, Francisco e Vale (2014, p.533) consideram que pelo que se observa
na prática, a Educação Física parece, ainda, estar longe de incluir de fato todos os
alunos. De todas as disciplinas existentes na escola, para eles a Educação Física
deveria ser uma das mais receptivas à diferença, por admitir inúmeras respostas
como sendo corretas. Por outro lado, em alguns casos os autores relatam que os
(as) estudantes com algum tipo de deficiência são excluído das aulas de educação
física, como mostra o trecho abaixo,

Os envolvidos na Educação Física devem desenvolver meios para que seus


alunos com deficiência não sejam deixados de fora das aulas, com o intuito
de preservá-los. Em alguns casos, o professor de Educação Física deixa de
ministrar suas aulas por se considerar e considerarem que ele não está
preparado e, assim, dispensa os alunos com deficiência para se precaver
de supostos problemas (Barreto; Francisco e Vale 2014, p.533).

Os esportes adaptados e sua prática pelas pessoas com deficiência são


amplamente divulgadas na mídia durante os jogos paralímpicos e vai perdendo força
quando o evento se encerra. O que percebemos após, é a não continuidade e
consequentemente a não consolidação dos temas nas aulas de educação física.
Ainda há um longo caminho a ser trilhado para que isso ocorra, assim como
propostas pedagógicas que possam garantir uma Educação Física inclusiva
condizente com as necessidades reais das pessoas com deficiência. Levantar essas
questões dentro da sala de aula com todos (as) os envolvidos no processo de
ensino são cruciais para que o direito da pessoa com deficiência, em participar de
aulas regulares de Educação Física seja conhecido e respeito. Gonçalves (2004
apud Barreto; Francisco; Vale 2014, p.532) consideram que para os alunos com
deficiência, as aulas de Educação Física são umas das poucas oportunidades para
vivenciarem experiências motoras variadas, já que, fora delas, em geral, seu lazer é
40

extremamente passivo, além de a inclusão nas aulas ser fundamental para garantir
seu melhor desenvolvimento motor.

2.4 O que recomenda o novo ensino médio e a BNCC sobre a ministração do


tema esporte adaptado e inclusão.

A reformulação do novo Ensino Médio está causando contestações entre os


profissionais da Educação Básica. Uma das principais contestações é a redução de
carga horária de algumas disciplinas e detrimento do ensino de outras.
Especificamente na disciplina de Educação Física ocorre a insegurança sobre sua
importância e permanência nesse nível de Ensino nessa nova reforma. No dia 16 de
fevereiro de 2017, tivemos a aprovação da lei que visa à mudança curricular
referente à Educação Básica Brasileira. A disciplina Educação Física continua como
obrigatória no Ensino Médio diferente da primeira versão, onde a mesma tinha sido
excluída. Diante disso, A Educação Física tem a necessidade de se reafirmar
novamente dentro da escola, com novos conceitos, fundamentos, objetivos,
conteúdos e metodologias. Tentando aproximar-se das demais disciplinas em
termos de importância, (re) comprovando que ela deverá continuar compondo o
sistema de Educação brasileira. Gariglio, Junior e Oliveira (2017) falam da
dificuldade que a Educação Física escolar tem em relação as outras disciplinas.

A Educação Física [...] por ser uma ação pedagógica impregnada de


experiências estéticas (corporais, grupais, relacionais, comunicativas,
vivências essas de difícil codificação e avaliação da aprendizagem
individual dos alunos) acaba por enfrentar grandes dificuldades de
legitimação e reconhecimento no currículo escolar, sobretudo em um
cenário educacional no qual a “boa educação” significa ter boas notas em
Português, Matemática e Inglês (GARIGLIO; JUNIOR; OLIVEIRA, 2017,
P.63).

“Entendemos que a reforma do Ensino Médio está orientada pelas constantes


transformações que o sistema capitalista vem sofrendo nos últimos anos e que
demanda uma transformação, maior ainda, no mundo do trabalho” (SOUZA;
RAMOS, 2017, P.78). Diante disso, os (as) professores (as) de Educação Física do
Ensino Médio precisam conhecer o que os (as) alunos (as) esperam da disciplina e o
que ela de fato é capaz de oferecer para atender suas necessidades nesse nível de
ensino. Até hoje a Educação Física tenta comprovar que não é uma disciplina cujo o
objetivo é trabalhar apenas movimentos. Essa visão é destacada por Souza e
41

Ramos (2017, p.78) ao mencionar a importância da Educação Física diante de


outras disciplinas.

A Educação Física passou a ser relegada a segundo plano, pois perante as


exigências de um mercado cada vez mais volátil e fragmentado sua forma
hegemônica, enquanto reprodutora de movimentos, não apresenta a
mesma importância de outras disciplinas, consideradas estratégicas para a
formação de competências almejadas pelo capital (NOZAKU, 2004, apud
SOUZA; RAMOS, 2017, P.78).

Os princípios apresentados como fundamentadores de uma prática


pedagógica inovadora para a Educação Física no Ensino Médio, orientam para uma
prática pedagógica para além do mero fazer pelo fazer (SOUZA JÚNIOR, 2001 apud
COFFANI et al., 2018, p.108), ou do rola bola (SANTOS, BRACHT; ALMEIDA, 2009
apud COFFANI et al., 2018, p.108) e que buscam romper com a cultura do nada
(SOUZA JÚNIOR; DARIDO, 2003 apud COFFANI et al., 2018, p.108).
O currículo escolar é sempre um território de disputa, na forma como o próprio
conhecimento é disputado na sociedade (SOUZA e RAMOS, 2017, p.75). Diante do
exposto até aqui, fica não só o questionamento sobre o lugar da Educação Física no
Novo Ensino Médio, mas também em relação a sua redução de horas aula,
passando de duas para uma hora aula, e sobretudo o lugar de ensino de alguns
conteúdos. Junior, Meurer e Oliveira (2014, p. 376 apud Coffani et al.; 2018, p.109)
nos alertam que não basta apenas investir na ampliação ou diversificação das
práticas corporais ofertadas nas aulas de Educação Física, mas há que se esforçar
pelo alargamento do espectro de saberes que são mobilizados nas aulas. Coffani et
al. (2018, P.110) colabora quando informa que esses conteúdos devem superar a
exclusividade da motricidade ou do fazer corporal, devendo avançar em direção à
transmissão e à construção de saberes que possam atribuir, ao fazer corporal,
sentidos e significados pessoais e/ou sociais. Para Brasil (2006, p.224-225, apud
Gariglio; Junior; Oliveira, 2017, p.66) esperasse que os alunos do Ensino Médio
tenham a oportunidade de vivenciarem o maior número de práticas corporais
possíveis. E ao realizar a construção e a vivência coletiva dessas práticas, eles (as)
consigam estabelecer relações individuais e sociais, tendo como pano de fundo o
corpo em movimento. Souza e Ramos (2017, p.73) nos alertam que precisamos
fazer uma análise do lugar da Educação Física no contexto da Reforma do Ensino
Médio. Em seguida, nos fazem refletir sobre o seguinte pensamento “ Será se as
42

mudanças que estão ocorrendo são para nós como professores (as) nos
atualizarmos para inserirmos os (as) alunos (as) no mundo da empregabilidade”.
Para os autores, diante do exposto, a escola passaria, então, a ser formadora de
trabalhadores não conhecedores do mundo do trabalho, e sim, formadora de mão de
obra para este. Diante disso, Souza e Ramos (2017) acrescentam,

Há uma tentativa explícita de secundarizar os componentes curriculares que


tratam da estética, da política e da cultura corporal, enfim, o que não “serve”
de modo imediato para que o trabalhador se insira no mercado de trabalho
e muito menos para a sua formação crítica (SOUZA; RAMOS, 2017, p.75-
76).

[...] “A contrarreforma do Ensino Médio busca impor o profissionalismo estreito


e precoce, a retirada de conhecimentos fundamentais à formação estética, ética e
crítica dos estudantes, em troca de uma falsa flexibilidade curricular” [...] (GARIGLIO;
JUNIOR; OLIVEIRA, 2017, P.62).
Ao pensarmos nas possibilidades curriculares pedagógicas como tentativa de
reconstruir o lugar da Educação Física no novo Ensino Médio, precisamos olhar para
o pensamento de Coffani et al. (2018, p.106) onde sugere a “flexibilidade do
programa escolar, em termos curriculares e pedagógicos, para que sejam capazes
de atender a diversidade de jovens alunos, com condições de gerar performances
escolares de sucesso” (COFFANI et al.,2018, P.106).
O Ensino Médio está carente de significado. Uma forma de dar significado a
esse nível de ensino é fazer da escola um lugar que os (as) alunos (as) possam
expressar seus diversos modos de ser e existir. Ocultar o ensino do Esporte
Adaptado dentro de uma perspectiva inclusiva é uma forma de negligenciar também
esse autoconhecimento. Pois, os (as) estudantes trazem para o interior da escola
marcas simbólicas e socioculturais em suas diferentes trajetórias de vida,
apresentando realidades sociais diferentes. Podemos concluir através de Coffani
(2018) que a disciplina Educação Física deve tornar nítida os seus esforços para
produzir práticas educativas inclusivas que garantam o engajamento dos (as) alunos
(as), ao ponto que ocorra uma mobilização juvenil para esse propósito.
Para construir um lugar de legitimidade para Educação Física no Ensino
Médio, o (a) professor (a) precisa criar um processo significativo de aprendizagem
que tenha sintonia com os sentidos atribuídos as vivencias dos (as) alunos (as)
dentro e fora da escola. Esse processo tangencia os (as) professores (as) para a
43

realização de práticas pedagógicas inovadoras. Sem que para isso as aulas se


reduzam a um único modelo de ação, mas sobretudo, a várias práticas pedagógicas
que sejam contextualizadas baseadas na pluralidade dos grupos de alunos (as) que
se apresentam diferentes e com contraditórias realidades educativas.
Diante da redução de carga horária sofrida pela disciplina Educação Física no
Ensino médio, consequentemente o (a) professor (a) terá que reduzir os conteúdos
de seu currículo. Fica aqui a incerteza de quais temas serão priorizados pelos
docentes como fundamentais e necessários para serem ministrados nesse nível de
ensino e quais temas terão que ser retirados pela questão do tempo disponibilizado
de aulas.
A BNCC (2018) é um documento de caráter normativo que define o conjunto
orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem
desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. (BRASIL,
2018, p. 7). Buscamos identificar nesse documento se o Esporte Adaptado é
recomendado nas suas unidades temáticas e objeto de conhecimento na
perspectiva das aulas de Educação Física.
A Educação Física é definida pela BNCC (2018) como um componente
curricular que tematiza as práticas corporais em suas diversas formas de codificação
e significação social, entendidas como manifestações das possibilidades
expressivas dos sujeitos, produzidas por diversos grupos sociais no decorrer da
história (BRASIL, 2018, P. 215). Em suas aulas, [...] as práticas corporais devem ser
abordadas como fenômeno cultural dinâmico, diversificado, pluridimensional,
singular e contraditório (BRASIL, 2018, P. 215).
As práticas corporais tematizadas na BNCC (2018) para a disciplina
Educação Física compõem seis unidades temáticas, sendo elas: brincadeiras e
jogos, esportes, ginásticas, dança, lutas e práticas corporais de aventura. É de
incumbência da Educação Física garantir que nas respectivas unidades temáticas
sejam desenvolvidas competências específicas ao longo da educação básica.
Nosso olhar para as orientações da BNCC (2018) acerca do conteúdo
Esporte Adaptado desenvolvido nas aulas de Educação Física escolar, está voltado
para práticas pedagógicas, tendo como referência a igualdade de oportunidades, ou
seja, um espaço onde todos (as) tenham acesso ao conhecimento sobre o tema e
também tenham condições de participar como sujeitos ativos nas vivências,
independentemente de ter uma deficiência ou não. Nós nos baseamos na visão de
44

Freire (2008, p.9) onde “a inclusão visa, pois, garantir que todos os alunos,
independentemente das suas características e diferenças, acedam a uma educação
de qualidade e vivam experiências significativas”.
Nossa intenção é provocar reflexões acerca das possíveis aproximações que
são acionadas no documento supracitado, explorando as potencialidades do Esporte
Adaptado dentro de uma perspectiva inclusiva. Consideramos que as orientações
fornecidas por esse documento poderá repercutir diretamente nos novos desafios
para implementação de aulas voltadas para o esse tema.
Identificamos inicialmente o olhar da BNCC (2018) sobre a inclusão quando a
mesma aponta que está orientada, […] “pelos princípios éticos, políticos e estéticos
que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva” (BRASIL, 2018, P. 7).
Podemos perceber dentro do que a BNCC (2018) considera como
competências gerais da Educação Básica, um olhar voltado para a necessidade da
inclusão.

[...] Deve-se valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos


sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a
realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma
sociedade justa, democrática e inclusiva (BRASIL, 2018, p. 9).

A escola segundo a BNCC (2018) é um espaço de aprendizagem e de


democracia inclusiva, e deve se fortalecer na prática coercitiva de não
discriminação, não preconceito e respeito às diferenças e diversidades (BRASIL,
2018, P. 14). A BNCC ressalta a inclusão quando fala sobre o compromisso com os
alunos com deficiência, “[...] reconhecendo a necessidade de práticas pedagógicas
inclusivas e de diferenciação curricular para esse público” (BRASIL, 2018, P. 16).
Constatamos que a BNCC (2018) não utiliza os Esportes Adaptados como
sugestão de suas unidades temáticas e objetos do conhecimento para a disciplina
Educação Física. Portanto, a criação de uma unidade temática produzida e aplicada
pelo presente estudo poderá ampliar a visão dos (a) professores (as) na ministração
desse tema em suas aulas.
O mais próximo possível que a BNCC (2018) trata sobre o tema Esporte
Adaptado, é de forma implícita, quando a mesma manifesta outra característica
denominada de práticas derivadas do esporte, exígua no nosso entendimento, mas
45

que possibilita o acionamento da recriação e adaptação. Nesse sentido coaduna


com o ensino Esporte Adaptado da escola, uma vez que

As práticas derivadas dos esportes mantêm, essencialmente, suas


características formais de regulação das ações, mas adaptam as demais
normas institucionais aos interesses dos participantes, às características do
espaço, ao número de jogadores, ao material disponível etc.(BRASIL 2018,
P. 215).

Outro ponto relevante no documento que podemos interpretar se tratar de


alguma adaptação ao esporte, é quando o mesmo sugere que,

[...] as práticas corporais na escola devem ser reconstruídas com base em


sua função social e suas possibilidades materiais. Isso significa dizer que as
mesmas podem ser transformadas no interior da escola. Por exemplo, as
práticas corporais de aventura devem ser adaptadas às condições da
escola, ocorrendo de maneira simulada, tomando-se como referência o
cenário de cada contexto escolar (BRASIL, 2018, P. 219).

A BNCC (2018) frisa que “a Educação Física oferece uma série de


possibilidades para enriquecer a experiência das crianças, jovens e adultos na
Educação Básica, permitindo o acesso a um vasto universo cultural” (BRASIL, 2018,
P. 213). À vista disso, já que a Educação Física é compreendida como componente
curricular que permite aprendizagens essenciais acerca das práticas corporais
tematizadas na escola. Esse documento deveria garantir de forma clara em suas
unidades temáticas, que os (as) alunos (as) se apropriem das diversas possibilidade
inseridas na cultura de movimento, inclusive, e essencialmente temas como o
Esporte Adaptado.
Consideramos fundamental que o (a) professor (a) conheça quais temas
estão envolvidas nas unidades temáticas sugeridas na BNCC (2018), pois,
observamos a necessidade de ampliação das discussões acerca da ministração de
temas como Esportes Adaptados e inclusão nas aulas de Educação Física escolar.
Por tratar-se de um documento que está promovendo para a Educação Básica
brasileira novas possibilidades de implementação de conteúdo, ele poderá colaborar
com os novos desafios que emergem as discussões sobre esse tema, colaborando
assim na elaboração de currículos alinhados à uma educação inclusiva.
A ministração de aulas sobre o tema Esportes Adaptados na escola poderá
contribuir para um olhar voltado para a inclusão educacional, pois sua vivência
46

oportuniza o respeito as diferenças, pois dialoga diretamente e efetivamente com


práticas inclusivas.

3 DESENVOLVENDO UMA UNIDADE DIDÁTICA SOBRE O ESPORTE


ADAPTADO DENTRO DE UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA.

Neste capítulo se descreve como ocorreu a apresentação do projeto de


pesquisa, os achados da pesquisa com suas descrições do que ocorreu in loco nas
12 aulas que tiveram duração de 50 minutos cada, dialogamos com os autores que
discutem sobre a temática. Os resultados foram divididos em: análise do
questionário diagnóstico; descrição da intervenção pedagógica; análise do
questionário avaliativo; para concluir apresentamos as considerações finais e,
especificamente nesse espaço, o nosso olhar volta-se para os resultados da
pesquisa, observando se os objetivos traçados pela investigação foram alcançados,
e verificando os apontamentos que nos levaram a construção da presente unidade
didática, contribuindo assim para a possibilidade de continuidade de pesquisas
futuras sobre o tema.
Os (as) estudantes do terceiro ano do Ensino Médio, não foram escolhidos de
forma aleatória. Como eles (as) estão concluindo a Educação Básica, caso eles (as)
não tivessem tido acesso a temática, e dada a importância e relevância do tema,
eles (as) poderiam vir a concluir a educação básica sem ter tido nenhum contato
com as abordagens aqui propostas.
Utilizou-se como forma de identificar os (as) alunos (as) código alfanumérico
cuja composição é explicada da seguinte maneira: “A” significa aluno; “EF”
Educação Física; e os números denominam a organização na lista de respostas, não
seguindo a ordem alfabética. Como por exemplo: AEF40 refere-se ao aluno de
Educação Física de número 40 da lista de coleta de dados.
Segundo Gonzáles (1999), a unidade didática é uma série de ideias, uma
hipótese de trabalho, que inclui não só os assuntos da disciplina e os recursos
essencial para o trabalho diário, senão também objetivos de aprendizagem,
estratégias que ordenem e regulem, na prática escolar, os diversos conteúdos de
aprendizagem.
47

3.1 Apresentação do projeto de pesquisa

O primeiro encontro com a turma ocorreu em novembro de 2022, no início do


4º semestre. A professora/pesquisadora iniciou os diálogos junto aos (as) alunos
(as) do 3º ano A e B do Ensino Médio sobre a propositora do projeto de dissertação “
Esporte Adaptado dentro de uma perceptiva inclusiva no Ensino Médio”,
esclarecendo a proposta do presente estudo. A mesma solicitou a assinatura dos
termos TALE e TCLE para quem tivesse interesse em participar da pesquisa. A
temática da pesquisa foi recebida como algo novo para a maioria dos (as) alunos
(as). Foi nítido em muitos deles (as) o entusiasmo e interesse em participar da
pesquisa. A pesquisa foi realizada dentro das aulas regulares de Educação Física
contemplando um semestre. Os (as) alunos (as) que não quiseram por algum motivo
assinar o TALE e TCLE mostrando que não gostariam de participar da pesquisa, não
foram excluídos das aulas, pois os mesmos tiveram aulas teóricas em sala de aula,
participaram de dinâmicas que também corresponderam a sua participação, fizeram
provas parciais e bimestrais que incluiu o tema. Foi ressaltado que a finalidade da
aplicação desta pesquisa não estava relacionada a obtenção de resultados
quantitativos advindos de nota de provas.
O quadro abaixo teve como objetivo dividir e informar a distribuição das aulas
ao longo dos encontros. Para isso, fez-se necessário compreender o que são
objetos de conhecimentos de modo geral e quais suas contribuições para os
estudantes. Para essa finalidade, consultamos Libânio (1994, p.128) que conceitua
objeto de conhecimento como: “[...] conjunto de conhecimentos, habilidades, hábitos,
modos valorativos e atitudinais de atuação social, organizados pedagógica e
didaticamente, tendo em vista a assimilação ativa e aplicação pelos alunos em sua
vida diária”.
Em relação aos conteúdos, Zabala (1998) o define como tudo aquilo que se
deve aprender para alcançar determinados objetivos, portanto, serão conteúdos
todos aqueles que possibilitem o desenvolvimento das capacidades motoras,
afetivas, culturais, de relação interpessoal, de inserção social.
O campo objeto de aprendizagem do quadro 02, descreveu uma breve
apresentação do que foi trabalhado e o local da aula. Diversificando as práticas e
abrangendo as possibilidades de desenvolvimento da temática para que os (as)
48

alunos (as) pudessem conhecer, aprofundar e vivenciar o maior número de Esportes


Adaptados possíveis dentro de uma unidade didática.

Quadro 02: Sequência da intervenção pedagógica sobre a unidade temática, Esporte Adaptado.
Nº de Objeto de aprendizagem Local de aula
aulas
01 Aplicação e análise do questionário diagnóstico Sala de aula
sobre o entendimento dos (as) alunos (as)
sobre esporte adaptado e inclusão.
02 Dinâmica sobre inclusão e valorização das Sala de aula
diferenças.
03 Aula teórica: Conhecendo a história dos Sala de aula
esportes adaptados e sua relação com a
inclusão
04 Aula teórica e prática: Conhecendo a história, Quadra
regras e fundamentos do vôlei sentado,
fazendo relação com a inclusão.
05 Aula prática: jogando o vôlei sentado Quadra
06 Aula teórica e prática: Conhecendo a história, Quadra
regras e fundamentos do goalball fazendo
relação com a inclusão.
07 Aula prática: jogando o goalball Quadra
08 Aula teórica e prática: Conhecendo a história, Quadra
regras e fundamentos do futebol de 5, fazendo
relação com a inclusão.
09 Aula prática: vivenciando o futebol de 5 Quadra
10 Aula teórica e prática: Conhecendo a história, Quadra
regras e fundamentos da bocha, fazendo
relação com a inclusão. Vivenciando a bocha
11 Aplicação do questionário avaliativo Quadra
12 Culminância do projeto Sala de aula
Fonte: Elaborado pela pesquisadora, 2022

Como não seria possível vivenciar com os (as) alunos (as) todas os esportes
adaptados existentes, o critério de escolha de qual Esporte Adaptado seria
ministrado nas aulas se deu através do interesse dos (as) alunos (as) apresentado
na resposta da questão cinco do questionário diagnóstico. pois, consideramos
49

fundamental o planejamento junto aos (as) alunos (as) dentro de uma construção
coletiva.

3.2 Descrição da 1º aula- Aplicação e análise do questionário diagnóstico.

Com o objetivo de atender ao primeiro objetivo especifico que é diagnosticar e


identificar a percepção e experiências dos (as) alunos (as) sobre a unidade temática
esporte adaptado nas aulas de Educação Física no Ensino Fundamental, a
professora/pesquisadora construiu um questionário diagnóstico, onde os (as) alunos
(as) puderam relembrar os ensinamentos obtidos nas aulas de Educação Física
sobre essa temática.
Dos sessenta e quatro alunos e alunas matriculados nos terceiros anos A e B
do Ensino Médio, quarenta e nove responderam ao questionário diagnóstico.
Pudemos considerar que os quinze alunos (as) que não responderam ao
questionário devido à ausência. O número de alunos (as) que vêm deixando de
frequentar as escolas, ou que estão faltando rotineiramente, é alarmante, e isso está
diretamente ainda relacionado a pandemia do coronavírus. Muitos (as) estudantes já
deixaram de frequentar as aulas desde o período que foram oferecidas aulas online,
o chamado ensino remoto. O retorno de muitos (as) estudantes pós pandemia para
a sala de aula ainda é lento e gradativo. Tivemos uma quantidade significante de
alunos (as) que estão matriculados mas não frequentam a escola. E o esvaziamento
das salas de aula característico de alunos (as) que cursam o último ano da
educação básica, no caso o terceiro ano do Ensino Médio, sempre foi uma realidade
negativa, que agora se acentuou em decorrência das sequelas deixadas pela
pandemia.
Dos quarenta e nove estudantes que responderam ao questionário, trinta e
duas eram mulheres, sendo dezoito do 3º A e quatorze do 3ºB. Os homens foram
dezessete no total, sendo onze do 3º A e seis do 3º B. A tabela abaixo corresponde
a quantidade de alunos (as) em relação ao sexo e idade.

Tabela 01:Participantes
IDADE QUANTIDADE DE QUANTIDADE
MULHERES DE HOMENS
16 01 00
17 16 8
18 10 6
50

19 4 2
20 1 0
21 0 1
Fonte: Elaborada pela autora, 2022

Podemos considerar pela tabela, ao olharmos para a idade, que quase a


metade dos alunos (as) já deveriam ter concluído a Educação Básica. Não foi
coletado nesta pesquisa o motivo da sua não conclusão no tempo estimado. Mas,
esses números podem indicar que caso o (a) aluno (a) tenha repetido alguma série,
ele (a) poderia ter tido a oportunidade de vivenciar a temática da pesquisa com mais
frequência que os (as) outros (as) estudantes.
Seguimos agora com as perguntas e as respostas fornecidas pelos (as)
alunos (as) no questionário diagnóstico assim como sua análise.

1) Você já teve aulas sobre Esportes Adaptados durante o Ensino Fundamental? Se


sim, descreva quais foram os temas estudados?

Não tiveram aula sobre o tema. 38 alunos (as) responderam


Sim, vôlei sentado. 7 alunos (as) responderam
Sim, basquete em cadeira de rodas. 3 alunos (as) responderam
Sim, futebol 5. 2 alunos (as) responderam
Sim, bocha. 1 aluno (a) respondeu (AEF02)
Sim, atletismo. 1 aluno (a) respondeu (AEF01)

Baseado nos estudos de Farias et al. (2021) que ressaltam a importância


de fazer um resgaste sobre os conhecimentos adquiridos dos estudantes ao longo
de suas vivencias do tema Esporte, a professora/pesquisadora utilizou a primeira
pergunta do questionário para poder identificar nas respostas dos (as) alunos (as) se
as aulas de Educação Física favoreceram ou não o ensino dos Esportes Adaptados.
De modo que ela pudesse compreender posteriormente como essas aprendizagens
se concretizaram na compreensão dos (as) alunos (as). Percebeu-se que, dos (as)
49 alunos (as) que responderam ao questionário, 38 deles (as) (78%), não tiveram
aula sobre a temática. Ou seja, um percentual extremamente elevado não teve
acesso a esse conteúdo; 7 alunos (as) (14%) estudaram somente sobre o vôlei
sentado; 3 alunos (as) (6%) estudaram sobre o basquete em cadeira de rodas; 2
alunos (as) (4%) estudaram sobre futebol 5; 1 aluno (a) (2%) estudou sobre bocha e
1 aluno (a) (2%) estudou sobre atletismo.
51

Fonte: Elaborada pela autora, 2022

Bezerra (2021) consolida a importância do tema Esporte Adaptado ao afirmar


que o professor tem nele uma ferramenta a seu favor, pois o tema oportuniza trazer
para a sala de aula temas transversais como, a inclusão e a conscientização sobre
as deficiências. A professora/pesquisadora, ao perceber que muitos (as) estudantes
não tiveram acesso a esse conhecimento nas aulas de Educação física, faz o
seguinte questionamento: como a BNCC (2018) orienta que os conteúdos do Ensino
fundamental sejam aprofundados no Ensino Médio, se os (as) alunos (as) não
obtiveram tal conhecimento anteriormente? Esse diagnóstico se torna essencial,
pois a maioria dos (as) estudantes terminarão a Educação Básica sem ter
desfrutado de tal ensinamento, ou teriam acesso a um número restrito de
informações sobre o tema, já que muitos dos (as) estudantes responderam que
tiveram acesso ao ensino de um único esporte adaptado e sem sua
contextualização. Alguns estudantes marcaram que estudaram mais de um esporte
adaptado nas aulas de Educação Física, mas sendo considerado um número bem
reduzido de alunos (as). Sendo assim, podemos analisar que os (as) estudantes
carecem não só do aprofundamento, mas também de uma iniciação ao estudo da
temática em questão.
Após iniciar no Ensino Médio, considera-se na visão da BNCC (2018) que o
(a) aluno (a) já venha com uma bagagem de conhecimento do Ensino Fundamental
sobre determinados temas. Esses temas são tratados como objeto do conhecimento
neste documento, sendo sugeridos por sua relevância que sejam trabalhados em
sala de aula. Portanto, cada resposta fornecida no questionário diagnóstico foi um
ponto de partida de extrema relevância para que a professora/pesquisadora
52

abordasse e ampliasse suas perspectivas e a perspectiva dos (as) alunos (as) sobre
o tema em questão, de modo que ele pode verdadeiramente ser debruçado.

2) Quais Esportes Adaptados você conhece? Descreva o que você sabe sobre eles.
Não conheço nenhum. 23 alunos (as) responderam
Futebol de 5 (Não sei descrever). 4 alunos (as) responderam
Vôlei sentado (Não sei descrever). 2 alunos (as) responderam
Basquete em cadeira de rodas (Não sei 2 alunos (as) responderam
descrever).
Natação para deficiente físico (Não sei 2 alunos (as) responderam
descrever) .

ALUNOS (AS) QUE DERAM RESPOSTAS DIFERENTE DOS (AS) ALUNOS (AS) ACIMA
(RESPOSTAS INDIVIDUAIS):
Sim, futebol de 7 e vôlei adaptado. Sei que futebol de 7 é jogado por cegos, e vôlei é jogado
por deficientes físicos (AEF03)
Não sei, mas gostei bastante de assistir futebol de cego, eu fiquei encantada. Todos os
participantes menos o goleiro e os assistentes. Não sei detalhes (AEF04)
Vôlei, futsal. Algumas pessoas praticam esses esportes para o bom funcionamento do corpo
e isso de adaptar esporte em todas as classes é algo agradável (AEF05)
Vôlei sentado, que você joga sentado. Futebol para cegos com uma bola com sino (AEF07)
Futebol de 7, é futebol para pessoas com deficiência visual, onde utilizam uma bola
adaptada com um sino (AEF08)
Vôlei sentado, que é para paraplégico (AEF09)
Natação, atletismo. No basquete, a altura da tabela, as dimensões da quadra e as regras
são iguais do basquete tradicional (AEF10)
Futebol para cegos, natação para deficientes físicos, handebol para deficientes visuais
(AEF11)
Natação, o principal objetivo é incluir pessoas com deficiência física. O nadador pode ser
acompanhado de alguém para entrar e sair da piscina (AEF12)
Vôlei adaptável os participantes são tetraplégicos (AEF13)
Basquete: jogam a bola na cesta e ganham pontos. Vôlei: rebatem contra o adversário, com
o objetivo de que a bola caia no chão. Futebol: chutar a bola até a rede e marcar o gol
(AEF14)
O vôlei, as pessoas ficam sentadas no chão, a rede é mais baixa. Futsal com pessoas
deficientes visuais (AEF15)
Vôlei adaptado: sentamos no chão e a rede estava mais baixa. Handebol para cadeirantes.
Corrida onde os corredores usam prótese nas pernas (AEF16)
Vôlei adaptado, esse esporte é para as pessoas paraplégicas e é jogado sentado (AEF17)
“Atletismo para cadeirante, futebol de deficiente visual”.
Só tive contato com cadeirantes que jogam basquete, acontecem algumas adaptações, mas
não muda muito (AEF18)

O que a professora/pesquisadora propôs com essa pergunta não foi obter


conceitos exatos sobre determinado esporte, mas sim, conhecer que tipo de
compreensão os (as) alunos (as) tem sobre o tema esporte adaptado,
independentemente do local e forma que ele (a) obteve essas informações. No
entanto, foi considerado o conjunto de informações advindas do ambiente escolar e
também dos meios externos, como redes sociais, televisão, etc. ou seja, não foi
53

ignorado o conhecimento sobre determinados assuntos que os (as) estudantes


puderam adquirir vindo desses meios, no caso, do senso comum.
Dos 49 alunos (as) respondentes, 23 deles (as) (47%) não conhecem nenhum
esporte adaptado; 10 alunos (as) (20%) conhecem o nome de alguns esportes
adaptados, mas não sabem descrever e 16 alunos (as) (33%) conhecem e sabem
descrever mesmo que de forma bem simplificada.

Fonte: Elaborada pela autora, 2022

Foi Levado em consideração os vários contextos em que o (a) aluno (a) se


insere para obter essas informações. Portanto, tudo o que foi escrito aqui pelos (as)
alunos (as) faz parte de suas fundamentações e compreensão sobre o tema Esporte
Adaptado, servindo como princípio norteador para a professora/pesquisadora, pois a
mesma teve como base a noção do que vem a ser o Esporte Adaptado na visão dos
(as) alunos (as). Desta forma, a relação da professora/pesquisadora em todo o
processo deste projeto foi manifestada em grande parte nos conceitos já
sistematizados pelos (as) alunos (as) sobre Esporte Adaptado, para que nas
próximas aulas pudessem ser somadas junto com os (as) estudantes novas
descrições destes conceitos, novas argumentações e novos momentos de vivências
aplicável enquanto experiência pedagógica.

3) Qual a importância de estudar o tema Esporte Adaptado nas aulas de Educação


Física?
Não sei, pois não estudei sobre o tema. 19 alunos (as) responderam
“Para ter mais conhecimento sobre o 8 alunos (as) responderam
esporte.
Inclusão social e aprendizado sobre o tema. 6 alunos (as) responderam
54

ALUNOS (AS) QUE DERAM RESPOSTAS DIFERENTE DOS (AS) ALUNOS (AS) ACIMA
(RESPOSTAS INDIVIDUAIS):
Para maior inclusão e igualdade no esporte (AEF01)
Para se adaptar (AEF02)
Entender que todas as pessoas de todos os tipos devem ter acesso ao esporte (AEF03)
Dá uma maior noção de mundo e inclusão de todos (AEF04)
Eu acho muito importante porque todos participavam mesmo sendo cego, paralitico (AEF05)
Toda importância, pois além de aprender sobre o esporte adaptado, você conhece a
deficiência das pessoas que jogam (AEF06)
É entreter estudantes portadores de algum tipo de limitação física ou psicológica (AEF07)
Para se conscientizar mais sobre a inclusão social e a importância de direitos iguais (AEF08)
É de suma importância, porque existem pessoas que não tem um membro, e tem que
adaptar aquele esporte, só que um pouco diferente (AEF09)
Promover uma sociedade que aceite e valorize as diferenças individuais (AEF10)
Contribui significantemente para a inserção das pessoas com deficiência. Trazer benefícios
relacionados a melhor aceitação da deficiência, melhor interação com as pessoas ao seu
redor (AEF11)
Se estudamos os esportes “ normais” porque não estudar e ter conhecimento sobre os
esportes adaptados. Acho interessante ter aulas sobre (AEF12)
O importante para o ensino é a aprendizagem dos alunos (AEF13)
Para não ter exclusão social, e para incentivar a não tratar essas pessoas com diferença
(AEF14)
A informação contribui para a inclusão (AEF15)
Muito importante para todos os alunos aprender e entender sobre os esportes adaptados
(AEF16)

Para Cunha (2013) um fator a ser considerado na definição dos conteúdos a


serem trabalhados é a contemporaneidade. Para Soares et al. (1992 apud Cunha
2013, p.39), isso significa que a seleção dos conteúdos deve garantir aos alunos o
conhecimento do que de mais moderno existe, mantendo-os informados dos
acontecimentos nacionais e internacionais. Visto isso, a professora/pesquisadora
acredita ser essencial compreender se o tema a ser abordado na sala de aula pelo
(a) professor (a), favorece ou não o interesse dos (as) alunos (as). Não se obtendo o
registro de habilidades impostas pelo (a) professor (a) para serem praticadas pelos
(as) estudantes. Quando perguntado qual a importância de estudar o tema Esporte
Adaptado nas aulas de Educação Física, pode ser percebido que 19 alunos (as)
(39%) dos 49 respondentes, falaram que: “não sabem, pois não estudaram sobre o
tema”. Isso não significa que eles (as) não consideram importante estudar o tema
esporte adaptados nas aulas de Educação Física, somente não sabem responder
por não terem estudado nada sobre a sua importância. 8 alunos (as) (16%) relatam
que: “para ter mais conhecimento sobre o esporte”; 6 alunos (as) (12%)
responderam que: para a “Inclusão social e aprendizado sobre o tema”; 16 alunos
(as) (33%) deram respostas diferentes dos demais. Podemos considerar que 30
55

alunos (as) (61%) acham importante estudar o tema e expõem de forma clara o
motivo de sua importância.

Fonte: Elaborada pela autora, 2022

Podemos destacar a fala do (a) aluno (a) (AEF12) “Se estudamos os esportes
“ normais” porque não estudar e ter conhecimento sobre os esportes adaptados”. E
a fala do (as) aluno (a) (AEF04) “Acho interessante ter aulas sobre, dá uma maior
noção de mundo e inclusão de todos”. É diante desses tipos de compreensão por
parte dos (as) estudantes que o (a) professor (a) conhecerá como a aprendizagem
de um determinado tema é aceita e recebida pelos mesmos. De modo que, além de
analisar o seu grau de interesse, poderá gerenciar as dificuldades, com o intuito de
melhorar as finalidades educativas.

4) O que é inclusão para você?


“Não sei”. 12 alunos (as) responderam
“Integração das pessoas em um espaço, 7 alunos (as) responderam
independente de raça, cor, gênero,
sexualidade, etc”.
“Incluir tudo e todos”. 5 alunos (as) responderam

ALUNOS (AS) QUE DERAM RESPOSTAS DIFERENTE DOS (AS) ALUNOS (AS) ACIMA
(RESPOSTAS INDIVIDUAIS):
Incluir pessoas em assuntos e esportes, pessoas com deficiência (AEF08)
É a igualdade das pessoas independentemente das suas dificuldades (AEF09)
Acho que é para passar algo para alguém (AEF12)
É quando tem todo no grupo, sem exceções (AEF16)
Coisas que incluem (AEF18)
Interação das pessoas em um espaço. Ações que combatem a exclusão. Benefícios da vida
em sociedade (AEF20)
Ato de incluir, colocar em um determinado lugar ou local algo ou alguém, em meio de outras
coisas ou pessoas (AEF21)
56

O envolvimento de todos em qualquer evento independente da sua realidade de vida


(AEF22)
É o envolvimento das pessoas nos esportes adaptados (AEF23)
A participação de quaisquer pessoas interessadas em esportes, independentemente de suas
dificuldades (AEF24)
É não excluir ninguém por causa da sua deficiência (AEF25)
Incluir alguém em algum esporte ou alguma coisa (AEF28)
Incluir todos apesar das dificuldades (AEF29)
Aceitar as diferenças individuais (AEF31)
Inclusão é saber que qualquer um pode praticar ou ser o que quiser, vivendo sua vida com
direitos iguais (AEF32)
É incluir no meio de uma roda de amigos, aceitar, é incluir por mais que sejam diferentes
todos estão juntos (AEF33)
É a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro, e assim, ter o privilégio de conviver
e compartilhar com pessoas diferentes de nós (AEF34)
Acolher a todos, independentemente de alguma condição física ou cerebral, ou alguma
característica incomum (AEF35)
É não excluir ninguém independente das circunstâncias (AEF36)
É a igualdade (AEF37)
É incluir indivíduos em um meio social (AEF37)
Não tratar mal, nem excluir as pessoas pela deficiência que ela tem (AEF38)
Tratar todos de forma igualitária (AEF39)
É a nossa capacidade de reconhecer o outro, ter o privilégio de conviver e compartilhar com
pessoas diferentes de nós (AEF40)

Partindo do pensamento que, refletir sobre inclusão é “assumir a necessidade


de criar espaços educacionais abertos a todos os educandos, valorizando o convívio
entre os corpos diferentes” (GAIO; PORTO, 2013, p. 17 apud SILVA 2022, P. 44), foi
elaborada a quarta pergunta, sendo ela considerada pertinente na medida que a
busca pelo alcance da inclusão pode estar sendo compreendida e sentida de forma
equivocada pelos (as) professores (as), ao associarem que o (a) aluno (a) consegue
sua inclusão, quando realiza um gesto técnico de forma eficiente como os demais
colegas considerados mais habilidosos, ou quando os (as) estudantes respondem
de maneira precisa as provas escritas de Educação Física sobre a história,
fundamentos e regras de determinadas modalidades. Podemos ir até mais longe, ao
pensarmos que ser habilidoso e ter boas notas nas provas seja o suficiente para
tonar os (as) alunos (as) os cidadãos que a sociedade necessita que se construa.
Quando foi perguntado aos (as) alunos (as) o que eles compreendem por
inclusão, 12 alunos (as) (24%), dos 49 respondentes não souberam responder o que
é inclusão; 7 alunos (as) (14%) responderam que: “é a integração das pessoas em
um espaço, independente de raça, cor, gênero, sexualidade, etc”; 5 alunos (as)
(10%) responderam que é “ incluir tudo e todos”; e 23 alunos (47%) deram repostas
diferentes dos (as) outros (as) alunos (as).
57

Fonte: Elaborada pela autora, 2022

Os (as) estudantes que atuam como parte principal do processo de inclusão,


puderam neste momento informal, ou seja, sem ser um momento de avaliação ou
prova, expor sua compreensão sobre inclusão, sem que para isso lhe fossem
atribuída alguma nota. Podemos perceber na riqueza da fala do (a) aluno (a)
(AEF20) seu entendimento sobre inclusão, “Interação das pessoas em um espaço.
Ações que combatem a exclusão. Benefícios da vida em sociedade”. E também do
(a) aluno (a) (AEF34) “É a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro, e
assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós”.
Essas falas quando são trazidas para o grupo são de total relevância para o
engrandecimento do conhecimento de todos (as). Sabemos que até hoje a disciplina
Educação Física é considerada por muitos uma disciplina eminentemente prática,
podendo ser esse fator um dos principais motivos para não ocorrer abertura para
discussões sobre temas como a inclusão.
Esperava-se com essas reflexões sobre inclusão, que no final deste projeto
de pesquisa, consolidado com o questionário avaliativo, que os (as) alunos (as)
possam enriquecer e abranger ainda mais o seu entendimento sobre o tema. De
modo que eles (as) usufruam de seus próprios entendimentos em várias situações
da vida, inclusive na escola e nas aulas de Educação Física.

5) Quais Esportes Adaptados que você não estudou no Ensino Fundamental e


gostaria de estudar no Ensino Médio, nas aulas de Educação Física?

Não tenho preferência 17 alunos (a) responderam


Não sei 16 alunos (a) responderam
Vôlei sentado 7 alunos (a) responderam
Futebol de 7 alunos (a) responderam
58

Basquete em cadeira de rodas 3 alunos (a) responderam


Goalball 1 alunos (a) respondeu (AEF32)
Natação 1 alunos (a) respondeu (AEF22)

A pergunta proposta pela professora/pesquisadora foi estabelecer ligações


entre os (as) alunos (as) e os temas que serão estudados nas próximas aulas,
utilizando as temáticas sugeridas por eles (as) como ferramenta pedagógica. Para
Cunha (2013, p.39) “os conteúdos devem ser tematizados de acordo com as
necessidades trazidas pelos alunos, sem deixar de compor os conteúdos atrelados à
cultura corporal”. Portanto, o conteúdo não deve ser abordado na escola em função
da personalidade do (a) professor (a), do gosto exclusivo de sua formação teórica e
prática do qual ele (a) se identifique, ou daquilo que ele (a) se sinta seguro para
ensinar. Chegamos a esse pensamento em intermédio de Cunha (2013, p.39)
quando ele afirma que

[...] Não devem se restringir às práticas corporais já cristalizadas, que


apenas refletem uma conhecida e preocupante atuação do professor de
Educação Física como apenas um mantenedor e reprodutor de algumas
tradições de conteúdos que se repetem na maioria das escolas
brasileiras[...].

Consideramos que cada conteúdo vivenciado pelos (as) estudantes gera uma
aprendizagem específica, e desta forma devemos favorecer que os (as) mesmos
(as) expressem o interesse pelos seus temas desejados. Diante disso, a
professora/pesquisadora perguntou aos (as) alunos (as), quais Esportes Adaptados
eles (as) não estudaram no Ensino Fundamental e gostariam de estudar no Ensino
Médio nas aulas de Educação Física. Os (as) mesmos (as) ficaram à vontade para
informar mais de um Esporte Adaptado. Dos 49 alunos (as) respondentes, 17 alunos
(as) (35%) informaram não ter preferência sobre um esporte específico; 16 alunos
(as) (33%) não souberam responder; 7 alunos (as) (14%) têm preferência pelo vôlei
sentado; 7 alunos (as) (14%) têm preferência pelo futebol de 5; 3 alunos (as) (6%)
têm preferência pelo basquete em cadeira de rodas; 1 alunos (as) (2%) têm
preferência pelo goalball, e 1 alunos (as) (2%) têm preferência pela natação.
59

Fonte: Elaborada pela autora, 2022

A construção dos objetos do conhecimento que estão dentro das unidades


didáticas favoreceram ao interesse dos (as) estudantes, para que essas aulas
possam ser significativas para eles (as).

6) Quais as diferenças entre os Esportes Adaptados e os esportes considerados


tradicionais?

Não sei 20 alunos (as) responderam


O esporte adaptado é para incluir pessoas 6 alunos (as) responderam
com deficiência.
A diferença é que o esporte adaptado, são 6 alunos (as) responderam
para pessoas com deficiência e já o esporte
tradicional são para todos principalmente
para os que não são deficientes.
O esporte as adaptações são feitas de 2 alunos (as) responderam
acordo com a necessidade do praticante.
Os adaptados são para pessoas com 2 alunos (as) responderam
dificuldades.

ALUNOS (AS) QUE DERAM RESPOSTAS DIFERENTE DOS (AS) ALUNOS (AS) ACIMA
(RESPOSTAS INDIVIDUAIS):
A única diferença é as regras que tem que ser adaptadas (AEF04)
Dá possibilidade de pessoas com deficiência participar de atividades originalmente difíceis
para suas realidades (AEF07)
Dependendo da deficiência (AEF10)
Os adaptados, eles têm regras diferentes, as pessoas que normalmente praticam são
pessoas com deficiência, e esse adaptado busca moldar os esportes as necessidades de
alguém (AEF14)
Para evitar mostrar que pessoas com deficiência não são menos capazes, se respeitando
suas realidades eles são capazes de tudo (AEF15)
Adaptado: ajustado para que as pessoas com deficiência possam praticar. Tradicionais: não
adaptados para pessoas com deficiência física ou mental (AEF23)
A diferença é que no esporte adaptado, é um esporte que exige adaptações para os atletas
(AEF26)
60

O esporte adaptado é praticado por diferentes grupos com deficiência. O esporte tradicional
é praticado sem nenhuma modificação (AEF30)
As adaptações (AEF31)
Esportes adaptados são para pessoas com deficiência, visual, física e outros (AEF32)
A adaptação das regras e a maneira como se prática (AEF33)
Leva em consideração a debilidade do atleta, buscando inclui-lo no esporte (AEF36)
A inclusão para todos (AEF37)

A professora/pesquisadora considerou todas as respostas fornecidas pelos


(as) estudantes como válidas. Pois, o objetivo foi despertar no (a) aluno (a) um olhar
em busca de respostas. A pergunta foi formulada a partir nas palavras-chave:
esporte adaptado x esporte tradicionais. Baseada nas respostas a
professora/pesquisadora pôde produzir com os (as) estudantes, no decorrer do
projeto, dados importantes relacionados ao conhecimento sobre as várias categorias
de esportes adaptados que eles (as) iriam conhecer no decorrer das aulas. É
interessante que os (as) alunos (as) percebam que nesses esportes todos (as)
podem ser incluídos. Considera-se relevante conhecer como eles (as) argumentam
as diferenças e semelhanças dos diversos tipos de esportes, de modo a poder
vivencia-los e reconhecer também os seus benefícios.
Dos 49 alunos (as) respondentes, 20 (41%) informou não saber responder; 6
alunos (as) (12%) responderam que: “o esporte adaptado é para incluir pessoas com
deficiência”; 6 alunos (as) (12%) responderam que: “á diferença é que o esporte
adaptado é para pessoas com deficiência e já o esporte tradicional para todos,
principalmente para os que não são deficientes”; 2 alunos (as) (4%) responderam
que: “o esporte as adaptações são feitas de acordo com as necessidades dos
participantes”; 2 alunos (as) (4%) responderam que: “os adaptados são para
pessoas com dificuldade; 13 alunos (as) (27%) deram respostas diferente dos (as)
outros (as) alunos (as).
61

Fonte: Elaborada pela autora, 2022

Quando olhamos para a terminologia da expressão Esportes Adaptados


Winnick (2004 apud Barreto 2021 S/N) notamos que existe uma conotação
subentendida dentro dessa terminologia. Especificamente na palavra adaptado, ela
é associada com espaço, materiais, variações no desenvolvimento da prática e com
o tipo de clientela. Quando olhamos para a fala do (as) respondentes (AEF23)
“Adaptado: ajustado para que as pessoas com deficiência possam praticar.
Tradicionais: não adaptados para pessoas com deficiência física ou mental” e
(AEF07) “Dá possibilidade de pessoas com deficiência participem de atividades
originalmente difíceis para suas realidades”. Podemos perceber que quando
associamos a palavra adaptado apenas a clientela, correremos o risco de associar
sua vivência apenas as pessoas com deficiência.

7) Você acha importante trabalhar a inclusão na sala de aula? Por qual motivo?

Sim. 9 alunos (as) responderam


Não sei informar, pois não sei exatamente o 4 alunos (as) responderam
que significa.
Sim, pois é importante conscientizar a 4 alunos (as) responderam
integração social.
Muito importante acho essencial. 3 alunos (as) responderam
Para ter conhecimento. 2 alunos (as) responderam
Sim, para que todos possam praticar 2 alunos (as) responderam
62

qualquer tipo de esporte.


Sim, pelo motivo das mulheres serem 2 alunos (as) responderam
excluídas.

ALUNOS (AS) QUE DERAM RESPOSTAS DIFERENTE DOS (AS) ALUNOS (AS) ACIMA
(RESPOSTAS INDIVIDUAIS):
Sim, pois não seria ético deixar alguém de fora das atividades (AEF02)
Sim, para ter maior noção de mundo (AEF04)
Sim, porque é necessário que todos possam aprender (AEF05)
Sim, porque o futuro somos cada um de nós, e a cada vez que incluímos alguém no nosso
meio, mais humanos seremos (AEF07)
Sim, a sala de aula para muitos é o primeiro passo para as diferenças de vida dos outros e
seu pensamento de cidadão, pelo crescimento das pessoas (AEF09)
Sim, porque podemos aprender mais sobre o assunto e como funciona o esporte adaptado
(AEF12)
Sim, por mais igualdade (AEF18)
Para que não haja preconceito e descriminação (AEF19)
Sim, para incluir pessoas que mesmo com dificuldade possam participar das aulas (AEF25)
Sim, pois tem que saber aceitar as diferenças (AEF28)
Sim, pois irá pautar e fixar os direitos, é o meio de evitar preconceitos, etc (AEF31)
Sim, até porque temos que ser cada vez mais sociável. O esporte é para todos, é uma
competição, mas o esporte também é diversão (AEF33)
Sim, para cada vez mais incluir pessoas de todos os tipos (AEF34)
Sim, porque tem muitos alunos que precisam entender que é muito importante não fazer
alguém se sentir mal (AEF35)
Sim, para todos se sentirem incluídos em vários aspectos (AEF36)
Sim, motivos de convivência básica (AEF37)
Sim, pois há pessoas que não tem conhecimento sobre (AEF38)
Sim, pois temos que começar a incluir as pessoas com deficiência nas coisas (AEF39)
Sim, acho importante para termos uma maior conscientização
Sim, para aprender a tratar todas as pessoas iguais (AEF40)
Se informar sempre é bom, por motivos sociais básicos (AEF41)
Não (AEF42)

Foi perguntado anteriormente o que os (as) alunos (as) compreendiam por


inclusão, para em seguida os (as) mesmos (as) relacionarem a sua compreensão
inicial sobre o tema, associando-o com a necessidade de aprofundar o assunto no
decorrer das aulas. Para Silva (2022, P.68) “O desenvolvimento do trabalho que
aborda temas como a inclusão e o respeito às diferenças faz com que comecemos a
refletir e, sobretudo, buscarmos alternativas a fim de proporcionar uma Educação
Física numa perspectiva inclusiva”.
Quando foi perguntado para os (as) alunos (as) se eles (as) achavam
importante trabalhar a inclusão na sala de aula e especificar o motivo, somente 1
aluno (a) (2%) dos 49 respondentes, informou não achava importante; 4 alunos (as)
(8%) afirmaram que: “não sei informar, pois não sei exatamente do que se trata; 9
alunos (as) (18%) informaram que sim, mas não especificaram o motivo; 4 alunos
(8%) afirmaram que: “ sim, pois é importante conscientizar a integração social”; 3
alunos (as) (6%) afirmaram que: “ é muito importante, acho essencial”; 2 alunos (as)
63

(4%) afirmaram que: “ para ter conhecimento”; 2 alunos (as) (4%) afirmaram que: “
sim, pelo motivo das mulheres serem excluídas”; E 23 alunos (as) (47%) acham
importante estudar o tema e especificaram o motivo diferente dos (as) outros (as)
estudantes.

Fonte: Elaborada pela autora, 2022

Na variedade de respostas fornecidas, como a dos (as) estudantes (AEF07)


“Sim, porque o futuro somos cada um de nós, e a cada vez que incluímos alguém no
nosso meio, mais humanos seremos”. (AEF09) “Sim, a sala de aula para muitos é o
primeiro passo para as diferenças de vida dos outros e seu pensamento de cidadão,
pelo crescimento das pessoas”. Mostrou-se como é claro o interesse dos (as) alunos
(as) em trabalhar o tema inclusão em sala de aula. Uma vez que esse assunto
relaciona-se sem complicações com vários outros temas a serem abordados nas
aulas de Educação Física, inclusive com o tema esporte adaptado. Indicando a
percepção assertiva da pesquisadora em relacionar os esportes adaptados dentro
de uma perspectiva inclusão. No final da pesquisa, esperava-se que os (as)
estudantes pudessem demonstrar ter se apropriado na prática sobre as questões
que envolvem a inclusão. Podendo viabiliza-la em outros momentos, inclusive no
seu dia a dia.

8) Você já presenciou algum tipo de exclusão nas aulas de Educação Física? Se a


resposta for SIM, descreva as circunstâncias.
64

Não. 46 alunos (as) responderam

ALUNOS (AS) QUE DERAM RESPOSTAS DIFERENTE DOS (AS) ALUNOS (AS) ACIMA
(RESPOSTAS INDIVIDUAIS):
Infelizmente sim, por causa que tinha umas pessoas muito agressiva e o professor excluiu
as pessoas com deficiência (AEF11)
Na maioria das vezes sim, pois muitos dos meninos não gostam de ter as mulheres por perto
praticando os esportes (AEF22)
Muitas vezes sim, os meninos não gostam de ter mulheres nos esportes (AEF27)
Sim, quando eu queria jogar bola com os meninos e eles não deixavam (AEF30)

Tão importante quanto conhecermos o que é inclusão escolar é o (a)


professor saber identificar o que está levando os (as) estudantes a uma possível
exclusão nas aulas. Alves e Duarte (2013) nos ajudam a refletir sobre a necessidade
de reconhecermos os fatores relacionados à exclusão nas aulas de Educação Física
ao apontarem que:

O conhecimento dos fatores relacionados à exclusão nas aulas de


educação física permitirá ao professor responder as necessidades de seu
aluno, sanando ou diminuindo as dificuldades encontradas para a
construção de um senso de pertencimento nas aulas de educação física
(JAMES; KELLMAN; LIEBERMAN, 2011 apud ALVES; DUARTE 2013,
p.118).

Para essa finalidade, foi perguntado se os (as) estudantes já presenciaram


algum tipo de exclusão nas aulas de Educação Física. Se a resposta fosse sim,
descreveriam as circunstâncias. Dos 49 respondentes, 46 alunos (as) (94%)
afirmaram não ter presenciado nenhuma situação de exclusão; 3 alunos (as) (6 %)
afirmaram que sim, e especificaram os motivos.

Fonte: Elaborada pela autora, 2022


65

Os relatos descritos nesta pergunta são das observações de momentos de


exclusão vivenciados pelos (as) estudantes. Ele é feito mediante a ótica de uma
pessoa que observa ou vivencia e depois relata. Devemos, através das respostas
obtidas, investigar e compreender os motivos que levam os (as) estudantes a se
sentirem excluídos. Silva (2022, p. 43) relembra que “o trabalho docente implica no
encontro de práticas pedagógicas e no olhar para as diferenças e a diversidade na
escola [...]”. Acreditamos que o trabalho do docente é lidar com as diferenças em
sala de aula de modo que elas não sejam um motivo gerador de exclusões.
Suas respostas são advindas da compreensão direta do que eles (as) têm
sobre inclusão. Os conceitos-chave presentes no conhecimento dos (as) alunos (as)
sobre inclusão e exclusão é de total importância, pois segundo o contexto preciso
em que a exclusão ocorreu, no caso a escola, e mais especificamente nas aulas de
Educação Física, existem expressões de sentimento de pertencimento que poderão
tirar do (a) aluno (a) o seu direito de participar.

3.3 Descrição da intervenção pedagógica: 2º aula- Dinâmica sobre inclusão e


respeito às diferenças.

Ao consideramos que “a escola é um espaço de intervenção e de aprender a


conviver com as diferenças” (SILVA 2022, P. 44), buscamos dentro da totalidade dos
aspectos existentes na memória dos (as) alunos (as) sobre o tema Esporte
Adaptado e inclusão, abordados em anos anteriores, e obtidos através do
questionário diagnóstico inicial, ampliar a compreensão sobre o tema em questão de
forma lúdica. O objetivo inicial foi conhecer a forma como os (as) estudantes
dialogam e se relacionam com esses conhecimentos, para que no decorrer da
pesquisa eles (as) pudessem refletir também sobre a forma que a sociedade trata
essa temática, ajudando a consolidar essa abordagem na sua formação.
Como meio para alcançar o objetivo proposto, foram realizadas três
dinâmicas que trabalharam a compreensão sobre inclusão. Lembrando que o diário
de campo foi utilizado como registro para todas as aulas deste projeto de pesquisa,
sendo transcrito aqui o que ocorreu em todos os encontros.
A dinâmica inicial se refere a um desafio áudio visual. No primeiro momento, a
professora/pesquisadora fez a seguinte pergunta norteadora aos (as) alunos (as):
66

quando falamos sobre inclusão o que passa na sua mente? Alguns deles (as) deram
respostas já mencionadas no questionário diagnóstico, como:

Incluir pessoas (AEF23)


Incluir todos (AEF28)
Aceitas as diferenças (AEF41)

Percebemos que os outros (as) alunos (as) ficaram calados, talvez por
acharem que suas respostas não eram corretas.
Em seguida a professora/pesquisadora partiu para o segundo
questionamento: todos os anos vocês escutam falar sobre autismo, Síndrome de
Down, deficiência física, deficiência mental, entre outros. E se eu lhes dissesse que
vocês também já foram excluídos ou diminuídos por suas caraterísticas, ou pelo seu
jeito de ser, vocês concordariam comigo? Alguns alunos (os) somente balançaram a
cabeça confirmando que sim.
Foi Solicitado que os (as) alunos (as) fechassem os olhos e levantassem
todos os dedos. No começo alguns se sentiram inseguros em ter que fechar os
olhos, outros (as) permaneceram com os olhos um pouco abertos. Mas a grande
maioria fechou totalmente os olhos como mostram as imagens 01 e 02.

Foto 01: Desafio áudio visual sobre inclusão

Fonte: Da autora, 2022


67

Foto 02: Desafio áudio visual sobre inclusão

Fonte: Da autora, 2022

A professora/pesquisadora narrou dez situações possíveis de exclusão, que


eles (as) poderiam ter vivenciado. Para cada situação vivida, eles (as) teriam que
baixar um dedo. Segue abaixo a sequência das situações de exclusão narradas:
1º Já se sentiu diminuído, excluído, por não ter o corpo ideal?
2º Já fizeram você se sentir mal, por não se vestirem da forma que os outros
gostariam de lhes ver vestidos?
3º Já julgaram sua cor ou seu tipo de cabelo?
4º Já criticaram ou ofenderam seus costumes ou religião?
5º Já foram constrangidos pelo seu peso, muito gordo, muito magro, ou sua
altura, muito alto, muito baixo?
6º Já se sentiram invadidos (as), e por isso envergonhado (a), quando
questionados (as) sobre suas escolhas pessoais?
7º Sua classe social já lhes causou desconforto ou constrangimento?
8º Já sofreu preconceito sobre a cidade ou bairro onde mora?
9º Já foram julgado (a) por alguma conduta inadequada que seus pais,
amigos (as) ou familiares possam ter feito?
10º Já sofreu algum preconceito por causa da sua orientação sexual?
68

Todos (as) que estavam na sala de aula participaram da dinâmica. No final, a


professora/pesquisadora pediu para que eles (as) abrissem os olhos, e olhassem
para suas mãos e para a mão dos colegas.
Muitos alunos (as) relataram não perceber quando estavam vivenciando
situações de exclusão por considerarem alguns tipos de abordagens normal e
aparentaram estar surpresos pela descoberta. Como podemos perceber nos relatos
dos (as) alunos (as).

Eu sempre me senti excluído pela minha cor e pelo meu cabelo (AEF11)
Eu me sinto inferior por estudar em uma escola pública (AEF33)
Acho que as pessoas não me aceitam pela minha opção sexual (AEF42)

A professora/pesquisadora pôde perceber que na grande maioria das


respostas sobre o que é inclusão, obtidas na questão 5 do questionário diagnóstico,
os (as) estudantes associavam o tema apenas às pessoas com deficiência, ou seja,
na visão dos (as) alunos (as), se eu não tenho uma deficiência física eu não sou
excluído de nada. Partimos do pensamento de Costa e Sousa (2004) ao falar sobre
a nova perspectiva de inclusão, não se referindo apenas aos deficientes, mas a
todos os excluídos sociais, devendo ser trabalhados no mesmo espaço e tempo com
as crianças que possuem as mais diferentes formas de habilidades, capacidades,
comportamentos e história de vida. A professora/pesquisadora pôde, a partir desses
relatos, trabalhar a inclusão de forma mais abrangente, debatendo com os (as)
estudantes como o discurso da inclusão se materializa no cotidiano da escola, das
aulas de Educação Física, e também da sociedade, onde esses elementos
constituem o universo desses sentidos. Existem diversos mecanismos de exclusão
operando na escola, que devem ser identificados e debatidos. Partimos das
considerações de Stainback e Stainback (1999 apud Alves; Duarte 2013, p.118), que
reforçam; “a inclusão consiste na estruturação de um senso coeso de comunidade,
aceitação das diferenças e resposta às necessidades individuais”.
Assumimos, então, a inclusão junto com os (as) alunos (as) dentro uma
perspectiva ampla, que se desdobra, por conseguinte, para o processo de inclusão
de todos (as). Nordony (2021, p.41) ao citar Reis (2013) corrobora com o nosso
entendimento.

Ao utilizarmos o termo “inclusão” partimos de uma concepção ampla e


generalista, centrada no reconhecido das diferenças que caracterizam o
69

humano e que permeiam a sociedade no complexo de especificidades,


vinculadas às questões de gênero, sexualidade, cultura, crenças,
desigualdades sociais, relações étnico-raciais e deficiências.

Assim como sugere Nordony (2021), acreditamos que na inclusão ocorre a


valorização do ser humano e aceitação das diferenças individuais como um atributo
e não como um obstáculo. Dito isso, todas as pessoas devem ser incluídas, sem
exceção, para que possam desenvolver-se e exercer plenamente sua cidadania.
Neste sentido, consideramos a diversidade humana como propõe Reis (2013, p.19
apud Nordony 2021, p.20) sendo uma “forma natural de existir, um tratamento em
que todos os alunos se sintam respeitados e reconhecidos nas suas diferenças, ou
melhor, que sejam acolhidos em escolas que não sejam indiferentes às diferenças”.
A segunda dinâmica proposta pela professora/pesquisadora teve como
objetivo sentir como a habilidade visual e motora fica comprometida quando as
funções ficam limitadas. Como mostram as imagens 3, 4 e 5.

Foto 03: Reconhecimento das limitações visual e motora

Fonte: Da autora, 2022


70

Foto:04 Reconhecimentos das limitações visual e motora.

Fonte: Da autora, 2022

Foto 05: Reconhecimento das limitações visual e motora.

Fonte: Da autora, 2022

A professora/pesquisadora sugeriu aos alunos (as) que fechassem


novamente os olhos, e colocassem a caneta na mão não dominante e escrevessem
uma frase que seria ditada por ela. Na primeira linha, os (as) mesmos (as)
escreveram a seguinte frase: educação inclusiva; na segunda linha a frase: qual é o
primeiro passo para a construção de uma escola inclusiva?
71

Logo em seguida, foi solicitou que, ao terminarem de escrever os (as) alunos


(as) abrissem os olhos e verificassem o que e como escreveram. Os (as)
participantes descreveram como se sentiram tendo a capacidade visomotora
limitada. Alguns relataram como foi difícil tentar escrever com os olhos fechados e
sem a mão dominante.

Professora eu pensava que estava escrevendo no papel, quando abri os


olhos estava escrevendo na cadeira (AEF07)
Professora eu não estou conseguindo ler o que eu escrevi (AEF12)
É muito ruim não poder ver o que a gente escreve (AEF16)

“Pensamos a diversidade como variedade e convivência de pessoas


diferentes, de ideias diferentes, no mesmo espaço das salas de aula do ensino
regular” (REIS, 2013, p.19 apud NORDONY 2021, P.38). E a partir dos relatos
mencionados, a professora/pesquisadora levou os alunos (as) a refletir que as
pessoas com algum tipo de limitação, fazem o melhor que podem, e não fazem de
forma proposital quando fazem algo diferente, ou seja, as pessoas são diferentes no
modo de pensar e executar tarefas, não devem ser excluídas por essas diferenças.
As imagens 6, 7 e 8 retratam a terceira dinâmica proposta pela
professora/pesquisadora que teve como objetivo mostrar como cada pessoa tem um
jeito diferente de perceber o mundo e também de representar as coisas a sua
maneira particular, isto é, que nós somos diversos e também diferentes.
72

Foto: 06 Dinâmica sobre respeitar as diferenças. 3º A

Fonte: Da autora, 2022

Foto: 07 Dinâmica sobre respeitar as diferenças.

Fonte: Da autora, 2022


73

Foto:08 Resultado dos desenhos sobre diferenças.

Fonte: Da autora, 2022

Para a realização da dinâmica, a professora/pesquisadora utilizou folhas em


branco e canetas. Os (as) alunos (as) foram orientados a fazer um desenho da
melhor forma possível, conforme as etapas do desenho narradas por ela. Seguem
as etapas do desenho:
1º Desenhe uma cabeça grande e redonda.
2º Desenhe um corpo pequeno e todo peludo.
3º Desenhe braços finos e grandes com dedos com unhas pontiagudas.
4º Desenhe pés grandes e arredondados.
5º Faça um olho só, grande, bem no meio da cabeça.
6º Um nariz pequeno com narinas quadradas.
7º Uma boca grande e com dentes falhados.
8º Orelhas grandes e pontiagudas.
9º Mostrar para os colegas o desenho.

Para cada etapa, os (as) alunos (as) tiveram dois minutos para a elaboração.
Todos (as) aparentaram empolgação ao realizar os desenhos.
No final da dinâmica, a professora pediu que os (as) alunos (as) observasse o
seu desenho e o dos (as) colegas. Eles (as) ficaram encantados com a produção
dos seus desenhos e dos (das) colegas também.
74

A professora perguntou o que eles (as) perceberam sobre a dinâmica. Alguns


relataram a falta de perfeição do desenho, ao perceber a falta de algum membro do
corpo ou por possuir extremidades corporais diferentes uma da outra. Sendo
comparado por muitos a um monstro. Como mostra os relatos abaixo:

Professora o meu boneco é estranho, parece um monstro (AEF12)


Professora o meu mostro é mais bonito do que o dele (AEF17)
Professora eu desenho muito bem, poderia ser um desenhista (AEF23)
Professora meu boneco ficou tão bom que eu poderia vender (AEF43)

Baseado no pensamento de Skliar (2006) o qual afirma que “[...] não há, deste
modo, alguma coisa que não seja diferença, alguma coisa que possa deixar de ser
diferença, alguma coisa que possa ser contrário, o oposto das diferenças [...]”
(SKLIAR, 2006, p. 31 apud SILVA 2022, P. 42). A professora/pesquisadora levou os
(as) estudantes a seguinte reflexão: foi dada a mesma instrução para todos (as),
mas cada um teve uma forma diferente de fazer o desenho, isto é, cada um teve
uma maneira particular de desenhar. As situações, experiências e eventos
acontecem, porem cada um tem uma maneira particular de perceber o mundo.
Portanto, somos todos diferentes e devemos celebrar as diferenças e
particularidades dos outros, seguindo o pensamento de Silva (2022, p.56) “[...]
Consideramos a inclusão escolar como espaço coletivo a todos (as) os alunos (as)
que estejam juntos em afetiva e efetiva cooperação e respeito às diferenças” (SILVA
2022, P. 56).

3.4 Descrição da intervenção pedagógica: 3º aula - Apresentação geral dos esportes


adaptados e sua relação com a inclusão.

Assim como SILVA (2022) esse estudo sobre o Esporte Adaptado teve um
olhar para práticas inclusivas, por essa razão, obteve o desafio de pensar esse tema
como objeto de conhecimento da Educação Física escolar numa perspectiva
inclusiva.
Ao iniciar a abordagem, a professora/pesquisadora pediu para os (as) alunos
(as) citarem os tipos de diferença que eles (as) conheciam. Os (as) mesmos (as)
utilizaram como exemplo a diferença no modo pensar, do gosto musical, vestimenta,
cor da pele, quanto ao gênero. Diante do que foi informado por eles (as), a
75

professora/pesquisadora utilizou o tipo de diferença física, levantando o seguinte


questionamento: parece-nos ser de grande questionamento nas aulas de Educação
Física as características físicas como ser obeso ou magro, ser alto ou baixo, ser
negro ou branco, ser homem ou mulher, cego, paraplégico etc., até que ponto essas
diferenças incluem ou excluem da participação e do ser aceito por todos (as)? Vocês
sabiam que a não valorização das diferenças físicas muitas vezes pode gerar uma
situação de exclusão? Vocês sabiam que existem esportes que foram adaptados
com a intenção de incluir as pessoas para que possam participar da prática?
A professora/pesquisadora utilizou essa pergunta por ter relação com a
resposta apresentada na questão 8 (oito) do questionário diagnóstico, onde algumas
alunas responderam que se sentem excluídas das aulas de Educação Física por
serem mulheres.
Partindo dos achados até aqui, a proposta desta aula foi trazer o esporte
adaptado para uma perspectiva inclusiva. Porém, sem desvencilhar o conteúdo dos
seus conceitos, regras, fundamentos, técnicas, e historicidade. Concordamos com
Cunha (2013, p.52) quando ele afirma que:

Quando assumimos um dos conteúdos que podem e devem ser trabalhados


dentro da cultura corporal, devemos considerar que o aporte de
conhecimento teórico desse conteúdo deva ser na sua totalidade. Portanto,
considerando a sua construção e modificação histórica, além dos seus
aspectos sociais e culturais. Não podemos cair no equívoco de achar que
não devemos mencionar e nem estimular nos alunos os aspectos de ordem
física e técnica. Porém, esses não são os únicos objetos da Educação
Física na escola.

O conhecimento advindo dos (as) estudantes de aulas anteriores sobre


Esporte Adaptado, respondidos no questionário diagnóstico, ajudou a
professora/pesquisador no planejamento das aulas para que ela pudesse enriquecer
as vivências. Por isso, acreditamos, assim como Silva (2022) que o desenvolvimento
do Esporte Adaptado como objeto de conhecimento nas aulas de Educação Física
oportuniza a construção de valores educacionais e inclusivos que dialogam com o
fenômeno social e cultural, trazendo como possibilidade a formação integral do
sujeito e uma sociedade menos excludente.
Partindo da percepção de Silva (2022) torna-se relevante ampliar as
discussões no sentido de pensar a prática do Esporte Adaptado da escola com um
olhar crítico e reflexivo sobre os diversos fatores e sentidos que permeiam o esporte.
76

Foi proposto aos (as) estudantes que formassem equipes de no máximo cinco
participantes. Em seguida, fizeram pequenos círculos com suas equipes. Um
participante de cada equipe pegou 5 fotos de esportes adaptados diferentes que
estavam sobre a mesa da professora/pesquisadora. Ao observarem as imagens,
depois responderem entre os componentes as perguntas que estavam disponíveis
no quadro, as quais são: 1) qual o nome das modalidades esportivas das imagens
escolhidas por vocês? 2) Vocês conhecem alguma regra e fundamento destas
modalidades, se sim informe quais? 3) Comparem as diferenças e as semelhanças
entre os esportes tradicionais e os esportes adaptados escolhidos na imagem. 4) Na
opinião de vocês, qual a relação do esporte adaptado com a inclusão? Qual a
relação do esporte adaptado com as paralímpiadas?
Os (as) estudantes realizaram um diálogo a partir das ideias apresentadas
pelos integrantes do grupo. Um representante de cada equipe descreveu as
respostas dada por sua equipe aos demais colegas.
Das 5 figuras fornecidas a cada equipe, muitos só souberam responder os
nomes das imagens que havia relação com os esportes tradicionais, não sabendo
descrever os esportes adaptados de forma mais abrangente, podendo ser percebido
nos seguintes relatos:

Alguns esportes são bem parecidos, mas se classificam de maneiras


distintas (AEF03)
Saber conhecer os esportes, eleva o interesse em participar e ser incluído
(AEF16)
É complicado saber as diferenças já que a gente nunca praticou (AEF19)
Tem alguns esportes que parecem e outros não (AEF31)
Já vi uma pessoa com deficiência praticando esporte (AEF36)
Ninguém da nossa equipe conhece ou ouviu falar sobre as imagens que
escolhemos (AEF37)

Partindo desses relatos a professora/pesquisadora apresentou a


classificação, características dos esportes adaptados, sua origem, sua relação com
a pessoa com deficiência, com as paralímpiadas, e como o esporte adaptado é
utilizado com ferramenta de inclusão. Ficando disponíveis essas informações do
conteúdo na lousa.
A professora/pesquisadora ressaltou para os (as) alunos (as) que, embora o
esporte adaptado tenha sido criado para as pessoas com algum tipo de deficiência,
e que, pelo fato de ainda hoje ser praticado com maior incidência por essas
77

pessoas, não as relaciona a uma situação de incapacidade e inferioridade, como


percebemos na citação Borgmann, Pena e Almeida (2016).

[...] O esporte adaptado como nas aulas de Educação Física expande os


conteúdos didáticos, oportunizando aos alunos a compreensão da
modalidade ensinada, compreendendo que as adaptações não significam
impossibilidade ou menosprezo, mas uma forma de garantir a participação e
sucesso no jogo de todos os alunos (SALERNO & ARAÚJO, 2008;
GARCIA, 2009; GONZÁLEZ, 2010; RIBEIRO, COSTA & MIRON, 2010 apud
BORGMANN; PENA; ALMEIDA, 2016, P.14).

Para a contextualização desta aula, a professora/pesquisadora utilizou a


definição de esporte adaptado de Araújo (1998 apud Cunha 2013, p.46) o qual
define esse esporte como sendo uma adaptação realizada em algum esporte de
conhecimento popular e são experiências esportivas modificadas ou especialmente
designadas para suprir as necessidades especiais de indivíduos.
Partindo desse conceito, a professora/pesquisadora relembrou que o marco
histórico da prática dos esportes adaptados é creditado ao ano de 1945, como
mostra o trecho abaixo utilizado por Cunha (2013):

Em 1945, com o término da Segunda Guerra Mundial, um espólio visto


principalmente nos países europeus envolvidos no conflito foi o considerável
número de combatentes que sofreram lesões na coluna vertebral, ficando
paraplégicos ou tetraplégicos. Isto influenciou o neurocirurgião alemão
Ludwig Guttmann a iniciar um trabalho de reabilitação médica e social de
veteranos de guerra, através de práticas esportivas. Tudo começou no
Centro Nacional de Lesionados Medulares de Stoke Mandeville (COMITÊ
PARALÍMPICO BRASILEIRO, [20—a] apud CUNHA, 2013, p.46).

A professora/pesquisadora seguiu relembrando aos (as) estudantes que a


denominação utilizada para designar as modalidades esportivas adaptadas, teve sua
origem a partir dos jogos internacionais de Stoke Mandevile, onde o médico Ludwig
Guttmann aproveitou os jogos olímpicos que aconteceram em Londres, em 1948, e
passou a realizar, na mesma época, os jogos para os paraplégicos. Foi utilizada a
citação de Cunha (2013, p.48) para resgatar a relação dos jogos paralimpicos com
os jogos olímpicos.

A ideia de Guttman, em realizar os jogos paralímpicos juntamente com a


data dos jogos olímpicos trouxe um retorno de visibilidade que,
rapidamente, foi incorporado ao Comitê Olímpico Internacional (COI), em
1960. Desde então, acontecem, normalmente, quinze dias após o término
das olimpíadas de verão. Porém, só a partir de Seul, em 1988, os jogos
78

passaram a acontecer na mesma cidade e se utilizando das mesmas


estruturas esportivas das olimpíadas.

Quando os (as) estudantes perguntaram como os esportes adaptados


deixaram de ser utilizado somente como reabilitação e passou a ganhar novas
possibilidades, a professora/pesquisadora utilizou um outro trecho descrito por
Araújo (1998, p.18 apud Cunha, 2013, p. 47).

[...] após a última grande guerra, vários governos implementaram serviços


de reabilitação para o tratamento de soldados lesados. O desporto
adaptado nasce dentro desse contexto, tanto na Europa quanto nos
Estados Unidos. Esses relatos associam o processo de reabilitação física
desses soldados à utilização do esporte, mas também como uma forma de
lazer e socialização.

A professora/pesquisadora destacou que no Brasil, “o Esporte Adaptado foi


introduzido a partir da iniciativa de duas pessoas, o Sr. Robson Sampaio de
Almeida, residente no Rio de Janeiro e o Sr. Sergio Serafim Del Grande, da cidade
de São Paulo” (SILVA, 2008 apud Cunha, 2013, p.47). A professora pode destacar
também que a princípio o esporte adaptado não foi criado como finalidade
competitiva como vemos em destaque na mídia principalmente na época das
paralímpiadas. Utilizando da seguinte citação apresentada por Cunha (2013).

Para Araújo (1998, p. 20 apud Cunha 2013, p.47), as orientações oriundas


da reabilitação através do esporte adaptado estavam ―[...] relacionadas
com os cuidados pessoais, para maximizar a independência pessoal, a
autoconfiança física, psicológica e social”. Nesse sentido, nos parece ficar
evidente a afirmação de que a preocupação maior com a prática esportiva
estava relacionada, inicialmente, a fatores que não eram necessariamente o
esporte de competição. Um trecho apontado por Adams et al. (1985), citado
por Araújo (1998), mostra-nos que a intenção inicial da prática esportiva
estava no processo de reabilitação, com ênfase na recreação e na
socialização.

Ressaltou ainda que o Esporte Adaptado que começou com o objetivo de


reabilitação para pessoas com algum tipo de deficiência, veio ganhando novos
objetivos específicos como de inclusão, pois, por mais que o objetivo de muitos (as)
participantes não venha a ser o de se tornar um atleta de alto rendimento, como
vemos nas paralímpiadas, a adaptação sugerida no esporte tem a intenção de que
mais pessoas possam praticá-lo, focando sempre em suas potencialidades e não em
suas limitações. Independentemente do tipo de deficiência as pessoas podem ser
79

incluídas em algum tipo de esporte e os esportes são adaptados para que isso
aconteça. Como considera Castro (2005) citado por Cunha (2013).

Em esportes, adaptação significa modificação, ajuste ou acomodação de


contextos físicos (equipamentos, locais, material) e de procedimentos
(regras, organização) de uma modalidade ou evento esportivo. O esporte
para deficientes é muitas vezes adaptado às limitações e potencialidades do
indivíduo para possibilitar experiências com novos movimentos e novas
vivências, promovendo integração total do indivíduo com a sociedade
(CASTRO, 2005, p. 437 apud CUNHA, 2013, P.50).

A presente pesquisa propõe a prática dos Esportes Adaptados por todos (as)
que queiram vivencia-lo, tendo esse tema uma abordagem crítica, reflexiva e
contextualizada. Transpondo uma vivência que leve ao conhecimento das
diferenças, respeitando, valorizando e incluindo a todos (as). Focando na
potencialidade individual de cada pessoa. Nesse sentido, “[...] alunos com
deficiência e alunos sem deficiência terão a oportunidade de vivenciar a riqueza que
a diferença representa e, com isso, fortalecer o sentimento de solidariedade”
(NORDONY 2021, P.42).

3.5 Descrição da intervenção pedagógica: 4º aula- Apresentação e vivência do vôlei


sentado (Parte 01).

Junto aos (as) estudando, a professora/pesquisadora buscou enxergar a “[...]


diversidade humana como uma forma natural de existir, um tratamento em que todos
os alunos se sintam respeitados e reconhecidos nas suas diferenças” [..] (REIS,
2013, P. 19 apud NORDONY 2021, P.20).
Para esse fim, consideramos o pensamento de Silva (2022) de que o Esporte
Adaptado pode ser vivenciado não apenas por pessoas com deficiência, mas por
todos (as) os alunos (as) que se interessam e que necessitam de adaptações.
Nessa e nas próximas aulas que se seguiram, objetivou-se trabalhar o vôlei
sentado de modo que os (as) alunos (as) conseguissem pensa-lo de forma crítica e
pudessem também vivenciar sua prática nas aulas de Educação Física. Sobre a
inclusão de modalidades paralimpicas como o vôlei sentado e outras, dentro do
contexto educacional, Borgmann & Almeida (2015 apud Borgmann; Pena; Almeida
2016, p.9) deixam sua contribuição.
80

O desenvolvimento das modalidades paralímpicas no contexto educacional


ainda recentes e com grande potencial de exploração e expansão, tendo em
vista os efeitos positivos já apresentados frente à inclusão de alunos com
deficiência em aulas de Educação Física em escolas de todo o mundo. Por
outro lado, a inserção do esporte paralímpico na escola carece de propostas
estruturadas pedagogicamente para contribuir na formação dos alunos em
todos os aspectos e fomentar o esporte paralímpico no âmbito acadêmico e
escolar.

A professora/pesquisadora ressaltou que o vôlei sentado ou voleibol adaptado


é um esporte paralímpico que foi criado com o intuito de ajudar as pessoas com
alguma deficiência motora a praticar a modalidade e ajudar na sua integração social,
melhorando a autoestima, assim como a grande maioria dos esportes paralímpicos.
E a sua prática é totalmente possível dentro do ambiente escolar. Utilizamos citação
de Borgmann; Pena; almeida (2016) para destacar outros benefícios trazidos pelo
vôlei sentado.

O voleibol sentado permite a participação de ambos os sexos e com


diferentes níveis de capacidades físicas tanto entre pessoas com e sem
deficiência, podendo ser praticado desde o nível escolar, já que possui
predomínio interativo e não tem perigo de contato físico, representando uma
boa oportunidade para desenvolver a cooperação e a integração (SANZ,
1994; VUTE, 2009 apud BORGMANN; PENA; ALMEIDA, 2016, p.9).

Segundo Borgmann, Pena e Almeida (2016, p.9) o “vôlei sentado surgiu em


1956, na Holanda, resultado da combinação do sitzball e do voleibol convencional’,
para os autores, o voleibol sentado tem sido desde então um dos esportes mais
praticados por pessoas com deficiência física. A professora/pesquisadora utilizou o
vôlei sentado partindo do objetivo inicial que foi de aprofundar o conhecimento desse
tema, tendo como base a compreensão do seu contexto histórico, regras e
fundamentos, sempre o relacionando com a inclusão. Realizando um debate sobre
suas diferenças e semelhanças com o vôlei tradicional, assim como a relação com a
pessoa com deficiência. De modo que esse entendimento possibilitasse também a
vivência de sua prática.
O vôlei tradicional por ser um dos esportes mais conhecidos e praticados no
mundo. Estando presente na nossa cultura, com grandes divulgações nas mídias e
com vários títulos conquistados, tanto pela seleção masculina quanto pela seleção
feminina do Brasil, é considerado um esporte de fácil visibilidade.
81

Diante do exposto até aqui, os (as) estudantes seguiram localizados na


quadra e a professora/pesquisadora solicitou que ficassem sentados (as) em círculo.
Foi proposto um diálogo através de um pensamento inicial: como o vôlei tradicional
poderia ser adaptado para que mais pessoas, inclusive com deficiência pudessem
praticá-lo. Esse primeiro pensamento causou a reflexão de outras como: vocês
conhecem o vôlei sentado? Já assistiram alguma competição? Já praticaram como
forma de lazer ou nas aulas de Educação Física? Conhecem algum praticante?
Sabem diferenciar o vôlei sentado do vôlei tradicional, em relação as suas regras,
fundamento, tamanho da quadra?
Foram oportunizadas outras problemáticas como nas perguntas: esse esporte
tem grande divulgação nas mídias? Se não, por qual motivo isso não acontece?
Qual a relação do vôlei sentado com as paralímpiadas, você tem algum ídolo
paralímpico? Qual a relação do vôlei sentado com a inclusão?
Essas perguntas geraram momentos de reflexões críticas na aula. Possibilitar
este diálogo foi fundamental para o processo de construção das próximas aulas. A
grande maioria dos (as) alunos (as) ficou calada, ou respondeu NÃO as perguntas.
Foram obtidos os seguintes relatos:

Não conheço, mas já ouvi falar (AEF13)


Eu sei, ele parece com o vôlei em pé (AEF17)
Já passou na televisão nas paralimpiadas (AEF27)

Partindo desses, no segundo momento, focou-se nas particularidades


especificas do vôlei sentado, mas sempre comparando as duas modalidades,
contemplando as seguintes considerações em suas características.

As regras estabelecidas pela Organização Mundial de Voleibol para


Deficientes (WOVD) se assemelham as do voleibol convencional, porém
com o fato de ser jogado sentado no chão, com consequente alteração na
altura da rede e do poste, e dimensões da quadra e linha de ataque,
preservando o contexto e a dinâmica do jogo (MEDEIROS et al., 2012 apud
BORGMANN; PENA; ALMEIDA, 2016, p.9).

Depois da teoria apresentada sobre o tema, a professora/pesquisadora


propôs vivenciar os fundamentos do vôlei sentado para que na próxima aula os (as)
estudantes pudessem praticar o esporte na sua totalidade. A partir também das
experiências que os (as) estudantes já tinham obtido no vôlei tradicional, já que a
maioria deles (as) não teve aulas anteriores com o vôlei sentado.
82

Para melhor engajamento e iniciação do vôlei sentado, como mostra a


imagem 9, a professora/pesquisadora utilizou a seguinte brincadeira: os (as) alunos
(as) ficaram em círculo, foi colocado um pirulito no centro deste círculo, e ao sinal da
professora/pesquisadora os (as) aluno (as), deveriam realizar um descolamento para
frente o mais rápido possível com a intenção de alcançar o pirulito primeiro, depois
se deslocariam de volta para o mesmo lugar.

Foto: 09 Dinâmica sobre deslocamento sentado.

Fonte: Da autora, 2022

A professora/pesquisadora partiu da consideração de Miron (2011 apud


Borgmann; Pena; Almeida 2016, p.14) “faz-se necessário que os participantes se
adaptem a essa mobilidade e os jogadores pratiquem diferentes movimentos
sentados”. Foi realizada a atividade quantas vezes fossem necessárias de acordo
com o interesse dos (as) alunos (as), e com a intenção de que os (as) mesmos (as)
sintam como é realizado o deslocamento do vôlei sentado. Nessa atividade, os
comandos foram alternados falando: agora só se desloca os homens; agora, só as
mulheres, agora quem não conseguiu pegar o pirulito ainda, como mostra a imagem
10.

Foto: 10 Variação do deslocamento sentado, Participação das meninas/meninos

Fonte: Da autora, 2022


83

Em seguida foram formados grupos de no mínimo três alunos (as), como


mostra a imagem 11. Um dos (as) participantes ficou de pé e lançou a bola 10 vezes
para cada colega que estava sentado, que fez a devolução da bola de manchete e
depois de passe. Em seguida quem estava de pé sentou dando lugar para outra
pessoa. O exercício terminou quando todos (as) realizaram a mesma função.

Foto: 11 Devolução de bola com manchete e passe.

Fonte : da Autora 2022

Depois, em formato de círculo, como mostra a imagem 12, os (as) alunos (as)
realizarão todos os fundamentos do vôlei sentado, tentando ao máximo não deixar a
bola cair.

Foto: 12 Troca de passe e manchete em grupo.

Fonte: Da autora, 2022


84

No final foi realizado um mini jogo de vôlei sentado, mostrado na imagem 13.

Foto: 13 Mini jogo de vôlei sentado.

Fonte: Da autora, 2022

Os (as) alunos (as) obedeceram a seguinte dinâmica: dentro da quadra oficial


de vôlei tradicional, os (as) alunos (as) formaram quatro equipes para jogar entre si,
ou seja, dentro da quadra oficial de vôlei ocorreu dois jogos de vôlei sentado
simultaneamente, obedecendo a seguintes regras adaptadas: como não tinha rede
de vôlei o (a) não poderia atacar a bola para baixo; o saque deveria ser realizado a
cima da altura da cabeça dos (as) participantes; a bola poderia tocar no máximo
uma vez no chão; cada participante poderia dar dois toques na bola e cada equipe
quatro toques na bola. As regras foram alteradas com a intenção de facilidades o
aprendizado dos fundamentos. A divisão da quadra em quatro parte teve como
objetivo facilitar o aprendizado dos (as) estudantes como sugere a citação de
Borgmann, Pena e Almeida (2016).

Todas essas estratégias utilizadas favoreceram a participação dos alunos,


com maiores possibilidades de devolução, permanência de bola na fase
aérea, e momentos de competição e situações cooperativas, facilitando a
aprendizagem da modalidade de forma lúdica e prazerosa (MIRON 2011
apud BORGMANN; PENA; ALMEIDA, 2016, P.9).

A professora/pesquisadora percebeu que a maioria dos (as) estudantes teve


dificuldade para realizar os fundamentos básicos do vôlei, como a manchete, saque,
passe, toque, levantamento. Isso pode ocorrer porque segundo Macedo (2005 apud
Borgmann; Pena ; Almeida 2016, p.14), “o voleibol sentado exige muito das
capacidades motoras básicas dos membros superiores, já que precisa de velocidade
para deslocamento, associado ao domínio técnico da modalidade”. Essa falta de
habilidade básica com esse esporte pode ter ocorrido pela falta de vivência com o
esporte tradicional, dificultando ainda mais a prática na posição sentada. Sendo
85

assim, a professora teve que retornar as técnicas básica de alguns fundamentos


com a maioria dos (as) participantes para que na próxima aula eles (as) pudessem
desfrutar da prática do jogo de vôlei sentado. A maior dificuldade percebida foi no
fundamento do deslocamento. Quando foram sugeridos os pequenos grupos para
que os (as) alunos (as) pudessem ter o maior número de contato possível com a
bola, se familiarizando ainda mais com a modalidade.

3.6 Descrição da intervenção pedagógica: 5º aula- Vivência do vôlei sentado (Parte


02).

Assim como Silva (2022), compreendemos que há, na prática dos esportes
adaptados da escola, contribuições relevantes para inclusão educacional, propondo-
se oportunizar o respeito às diferenças e contrapondo a ideia de incapacidade,
dialogando efetivamente com as práticas inclusivas. Partindo desse pensamento,
inicialmente a professora/pesquisadora levou os (as) estudantes a perceberem que
independentemente de haver uma deficiência ou não, os (as) mesmos (as) podem
praticar esse esporte. Borgmann, Pena e Almeida (2016) reforça nossa ideia quando
utilizada a citação de Sanz (1994) e Gonzalez (2010).

O voleibol sentado permite interação entre todos os jogadores, eliminando


as individualidades em espaço reduzido, além de reduzir as quedas e
choques entre os jogadores, favorecendo o jogo limpo e a prática por
meninos e meninas em nível escolar, devido a facilidade de execução e a
possibilidade de desenvolvimento em pouco espaço (SANZ 1994 e
GONZALEZ 2010 apud BORGMANN; PENA; ALMEIDA, 2016, P. 14).

Para que a prática acontecesse, a professora/pesquisadora precisou fazer


algumas adaptações na quadra, mas obedecendo os limites das linhas laterais e
altura da rede. Alguns alunos ajudaram a fazer a medição da quadra de vôlei
sentado, que mede 10 m cumprimento x 6m largura. Altura da rede, 1,15
(masculino), 1,05 (feminino), como mostra a imagem 14.
Foi utilizada uma fita zebrada para marcação das linhas laterais e de fundo,
fixando-as com uma fita adesiva. A escola estava sem os postes para colocar a rede
de vôlei, pois a mesma foram roubadas, sendo assim, foram utilizadas mesas para
segurar a rede de vôlei.
86

Foto: 14 Quadra de vôlei sentado

Fonte: Da autora, 2022

Acreditamos que “por intermédio do professor o aluno tem a possibilidade de


conhecer (ou não) a complexidade do aprender, se conhecer e respeitar; valorizar as
diferenças e conviver com elas [..]” (MORAN, 2000, P. 16 apud NORDONY 2021,
P.34), cabendo ao professor (a) criar subsídios para chegar em tal finalidade.
Antes de dar início ao jogo, a professora/pesquisadora perguntou aos (as)
alunos (as) quem gostaria de escolher suas equipes. Cada integrante escolheu cinco
participantes. Os (as) outros estudantes que estavam esperando para jogar, ficaram
responsáveis por ser o primeiro e segundo arbitro, arbitro de linha, marcação dos
pontos.
O jogo ocorreu obedecendo as regras oficiais do vôlei sentado para que os
(as) alunos (as) vivenciassem uma situação real de jogo, como mostra a imagem 15.
Lembrando que mesmo nas condições de jogo, obedecendo as regras do esporte, a
atividade foi realizada de maneira lúdica, dando liberdade para as tentativas de
acerto e tendo tolerância para as situações de erros dos fundamentos. Os (as)
estudantes experimentaram movimentos de ataque e defesa. Como o tempo de aula
é restrito, cada equipe jogou um set de 25 pontos. Jogaram posteriormente as duas
equipes vencedoras e depois as duas equipes perdedoras da rodada. Lembrando
que, por mais que o jogo tivesse um vencedor, a intenção da atividade não era com
finalidade exclusivamente competitiva.
87

Foto: 15 Jogo de vôlei sentado

Fonte: Da autora, 2022

No segundo momento, os (as) praticantes jogaram um set de 15 pontos de


vôlei tradicional (em pé). O jogo foi realizado dentro da quadra de vôlei sentado,
conforme a imagem 16. O objetivo era que os (as) mesmos (as) pudessem comparar
as dimensões da quadra, da rede e o deslocamento dentro da quadra. Comparando
a vivência do vôlei sentado com o vôlei tradicional, assim como as dificuldades e
superações dos praticantes, tendo ou não alguma deficiência.

Foto: 16 Vôlei tradicional na quadra de vôlei sentado.

Fonte: Da autora, 2022

Foi realizada uma roda final de conversa. Com os (as) estudantes em círculo,
a professora/pesquisadora lançou os seguintes questionamentos: vocês gostaram
de praticar o vôlei sentado? Essas vivências, mesmo de forma lúdica, trouxe uma
sensação de pertencimento à equipe? As pessoas com deficiência têm capacidade
de praticar esporte como as outras pessoas? Você se sentiu melhor ou achou mais
fácil praticar o vôlei sentado ou em pé? Foram obtidos os seguintes relatos:

O Vôlei sentado é muito mais difícil que o vôlei tradicional (AEF12)


As pessoas com deficiência jogam melhor que a gente (AEF15)
Eu achei mais fácil jogar sentado do que em pé (AEF28)
88

Como alguns praticantes tiveram melhor adaptação ao vôlei sentado e outras


ao vôlei tradicional, ou vive versa, muitos associaram os seus resultados pelo grau
de dificuldade de cada modalidade. Todos (as) responderam com unanimidade que
gostaram da experiência em jogar vôlei sentado. A professora/pesquisadora
ressaltou nesse momento que as pessoas com deficiência que praticam esse
esporte, mesmo diante de suas dificuldades motoras realizam com maestria sua
prática. Houver também relatos dos (as) praticantes de dores no quadril e joelho por
passarem bastante tempo sentados na mesma posição dentro de quadra. Alguns
alunos (as) ficaram tentando tirar o quadril do chão em momentos que não era
permitido.
O mais surpreendente para a pesquisadora/pesquisadora foi ver alunos (as)
que não praticavam as aulas de Educação Física agora participando das aulas.
Sendo nítido o envolvimento, o entusiasmo e a alegria da descoberta da prática. Em
poder perceber que são capazes de vivenciar o esporte, sendo notória a inclusão de
todos (as) através de suas entregas.

3.7 Descrição da intervenção pedagógica: 6º aula- Apresentação e Vivência do


Goalball (Parte 01).

Nessa aula a professora/pesquisadora aprofundou o conhecimento dos (as)


estudantes sobre o contexto histórico, regras e fundamentos do Goalball. Iniciando
falando sobre a criação do goalball baseado em Cunha (2013).

O goalball foi criado em 1946, pelo austríaco HanzLorezen e o alemão Sepp


Reindle, que tinham como objetivo reabilitar veteranos da Segunda Guerra
Mundial que perderam a visão. A modalidade foi apresentada pela primeira
vez nas Paralimpíadas, em 1976, em Toronto, no Canadá, como esporte
demonstração e, em 1992, oito países competiram pela primeira vez nos
jogos Paralímpicos de Barcelona (CUNHA 2013, P. 105).

Com os (as) alunos (as) em círculo na quadra, a professora/pesquisadora


realizou a partir do contexto histórico, uma conversação inicial sobre as
características do goalball como mostra a imagem 17. Algumas perguntas foram
lançadas como: vocês conhecem o goalball? Já assistiram alguma competição? Já
praticaram como forma de lazer ou nas aulas de Educação Física? Conhecem
algum praticante? Conseguem perceber a semelhança do goalball com algum outro
89

esporte? Esse esporte tem grande divulgação nas mídias? Se não, por qual motivo
isso não acontece? Qual a relação do goalball com as paralímpiadas? Qual a
relação do goalball com a pessoa com deficiência visual?

Foto: 17 Roda de conversa sobre Goalball.

Fonte: Da autora, 2022

Somente um aluno de ambas as turmas informou ter escutado sobre o


esporte. Ninguém assistiu competições e não realizaram sua prática nas aulas de
Educação Física ou fora dela. Ninguém conhece quem pratica. Duas pessoas
relacionaram o esporte com o handebol e futebol. Diante das respostas
apresentadas pelos (as) alunos (as), a professora/pesquisadora preparou uma
sequência de atividades sistematizadas da modalidade para que os (as) mesmos
(as) pudessem conhecer e se familiarizam com o esporte. Cunha (2013, p.16)
ajudou reforçando a importância da prática do goalball.

O goalball é uma modalidade esportiva que foi pensada especificamente


para pessoas com deficiência visual, reforçando, assim, a ideia de que
qualquer pessoa pode praticar atividades físicas, levando-se em conta suas
limitações, mas potencializando suas habilidades.

No primeiro momento foram utilizadas materiais como: fita zebrada; fita


gomada; rede de vôlei e duas bolas de basquete envolvidas com sacos plásticos
com o objetivo de emitir som. A professora/pesquisadora contou com a ajuda de
alguns (as) estudantes para fazer a marcação da quadra de goalball, como mostra a
imagens 18. A professora/pesquisadora teve bastante dificuldade em maximizar o
tempo para a adaptação da quadra, já que a escola não dispõe de uma quadra
oficial de goalball.
90

Foto: 18 Demarcando a quadra de Goalball

Fonte: Da autora, 2022

No segundo momento, a professora/pesquisadora caminhou com (os)


estudantes entre as demarcações da quadra de Goalball para que conhecessem e
se apropriassem do espaço de jogo. Conforme imagem 19.

Foto: 19 Conhecendo as áreas do Goalball.

Fonte: Da autora, 2022

De acordo com que o grupo foi caminhando pela quadra, a


professora/pesquisadora foi acompanhando o texto que foi entregue a eles (as) com
as informações do Comitê Paralímpico Brasileiro ([20—e]) sobre a modalidade,
baseado no trecho abaixo:

A quadra tem as mesmas dimensões da de vôlei (9 m de largura por 18 m


de comprimento). As partidas duram 20 minutos, com dois tempos de 10.
Cada equipe conta com três jogadores titulares e três reservas. De cada
lado da quadra tem um gol com nove metros de largura e 1,2 de altura. Os
atletas são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores. O arremesso
deve ser rasteiro e o objetivo é balançar a rede adversária. A bola possui
um guizo em seu interior que emite sons – existem furos que permitem a
passagem do som – para que os jogadores saibam sua direção. O Goalball
91

é um esporte baseado nas percepções tátil e auditiva, por isso não pode
haver barulho no ginásio durante a partida, exceto no momento entre o gol e
o reinício do jogo. A bola tem 76 cm de diâmetro e pesa 1,25 kg. Sua cor é
alaranjada e é mais ou menos do tamanho da de basquete. Hoje o goalball
é praticado em 112 países nos cinco continentes. No Brasil, a modalidade é
administrada pela Confederação Brasileira de Deporto para Deficientes
Visuais — CBDV.

Na sequência, foi destacado para os (as) alunos (as) que o goalball, dentre
todas as modalidades paralímpicas, “[...] é a única que não é uma adaptação de
uma modalidade olímpica, ou seja, trata-se de um esporte desenvolvido
exclusivamente para pessoas com deficiência” (CUNHA 2013, P.105). Logo em
seguida, os (as) estudantes passaram por todos os setores da quadra, onde foram
lhes apresentadas as regras básicas da modalidade como: (play, out, block out, high
ball, ten seconds 10”, eyeshades, noise), tempo de jogo, quantidade de jogadores,
fundamentos (tipos de arremesso e defesa), marcações (área de orientação, área de
lançamento, área neutra). A professora/pesquisadora pediu que os (as) participantes
fechassem os olhos para sentirem a marcação da área de orientação. Nesse
momento foram exploradas as posições dos jogadores: função dos alas (direito e
esquerdo), pivô (central), elegibilidade e classificação funcional.
No terceiro momento a professora/pesquisadora buscou proporcionar a
vivência dos (as) estudantes com os olhos vendados. O objetivo foi fazer com que
eles (as) pudessem sentir como as pessoas com deficiência visual mesmo tendo
uma limitação, são capazes e apitas a serem incluídas dentro do esporte. Em
relação ao uso obrigatório de vendas nos olhos, Cunha (2013) destaca:

Os atletas devem usar vendas, obrigatoriamente, e o jogo desenvolve em


seus participantes uma melhora nos outros sentidos que não a visão. Isso
porque a localização da bola se faz pelo som emitido pelo guizo, e as
marcações das linhas da quadra são feitas com barbantes e fita adesiva
(crepe), que deixam um alto relevo, pelo qual o jogador deve se orientar,
usando a sensação tátil (CUNHA 2013, P.105).

A professora/pesquisadora pediu para os (as) estudantes formarem filas e os


levou até o bebedouro para beberem água com os olhos vendados. Eles (as)
puderam desbravar os terrenos da escola, percebendo como as pessoas com
deficiência visual se locomovem, como mostra a imagem 20.
92

Foto: 20, explorando a escola com os olhos vendados.

Fonte: Da autora, 2022

Sendo ancorada em Reis (2006), ao pontuar que” incluir trata-se da


valorização do ser humano e aceitação das diferenças individuais como um atributo
e não como um obstáculo e todas as pessoas devem ser incluídos, sem exceção
[...]” (REIS, 2013, p. 19 apud NORDONY 2021, P.41).
No quarto momento a professora/pesquisadora sugeriu uma nova atividade
de adaptação dos (as) alunos (as) com os olhos vendados, propondo que eles (as)
formassem duplas ou trios. Um (a) aluno (a) de cada equipe ficou parado com os
olhos vendados na linha de fundo da quadra. Os (as) alunos (as) sem a venda se
distanciaram e chamaram seu colega pelo nome até que este o escutasse e o
seguisse com o objetivo de encontrá-lo, percorrendo assim toda a quadra. Quando
todos (as) encontraram suas duplas ao tocá-los, invertia-se as funções, observando
sempre a segurança dos (as) alunos (as). Como mostra a imagem 21.

Foto: 21 Atividade: Encontrar um amigo estando com os olhos vendados

Fonte: Da autora, 2022

Partindo para o quinto momento. Os alunos (as) em círculo ficaram com as


pernas afastadas além da linha do ombro. Estando posicionados no círculo de
maneira alternada, ou seja, um (a) aluno (a) sem venda nos olhos e outro (a) com a
93

venda nos olhos alternadamente. Quem não estivesse com a venda nos olhos ficaria
de costas para o círculo e suas pernas foram utilizadas para realização de gols. Os
(as) alunos (as) com a venda nos olhos teriam que acertar a bola entre as pernas
dos companheiros que estavam de costas, com a intenção de marcar gols. Depois
mudaram as posições, quem estava como traves ficou como arremessador. Como
mostram a imagem 22.

Foto: 22 Atividade: Iniciação ao Goalball

Fonte: Da autora, 2022

No sexto momento, por meio de exercícios educativos, executados de modo


passo-a-passo, a professora/pesquisadora demostrou os tipos de arremesso: frontal
parecido com o do boliche; de giro; giro partindo de costas; e totalmente de costas.
As posições defensivas conforme suas fases: expectativa/atenção; movimentação
prévia; e finalização/ impacto. Os (as) alunos (as) repetiram todos os movimentos
como mostra a imagem 23.

Foto: 23, Conhecendo os fundamentos do goalball

Fonte: Da autora, 2022


94

No sétimo momento, a professora/pesquisadora solicitou a formação de filas


dentro da área de orientação da quadra, com dois e depois com um aluno (a) em
cada fila. Em seguida, já com a posse de bola, eles (as) puderam realizar a
interceptação da bola com a localização da origem da mesma, sendo arremessada
pelos demais alunos (as). Os (as) estudantes realizaram o deslize defensivo,
partindo da posição de expectativa/atenção. A professora/pesquisadora demostrou o
deslizamento para o lado direito e para o lado esquerdo, procurando ainda não
definir um padrão correto, mas adequando apoios de mãos e pernas. Com os (as)
estudantes mais seguros e confiantes, foi solicitado novamente que eles (as)
vendassem os olhos e realizassem o mesmo exercício. Como mostra a imagem 24.

Foto: 24, Execução de defesa e arremessos

Fonte: Da autora, 2022

No oitavo momento, os (as) participantes permaneceram dentro da área de


orientação, mantendo a mesma formação da atividade anterior, com três alunos (as)
em cada fila. Os demais alunos (as) ficaram dentro da área de lançamento, do outro
lado da quadra. Após o comando “play” (acionado pela professora/pesquisadora),
um (a) aluno (a) de cada vez realizou um lançamento em direção ao gol. Variando
os tipos de arremesso (frontal parecido com o do boliche, de giro, giro partindo de
costas, e totalmente de costas) e os tipos de direção (lado direito em direção ao ala
direto, lado esquerdo em direção ao ala esquerdo, centro do gol em direção ao pivô).
Os (as) praticantes ficaram livres para executar os lançamentos com características
próprias do repertório de cada um. Exploraram também várias outras direções
solicitadas. Depois mudaram as posições, quem estava defendendo agora passou a
arremessar. Como mostram a imagem 25.
95

Foto: 25 Realizando defesa e arremessos do goalball

Fonte: Da autora, 2022

No nono e último momento, foi solicitada a formação de grupos com 3 alunos


(as) por equipe, que ficaram posicionados dentro da área de orientação. Os (as)
outros (as) estudantes ficariam dentro da área neutra. Com os olhos vendados,
realizaram exercícios dinâmicos de condução de bola como: jogar e pegar
;movimentos preparatórios e balanceio da bola; assim como a alavanca em
progressão. Depois mudaram as posições, quem estava defendendo passou a
arremessar. Como mostra a imagem 26.

Foto: 26 Praticando arremessos e defesa do goalball

Fonte: Da autora, 2022

Os exercícios proporcionaram com que os (as) praticantes manuseassem a


bola nos mais diversos planos do corpo, criando intimidade com a mesma. Para que
assim na próxima aula eles (as) pudessem se sentir confiantes para vivenciar o jogo
de goalball. Foi perceptível que em todos os exercícios propostos, muitos alunos
(as) tiveram dificuldade em permanecer com os olhos vendados, muitos (as)
relataram nunca ter vivenciado atividades que necessitassem de venda nos olhos,
sendo tudo considerado novo para eles (as). Como atividade para casa foi solicitado
que os (as) estudantes assistissem ao vídeo sobre goalball para ser debatido na
96

próxima aula. O vídeo foi disponibilizado pela professora/pesquisadora no grupo de


whatsapp da turma. Segue os links do youtube:

https://www.youtube.com/watch?v=wWH_8peaJuU
https://www.youtube.com/watch?v=3vXLpcdtagQ

3.8 Descrição da intervenção pedagógica: 7ºaula- Apresentação e Vivência do


Goalball (Parte 02).

A professora/pesquisadora iniciou essa aula com uma roda de conversa,


como mostra a imagem 27.

Foto: 27 Roda de conversa sobre Goalball.

Fonte: Da autora, 2022

Em seguida, perguntou se alguém assistiu ao vídeo disponibilizado na aula


anterior sobre goalball, e se gostariam de relatar sobre o que assistiram. Obtendo os
seguintes relatos:

Ficou ainda mais claro o que foi apresentado na aula anterior com o vídeo
(AEF21)
Fiquei encantada com a agilidade dos (as) atletas (AEF29)
Eles são muito bons jogando (AEF35)
Deu para compreender melhor o jogo (AEF39)

Nessa aula, os (as) estudantes puderam vivenciar o jogo de goalball a partir


dos conhecimentos adquiridos e aprofundados na aula anterior, colocando em
prática suas regras e fundamentos de modo que a realização de sua vivencia pode
ser concretizada. Os mesmos puderam experimentar como as pessoas com
deficiência visual se sentem tendo a visão comprometida. A
97

professora/pesquisadora levou os (as) praticantes a refletir que mesmo com


limitação as pessoas com deficiência visual conseguem praticar esporte considerado
de alto nível, sendo algum deles (as) participantes de competições como as
paralímpiadas. As considerações foram feitas a partir do pensamento de Cunha
(2013) ao descrever a relação do esporte com a pessoa com deficiência.

No caso da prática corporal, esse imaginário de incapacidades se fortalece,


pois é justamente no corpo e pelo corpo que as possíveis limitações são
pré-concebidas. Dessa forma, consideramos que esse preconceito seja
moldado pela sociedade, por uma impressão errônea de incapacidade física
e motora. Talvez por isso a prática esportiva e/ou corporal, de uma forma
geral, tenha tanta importância para as pessoas com deficiência, pois
percebem que, ao realizarem tais tarefas, conseguem mostrar que são
capazes sobre aquilo que normalmente são discriminados (CUNHA 2013,
P.116).

Em seguida, foi solicitado que eles (as) formassem equipes de três


integrantes. Podendo ficar na mesma equipe meninos e meninas para que se
pudesse dar início ao jogo de goalball. A professora/pesquisadora verificou se algum
aluno (a) ficou de fora e lhe incluiu em algum grupo. Pelo tempo restrito de aula,
cada equipe jogou 12 minutos. Foi colocado o nome de cada representante da
equipe em um papel e realizado um sorteio do confronto das equipes. O jogo de
goalball foi realizado obedecendo as regras do esporte, como mostra a imagem 28.

Foto: 28 Jogando o Goalball

Fonte: Da autora, 2022

Foi informado que o jogo necessitava de total silêncio para que os (as)
participantes (as) pudessem escutar o som da bola. Após escutar o comando “play”
dado pela professora/pesquisadora, todos (as) ficaram em silêncio. No decorrer do
jogo, foram realizadas pequenas paradas para relembrar as regras e fundamentos.
98

Por poder utilizar as mesmas dimensões da quadra de vôlei convencional, o


goalball facilitou a sua aplicabilidade no espaço escolar. Sendo assim, foi constatado
que sua prática é totalmente possível na escola. Somente o tempo necessário para
adaptar as marcações na quadra que interfere na duração das partidas. Foi
percebido também que alguns alunos (as) ficaram tentando retirar a venda dos olhos
para arremessar ou defender e isso gerou um pouco de discussão na aula. Alguns
praticantes se mostraram impacientes em permanecer muito tempo com os olhos
vendados. Como nenhum aluno (a) tinha praticado o esporte antes, a participação
no jogo para eles (as) foi de estar descobrindo algo novo e desafiador.

3.9 Descrição da intervenção pedagógica: 8º aula- Apresentação e Vivência do


futebol de 5 (Parte 01).

A aplicação desta e das próximas aulas tiveram alguns imprevistos, pois no


início do mês de dezembro, considerado o 4º bimestre e final do ano letivo, os (as)
alunos (as) do terceiro ano, depois que realizam as provas de vestibulares para
ingresso no Ensino Superior, começam a se evadir da escola. Tivemos também a
copa do mundo de futebol 2022, e alguns dias de jogos caíram no dia de aula da
turma, tendo que ser remarcado os encontros. Também fomos surpreendidos em
alguns dias com a junção de turmas de séries diferentes por causa da falta de
professores na escola.
Chegando na aula tão esperada pelos (as) estudantes que é o futebol, muitos
se apresentaram na quadra mostrando já ter total domínio pelo esporte, e logo
mostraram suas habilidades. A professora/pesquisadora fez uma abordagem inicial
informando que, por mais que pareça com o futebol tradicional e conhecido, esse
esporte sofreu adaptações para que pessoas cegas pudessem jogar. Foi destacado
que o sentido mais exercitado pelos (as) praticantes é a audição, proporcionado pela
bola que contém guizos. No futebol de 5, existem os chamadores que orientam os
jogadores atrás do gol, e o técnico que também tem a função de proporcionar ao
praticante a maior independência possível dentro de quadra.
Sobre sua origem foi consultado Robertes, Souza e Mota (2022, p.11), o qual
relembrou que “o futebol para Cegos e deficientes visuais começou como um jogo
de recreio para alunos de escolas especiais para deficientes visuais e foi disputado
em vários países, cada um jogando de acordo com as regras locais”.
99

Todas as atividades de iniciação propostas seguiram um conceito pedagógico


de progressividade, partindo do mais fácil ao mais difícil. A partir dessa premissa foi
apresentada para os (as) alunos (as) uma sequência de atividades de iniciação do
futebol de 5.
No primeiro momento, a professora/pesquisadora levou os (as) alunos (as)
para fazerem um reconhecimento do espaço onde iriam se desenvolver as aulas,
buscando assim pontos de referência dentro da quadra. Foi utilizado para isso um
barbante que foi colocado de ponta a ponta das traves, assim como uma bola de
futsal envolvida com plástico, venda e cones, como mostra a imagem 29.

Foto: 29 alunos (as) caminhando e correndo pela quadra com ajuda de um cordão guia

Fonte: Da autora, 2022

Os alunos (as) ficaram enfileirados, e com os olhos vendados caminharam de


uma ponta a outra da quadra para sentir a distância do deslocamento. Depois
realizaram o exercício correndo.
No segundo momento, o (a) aluno (a) foi guiado tanto pelo barbante como
pelo (a) colega do lado que auxiliou da condução da bola. No retorno, os (as) alunos
(as) trocaram as funções e posições. Lembrando que a bola foi envolvida com sacos
plásticos para emitir som, como mostra a imagem 30.

Foto: 30 alunos (a) conduzindo a bola com ajuda de um cordão guia e de um colega
100

Fonte: Da autora, 2022

No terceiro momento os (as) alunos (as) repetiram a atividade anterior,


conduzindo a bola de uma ponta a outra da trave, mas sem o auxílio do (a) colega,
tentando assim conduzir a bola com mais independência. Como mostra a imagem
31,

Foto: 31 aluno (a) conduzindo a bola, sendo guiados por um cordão

Fonte: Da autora, 2022

No quarto momento os (as) alunos (as) formaram duplas, ficando uma dupla
de frente para outra. Uma pessoa da dupla ficou com a bola, e chamou o nome de
um colega ou bateu palmas, para que o mesmo ficasse atento para escutar o
barulho da bola, para assim poder recepcionar a bola tocada para ele (a). Esse
movimento se repetiu durante 10 minutos até que todos os (as) alunos (as) fizessem
o passe e recepção da bola. Como mostra a imagem 32.

Foto: 32 alunos (as) realizando passe e recepção ao som de palmas

Fonte: Da autora, 2022

No quinto momento ainda com as mesmas duplas, sendo que uma delas sem
a venda nos olhos. Os (as) alunos (as) com a venda teriam que trocar passe em
101

deslocamento de uma ponta a outra da quadra com a pessoa da outra dupla que
também estaria com a venda. Quem estava sem a venda iria guiando sua dupla na
condução e recepção da bola. Ao retornar as duplas mudariam de função, como
mostra a imagem 33.

Foto: 33 alunos (as) conduzindo a bola pela quadra

Fonte: Da autora, 2022

No sexto e último momento, os (as) alunos (as) dispostos em fila, atrás da


marcação de penalidade máxima, teriam que realizar um o chute diretamente ao gol.
O goleiro deveria falar “EU” para que o (a) aluno (a) chutasse em sua direção. Como
mostra a imagem 34.

Foto: 34 alunos (as) chutando a gol com os olhos vendados

Fonte: Da autora, 2022

Como atividade para casa foi solicitado que os (as) estudantes assistissem ao
vídeo disponibilizado no grupo do whatsapp pela professora/pesquisadra e fizessem
pesquisa sobre as regras e fundamentos do futebol de 5 para um debate na próxima
aula.
https://www.youtube.com/watch?v=PsNeLD1N2Pg
https://www.youtube.com/watch?v=2AeE8VIwh8I
102

3.10 Descrição da intervenção pedagógica: 9º aula Vivência do futebol de 5 (Parte


02).

Essa aula foi iniciada na quadra com uma roda de conversa, a


professora/pesquisadora perguntou o que os (as) estudantes viram no vídeo sobre o
Futebol de 5 disponibilizado na aula anterior e se gostariam de debater com os
demais colegas. Após o debate, surgiram os seguintes relatos:

As regras do futebol de cegos têm algumas similaridades com o futebol


convencional (AEF01)
É obrigatório o de uso das bandagens e vendas (AEF13)
Existe uma barreira para impedir que o atleta saia da quadra (AEF21)
Somente o goleiro pode enxergar (AEF30)

Partindo do que os (as) estudantes apresentaram, a professora/pesquisadora


acrescentou informando que no panorama atual, a seleção brasileira destacasse
entre os melhores do mundo. Algumas regras foram acrescentas nessa modalidade:
quando um atleta for em direção à bola o mesmo tem que falar “vou” para garantir a
sua segurança e a do outro; o tempo de jogo oficial é de 15 minutos cronometrados
em cada etapa; com o intervalo de dez minutos.
Para poder fazer uma maior quantidade de jogos dentro dos 50 minutos de
aula previsto, a professora/pesquisadora optou com a turma em realizar quatro
partidas de 10 minutos. Foi solicitado que 4 pessoas formassem suas equipes
mistas, compostas por 7 pessoas sendo 4 jogadores de linha, 1 goleiro, 1 chamador
e 1 técnico. Cada jogador (a) realizou suas devidas funções como mostra a imagem
35.

Foto: 35 alunos (as) praticando futebol de 5

Fonte: Da autora, 2022


103

Ocorreram pequenos contatos físicos na quadra por algumas pessoas não


falarem a palavra “ Vou “ para ir de encontro a bola. Alguns alunos (as) ficaram
reclamando por perceberem outras pessoas tirando a venda para obter vantagens.
Os (as) alunos (as) que já tinham experiência com o futebol tradicional relataram
como tinham achado difícil jogar com os olhos vendados, e como as pessoas com
deficiência visual são boas em um esporte agora considerado por eles (as) tão difícil.

3.11 Descrição da intervenção pedagógica: 10º aula-Apresentação e Vivência da


bocha.

Pela questão do limite de tempo de aula, a professora/pesquisadora optou por


ela mesma confeccionar as bochas de forma adaptada, antes de dar início a aula.
Como mostra a imagem 36.

Foto: 36 confecção da bocha

Fonte: Da autora, 2022

Foram utilizadas bexigas com três cores diferentes, sacos plásticos, areia e
fita gomada, seguindo sua fabricação através das instruções fornecidas pelo canal
do youtube no endereço: https://www.youtube.com/watch?v=w2Pr2s8_6ys.
Ao chegar na quadra a professora/pesquisadora perguntou aos (as)
participantes se alguém conhecia ou tinha vivenciado a bocha. Todos (as)
responderam que não. Em seguida a mesma partiu para a apresentação das regras,
histórico e fundamentos da bocha. Ressaltado que a bocha é praticada por
cadeirantes com grau de comprometimento motor de moderado a severo. A
competição consiste em lançar seis bolas azuis ou seis vermelhas o mais próximo
possível de uma bola branca chamada de Jack ou Bola-Alvo. Os atletas ficam
limitados a um espaço demarcado para fazer os arremessos. É permitido usar as
mãos, os pés e instrumentos de auxílio, e contar com ajudantes (assistentes), no
caso dos atletas com maior comprometimento motor.
104

Partindo dessas informações foi solicitado que os (as) praticantes formassem


de preferência duplas, caso estivéssemos com um número ímpar, formaríamos um
trio. Como mostra a imagem 37.

Foto: 37 alunos (as) vivenciando a prática da bocha

Fonte: Da autora, 2022

Foi realizado um sorteio com as duplas que iriam disputar as partidas. Cada
participante da dupla ficou com duas bochas para tentar acertar o mais próximo
possível do alvo. No final, identificamos a dupla que mais se aproximou do alvo.
Todos (as) ficaram maravilhados em conseguir realizar a atividade. Os (as) alunos
(as) que achavam que não conseguiam se destacar em esportes como vôlei, futebol
e basquete, conseguiram se sair muito bem na atividade, chegando a comentar que
acharam o seu esporte favorito. Em alguns momentos, as bexigas que envolviam as
bochas rasgaram e foram envolvidas novamente com bexigas reserva.

3.12 Descrição da intervenção pedagógica: 11º aula- Aplicação do questionário


avaliativo.

Com o objetivo de atender ao terceiro e último objetivo especifico que é


avaliar uma unidade didática sobre esporte adaptado dentro de uma perspectiva
inclusiva nas aulas de Educação Física no Ensino Médio, a professora/pesquisadora
construiu um questionário avaliativo contendo cinco perguntas. Nele os (as) alunos
(as) deixaram suas contribuições sobre o que acharam da unidade didática proposta
nas aulas de Educação Física para Ensino Médio.
Quarenta e três estudantes responderam ao questionário, sendo 26
mulheres,18 do 3º A e 8 do 3º B. Os homens foram 17 no total, sendo 13 do 3º A e 4
105

do 3º B. O fato do número de participantes que responderam ao questionário


avaliativo ser menor do que os que responderam ao questionário diagnóstico, se deu
pelo fato de o questionário avaliativo ter ocorrido no final do quarto bimestre, período
em que alguns (as) estudantes já têm realizado o Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem), e infelizmente começam a se evadir da escola, assim como outros motivos
que levam os mesmos a se evadirem da escola quando estão próximos de concluir a
educação básica. A tabela abaixo corresponde a quantidade de alunos (as) em
relação ao sexo e série.
Tabela 02: Participante questionário avaliativo
SÉRIE QUANTIDADE QUANTIDADE
DE DE HOMENS
MULHERES
3ºA 18 13
3ºB 8 4
TOTAL 26 17
Fonte: Elaborada pela autora, 2022

Seguem abaixo as perguntas e as respostas fornecidas pelos (as) alunos (as)


no questionário avaliativo.
Na primeira pergunta os (as) estudantes responderam se depois de estudar a
unidade temática sobre Esportes Adaptados eles (as) conseguiram aprofundar o
conhecimento sobre o tema. Se a resposta fosse sim, foi solicitado uma justificativa.
O olhar da pesquisadora sobre Esporte Adaptado, é o mesmo defendido por Silva
(2022, p.50), “sendo praticado não somente para as pessoas com deficiência, mas
para todos (as) que desejam vivenciá-lo”. Foram obtidos os seguintes relatos:

Dos 43 respondentes 25 (58%) deram respostas próximas de: Sim, porque eu aprendi mais sobre o
assunto e tive mais conhecimento.

ALUNOS (AS) QUE DERAM RESPOSTAS DIFERENTES DOS (AS) ALUNOS (AS) ACIMA
(RESPOSTAS INDIVIDUAIS):
Sim, eu me senti como é estar no lugar das pessoas com deficiência, conhecendo a dificuldades que
elas passam (AEF02)
Sim, esse processo de aprendizagem fortaleceu muito meu entendimento de mundo e inclusão de
todos (AEF04)
Sim, pois eu não sabia nem o significado da palavra “ esporte adaptado”. Agora sei e consigo até
mesmo por em prática (AEF12)
Sim, pois com esses conhecimentos e as práticas, tivemos a oportunidade de vivenciar, e ter a
experiência do pouco que essas pessoas vivem, e assim respeitar mais as diferenças de cada um
(AEF14)
Sim, tive descobertas e aprofundamentos no conhecimento sobre alguns esportes e pude aprender
melhor com aulas práticas (AEF16)
Sim, antes não tinha um conhecimento tão aprofundado sobre os esportes adaptados, hoje depois
de tantas aulas, aprendi diversos esportes e tenho um conhecimento melhor (AEF17)
Sim, com as aulas práticas, entendi melhor sobre os esportes adaptados e seus conhecimentos, e
106

entendi a dificuldade que eles enfrentam com suas deficiências no esporte e no dia a dia (AEF21)
Sim, achei bastante interessante, até mesmo para ter uma noção de como é a dificuldade desses
atletas (AEF22)
Sim, comecei a sair mais da bolha e comecei a enxergar de forma mais ampla sobre esses esportes
(AEF23)
Com certeza, tendo o conhecimento ampliado, e conhecendo melhor sobre o tema, alguns que eu
nem sabia que existia e outros entendendo melhor (AEF25)
Sim, eu achei muito diferente e divertido dos esportes normais (AEF26)
Sim, pois eu aprendi muito e ampliei bastante meus conhecimentos. Consegui me aprofundar em
diversos esportes adaptados e entender a dinâmica de cada um deles (AEF29)
Sim, porque além de ganhar muito mais conhecimento mim possibilitou experiências incríveis na
prática (AEF31)
Sim, pois eu não buscava entender mais sobre o assunto. E com as aulas o conhecimento veio até
mim (AEF33)
Sim aprendi mais sobre esportes adaptados, coisa que não tinha no ensino médio. Tive oportunidade
de conhecer mais sobre esse esporte (AEF36)
Não, pois não tive interesse em me aprofundar no assunto sobre esporte (AEF37)
Sim, pois é explicado mais sobre esse assunto pouco abordado gerando interesse sobre esse
assunto. Saber as regras e os estilos diferentes (AEF40)

Todos os (as) estudantes responderam que sim. Podemos perceber pela fala
dos (as) estudantes que houve o aprofundamento do tema, (AEF04) “Sim, esse
processo de aprendizagem fortaleceu muito meu entendimento de mundo e inclusão
de todos”. (AEF14) “Sim, pois com esses conhecimentos e as práticas, tivemos a
oportunidade de vivenciar, e ter a experiência do pouco que essas pessoas vivem, e
assim respeitar mais as diferenças de cada um”. (AEF36) Sim, aprendi mais sobre
esportes adaptados, coisa que não havia no Ensino Médio. Tive oportunidade de
conhecer mais sobre esse esporte. Foi percebido além dos relatos o prazer pela
descoberta, o reconhecimento e valorização em ter participado das vivências.
Buscou-se assim entender a maneira como o (a) aluno (a) reconhece o tema
Esporte Adaptado e o posiciona como algo ressignificante diante de uma proposta
inclusiva. É importante que o (a) estudante reconheça o Esporte Adaptado dentro de
suas diversas singularidades, não só como uma prática esportiva sem
contextualização, lhes permitindo uma abertura ao diálogo, e a novas possibilidades
de aprendizagem.
Na segunda pergunta, os (as) estudantes refletirem sobre quais cuidados e
atitudes devemos oferecer às pessoas para gerar inclusão e combater qualquer
atitude de exclusão. Nos ancoramos para o entendimento dessa pergunta em Reis
(2006, p.41 apud Nordony 2021, p.41) ao pontuar que “incluir trata-se da valorização
do ser humano e aceitação das diferenças individuais como um atributo e não como
um obstáculo e todas as pessoas devem ser incluídos, sem exceção [...]”. Nordony
(2021, p.41) afirma que, nesse sentido, “alunos com deficiência e alunos sem
107

deficiência terão a oportunidade de vivenciar a riqueza que a diferença representa e,


com isso, fortalecer o sentimento de solidariedade”. Foram obtidos os seguintes
relatos:

Dos 43 respondentes 26 (60%) deram respostas próximas de: Sempre devemos incluir
todos, independentemente de tudo. Nunca destratar alguém pelo seu físico, ou qualquer tipo.

ALUNOS (AS) QUE DERAM RESPOSTAS DIFERENTES DOS (AS) ALUNOS (AS) ACIMA
(RESPOSTAS INDIVIDUAIS):
Chamar sempre elas para participar de qualquer coisa e incluir elas em qualquer momento, o
importante é incluir todos (AEF02)
Tem que ter mais cuidado no que vai fazer, ou no que vai falar (AEF03)
Devemos lutar contra o preconceito e contra qualquer atitude de descriminação em relação a
alguma deficiência (AEF05)
O esclarecimento e a comunicação efetiva são as melhores formas de combater eventuais
impactos negativos no processo de inclusão (AEF07)
Sempre lembrar de ter empatia pelas pessoas para não acontecer esse problema de
exclusão (AEF11)
Primeiramente se colocar no lugar do outro, e se perguntar como você gostaria de ser
tratado se estivesse na mesma posição. Inserir no convívio social em geral. A prática de
ações adaptadas de acordo com a necessidade de cada indivíduo (AEF12)
Promover a inclusão e empatia, combater o bullying e a exclusão de pessoas. Promover
alguns jogos adaptados para que a pessoa também possa se divertir. Promover movimentos
escolares contra o bullying como em eventos (AEF14)
Não existir qualquer tipo de preconceito é essencial para a integração de pessoas com
algum tipo de deficiência nesse ramo. Deixar de lado as diferenças e começar a olhar para a
capacidade que essa pessoa tem (AEF16)
Não fazer nenhum tipo de exclusão. O objetivo dos esportes adaptados é isso, ter esse
acolhimento e mostrar que todos podem participar de esportes, apesar de deficiência e etc
(AEF21)
Devemos experimentar por um momento como é ser deficiente e participar um pouco de
esportes adaptados (AEF30)
O respeito deve ser a prioridade, é sempre bom que as pessoas sejam conscientes e
educadas em uma partida, e trabalhar em equipe (AEF31)
O ambiente de acolhimento e igualdade (AEF32)
Na escola é para ter uma quadra adaptada para todos jogar, tem que ter primeiramente
respeito. As pessoas muitas vezes não respeitam os deficientes e vejo a escola como meio
de combater essa exclusão (AEF35)
Devemos ser bastante inclusivos com todos, oferecer rampas para cadeirantes, e outras
coisas para combater a exclusão (AEF37)
Devemos introduzir essas pessoas no meio social adaptar para que possa ter a mesma
oportunidade e para combater, lutar pelo direito dessas pessoas (AEF38)
Conhecer a necessidade de cada aluno, fazer avaliações individuais (AEF39)
Adaptações das quadras nas escolas, passar conhecimentos sobre os esportes tanto no
teórico como na prática (AEF40)

Os (as) estudantes foram mobilizados dentro das aulas de Educação Física a


partir de problemáticas que envolveram o processo de inclusão em suas diversas
derivações. Podemos perceber a riqueza de informações apresentadas pelos (as)
alunos (as) como sugestões de ações inclusivas. “Sempre devemos incluir todos,
independentemente de tudo. Nunca destratar alguém pelo seu físico, ou qualquer
108

tipo”. (AEF07) “O esclarecimento e a comunicação efetiva são as melhores formas


de combater eventuais impactos negativos no processo de inclusão”. (AEF14)
“Promover a inclusão e empatia, combater o bullying e a exclusão de pessoas.
Promover alguns jogos adaptados para que a pessoa também possa se divertir.
Promover movimentos escolares contra o bullying como em eventos”. A pretensão
com essa pergunta foi que os (as) estudantes analisassem e relacionassem a
inclusão a sua própria identidade, como uma construção necessário para atender a
si mesmo e ao outro (a).
Na terceira pergunta buscou-se saber se os (as) estudantes perceberam se
as aulas de Educação Física proporcionaram um maior entendimento sobre a
relação do Esporte Adaptado com a inclusão. Se a resposta for sim, foi solicitado
uma justificativa. O conceito de inclusão foi considerado segundo a visão de Moriña
(2010, p.17 apud Queroz 2021, p.58) ao defini-la como “um modelo de educação
que propõe escolas onde todos possam participar e sejam recebidos como membros
valiosos delas”. Foram obtidos os seguintes relatos:

Dos 43 respondentes 27 (62%) deram respostas próximas de: Sim, todos conseguem
participar e se divertir.

ALUNOS (AS) QUE DERAM RESPOSTAS DIFERENTES DOS (AS) ALUNOS (AS) ACIMA
(RESPOSTAS INDIVIDUAIS):
Sim, pois tive uma maior compreensão sobre a importância da inclusão e a relação dela com
o esporte adaptado (AEF06)
Sim, já que muitos não têm conhecimento nem entendimento sobre esses esportes, essas
aulas foram incríveis (AEF10)
Sim, com certeza! Foram as aulas de Educação Física que abriram minha mente e fez com
que saísse da minha bolha (AEF11)
Sim, agora somos capazes de respeitar as diferenças, entendendo mais as dificuldades de
cada pessoa, para serem inseridos na sociedade de forma mais positiva (AEF12)
Sim, elas fizeram obter maior conhecimento sobre os esportes e tive novas experiências
com as práticas das aulas e sentir a dificuldade dos deficientes (AEF14)
Sim, pois as pessoas começam a criar mais conhecimento sobre os esportes adaptados. E
começam a inclusão social não só nos esportes mas em tudo. Por ver que eles não são
diferentes e nem merecem ser tratados diferentes por causa da sua deficiência (AEF15)
Claro, pois os esportes adaptados são justamente para obter essa inclusão e mostrar que é
possível e essencial essa inclusão (AEF16)
Sim, pois motiva a participação de todas as pessoas e gera um local confortável (AEF17)
Sim, ajudamos um ao outro nos esportes para pessoas adaptadas, tivemos diversas
dificuldade e sentimos uma diferença enorme (AEF18)
Sim, pois percebi que essa relação é bem frequente, cada dia que passa o esporte adaptado
vem incluindo cada vez mais modalidades para pessoas com algum tipo de deficiência
(AEF22)
Sim, os esportes ensinam os alunos lidarem com as falhas (AEF23)
Sim, o conhecimento muda mentes e atitudes. E as dinâmicas eram praticadas em grupo,
por nós alunos (AEF24)
Sim, porque esse estilo de esporte é pouco conhecido, assim os alunos obtêm o
109

conhecimento e até interesse nessa área (AEF24)


Sim, na prática e ver, aprendemos e temos um ensinamento sobre a relação do esporte
adaptado, muito mais legal de entender (AEF31)
Sim, eu amei as aulas de esportes adaptados, essas aulas são para nós ver como os
deficientes eles também tem esportes para praticar mesmo sem seus movimentos (AEF32)
Sim, pois na teoria sabemos como eles participam e com isso podemos ver como funciona a
inclusão (AEF40)

Pode ser observado que todos (as) responderam que sim. Ainda completaram
sua opinião como nas respostas de (AEF11) “Sim, com certeza! Foram as aulas de
Educação Física que abriram minha mente e fez com que saísse da minha bolha”.
(AEF12) ”Sim, agora somos capazes de respeitar as diferenças, entendendo mais as
dificuldades de cada pessoa, para serem inseridos na sociedade de forma mais
positiva”. (AEF16) “Claro, pois os esportes adaptados são justamente para obter
essa inclusão e mostrar que é possível e essencial essa inclusão”. A reflexão no
tocante ao Esporte Adaptado dentro de uma perspectiva inclusiva, foi de um
momento de descobertas da capacidade e disposição em buscar novas
aprendizagens, o caminho para a construção de novas práticas inclusivas junto aos
(as) estudantes. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs (1999) “[...]
Ao vivenciar atividades corporais, a criança estabelece relações equilibradas e
construtivas, reconhecendo e respeitando características físicas e de desempenho
de si próprio e dos outros, sem discriminar por distinções, pessoais, físicas, sexuais
ou sociais”.
Na quarta questão buscou-se identificar se a definição sobre inclusão e as
atitudes dos (as) estudantes com o objetivo de ter ações inclusivas mudaram depois
das aulas sobre o tema, foi solicitado exemplos. Ao utilizarmos o termo inclusão
partiu-se de uma “[...] concepção ampla e generalista, centrada no reconhecido das
diferenças que caracterizam o humano e que permeiam a sociedade no complexo
de especificidades [..]” conforme pontua Reis (2013 S/N apud Nordony 2021, p.41).
Obtivemos os seguintes relatos:

Dos 43 respondentes 18 (41%) deram respostas próximas de: Sim, por conta de ter um
aprendizado maior sobre o tema, assim o entendimento melhor e vendo sua importância.

ALUNOS (AS) QUE DERAM RESPOSTAS DIFERENTES DOS (AS) ALUNOS (AS) ACIMA
(RESPOSTAS INDIVIDUAIS):
Sim, agora tenho outro pensamento, pois me mostrou as dificuldades que muitos enfrentam
em praticar o esporte (AEF07)
Sim, por exemplo o goalball que é um esporte para pessoas com deficiência de visão
(AEF08)
110

Sim, agora pude entender as dificuldades deles jogando e o quanto é difícil essas aulas, mas
aprendi a sentir o que eles sentem (AEF09)
Sim, hoje quero fazer mais ações que influenciam a prática da inclusão (AEF11)
Sim, mudaram. Pois qualquer esporte pode incluir, para tudo tem um jeito (AEF13)
Na forma de agir e pensar. Pode-se entender mais sobre o que cada um precisa. Aprender
antes de julgar sem saber suas necessidades. Adaptar-se a necessidade do próximo
(AEF16)
Não mudaram, ficaram mais claras e mais expressiva e compreendida. Entendi o porquê
essas pessoas procuram uma atividade física e persistem nelas, mesmo com a falta de
atenção do governo (AEF21)
Sim, eu sempre gosto de incluir as pessoas no meio do esporte, com essas aulas melhorei
mais, compreendendo as dificuldades desses esportes (AEF22)
Mudaram muito, eu aprendi a praticar os exercícios, onde todos podem participar (AEF27)
Na verdade sempre tive essa mentalidade de querer incluir as pessoas em um meio social,
seja o que for (AEF28)
Sim, pois incluir não é só introduzir, mas é lutar pelos direitos, fornecer ajuda entre outros
quesitos (AEF29)
Assim, mudou para muito melhor até porque eu nunca critiquei e nem julguei nenhum
deficiente porque antes da minha vó morrer ela era cadeirante e precisava (AEF30)
Que os estudantes ganham a oportunidade de aprender, interagir e experimentar coisas
novas. O objetivo é eliminar obstáculos que limitam a aprendizagem e participação discente
no processo educativo (AEF31)
Sim, reconhecer o outro lado e manter sempre o respeito (AEF32)
Uma inclusão é ver, igualdade mesmo sendo diferente. Meu objetivo seria comunicação sem
diferença ao falar dessas pessoas (AEF33)
Sim, pois após essas aulas eu tive uma maior compreensão sobre como funciona cada
adaptação para cada esporte. Com isso, minhas atitudes mudaram e ideias também
(AEF34)
Utilizar material didáticos que traga a questão de inclusão com pessoas de deficiência
(AEF35)
Sempre busquei ser muito inclusiva, pois tenho uma deficiência. Sei como se sentem os que
são excluídos (AEF36)
Jogamos futebol de 5 nos divertimos e aprendemos, foi difícil mas muito legal (AEF37)
Minhas definições sobre inclusão sim, me mostrou que a várias formas de incluir tanto em
esportes como de outras formas. Minhas atitudes não, não sou uma pessoa de inclusão
(AEF38)
Sim, depois de ver o tema parei de ver os deficientes como inválidos e comecei a ver que
eles também podem ser atletas (AEF39)
Sim, pois não sabia o que era inclusão pois agora sei o que é, e gostei de saber pois é uma
coisa muito bacana (AEF40)
Dificilmente tenho atitudes, pois pratico poucos esportes, mas com certeza incluiria quem
quer que fosse, como um autista, cadeirante (AEF41)
Não, pois meus pensamentos sobre inclusão, sempre foi a mesma de incluir e adaptar
(AEF42)

Pode ser percebido pela narrativa dos (as) estudantes que todos (as) foram
impactados nas aulas e que de alguma forma as vivências fizeram aumentar os seus
conhecimentos sobre inclusão ao final da pesquisa. Como podemos perceber
através desses relatos. (AEF11) “Sim, hoje quero fazer mais ações que influenciam
a prática da inclusão”. Sim, mudaram. (AEF13) “Pois qualquer esporte pode incluir,
para tudo tem um jeito”. (AEF16) “Na forma de agir e pensar. Pode-se entender mais
sobre o que cada um precisa. (AEF27) “Aprender antes de julgar sem saber suas
necessidades. Adaptar-se a necessidade do próximo”. Mudaram muito, eu aprendi a
111

praticar os exercícios, onde todos podem participar”. (AEF29) “Sim, pois incluir não é
só introduzir, mas é lutar pelos direitos, fornecer ajuda entre outros quesitos”.
(AEF31) “Que os estudantes ganham a oportunidade de aprender, interagir e
experimentar coisas novas. O objetivo é eliminar obstáculos que limitam a
aprendizagem e participação discente no processo educativo”.
Ao tentar transcorrer essas informações para o (a) aluno (a) foi consultado
Nordony (2021, p.37) o qual destaca que ao ser informado de algo, “[...] o aluno
deve ser capaz de analisar tal informação e transformá-la em conhecimento, e mais,
compreender o poder que isso pode gerar em sua vida, em todos os cenários sociais
nos quais esteja inserido [...]”. Nesse sentido buscou-se pensar a inclusão dentro de
práticas pedagógicas inclusivas que primassem pela valorização da diversidade, em
sua perspectiva ampla.
Partindo do pensamento de que o ato de ensinar exige uma ação
transformadora ampla e contínua que acompanhe as mudanças complexas e
cotidiana da sociedade, Mantoan (2017, p. 44 apud Queroz 2021. p.76) também
segue essa mesma reflexão ao considerar que “o professor também precisa ser
afetado pelo que trata e ensina”. Dito isso, na quinta e última pergunta buscou-se
saber se os (as) estudantes acham importante abordar o tema Esporte Adaptado e
inclusão no Ensino Médio. Se a resposta for sim, foi solicitado uma justificativa.
Foram obtidos os seguintes relatos:

Dos 43 respondentes 21 (48%) deram respostas próximas de: Sim, fez ter maior
compreensão sobre o assunto, fez de forma expressiva e senti ela ser apreendida.

ALUNOS (AS) QUE DERAM RESPOSTAS DIFERENTES DOS (AS) ALUNOS (AS) ACIMA
(RESPOSTAS INDIVIDUAIS):
Sim, mostrou que não devemos julgar aqueles que tem dificuldade para jogar (AEF02)
Sim, nós não devemos julgar aquelas que tem dificuldade (AEF03)
Sim, pois dessa maneira foi ensinado para os alunos a grande importância da inclusão
(AEF04)
Sim, demais. Pois nem todos sabem que isso é possível (AEF05)
Sim, mas acho que pode ser abordado bem antes para que as crianças compreendam e
conheça esses esportes. Foi uma experiência completamente diferente, mas de forma
positiva é claro (AEF06)
Sim, pois é um tema pouco abordado nas escolas, e é importante para mudar a forma de
pensar e de agir sobre a inclusão (AEF10)
Sim, achei importante para aprendermos mais e também a inclusão social para incluir todos
(AEF11)
Sim, mas deveria aplicar esse tema desde o infantil, para uma compreensão desde cedo
(AEF12)
Sim, é uma ótima forma para conscientizar as pessoas para fazerem abrir suas mentes para
esses assuntos (AEF13)
112

Com certeza, pois muitos têm conhecimento sobre isso, então abordando esse tema é
necessário, não só no ensino médio mas em todas as séries deveria ser abordado (AEF15)
Sim, falo que para mim foi ótima experiência, aprendi muitos outros esportes, aprendi a usar
outros sentidos, ganhei conhecimento e aprendi a ser mais grato (AEF16)
Sim, porque não fica só repetindo as mesmas aulas sempre como os meninos queriam só
jogar futebol e não pensava nas meninas que também queriam praticar algo, aí quando veio
essas aulas nenhuma pessoa fica de fora, só quem não quer participar mas é isso, eu amei
todas as aulas, em todas eu estava (AEF20)
Sim, pois já temos uma ideia de como ajudar o próximo e conhecer o mundo dele (AEF22)
Sim, é muito importante esse tipo de aula, para que possamos ficar ligados e entender que
eles podem ser e fazer coisas como a gente (AEF24)
Sim, para informar os problemas e dificuldades das outras pessoas (AEF29)
Sim, pois é de extrema importância que os adolescentes fiquem por dentro desse assunto e
que todos pratiquem a inclusão (AEF31)
Sim, pois dificilmente se via tocar nesse assunto (AEF32)
Sim, pós depois de vermos esse tema eu aprendo a ver os esportes adaptado de forma bem
mais legal (AEF33)
Sim, como eu disse, está sendo uma experiência nova e muito legal, estudar sobre esportes
adaptados, ajuda a gente a incluir e adaptar pessoas (AEF34)
Sim, para ensinar e mostrar aos jovens que é possível se incluir mesmo com deficiência.
Sim, pois teremos que aprender sobre o esporte adaptado, pois é um esporte bacana e
teremos que esta pois não sabemos o que será pela frente e podemos ter um filho que
poderá precisar do esporte (AEF35)
Sim, pois não é algo comum em nosso dia a dia, e acabava por não saber como agir, e hoje
entendendo mais sobre cada um, conseguimos nos adaptar e ajudar de forma eficiente e
entender mais o próximo (AEF36)

. É extremamente importante lançar o olhar para o (a) aluno (a) para


sabermos suas opiniões sobre a relevância da abordagem do tema Esporte
Adaptado dentro de uma perspectiva inclusiva no Ensino médio. De modo que suas
respostas sirvam como uma tomada de postura dos professores (as) para utilizar
esse conteúdo como ferramenta no processo de inclusão escolar de forma continua.
Ao estabelecer esse olhar estaremos conhecendo quais são as prioridades nas
vivências dos educandos. Além disso, podemos visualizar um caminho promissor de
inclusão.
Pôde ser identificada a importância dada ao tema pelos (as) estudantes.
(AEF20) ”Sim, porque não ficamos repetindo as mesmas aulas sempre e como os
meninos queriam jogar futebol e não pensavam nas meninas que também queriam
praticar algo, aí quando veio essas aulas nenhuma pessoa fica de fora, só quem não
quer participar mas é isso, eu amei todas as aulas, em todas eu estava”. (AEF16)
“Sim, falo que para mim foi ótima experiência, aprendi muitos outros esportes,
aprendi a usar outros sentidos, ganhei conhecimento e aprendi a ser mais grato”.
Sendo seu ensino direcionado não apenas para Ensino Médio, mas como apontado
por alguns alunos (as) como sendo necessário também em anos anteriores como no
Ensino Fundamental, para que cada vez mais cedo as pessoas possam ter acesso à
113

esse conhecimento e pô-la em prática. (AEF15) “Com certeza, pois muitos têm
conhecimento sobre isso, então abordando esse tema é necessário, não só no
ensino médio mas em todas as séries deveria ser abordado”. (AEF06) “Sim, mas
acho que pode ser abordado bem antes para que as crianças compreendam e
conheça esses esportes. Foi uma experiência completamente diferente, mas de
forma positiva é claro
A troca de experiências e a partilha de saberes consolidaram a importância e
permanecia do tema Esporte Adaptado e inclusão dentro do Ensino Médio como
podemos perceber no reconhecimento dos (as) estudantes.

3.13 Descrição da intervenção pedagógica: 12º aula- Aplicação da culminância

Em decorrência do calendário restrito de final de ano, por conta da copa do


mundo de futebol 2022, foi realizada a culminância em sala de aula. Eles (as)
participaram de um clico de sentimentos, onde os mesmos tiveram que escrever,
com no mínimo uma palavra, em um pedaço de papel entregue pela
professora/pesquisadora, o que eles (as) sentiram durante os encontros. Depois os
relatos foram fixados em cartolina e expostos na sala de aula, como mostra a
imagem 38.

Foto 38: Ciclo de sentimentos

Fonte: da autora, 2022

Podemos destacar alguns relatos como: “compreensão”, “importância da


inclusão”, “experiência completamente diferente”, “mudar a forma de pensar”, “abrir
suas mentes”, “ótima experiência”, “aprendi a usar outros sentidos”, “ganhei
conhecimento”, “ aprendi a ser mais grato”, “nenhuma pessoa fica de fora”.
114

O sentimento é o resultado de uma experiência. Os sentimentos fazem com


que possamos gerar pensamentos. Os (as) estudantes foram levados a refletir sobre
aquilo que eles (as) sentiram ao experimentar as aulas propostas. O ciclo referido
corresponde ao início e o fim da unidade temática proposta. Não que esse ciclo seja
algo finalizado, mas que ele possa gerar conexões com novos ciclos de
conhecimentos, experiência, descobertas, reflexões e sentimentos.
Os (as) estudantes puderam compartilhar também as sensações suscitadas
pelas experiências das aulas, através da oportunidade de falarem à vontade.
Percebendo que nossas experiências têm influência no modo como nos sentimos,
pertencendo a um lugar e a um grupo.
Percebi no decorrer das aulas que os (as) participantes usaram os encontros
para também refletir o quanto é importante para eles (as) sentirem-se parte de um
grupo, e como relacionam esses sentimentos com a própria ideia de inclusão,
diversidade e diferença.
As dificuldades em responder ao questionário diagnóstico por não
assimilarem alguns conceitos mudou no decorrer das aulas, o que os auxiliou em um
autoconhecimento que suscitando na descoberta do que o conteúdo Esporte
Adaptado lhes pode oferecer como a inclusão.
Os participantes falaram das suas peculiaridades em lidar com algumas
situações das aulas, descrevendo algumas vezes as suas emoções vividas pelos
desafios lançados e puderam conhecer que o outro é diferente e as diferenças
detectadas não devem ser fator determinante para a exclusão.
115

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Consideraremos agora todos os caminhos que foram obtidos através do


presente estudo, que teve como objetivo geral, a construção, implementação e
avaliação de uma unidade didática com a utilização do esporte adaptado dentro de
uma perspectiva inclusiva nas aulas de Educação Física no Ensino Médio.
A BNCC (2018) recomenda o aprofundado dos temas estudados no Ensino
Fundamental para o Ensino médio. Através do questionário diagnóstico, buscamos
alcançar o primeiro objetivo específico que foi, diagnosticar e identificar a percepção
e experiências dos (as) alunos (as) sobre a unidade temática esporte adaptado nas
aulas de Educação Física no Ensino Fundamental. As respostas obtidas trouxeram a
confirmação de que a grande maioria dos (as) estudantes não tiveram acesso ao
conteúdo em séries anteriores, sendo assim, correriam o risco de terminar a
Educação Básica sem ter contato com o tema. Os (as) poucos (as) alunos (as) que
tiveram contato com o tema, apenas apontaram o ensino de um ou dois esportes
adaptados, sem fazer relação com as questões que norteiam a inclusão. Portanto,
tivemos que dar início a esse conhecimento junto aos (as) alunos (as).
Construímos o segundo objetivo especifico que foi, desenvolver uma unidade
didática sobre esporte adaptado dentro de uma perspectiva inclusiva como
ferramenta pedagógica nas aulas de Educação Física no Ensino Médio.
Tematizamos o esporte adaptado utilizando o máximo de modalidades possíveis
dentro de uma unidade didática, que possibilitou uma maior riqueza de
conhecimentos aos (as) alunos (as). Aguçando o interesse deles (as) pelos esportes
adaptados que, nos seus pontos de vista, eram praticados apenas por pessoas com
deficiência e não tinha relação direta com outros temas como a inclusão. Com isso,
tivemos o envolvimento de vários alunos (as) que não estavam participando das
aulas de Educação Física em semestres anteriores, e que nitidamente estavam se
sentindo incluídos nas aulas. As atividades aconteceram com todos (as) os (as)
alunos (as), independente do nível de habilidade motora, de gênero, e situação ou
não de deficiência.
Para alcançar o último objetivo especifico que era, avaliar uma unidade
didática sobre esporte adaptado dentro de uma perspectiva inclusiva nas aulas de
116

Educação Física no Ensino Médio. Foi aplicado um questionário avaliativo. Foi


identificado um despertar, e admiração e reconhecimento do outro pelas suas
diferenças. Inclusive um novo olhar para os colegas com deficiência, ao perceberem
suas potencialidades e não mais somente suas dificuldades.
Podemos constatar ao finalizar essa pesquisa que a insegurança na
ministração de aulas pelos (as) discentes que promovem o conhecimento do tema
abordado aqui, pode estar vinculada a alguns fatores como: o julgamento antecipado
de incapacidade sobre a prática pedagógica; pelo desconhecimento do conteúdo;
por acreditarem que o tema está relacionado ou vinculado apenas as pessoas com
deficiência e por acreditarem que o conteúdo não é de interesse dos (as) outros (as)
estudantes sem deficiência.
Destacamos essas considerações ao percebemos a ótima aceitação por parte
dos (as) participantes relatados tanto no diário de campo, como nos questionários
aplicados nessa pesquisa. Esse conteúdo foi descrito por todos (as) como essencial
para ser ensinado no Ensino Médio e também no Ensino Fundamental. Alguns
alunos (as) destacaram que quanto mais cedo o aluno (a) tiver acesso a esse
conhecimento mais rápido ocorrerá a sua prática.
Indubitavelmente, quando trabalhamos a temática da pesquisa vimos a
possibilidade de reconhecermos que vivemos dentro de uma sociedade diversa, e
que possuímos diferenças, as quais podem estar dentro da nossa maneira e na do
outro, de pensar, agir, vestir e até mesmo nas habilidades motoras. Essa última é
que por muitas vezes excluiu os alunos (as) das aulas de Educação Física. Os (as)
educandos conseguiram aumentar o seu entendimento sobre inclusão de modo a
associá-la a situações pertinentes de suas vidas, e o Esporte Adaptado serviu de
ferramenta para que esse entendimento acontecesse.
A pesquisa-ação segundo Thiollent (1998, p.19), é orientada por três
finalidades: resolução de problemas, tomada de consciência e produção de
conhecimento. Essas finalidades foram alcançadas mediante a implementação de
formas de ações planejadas, como por exemplo as apresentadas na presente
pesquisa.
As ações desse estudo foram planejadas como forma de incentivar a
transformação da realidade, ao mesmo tempo que elaborávamos junto com os (as)
alunos (as) os conhecimentos esclarecedores com o objetivo de melhorar o
entendimento sobre a temática e pôr em prática suas ações. Indicamos que o tema
117

Esporte Adaptado seja contextualizado de diferentes formas, espaços e tempos na


escola, inclusive dentro de uma perspectiva inclusiva.
Percebemos através do estado da arte que muitos estudos direcionam a
inclusão apenas a pessoa com deficiência, esse direcionamento único e
fragmentado poderá levar os (as) docentes a não ministrarem temas como inclusão
por não terem em suas salas de aula alunos (as) com algum tipo de deficiência,
levando também os (as) estudantes a perceberem a inclusão de forma restrita.
Indicamos a necessidade de mais pesquisas sobre o Esporte Adaptado dentro de
uma perspectiva inclusiva de modo que gere mais discursões e sua consolidação
seja vista de forma sistemática e continua no chão da escola.
Como sujeito que também viveu a experiência, me vi construindo uma
experiência didático/metodológica, visando atender às necessidades dos (as) alunos
(as), levando-os a refletir sobre o reconhecimento e valorização da diversidade e das
diferenças, permitindo-os vivenciarem as experiências de aprendizagem coletiva.
Notei-me tentando construir a Educação Física dentro de propostas pedagógicas
que aludem para a educação inclusiva, dentro de uma efetiva cooperação em
aprender junto com os (as) estudantes o universo de possibilidades que o Esporte
Adaptado tem para oferecer.
Defendemos que a contribuição do esporte adaptado nas aulas de Educação
Física, quando é tematizada dentro de uma perspectiva inclusiva, interfere na
conscientização de um processo de inclusão de todos (as) com ou sem deficiência
nas aulas. Podendo esses esportes serem vivenciados para além da competição e
reabilitação, assim como outras possibilidades como o lazer e a recreação.
Nesse trabalho, por fim, defendemos que uma unidade didática com a
temática Esporte Adaptado dentro de uma perspectiva inclusiva na EEFM Antônio
Dias Macedo pode proporcionar aos (as) alunos (as) motivação para aprender um
conteúdo antes pensado apenas para pessoas com deficiência. Eles (as) se viram
não apenas reproduzindo movimentos, mas construindo um conhecimento e
refletindo sobre ele. Sendo considerado um importante conteúdo a ser trabalhado
nas aulas de Educação Física no Ensino Médio, visto que parte das necessidades e
interesse apresentados pela turma.
118

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APÊNDICES

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM REDE NACIONAL – PROEF

INSTRUMENTO 01
APÊNDICE “A” : Questionário diagnóstico – Eletiva Esportes Adaptado e inclusão

Caro aluno (a),

O presente questionário faz parte da pesquisa para conclusão do Mestrado Profissional em


Educação Física em Rede Nacional (PROEF) da Professora Maria do Perpétuo Socorro Rocha do
Nascimento. Cujo tema é ESPORTES ADAPTADOS DENTRO DE UMA PERSPECTIVA
INCLUSIVA: Desenvolvendo uma Unidade Didática nas aulas de Educação Física do Ensino
Médio. Os resultados obtidos serão utilizados apenas para fins acadêmicos.
O questionário é anônimo, não devendo os participantes da pesquisa se identificar e/ou
assinar as folhas do questionário. Não existem respostas certas ou erradas, portanto sinta-se à
vontade para responder de forma espontânea e sincera todas as questões.

Nome:___________________________________________________________
Data de nascimento:___/___/___ Série: ____Turno: ( )M( )T Sexo: M( ) F( )

Perguntas:

01- Você já teve aulas sobre Esportes Adaptados durante o Ensino Fundamental? Se
sim, descreva quais foram os temas estudados?
02-Quais Esportes Adaptados você conhece? Descreva o que você sabe sobre eles.
03-Qual a importância de estudar o tema Esporte Adaptado nas aulas de Educação
Física?
04- O que é inclusão para você?
05- Quais Esportes Adaptados que você não estudou o Ensino Fundamental e
gostaria de estudar no Ensino Médio, nas aulas de Educação Física.
06-Quais as diferenças entre os Esportes Adaptado e os esportes considerados
tradicionais?
07- Você acha importante trabalhar a inclusão na sala de aula? Por qual motivo?
08- Você já presenciou algum tipo de exclusão nas aulas de Educação Física? Se a
resposta for SIM, descreva as circunstâncias.

Obs: Utilize o verso da página para respostas.


123

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM REDE NACIONAL – PROEF

INSTRUMENTO 2
APÊNDICE “B” : Diário de campo

Local: EEFM Antônio Dias Macedo Data:_____/________/_________

Disciplina: Educação Física Prof (a): Socorro Rocha Série: 3º ANO Ensino Médio

Atividade:_________________________________________________________________________

Reflexão da professora pesquisadora sobre a aula:


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_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
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Comentários e sugestões dos (as) alunos (as) sobre a aula:


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Dificuldades encontrados pela professora pesquisadora e alunos (as) durante as aulas:


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_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

Decisões para solucionar as dificuldades encontrados durante as aulas:


_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
124

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM REDE NACIONAL – PROEF

INSTRUMENTO 3
APÊNDICE “C” : Questionário Avaliativo

Caro aluno (a),


O presente questionário faz parte da pesquisa para conclusão do Mestrado Profissional em
Educação Física em Rede Nacional (PROEF) da Professora Maria do Perpétuo Socorro Rocha do
Nascimento. Cujo tema é ESPORTES ADAPTADOS DENTRO DE UMA PERSPECTIVA
INCLUSIVA: Desenvolvendo uma Unidade Didática nas aulas de Educação Física do Ensino
Médio. Os resultados obtidos serão utilizados apenas para fins acadêmicos.
O questionário é anônimo, não devendo os participantes da pesquisa se identificar e/ou
assinar as folhas do questionário. Não existem respostas certas ou erradas, portanto sinta-se à
vontade para responder de forma espontânea e sincera todas as questões.

Nome:___________________________________________________________
Data de nascimento:____/____/____ Série: ______Turno: ( ) M ( ) T Sexo: M ( ) F ( )

Perguntas:
01- Depois de estudar a unidade temática sobre Esportes Adaptados você conseguiu
aprofundar o seu conhecimento sobre o tema? Se a resposta for SIM, justifique.
02-Quais cuidados e atitudes devemos oferecer as pessoas para gerar inclusão e combater
qualquer atitude de exclusão?
03-Você acha que as aulas de Educação Física proporcionaram um maior entendimento sobre
a relação do Esporte Adaptado com a inclusão? Se a resposta for SIM, justifique.
04-A sua definição sobre inclusão, e suas atitudes com o objetivo de ter ações inclusivas,
mudaram depois das aulas sobre o tema? Dê exemplos.
05-Você acha importante abordar o tema esporte Adaptado e inclusão no Ensino Médio? Se a
resposta for SIM, justifique.

Obs: Utilize o verso da página para respostas.


125

APÊNDICE “D” - PLANOS DE AULAS


Campo da Pesquisa: EEFM Antônio Dias Macedo
Nível: Ensino Médio Turmas: 3º A/B
Conteúdo: Esporte Adaptado
Pesquisadora: Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento

Componente Curricular - Educação Física

Plano de aula (01) / Esporte / 3° ano do Ensino Médio/ Tempo de aula: 50 minutos

Exposição da aula: Questionário diagnóstico. Entendimento dos estudantes sobre esportes


adaptados e inclusão

Objetivos:

Identificar quais são os conhecimentos adquiridos pelos (as) estudantes no Ensino Fundamental até
os dias de hoje sobre os esportes adaptados e inclusão,

Habilidades:

(EM13LGG502) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder subjacentes às


práticas e discursos verbais e imagéticos na apreciação e produção das práticas da cultura corporal
de movimento.

(EM13LGG503) Praticar, significar e valorizar a cultura corporal de movimento como forma de


autoconhecimento, autocuidado e construção de laços sociais em seus projetos de vida.

Recursos didáticos:

Exposição oral, utilização do quadro, questionário diagnóstico elaborado pela professora


pesquisadora.

Apresentação da temática:

Neste momento, foi especificado o tema de estudo. Propusemos realizar um diagnóstico com os (as)
estudantes a partir da vivência que eles (as) tiveram sobre Esporte Adaptado e inclusão. Para
depois da análise dos resultados do questionário poder vivenciar algumas dessas práticas a partir da
realidade dos estudantes.

Desenvolvimento da aula:

1° momento: - Com o objetivo de Realizar um diálogo participativo, o professor (a) deve fazer a
leitura de cada questão do questionário no intuito de esclarecer qualquer dúvida que surja ao longo
do questionário. Os (as) alunos (as) foram informados que não existe respostas certas ou erradas,
que não se trata de uma prova para medir conhecimento, não existindo a necessidade de pesquisa
nem consulta a outros (as) colegas para obtenção de respostas corretas. Ressaltar que a partir das
ideias apresentadas por eles (as), vamos contextualizar o tema Esportes Adaptados, gerando
problemáticas no decorrer das aulas sobre sua relação com a inclusão.

Com o questionário diagnóstico em mãos pedir para os (as) estudantes responder as seguintes
perguntas propostas pela professora:

1-Você já teve aulas sobre Esportes Adaptados durante o Ensino Fundamental? Se sim, descreva
quais foram os temas estudados?

02-Quais Esportes Adaptados você conhece? Descreva o que você sabe sobre eles.

03-Qual a importância de estudar o tema Esporte Adaptado nas aulas de Educação Física?
126

04- O que é inclusão para você?


05- Quais Esportes Adaptados que você não estudou o Ensino Fundamental e gostaria de estudar
no Ensino Médio, nas aulas de Educação Física.
06-Quais as diferenças entre os Esportes Adaptado e os esportes considerados tradicionais?
07- Você acha importante trabalhar a inclusão na sala de aula? Por qual motivo?
08- Você já presenciou algum tipo de exclusão nas aulas de Educação Física? Se a resposta for
SIM, descreva as circunstâncias.
2° momento: Depois da entrega do questionário respondido pelos (as) alunos (as) ao (a) professor
(a), informar aos estudantes que a construção das próximas aulas se dará através das respostas
apresentadas no questionário frisando que essa construção é coletiva, partindo das necessidades e
interesse dos mesmos. Destacando, que essas perguntas junto com suas respostas irão contribuir
para resgatar a compreensão que eles (as) obtiveram até os dias atuais sobre o tema Esporte
Adaptado e inclusão possibilitando momento de resgate e reflexão. É interessante deixar os (as)
alunos (as) se expressarem entre eles (as) enquanto realização a escrita das respostas como forma
de trocar experiência, pois realizar este diálogo é muito importante para o desenvolvimento da aula,
trazer os estudantes para uma participação coletiva, onde eles (as) possam se sentirem parte desta
construção. Destacamos, que essas perguntas vão contribuir para momento de reflexão dos
estantes.

Avaliação da aula:

Observar a interação dos (as) estudantes com o assunto

Fonte: Elaborado pela própria autora,2022


127

Campo da Pesquisa: EEFM Antônio Dias Macedo


Nível: Ensino Médio Turmas: 3º A/B
Conteúdo: Esporte Adaptado
Pesquisadora: Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento

Componente Curricular - Educação Física

Plano de aula (02) / inclusão / 3°ano do Ensino Médio/ Tempo de aula: 50 minutos

Exposição da aula: Dinâmica sobre inclusão e valorização das diferenças

Objetivos:

Oportunizar um debate a partir dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre inclusão. Sentir
como a habilidade visual e motora fica comprometida quando suas funções ficam limitadas. Mostrar
como cada pessoa tem um jeito diferente de perceber o mundo e também de representar as coisas
a sua maneira particular. Desenvolver posicionamentos críticos sobre inclusão.

Habilidades:

(EM13LGG502) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder subjacentes às


práticas e discursos verbais e imagéticos na apreciação e produção das práticas da cultura corporal
de movimento.

Recursos didáticos:

Utilização do quadro, folha, caneta ou lápis.

Apresentação da temática:

Informar aos (as) estudantes que eles (as) irão participar de três dinâmicas. Propusemos essas
dinâmicas com a intenção de dialogar com os (as) estudantes sobre os conhecimentos prévios que
eles (as) tem sobre inclusão, diferença, diversidade e limitações e como estes temas estão
presentes em nossa sociedade e estão interligados.

Desenvolvimento da aula:

Dinâmica 01: Desafio áudio visual.

1° momento: Propusemos realizar um diálogo com os (as) estudantes sobre inclusão, partindo da
seguinte pergunta chave sugerida: Quando falamos sobre inclusão o que passa na sua mente?
Deixar claro que não existe respostas certas e erradas.

2° momento: logo após essa pergunta e ouvir as respostas. Relatar um pensamento, seguido de
um questionamento, com a intenção de levar os (as) alunos (as) a uma segunda tomada de reflexão:
Todos os anos vocês escutam falar sobre autismo, Síndrome de Down, deficiência física, deficiência
mental, entre outros. Diante disso perguntamos: E se eu lhe dissesse que você também já foi
excluído ou diminuído por suas caraterísticas, você concordaria comigo? Ouvir o posicionamento
dos estudantes.

3º momento: Solicitei que os mesmos fechassem os olhos e levantassem todos os dedos. Quando
todos (as) estiverem prontos narrar as dez situações de exclusão que eles (as) poderiam ter
passado. Informar que para cada situação vivida, eles (as) terão que baixar um dedo. Segue a
sequência das situações de exclusão:
1º Já se sentiu diminuído, excluído, por não ter o corpo ideal?
2º Já fizeram você se sentir mal, por não se vestir da forma que os outros gostariam de lhe
ver vestido?
128

3º Já julgaram sua cor ou seu tipo de cabelo?


4º Já criticaram ou ofenderam seus costumes ou religião?
5º Já foi constrangida pelo seu peso, muito gordo, muito magro, ou sua altura, muito alto,
muito baixo?
6º Já se sentiu invadido (a), e por isso envergonhado (a), quando questionado (a) sobre
suas escolhas pessoais?
7º Sua classe social já lhe causou desconforto ou constrangimento?
8º Já sofreu preconceito sobre a cidade ou bairro onde mora?
9º Já foi julgado (a) por alguma conduta inadequada que seus pais, amigos (as) ou
familiares possam ter feito?
10º Já sofreu algum preconceito por causa da sua orientação sexual?
4º momento: No final da dinâmica, pedir para os (as) alunos (as) abrirem os olhos e olhar para suas
mãos e para a mão dos colegas, e percebemos como ele (a) e os demais colegas passam no dia a
dia por situações excludentes, que podem facilmente ser consideradas atitudes normais pela falta de
conhecimento sobre o tema. Neste momento é interessante mostrar alguns dados sobre a relação
da inclusão com outros temas como por exemplo: bullying, falta de empatia, ansiedade, depressão,
entre outros;
Dinâmica 02: Desafio visual e motor

1° momento: Explicar ao (a) aluno (a) que a segunda dinâmica tem como objetivo sentir como a
habilidade visual e motora ficam comprometidas quando suas funções ficam limitadas.
2° momento: Sugerir aos (as) alunos (as) que fechem os olhos e coloquem a caneta na mão não
dominante.
3° momento: Pedir para escrever a seguinte frase sugerida e ditada pelo (a) professor (a). Na
primeira linha os (as) mesmos (as) terão que escrever a frase: Educação inclusiva. E na segunda
linha a frase: Qual é o primeiro passo para a construção de uma escola inclusiva?
4° momento: Foi solicitado que eles (as) abrissem os olhos e olhasse para o que foi escrito por eles
(as).
5° momento: Pedir para os (as) alunos (as) descreveram como se sentiram tendo a capacidade
visomotora limitada.
6° momento: Levar os alunos (as) a refletir que, as pessoas que tem limitações fazem o melhor que
podem, não fazem de proposito quando fazem algo muito diferente ou não compreendem
determinadas situações.
Dinâmica 03: O monstro

1° momento: Informar aos (as) alunos (as) que em uma folha em branco, os mesmos terão que
fazem um desenho da melhor forma possível, mas para isso terão que escutar algumas orientações
e seguir algumas etapas.

2° momento: Informar que o desenho será feito conforme as etapas do desenho narradas pela
professora. Segue as etapas:
1º Desenhe uma cabeça grande e redonda.
2º Desenhe um corpo pequeno e todo péludo.
129

3º Desenhe braços finos e grandes com dedos com unhas pontiagudas.


4º Desenhe pés grandes e arredondados.
5º Faça um olho só, grande, bem no meio da cabeça.
6º Um nariz pequeno com narinas quadradas.
7º Uma boca grande e com dentes falhados.
8º Orelhas grandes e pontiagudas.
9º Mostrar para os colegas o desenho.
4° momento: Perguntar o que eles (as) perceberam da dinâmica

5° momento: Concluir a dinâmica informando que a terceira dinâmica teve como objetivo mostrar
como cada pessoa tem um jeito diferente de perceber o mundo e também de representar as coisas
a sua maneira particular. Levar os estudantes a refletirem que cada um teve uma maneira particular
de desenhar. Foi dada a mesma instrução para todos (as) e cada um teve uma forma diferente de
fazer o desenho. Finalizar concluindo que as situações, experiências e eventos acontecem, mas
cada um tem uma maneira particular de perceber o mundo, portanto devemos respeitar as
diferenças.
Avaliação da aula: Buscar observar a interação dos estudantes com a proposta da dinâmica e do
tema.

Fonte: Elaborado pela própria autora,2022


130

Campo da Pesquisa: EEFM Antônio Dias Macedo


Nível: Ensino Médio Turmas: 3º A/B
Conteúdo: Esporte Adaptado
Pesquisadora: Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento

Componente Curricular - Educação Física

Plano de aula (03) / Esporte / 3° ano do Ensino Médio/ Tempo de aula: 50 minutos

Exposição da aula: Conhecendo a história dos esportes adaptados e sua relação com a inclusão

Objetivos:

Trocar experiência com os estudantes sobre seus conhecimentos sobre esporte adaptado.
Comparar as diferenças e as semelhanças entre os esportes tradicionais e os esportes adaptados,
dentro de suas várias dimensões, cultural, social, relacionamento o esporte com a inclusão.
Habilidades:

(EM13LGG502) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder subjacentes às


práticas e discursos verbais e imagéticos na apreciação e produção das práticas da cultura corporal
de movimento.

(EM13LGG503) Praticar, significar e valorizar a cultura corporal de movimento como forma de


autoconhecimento, autocuidado e construção de laços sociais em seus projetos de vida.

Recursos didáticos:

Exposição oral, utilização do quadro, imagens de esportes adaptados.

Apresentação da temática:

Neste momento, propusemos realizar com os estudantes uma troca de experiência sobre o
conhecimento dos esportes adaptados a partir de suas classificações. Diante disso, é importante
mostrar várias fotos de diversas modalidades esportivas para propor debates coletivos sobre as
variações de suas classificações. problematizando sua prática a partir do entendimento sobre
inclusão.

Desenvolvimento da aula:

1° momento: pedir para os (as) estudantes formarem equipes de no máximo cinco alunos em
seguida fazer pequenos círculos no qual todos possam se ver.

2° momento: colocar as fotos das modalidades em cima da mesa do (a) professor (a) e pedir para
um representante de cada equipe escolher cinco imagens.

3° momento: Ao retornar para o grupo os (as) estudantes irão observar as fotos, e em grupo irão
responder as perguntas postas na lousa para depois apresentar as respostas para o restante da
sala.

Perguntas: Qual o nome das modalidades das imagens escolhidas por vocês? Vocês conhecem
alguma regra e fundamento destas modalidades, se sim informe quais. Comparar as diferenças e as
semelhanças entre os esportes tradicionais e os esportes adaptados escolhidos na imagem. Na
opinião de vocês qual a relação do esporte adaptado com a inclusão? Qual a relação do esporte
adaptado com as paralímpiadas? O que vocês entendem por diferença e diversidade?

4° momento: Realizar um diálogo participativo a partir das ideias apresentadas pelos grupos,
Contextualizando a classificação dos esportes adaptados e suas possibilidades como ferramenta de
inclusão, gerando problemáticas no decorrer das aulas. Escolher um representante de cada equipe
para expor suas respostas aos demais.

5° momento (exposição oral, leitura de texto coletivo: Depois da conversa, vamos apresentar a
131

classificação, características dos esportes adaptados, sua origem, sua relação com a pessoa com
deficiência, com as paralímpiadas e como o esporte adaptado é utilizado com ferramenta de
inclusão.

6° momento: De acordo com os esportes adaptados escolhidos por eles (as) como temas das aulas
no questionário diagnostico. Informar quais foram os esportes adaptados mais escolhidos no
questionário diagnostico e pedir para eles (as) escolherem uma sequência para serem trabalhados
nas próximas aulas.

Avaliação da aula:

Interação dos estudantes com o tema proposto

Fonte: Elaborado pela própria autora,2022


132

Campo da Pesquisa: EEFM Antônio Dias Macedo


Nível: Ensino Médio Turmas: 3º A/B
Conteúdo: Esporte Adaptado
Pesquisadora: Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento

Componente Curricular - Educação Física

Plano de aula (04) / Esporte / 3° ano do Ensino Médio/ Tempo de aula: 50 minutos

Exposição da aula: Esporte Rede/quadra dividida ou parede de rebote: Vôlei sentado

Objetivos:

-Aprofundar o conhecimento sobre vôlei sentado, seu contexto histórico, regras, fundamentos e suas
possiblidades dentro do ambiente escolar.

-Vivenciar a prática do vôlei sentado.

-Oportunizar um debate a partir dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre vôlei sentado suas
diferença e semelhança com o vôlei tradicional.

-Desenvolver posicionamentos críticos sobre a modalidade vôlei sentado, sua relação com a pessoa
com deficiência e inclusão.

Habilidades:

(EM13LGG501) Selecionar e utilizar movimentos corporais de forma consciente e intencional para


interagir socialmente em práticas da cultura corporal, de modo a estabelecer relações construtivas,
éticas e de respeito às diferenças.

(EM13LGG503) Praticar, significar e valorizar a cultura corporal de movimento como forma de


autoconhecimento, autocuidado e construção de laços sociais em seus projetos de vida.

Recursos didáticos:

Quadra de vôlei, bolas de vôlei, mini cones, pirulito.

Apresentação da temática:

O vôlei tradicional por ser um dos esportes mais conhecidos e praticados no mundo, estando
presente na nossa cultura, com grandes divulgações nas mídias, propusemos dialogar com os (as)
estudantes sobre como ele poderia ser adaptado para mais pessoas, inclusive com deficiência,
pudessem praticá-lo. Podendo ter também diversas possibilidades de prática com o objetivo de
incluir.

Desenvolvimento da aula:

1° momento: Alunos (as) em círculo na quadra. Realizar uma conversação sobre as características
vôlei sentado a partir do seu contexto histórico, fazendo algumas perguntas: vocês conhecem o vôlei
sentado? Já assistiram alguma competição? Já praticaram como forma de lazer ou nas aulas de
Educação Física? Conhecem algum praticante? Sabem diferenciar o vôlei sentado do vôlei
tradicional, em relação as suas regras, fundamento, tamanho da quadra? Oportunizar problemáticas
por exemplo: esse esporte tem grande divulgação nas mídias? Se não, por qual motivo isso não
acontece? Qual a relação do vôlei sentado com as paralímpiadas, você tem algum ídolo
paralímpico? Qual a relação do vôlei sentado com a inclusão? Isso vai gerar momentos de reflexões
críticas na aula. Possibilitar este diálogo é fundamental para o processo.

2° momento: Partindo do conhecimento prévio dos (as) alunos (as) sobre vôlei tradicional, neste
segundo momento, focar nas particularidades especificas do vôlei sentado e sempre comprando as
duas modalidades, contemplando as seguintes considerações em suas características:
133

- classificação funcional de acordo com o grau de limitação do atleta, que podem ser influenciadas
pelas regulamentações da modalidade.

-Critério de elegibilidade: deficiência física ou motora de acordo com as regras da organização


mundial voleibol para deficientes.

-Fundamentos: Saque (Saque por baixo, saque tipo tênis), recepção/passe, levantamento, ataque,
bloqueio, defesa, manchete, posição de expectativa, deslocamento.

- Número de jogadores (mesmo que o vôlei tradicional).

- Dimensões da quadra e materiais utilizados.

- É permitido bloquear e atacar no vôlei sentado.

- É proibido o atleta perder o contato dos glúteos no momento da execução do saque, passe,
bloqueio e ataque, salvo exceções a defesa, “lifiting”.

- Explicar as regras do “lifiting”.

- Quantidade de pontos e sets (mesma que o vôlei tradicional).

3° momento: vivenciar os fundamentos do vôlei sentado para que na próxima aula eles (as) possam
praticar o vôlei sentado na sua totalidade. A partir das experiências que os estudantes já tenham
obtido no vôlei tradicional.

- alunos (as) em círculo, será colocado um pirulito no centro do círculo e ao sinal do (a) professor (a)
os (as) aluno (as) deverão realizar um descolamento para frente o mais rápido possível com a
intenção de alcançar o pirulito primeiro, depois se deslocam de volta para o mesmo lugar. Será
realizado a mesma atividade em torno de 10 vezes, com a intenção de que os (as) estudantes
sintam como é realizado o deslocamento sentado do vôlei sentado. Podendo alternar os comandos
falando, agora só se desloca os homens, agora só as mulheres, agora quem não conseguiu pegar o
pirulito ainda.

- Formar grupos de no mínimo três alunos (as). Um deles ficará de pé e irá lançar a bola 10 vezes
para cada colega que estará sentado e irá devolver de manchete e depois de passe. Em seguida
quem estava de pé irá sentar dando lugar para outra pessoa. O exercício termina quando todos (as)
realizarem a mesma função.

- Em formato de círculo os (as) alunos (as) irão realizar todos os fundamentos do vôlei sentado,
tentando ao máximo não deixar a bola cair.

- Mini jogo de vôlei sentado: dentro da quadra oficial de vôlei tradicional, os (as) alunos (as) irão
formar quatro equipes que irão jogar entre se, ou seja, dentro da quadra oficial de vôlei estará
ocorrendo dois jogos de vôlei sentado simultaneamente, obedecendo a seguintes regras adaptadas:
como não terá rede de vôlei o (a) não poderá atacar a bola para baixo, o saque deve ser realizado a
cima da altura da cabeça dos (as) participantes. A bola pode tocar no máximo uma vez no chão,
cada participante poderá dar dois toques na bola e cada equipe quatro toques na bola. As regras
foram alteradas com a intenção de facilidades o aprendizado dos fundamentos.

Avaliação da aula:

Observar a participação dos (as) estudantes, seu posicionamento crítico no processo. Fazer um
pequeno levantamento sobre a seleção brasileira de vôlei sentado, seus feitos e conquistas.

Fonte: Elaborado pela própria autora 2022.


134

Campo da Pesquisa: EEFM Antônio Dias Macedo


Nível: Ensino Médio Turmas: 3º A/B
Conteúdo: Esporte Adaptado
Pesquisadora: Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento

Componente Curricular - Educação Física

Plano de aula (05) / Esporte / 3° ano do Ensino Médio/ Tempo de aula: 50 minutos

Exposição da aula: Esporte Rede/quadra dividida ou parede de rebote: Vôlei sentado

Objetivos: Promover a prática do vôlei sentado na escola para todos (as) os (as) alunos (as)
independentemente de ter uma deficiência ou não. Praticar o vôlei sentado percebendo suas
possibilidades reais como meio de inclusão.

Habilidade:

(EM13LGG501) Selecionar e utilizar movimentos corporais de forma consciente e intencional para


interagir socialmente em práticas da cultura corporal, de modo a estabelecer relações construtivas,
éticas e de respeito às diferenças.

Recursos didáticos:

Quadra de vôlei, bolas de vôlei, rede de vôlei, fita zebrada para demarcação da quadra, fita gomada.

Apresentação da temática:

O vôlei sentado ou voleibol adaptado é um esporte paralímpico que foi criado com o intuito de ajudar
as pessoas com alguma deficiência motora a praticar a modalidade e ajudar na sua integração
social, melhorando a autoestima, como a grande maioria dos esportes paralímpicos. A sua prática é
totalmente possível dentro do ambiente escolar trazendo para os (as) alunos (as) algumas reflexões
sobre a necessidade de adaptar para incluir.

Desenvolvimento da aula:

1° momento: Os (as) alunos irão ajudar a fazer a medição da quadra de vôlei sentado que mede 10
m cumprimento x 6m largura. Altura da rede, 1,15 (masculino), 1,05 (feminino). Utilizando uma fita
zebrada para marcação das linhas laterais e de fundo, uma fita gomada para fixá-la e uma rede de
vôlei.

2° momento: Neste momento, vamos dar início ao jogo de vôlei sentado. Perguntar aos (as) alunos
(as) quem gostaria de escolher suas equipes. Cada integrante escolherá cinco participantes para
sua equipe, sempre observando se irá ficar faltando alguém para ser escolhido, para poder inclui-lo.

3° momento: O jogo irá começar obedecendo as regras oficiais do vôlei sentado para que os (as)
alunos (as) vivenciem uma situação real de jogo. Lembrando que mesmo nas condições de jogo,
obedecendo as regras do esporte, a atividade será realizada de maneira lúdica, dando liberdade
para as tentativas de acerto e tendo tolerância para as situações de erros nos fundamentos. Os (as)
estudantes experimentarão uma prática que envolva movimento de ataque e defesa. Os (as)
estudantes que ficarem de fora, ficaram responsável por ser o primeiro, segundo arbitro, arbitro de
linha, marcação dos pontos, ajudar a pegar as bolas fora. Como o tempo de aula é restrito cada
equipe irá jogar um set de 25 pontos, jogando posteriormente as duas equipes vencedoras e depois
a duas equipes perdedoras dá rodada.

4° momento: Os alunos irão jogar um set reduzido de 15 pontos de vôlei em pé, dentro da quadra
de vôlei sentado, para poder comparar as dimensões da quadra, da rede e o deslocamento dentro
da quadra de esporte um para outro.

5° momento: Pedir aos estudantes para falar sobre a sua experiência na aula: o que vocês acharam
135

quando praticaram o jogo de vôlei sentado? Essas vivencias, mesmo de forma lúdica, lhe trouxe
uma sensação de pertencimento a equipe? As pessoas com deficiência têm capacidade de praticar
esporte como as outras pessoas? Você se sentiu melhor ou achou mais fácil praticar o vôlei sentado
ou em pé.

Avaliação da aula:

Observar a participação dos estudantes na aula, ao responder as perguntas, ao participar das aulas
práticas, se eles (as) aparentemente se mostram envolvidos e incluídos na proposta da aula.
Observar se existes a compreensão das regras e fundamentos do vôlei sentado nas situações de
jogo.

Fonte: Elaborado pela própria autora 2022.


136

Campo da Pesquisa: EEFM Antônio Dias Macedo


Nível: Ensino Médio Turmas: 3º A/B
Conteúdo: Esporte Adaptado
Pesquisadora: Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento

Componente Curricular - Educação Física

Plano de aula (06) / Esporte / 3° ano do Ensino Médio/ Tempo de aula: 50 minutos

Exposição da aula: Esporte Invasão ou territorial -Goalball

Objetivos:

Discutir e vivenciar o goalball a partir dos conhecimentos prévios dos (as) estudantes e utilizá-lo
como ferramenta de inclusão. Aprofundar o conhecimento sobre seu contexto histórico, regras e
fundamento de modo que o esporte possa ser praticado por todos (as).

Habilidade:

(EM13LGG501) Selecionar e utilizar movimentos corporais de forma consciente e intencional para


interagir socialmente em práticas da cultura corporal, de modo a estabelecer relações construtivas,
éticas e de respeito às diferenças.

Recursos didáticos:

Exposição oral, entrega de texto, quadra, TNT, bola de basquete, saco plástico, barbante, fita
zebrada, fita gomada, cone para traves.

Apresentação da temática:

O goalboll é o único esporte paralímpico que foi criado especialmente para os deficientes visuais,
pois todos os outros esportes foram adaptados de esportes convencionais, esse esporte é favorável
a socialização e inclusão. Diante disso, buscaremos apresentar suas características objetivando a
vivência dos (as) estudantes com os olhos vendados para sentir como as pessoas com deficiência
visual mesmo tempo uma limitação, são capazes e apitas a serem incluídas dentro do esporte.

Desenvolvimento da aula:

1° momento: Alunos (as) em círculo na quadra. Realizar uma conversação sobre as características
do goalball a partir do seu contexto histórico, fazendo algumas perguntas: vocês conhecem o
goalball? Já assistiram alguma competição? Já praticaram como forma de lazer ou nas aulas de
Educação Física? Conhecem algum praticante? Conseguem perceber a semelhança do goalball
com algum outro esporte? Oportunizar problemáticas por exemplo: esse esporte tem grande
divulgação nas mídias? Se não, por qual motivo isso não acontece? Qual a relação do goalball com
as paralímpiadas? Qual a relação do goalball com a pessoa com deficiência visual?

2° momento- Entendendo o goalball: Dá uma volta com (os) estudantes sobre a quadra de
Goalball apresentando suas regras básicas (play, out, block out, high ball, ten seconds (10”),
eyeshades, noise) tempo de jogo, quantidade de jogadores, fundamentos (tipos de arremesso e
defesa), marcações (área de orientação, área de lançamento, área neutra), Pedir para eles (as)
fecharem os olhos para sentir a marcação na área de orientação. Explorar as posições dos
jogadores explicando sobre a função dos alas (direito e esquerdo) e pivô (central), elegibilidade e
classificação funcional.

3° momento -Trabalhar a orientação auditiva, tátil, orientação espacial: Alunos (as) em duplas
ou trios. Um (a) aluno (a) de cada equipe ficará com os olhos vendados e irão ficar parados na linha
de fundo da quadra. Os (as) alunos (as) sem a venda irá se distanciar e chamarão seu colega pelo
137

nome até que ele (a) escute e siga em sua direção com o objetivo de encontra-lo, percorrendo toda
a quadra. Quando todos (as) encontrarem suas duplas ao toca-los, invertesse as funções. Observar
a segurança dos (as) alunos (as).

4ª atividade- Trabalhar a orientação espacial e tátil: Alunos (as) em círculo mantendo as pernas
afastadas além da linha do ombro, eles (as) estarão posicionados no círculo de maneira alternada
um (a) sem venda nos olhos e outro (a) com a venda nos olhos. Quem não estiver com a venda nos
olhos ficará de costas e suas pernas servirá como gol. Os (as) alunos (as) com a venda nos olhos
terão que acertar em um dos gols (entre as pernas dos colegas) que estarão ao seu redor. Depois
mudasse as posições, quem estava como gol fica como arremessador.

5ª atividade- Elementos técnicos básicos: Explicar e demonstrar para os (as) alunos (as) as
posições defensivas conforme suas fases de expectativa/atenção, movimentação prévia e
finalização/ impacto, por meio de exercícios educativos, executados de modo passo-a-passo.
Podendo formas filas dentro da área de orientação, com um, dois ou três alunos (as) em cada fila,
para em seguida já com a bola poder realizar a Interceptação da bola como localização da origem
da mesma Pedir para os (as) estudantes realizarem o deslize defensivo: partindo da posição de
expectativa/atenção, explicar o deslize para o lado direito e para o lado esquerdo, procurando ainda
não definir um padrão correto, mas adequando apoios de mãos e pernas. Agora com eles (as) mais
seguros e confiantes pedir para vendarem os olhos para realizarem o mesmo exercício.

6ª atividade- Elementos técnicos básicos: mantendo a formação dentro da área de orientação,


com três alunos (as) em cada fila, o restante ficará dentro da área de lançamento do outro lado da
quadra. Após o comando “play “acionado pelo (a) professor (a), um (a) aluno (a) de cada vez irá
realizar lançamentos em direção ao gol, variando os tipos de arremesso (frontal parecido com o do
boliche, de giro, giro partindo de costas, e totalmente de costas) e os tipos de direção (lado direito
em direção ao ala direto, lado esquerdo em direção ao ala esquerdo, centro do gol em direção ao
pivô). Ou seja, executar lançamentos característicos (próprios do repertório de cada aluno), ao
comando do (a) professor (a), explorando várias direções solicitadas. Depois mudar as posições
quem estava defendendo agora irá arremessar.

7ª atividade- Elementos técnicos básicos: Agora com 3 alunos (a) por equipe, simulando dois
times dentro da área de orientação. Os (as) outros (as) estudantes dentro da área neutra também
com os olhos vendados irão realizar exercícios dinâmicos de condução de bola: jogar e pegar,
movimentos preparatórios e balanceio da bola, alavanca em progressão. Depois mudar as posições
quem estava defendendo agora irá arremessar. O exercício tem como objetivo melhorar a habilidade
geral do (a) aluno (a) no contato com a bola nas diversas possibilidades de movimentos com a
mesma, como rolar, tocar, quicar, segurar, lançar, enfim, permitir o manuseio nos diversos planos do
corpo, criando intimidade com a bola. Para que na próxima aula eles (as) possam se sentir
confiantes para vivenciar o jogo de goalball.

Avaliação da aula:

Observar a participação dos (as) estudantes na aula. Procurar na internet algum vídeo de goalball e
comentar sobre ele na próxima aula

Mais conhecimentos...

COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO. Modalidades: goalball. Brasília: CPB, [20— e]. Disponível
em: . Acesso em: 23 set. 2022.
Fonte: Elaborado pela própria autora.2022
138

Campo da Pesquisa: EEFM Antônio Dias Macedo


Nível: Ensino Médio Turmas: 3º A/B
Conteúdo: Esporte Adaptado
Pesquisadora: Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento

Componente Curricular - Educação Física

Plano de aula (07) / Esporte / 3° ano do Ensino Médio/ Tempo de aula:50 minutos

Exposição da aula: Esporte Invasão ou territorial -Goalball

Objetivos:

Vivenciar o jogo de goalball a partir dos conhecimentos adquiridos e aprofundados na aula anterior,
colocando em práticas suas regras e fundamentos de modo que a realização de sua prática possa
ser concretizada. Sentir como as pessoas com deficiência visual se sentem tendo a visão
comprometida, e mesmo com está limitação conseguem praticar esporte considerado de alto nível,
sendo incorporado em competições como as paralímpiadas, levando os (as) alunos (as) a
perceberem a criação de um esporte que foi idealizado com o objetivo de incluir.

Habilidade:

(EM13LGG501) Selecionar e utilizar movimentos corporais de forma consciente e intencional para


interagir socialmente em práticas da cultura corporal, de modo a estabelecer relações construtivas,
éticas e de respeito às diferenças.

Recursos didáticos:

quadra, TNT, bola de basquete, saco plástico, barbante, fita zebrada, fita gomada, cone para traves.,
rede de vôlei ( para utilizar como rede do gol)

Apresentação da temática:

O goalboll é o único esporte paralímpico que foi criado especialmente para os deficientes visuais,
pois todos os outros esportes foram adaptados de esportes convencionais, esse esporte é favorável
a socialização e inclusão. Diante disso, buscaremos apresentar suas características objetivando a
vivência dos (as) estudantes com os olhos vendados para sentir como as pessoas com deficiência
visual mesmo tendo uma limitação, são capazes e apitas a serem incluídas dentro do esporte.

Desenvolvimento da aula:

1° momento: Alunos (as) em círculo na quadra. Perguntar se alguém assistiu algum vídeo sobre
goalball, e se gostariam de comentar o que aprendeu a mais sobre esse esporte, e se gostaria de
acrescentar na aula.

2° momento- praticando o goalball: Pedir para os (as) alunos (as) formarem esquipes de três
participantes, podendo ficar na mesma equipe meninos e meninas. Ver se algum aluno (a) ficou de
fora e incluir em algum grupo. Informar que pelo tempo curto da aula cada equipe irá jogar um tempo
de jogo equivalendo a 12 minutos. Colocar o nome de cada representante da equipe em um papel e
fazer o sorteio do confronto das equipes. Informar que o jogo irá ser realizado obedecendo as regras
do esportes estudado na aula anterior como: regras básicas (play, out, block out, high ball, ten
seconds (10”), eyeshades, noise). Os tipos de arremesso e defesa, posições em quadra como ala
direito, esquerdo e pivô, ficará por livre escolha das equipes. Informar que o jogo necessita de total
silêncio para que os (as) jogadores (as) escutem o barulho da bola. Depois de escutar o comando
de “play dado pelo professor (a) todos (as) devem permanecer em silêncio. No decorrer do jogo
realizar pequenas paradas relembrando as regras e fundamentos, tanto para os (as) estudantes que
139

estão fora de quadra, esperando para jogar, como os (as) estudantes que estão em jogo.

3° momento -Trabalhar a orientação auditiva, tátil , orientação espacial: Levar os (as)


estudantes em fila para beber água com os olhos vendados, desbravando os terrenos da escola,
percebendo como as pessoas com deficiência visual se locomovem.

4ª atividade- Voltar para quadra e em círculo perguntar o que eles (as) acharam de vivenciar o jogo
de goalball, e como eles (as) acham que esse esporte ajuda no processo de inclusão. Se eles se
sentiram capazes de realizar a prática e se sentiram incluídos por todos (as) durante as atividades.

Avaliação da aula:

Observar a participação dos (as) estudantes na aula e escutar os seus relatos sobre a vivência

Mais conhecimentos...

COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO. Modalidades: goalball. Brasília: CPB, [20— e]. Disponível
em: . Acesso em: 23 set. 2022.
Fonte: Elaborado pela própria autora.2022
140

Campo da Pesquisa: EEFM Antônio Dias Macedo


Nível: Ensino Médio Turmas: 3º A/B
Conteúdo: Esporte Adaptado
Pesquisadora: Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento

Componente Curricular - Educação Física

Plano de aula (08) / Esporte / 3° ano do Ensino Médio/ Tempo de aula:50 minutos

Exposição da aula: Esporte Invasão –Futebol de 5

Objetivos:

Resgatar o conhecimento adquirido pelos (as) aluno (as) sobre o futebol de 5 em séries anteriores.
Como seu histórico, regras e fundamentos, de modo que a realização de sua prática possa ser
concretizada. Vivenciar como as pessoas com deficiência visual se sentem tendo a visão
comprometida, e mesmo com está limitação conseguem praticar esporte considerado de alto nível.
Relacionar a prática desta modalidade com a inclusão.

Habilidade:

(EM13LGG501) Selecionar e utilizar movimentos corporais de forma consciente e intencional para


interagir socialmente em práticas da cultura corporal, de modo a estabelecer relações construtivas,
éticas e de respeito às diferenças.

Recursos didáticos:

Quadra, bola de futsal, saco plástico, barbante, cones, venda.

Apresentação da temática:

O futebol de 5 sofreu adaptações para que pessoas cegas pudessem jogar. O sentido mais
exercitado pelos (as) praticantes é a audição, que proporciona um som através da bola que contém
guizos. Existem os chamadores (orientadores atrás dos gols adversários), técnicos (narrando grande
parte do jogo), todos com a função de proporcionar ao praticante a maior independência possível
dentro de quadra.
Desenvolvimento da aula:

1° momento- Reconhecimento do espaço onde irá se desenvolver as aulas, buscando pontos de


referência. Utilização de um barbante que foi colocado de ponta a ponta das traves, assim como
uma bola de futsal envolvida com plástico, venda e cones. Alunos (as) enfileirados, com os olhos
vendados, caminhando de uma ponta a outra da quadra para sentir a distância do deslocamento.
Depois realizar o exercício correndo de forma individual.
2° momento- O (a) aluno (a) sendo guiado tanto pelo barbante como pelo colega do lado que irá lhe
auxiliando da condução da bola, que foi envolvida com sacos plásticos para emitir som.

3° momento- Repetir a atividade anterior, conduzindo a bola de uma ponta a outra da trave, mas
sem o auxílio do colega.

4ª momento- os (as) alunos (as) em duplas, uma de frente para outra. Um deles estará com a bola,
e chamará o nome de um colega, ou bateria palmas. O (a) aluno (a) que irá recepcionará a bola terá
que ficar atento para escutar o barulho da bola para poder recepcioná-la assim que a bola for tocada
para ele (a). Esse movimento se repete até que todos os (as) alunos (as) façam o passe e recepção.

5ª momento- Com as mesmas duplas do exercício anterior, sendo que uma delas sem a venda nos
olhos. Os (as) alunos (as) com a venda terão que trocar passes em deslocamento de uma ponta a
outra da quadra, com a pessoa da outra dupla que também estará com a venda. Quem estiver sem
a venda irá guiar sua dupla na condução e recepção da bola. Ao retornar as duplas mudarão de
função.

6ª momento- Os (as) alunos (as) dispostos em fila, atrás da marcação de penalidade máxima, terão
141

que realizar um o chute diretamente ao gol. O goleiro deverá falar “EU” para que o (a) aluno (a)
chute em sua direção com o objetivo de fazer gol.

Atividade: Pesquisar na internet sobre as regras e fundamentos do futebol de 5, para podermos


debater no começo da próxima aula.

Avaliação da aula:

Observar a participação dos (as) estudantes na aula e escutar os seus relatos sobre a vivência.

Mais conhecimentos...

https://www.youtube.com/watch?v=PsNeLD1N2Pg
https://www.youtube.com/watch?v=2AeE8VIwh8I
Fonte: Elaborado pela própria autora.2022
142

Campo da Pesquisa: EEFM Antônio Dias Macedo


Nível: Ensino Médio Turmas: 3º A/B
Conteúdo: Esporte Adaptado
Pesquisadora: Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento

Componente Curricular - Educação Física

Plano de aula (09) / Esporte / 3° ano do Ensino Médio/ Tempo de aula:50 minutos

Exposição da aula: Esporte Invasão – Futebol de 5

Objetivos:

Vivenciar o jogo de futebol de 5 a partir dos conhecimentos adquiridos e aprofundados na aula


anterior, colocando em práticas suas regras e fundamentos de modo que a realização de sua prática
possa ser concretizada. Sentir como as pessoas com deficiência visual se sentem tendo a visão
comprometida, e mesmo com está limitação conseguem praticar esporte considerado de alto nível.
Perceber a adaptação do esporte como o objetivo de incluir.

Habilidade:

(EM13LGG501) Selecionar e utilizar movimentos corporais de forma consciente e intencional para


interagir socialmente em práticas da cultura corporal, de modo a estabelecer relações construtivas,
éticas e de respeito às diferenças.

Recursos didáticos:

Quadra, bola de futsal, saco plástico, barbante, cones, venda.

Apresentação da temática:

O futebol de 5 sofreu adaptações para que pessoas cegas pudessem jogar. O sentido mais
exercitado pelos (as) praticantes é a audição, que proporciona um som através da bola que contém
guizos. Existem os chamadores (orientadores atrás dos gols adversários), técnicos (narrando grande
parte do jogo), todos com a função de proporcionar ao praticante a maior independência possível
dentro de quadra.
Desenvolvimento da aula:

1° momento- Roda de conversa. Abordagem sobre o que os (as) estudantes viram no vídeo sobre o
Futebol de 5, disponibilizado na aula anterior.
2° momento- Reconhecer as regras básicas do futebol de 5 e suas diferenças e semelhanças com
o futebol tradicional. Quando um atleta for em direção à bola o mesmo tem que falar “vou” para
garantir a segurança. O tempo de jogo oficial é de 15 minutos cronometrados em cada etapa, com o
intervalo de dez minutos.
3° momento- Realização do jogo futebol de 5. Solicitar 4 pessoas para formar suas equipes mistas,
sendo compostas por 7 pessoas (4 jogadores de linha, 1 goleiro, 1 chamador e 1 técnico). Cada
equipe irá jogar 10 minutos
Avaliação da aula:

Observar a participação dos (as) estudantes na aula e escutar os seus relatos sobre a vivência.

Mais conhecimentos...

https://www.youtube.com/watch?v=PsNeLD1N2Pg
https://www.youtube.com/watch?v=2AeE8VIwh8I
Fonte: Elaborado pela própria autora.2022
143

Campo da Pesquisa: EEFM Antônio Dias Macedo


Nível: Ensino Médio Turmas: 3º A/B
Conteúdo: Esporte Adaptado
Pesquisadora: Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento

Componente Curricular - Educação Física

Plano de aula (10) / Esporte / 3° ano do Ensino Médio/ Tempo de aula:50 minutos

Exposição da aula: Esporte de precisão – Bocha

Objetivos:

Vivenciar o jogo de futebol de 5 a partir dos conhecimentos adquiridos e aprofundados na aula


anterior, colocando em práticas suas regras e fundamentos de modo que a realização de sua prática
possa ser concretizada. Sentir como as pessoas com deficiência visual se sentem tendo a visão
comprometida, e mesmo com está limitação conseguem praticar esporte considerado de alto nível.
Perceber a adaptação do esporte como o objetivo de incluir.

Habilidade:

(EM13LGG501) Selecionar e utilizar movimentos corporais de forma consciente e intencional para


interagir socialmente em práticas da cultura corporal, de modo a estabelecer relações construtivas,
éticas e de respeito às diferenças.

Recursos didáticos:

Bexigas (com três cores diferentes), saco plástico, areia e fita gomada.

Apresentação da temática:

A bocha é um esporte praticado por cadeirantes com grau de comprometimento motor de moderado
a severo.
Desenvolvimento da aula:

1° momento- Roda de conversa. Apresentação das regras, histórico e fundamentos da bocha. A


competição consiste em lançar seis bolas azuis ou seis vermelhas o mais próximo possível de uma
branca chamada de Jack ou Bola-Alvo. Os atletas ficam limitados a um espaço demarcado para
fazer os arremessos. É permitido usar as mãos, os pés e instrumentos de auxílio, e contar com
ajudantes (assistentes), no caso dos atletas com maior comprometimento motor.
2° momento- Alunos (as) dispostos em duplas ou trios. Sorteio com as duplas que iriam disputar as
partidas. Cada participante da dupla ficará com duas bochas para tentar acertar o mais próximo
possível do alvo. No final identificar a dupla que mais se aproximou do alvo.
3° momento- Escutar o relato dos (as) participantes sobre a aula.
Avaliação da aula:

Observar a participação dos (as) estudantes na aula e escutar os seus relatos sobre a vivência.

Fonte: Elaborado pela própria autora.2022


144

Campo da Pesquisa: EEFM Antônio Dias Macedo


Nível: Ensino Médio Turmas: 3º A/B
Conteúdo: Esporte Adaptado
Pesquisadora: Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento

Componente Curricular - Educação Física

Plano de aula (11) / Esporte / 3° ano do Ensino Médio/ Tempo de aula: 50 minutos

Exposição da aula: Questionário avaliativo.

Objetivos:

Avaliar uma unidade didática sobre esporte adaptado dentro de uma perspectiva inclusiva nas aulas
de Educação Física no Ensino Médio.

Habilidades:

(EM13LGG503) Praticar, significar e valorizar a cultura corporal de movimento como forma de


autoconhecimento, autocuidado e construção de laços sociais em seus projetos de vida.

Recursos didáticos:

Exposição oral, utilização do quadro, questionário avaliativo elaborado pela professora/


pesquisadora.

Apresentação da temática:

Neste momento, propusemos aplicar um questionário avaliativo com os (as) estudantes a partir da
vivência que eles (as) tiveram sobre a unidade didática Esporte Adaptado e inclusão

Desenvolvimento da aula:

1° momento: - Com o objetivo de Realizar um diálogo participativo, o professor (a) deve fazer a
leitura de cada questão do questionário no intuito de esclarecer qualquer dúvida que surja ao longo
do questionário. Os (as) alunos (as) foram informados que não existe respostas certas ou erradas,
que não se trata de uma prova para medir conhecimento, não existindo a necessidade de pesquisa
nem consulta a outros (as) colegas para obtenção de respostas corretas. Ressaltar que a partir das
informações apresentadas por eles (as), irá ser analisado a aplicação da unidade didática proposta.

Com o questionário avaliativo em mãos pedir para os (as) estudantes responder as seguintes
perguntas propostas pela professora:

01- Depois de estudar a unidade temática sobre Esportes Adaptados você conseguiu aprofundar o
seu conhecimento sobre o tema? Se a resposta for SIM, justifique.
02-Quais cuidados e atitudes devemos oferecer as pessoas para gerar inclusão e combater
qualquer atitude de exclusão?
03-Você acha que as aulas de Educação Física proporcionaram um maior entendimento sobre a
relação do Esporte Adaptado com a inclusão? Se a resposta for SIM, justifique.
04-A sua definição sobre inclusão, e suas atitudes com o objetivo de ter ações inclusivas, mudaram
depois das aulas sobre o tema? Dê exemplos.
05-Você acha importante abordar o tema esporte Adaptado e inclusão no Ensino Médio? Se a
resposta for SIM, justifique.
145

2° momento: Depois da entrega do questionário respondido pelos (as) alunos (as) ao (a) professor
(a), destacar que suas respostas irão contribuir para momento de reflexão e análise do objetivo
proposto.

Avaliação da aula:

Observar a interação dos (as) estudantes com o assunto

Fonte: Elaborado pela própria autora,2022


146

Campo da Pesquisa: EEFM Antônio Dias Macedo


Nível: Ensino Médio Turmas: 3º A/B
Conteúdo: Esporte Adaptado
Pesquisadora: Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento

Componente Curricular - Educação Física

Plano de aula (12) / Esporte / 3° ano do Ensino Médio/ Tempo de aula: 50 minutos

Exposição da aula: culminância esporte adaptado e inclusão

Objetivos:

Escrever o que sentiram em participar da unidade didática sobre esporte adaptado dentro de uma
perspectiva inclusiva nas aulas de Educação Física no Ensino Médio.

Habilidades:

(EM13LGG503) Praticar, significar e valorizar a cultura corporal de movimento como forma de


autoconhecimento, autocuidado e construção de laços sociais em seus projetos de vida.

Recursos didáticos:

utilização do quadro, cartolina, fita adesiva, papel caneta, cola.

Apresentação da temática:

O ciclo de sentimentos referido corresponde ao início e o fim da unidade temática proposta. Não que
esse ciclo seja algo acabo, mas que ele possa gerar conexões com novos ciclos de conhecimentos,
experiência, descobertas, reflexões e sentimentos.

Desenvolvimento da aula:

1° momento: - Escrever, com no mínimo uma palavra, em um pedaço de papel entregue pela
professora, o que eles (as) sentiram durante os encontros. Fixar em cartolina e expôr na sala de
aula.

2° momento: Os (as) estudantes foram levados a refletir sobre aquilo que eles (as) sentiram ao
experimentar as aulas propostas.

Avaliação da aula:

Observar a interação dos (as) estudantes com o assunto

Fonte: Elaborado pela própria autora,2022


147

ANEXOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM REDE NACIONAL - PROEF
Campus Universitário BR-101 - Lagoa Nova - Natal/RN - CEP 59078-900 CNPJ:
24.365.710/0001-83

ANEXO “A” Termo de Consentimento Livre e Esclarecido


(TCLE)

a) (Para maiores de 18 anos)

Você está sendo convidado a participar da pesquisa ESPORTE ADAPTADO DENTRO DE UMA
PERSPECTIVA INCLUSIVA: Desenvolvendo uma Unidade Didática para a disciplina de Educação
Física do Ensino Médio. Coordenada pela pesquisadora Maria do Perpétuo Socorro Rocha do
Nascimento. O (A) pesquisador (a) responsável está aberto (a) aos esclarecimentos necessários no
número de telefone (85) 99602-3696.
Esta pesquisa pretende construir, implementar e avaliar uma unidade didática com a
utilização do esporte adaptado dentro de uma perspectiva inclusiva nas aulas de Educação Física no
Ensino Médio.
O motivo que nos leva a fazer este estudo é apresentar os esportes adaptados como forma
de inclusão, diversificar e oportunizar novos conteúdos e metodologias que se caracterizem pela
inovação na escola. A pesquisa será desenvolvida durante as aulas da disciplina eletiva de esportes
adaptados.

Você só precisa participar da pesquisa se quiser, é um direito seu e não terá nenhum problema
se desistir. Os adolescentes que irão participar desta pesquisa têm de 16 a 19 anos de idade.

Caso decida participar, aqui esclarecemos as principais etapas do estudo, a pesquisa será
realizada na E.E.F.M. Antônio Dia Macedo, onde os estudantes participarão de atividades práticas e
em sala de aula relacionadas aos esportes adaptados e inclusão. Os (as) adolescentes serão divididos
(as) em três momentos, no período de um bimestre letivo com duração de (03 meses), em dois dias
da semana (aproximadamente 12 aulas) com duração de 50 minutos. Faremos usos de: dois
questionários, sendo um aplicado no início da pesquisa e outro no final da pesquisa, leitura de textos,
148

exibição de vídeos com a estimulação de síntese do (a) vivenciado (a), registro das falas no diário de
campo. A pesquisa será desenvolvida durante as aulas da disciplina esporte adaptados e inclusão. O
(a) participante da pesquisa poderá ser fotografado durante as aulas. Todas as informações coletadas
serão analisadas respeitando o sigilo para a garantia da privacidade. As etapas estarão distribuídas
da seguinte forma: 1º Apresentação do projeto e implementação do questionário diagnostico, 2º
Realização das aulas, 3° Aplicação do questionário avaliativo.
As etapas estarão distribuídas da seguinte forma:

1° Etapa: “Apresentação do projeto” - Inicialmente, o projeto de pesquisa será apresentado aos


(as) alunos (as) e realizaremos também a aplicação do questionário diagnóstico buscando investigar o
entendimento que os (as) alunos (as) possuem sobre o esporte adaptado;

2° Etapa: “Realização das aulas” - Nesse período, serão realizadas as aulas propriamente ditas,
onde utilizaremos textos, vídeos, compreensão dos tipos de esporte adaptado, buscando a reflexão
de novas maneiras de vivencia-los. Importante destacar que nesses momentos os (as) alunos (as) se
tornaram protagonistas do conhecimento, onde o (a) professor (a) mediará o conhecimento;

3° Etapa: aplicação do questionário avaliativo, interpretação e produção criativa das vivencias


sobre o esporte adaptado: Nesta etapa iremos buscar avaliar, compreender as impressões e
conhecimento gerado em todo processo de aulas, a culminância de todo processo se dará com uma
apresentação dos esportes adaptados vividos pelos (as) alunos (as).

Ao final de cada sessão, será formado uma roda de conversa, momento final da aula em que
acontece a verbalização onde realizaremos os registros no diário de campo e também através de
fotos. Após o fim do estudo, estas fotos serão devidamente arquivadas no banco de dados da
pesquisa. O diálogo entre a observação participante e as imagens estabelecerão diálogos e se
tornarão elementos importantes para a construção da proposta pedagógica.

Durante a realização da pesquisa poderão ocorrer eventuais desconfortos e possíveis riscos,


Segundo a resolução 466/2012 , em todo projeto de pesquisa existem riscos, mesmo que nesta
proposta de intervenção aconteça durante as aulas da eletiva, os riscos de origem física e psicológica
se apresentam durante as atividades práticas propostas, ou nos momentos de responder aos
questionários, registros das fotografias ou durante o registro das falas no diário de campo, para
reduzir a possibilidades de desconforto, constrangimento, alterações de comportamento, vergonha,
quebra de sigilo ou outros, medidas como a explicação das etapas da coleta de dados,
confidencialidade dos dados coletados e sigilo quanto a identidade dos (as) participantes, bem como
o cuidado com a adequação do ambiente e materiais para as atividades que serão propostas,
poderão reduzir os riscos desta intervenção. Caso aconteça algo errado, você pode nos procurar
pelos telefones apresentados no início do texto.
Os benefícios esperados com esta pesquisa, são a contribuição para a construção de aulas de
Educação Física que apresentem a diversificação dos conteúdos como os esportes adaptado e
149

inclusão, o desenvolvimento de uma unidade didática poderá auxiliar na inserção destes


conhecimentos nas aulas, com as devidas adaptações; proporcionar ao (a) aluno (a) vivências de
esportes adaptados nas aulas de Educação Física; ampliar o debate sobre esporte adaptado e
inclusão; possibilitar novas vivências motoras; contribuir com a apropriação da cultura corporal.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para Maria do
Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento, no endereço: Rua: Joaquim Martins, Passaré Fortaleza/CE.
Através do e-mail; socorrorocha3316@gmail.com e do telefone (85) 99602-3696.

Você tem o direito de desistir de sua participação em qualquer fase da pesquisa, sem
nenhum prejuízo para o mesmo.

Os dados que você irá fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos
ou publicações científicas, sempre de forma anônima, não havendo divulgação de nenhum dado que
possa lhe identificar. Esses dados serão guardados pelo (a) pesquisador (a) responsável por essa
pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.

Alguns gastos pela sua participação nessa pesquisa, eles serão assumidos pelo (a)
pesquisador (a) e reembolsado quando necessário.

Se você sofrer qualquer dano decorrente desta pesquisa, sendo ele imediato ou tardio,
previsto ou não, você será indenizado.

Ninguém saberá que você está participando da pesquisa; não falaremos a outras pessoas,
nem daremos a estranhos as informações que você nos fornece. Os resultados da pesquisa vão ser
publicados no ambiente escolar, em congressos e cursos, bem como junto ao programa de mestrado,
mas sem identificar os (as) adolescentes que participaram.

Recebi uma via deste termo de assentimento. A outra via ficará com a pesquisadora
responsável, a professor Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento. Li o documento e
concordo em participar da pesquisa.
===============================================================

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão
coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para
mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa ESPORTE
ADAPTADO DENTRO DE UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA: Desenvolvendo uma Unidade Didática para
a disciplina de Educação Física do Ensino Médio , e autorizo a divulgação das informações por mim
fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.
150

Fortaleza/CE, ____de _____________de ______.

___________________________________________________________
Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável


Como pesquisador responsável pelo estudo ESPORTE ADAPTADO DENTRO DE UMA
PERSPECTIVA INCLUSIVA: Desenvolvendo uma Unidade Didática para a disciplina de Educação
Física do Ensino Médio. Declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os
procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante
desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.
Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei
infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde –
CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Fortaleza/CE, ____de _________de __________.

______________________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
151

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM REDE NACIONAL - PROEF
Campus Universitário BR-101 - Lagoa Nova - Natal/RN - CEP 59078-900 CNPJ:
24.365.710/0001-83

ANEXO “B” Termo de Consentimento Livre e Esclarecido


(TCLE)

c) (Para os responsáveis legais dos menores de 18 anos)

Esclarecimentos
Estamos solicitando a você a autorização para que o menor pelo qual você é responsável
participe da pesquisa: ESPORTE ADAPTADO DENTRO DE UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA:
Desenvolvendo uma Unidade Didática para a disciplina de Educação Física do Ensino Médio, que
tem como pesquisador (a) responsável: Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento. Esta
pesquisa pretende propor possibilidades de uma unidade pedagógica sobre o ensino do esporte
adaptado no ensino médio.

Esta pesquisa pretende construir, implementar e avaliar uma unidade didática com a
utilização do esporte adaptado dentro de uma perspectiva inclusiva nas aulas de Educação Física no
Ensino Médio.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é apresentar os esportes adaptados como forma
de inclusão, diversificar e oportunizar novos conteúdos e metodologias que se caracterizem pela
inovação na escola. A pesquisa será desenvolvida durante as aulas da disciplina eletiva de esportes
adaptados.

Caso decida autorizar a participação do (a) aluno (a), aqui esclarecemos as principais etapas
do estudo, a pesquisa será realizada na E.E.F.M. Antônio Dia Macedo, onde os estudantes
participarão de atividades práticas e em sala de aula relacionadas aos esportes adaptados e inclusão.
Os (as) adolescentes serão divididos (as) em três momentos, no período de um bimestre letivo com
duração de (03 meses), em dois dias da semana (aproximadamente 12 aulas) com duração de 50
minutos. Faremos usos de: dois questionários, sendo um aplicado no início da pesquisa e outro no
final da pesquisa, leitura de textos, exibição de vídeos com a estimulação de síntese do (a) vivenciado
(a), registro das falas no diário de campo. A pesquisa será desenvolvida durante as aulas da disciplina
esporte adaptados e inclusão. O (a) participante da pesquisa poderá ser fotografado durante as
aulas. Todas as informações coletadas serão analisadas respeitando o sigilo para a garantia da
152

privacidade. As etapas estarão distribuídas da seguinte forma: 1º Apresentação do projeto e


implementação do questionário diagnostico, 2º Realização das aulas, 3° Aplicação do questionário
avaliativo.
1° Etapa: “Apresentação do projeto” - Inicialmente, o projeto de pesquisa será apresentado aos
(as) alunos (as) e realizaremos também a aplicação do questionário diagnóstico buscando investigar
o entendimento que os (as) alunos (as) possuem sobre o esporte adaptado;

2° Etapa: “Realização das aulas” - Nesse período, serão realizadas as aulas propriamente ditas,
onde utilizaremos textos, vídeos, compreensão dos tipos de esporte adaptado, buscando a reflexão
de novas maneiras de vivencia-los. Importante destacar que nesses momentos os (as) alunos (as) se
tornaram protagonistas do conhecimento, onde o (a) professor (a) mediará o conhecimento;

3° Etapa: aplicação do questionário avaliativo, interpretação e produção criativa das vivencias


sobre o esporte adaptado: Nesta etapa iremos buscar avaliar, compreender as impressões e
conhecimento gerado em todo processo de aulas, a culminância de todo processo se dará com uma
apresentação dos esportes adaptados vividos pelos (as) alunos (as).

Ao final de cada sessão, será formado uma roda de conversa, momento final da aula em que
acontece a verbalização onde realizaremos os registros no diário de campo e também através de
fotos. Após o fim do estudo, estas fotos serão devidamente arquivadas no banco de dados da
pesquisa. O diálogo entre a observação participante e as imagens estabelecerão diálogos e se
tornarão elementos importantes para a construção da proposta pedagógica.

Durante a realização da pesquisa poderão ocorrer eventuais desconfortos e possíveis riscos,


Segundo a resolução 466/2012 , em todo projeto de pesquisa existem riscos, mesmo que nesta
proposta de intervenção aconteça durante as aulas da eletiva, os riscos de origem física e psicológica
se apresentam durante as atividades práticas propostas, ou nos momentos de responder aos
questionários, registros das fotografias ou durante o registro das falas no diário de campo, para
reduzir a possibilidades de desconforto, constrangimento, alterações de comportamento, vergonha,
quebra de sigilo ou outros, medidas como a explicação das etapas da coleta de dados,
confidencialidade dos dados coletados e sigilo quanto a identidade dos (as) participantes, bem como
o cuidado com a adequação do ambiente e materiais para as atividades que serão propostas,
poderão reduzir os riscos desta intervenção. Caso aconteça algo errado, você pode nos procurar
pelos telefones apresentados no início do texto.
Os benefícios esperados com esta pesquisa, são a contribuição para a construção de aulas de
Educação Física que apresentem a diversificação dos conteúdos como os esportes adaptado e
inclusão, o desenvolvimento de uma unidade didática poderá auxiliar na inserção destes
conhecimentos nas aulas, com as devidas adaptações; proporcionar ao (a) aluno (a) vivências de
esportes adaptados nas aulas de Educação Física; ampliar o debate sobre esporte adaptado e
inclusão; possibilitar novas vivências motoras; contribuir com a apropriação da cultura corporal.
153

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para Maria do
Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento, no endereço: Rua: Joaquim Martins, Passaré Fortaleza/CE.
Através do e-mail; socorrorocha3316@gmail.com e do telefone (85) 99602-3696.

Você tem o direito de não autorizar ou retirar o seu consentimento da participação do menor
em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para o mesmo.

Os dados que o (a) menor irá fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em
congressos ou publicações científicas, sempre de forma anônima, não havendo divulgação de
nenhum dado que possa lhe identificar. Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável
por essa pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.

Alguns gastos pela sua participação nessa pesquisa, eles serão assumidos pelo (a)
pesquisador (a) e reembolsado quando necessário.

Se o (a) menor sofrer qualquer dano decorrente desta pesquisa, sendo ele imediato ou
tardio, previsto ou não, o (a) menor será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em
Pesquisa UFRN - Lagoa Nova Campus Central (CEP Central/UFRN) – instituição que avalia a ética das
pesquisas antes que elas comecem e fornece proteção aos (as) participantes das mesmas – da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, nos telefones (84) 3215-3135 ou (84) 9.9193-6266, e-
mail cepufrn@reitoria.ufrn.br. Você ainda pode ir pessoalmente à sede do CEP, de segunda a sexta,
das 08h00min às 12h00min e das 14h00min às 18h00min, na Rua das Artes, s/n. Campus Central
UFRN. Lagoa Nova.

Natal/RN. CEP: 59075-000.


Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados
nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará e ter ficado
ciente de todos os direitos do participante, eu, __________________________________________,
representante legal do menor ___________________________________________, autorizo sua
participação na pesquisa intitulada ESPORTE ADAPTADO DENTRO DE UMA PERSPECTIVA
INCLUSIVA: Desenvolvendo uma Unidade Didática para a disciplina de Educação Física do Ensino
Médio, e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações
científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

Fortaleza/CE, _____de ___________________de 2022.

___________________________________________________

Assinatura do responsável legal


Impressão
datiloscópica do
responsável legal

Declaração do pesquisador responsável


154

Como pesquisador (a) responsável pelo estudo intitulado ESPORTE ADAPTADO DENTRO DE
UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA: Desenvolvendo uma Unidade Didática para a disciplina de
Educação Física do Ensino Médio, declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir
fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao
participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do
mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido infringirei as
normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que
regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Fortaleza/CE, _____de ___________________de 2022.

___________________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador
responsável Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento.
155

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM REDE NACIONAL - PROEF
Campus Universitário BR-101 - Lagoa Nova - Natal/RN - CEP 59078-900 CNPJ:
24.365.710/0001-83

ANEXO “C” TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TALE)

b) Para crianças e adolescentes (maiores que 6 anos e menores de 18 anos) e para


legalmente incapaz.

Você está sendo convidado a participar da pesquisa ESPORTE ADAPTADO


DENTRO DE UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA: Desenvolvendo uma Unidade Didática
para a disciplina de Educação Física do Ensino Médio. Coordenada pela pesquisadora
Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento. O (A) pesquisador (a) responsável está
aberto (a) aos esclarecimentos necessários no número de telefone (85) 99602-3696. Seus
pais permitiram que você participe desta pesquisa.
Esta pesquisa pretende construir, implementar e avaliar uma unidade
didática com a utilização do esporte adaptado dentro de uma perspectiva inclusiva nas aulas
de Educação Física no Ensino Médio.
O motivo que nos leva a fazer este estudo é apresentar os esportes adaptados como
forma de inclusão, diversificar e oportunizar novos conteúdos e metodologias que se
caracterizem pela inovação na escola. A pesquisa será desenvolvida durante as aulas da
disciplina eletiva de esportes adaptados.

Você só precisa participar da pesquisa se quiser, é um direito seu e não terá nenhum
problema se desistir. Os adolescentes que irão participar desta pesquisa têm de 16 a 19
anos de idade.

Caso decida participar, aqui esclarecemos as principais etapas do estudo, a


pesquisa será realizada na E.E.F.M. Antônio Dia Macedo, onde os estudantes participarão
de atividades práticas e em sala de aula relacionadas aos esportes adaptados e inclusão.
Os (as) adolescentes serão divididos (as) em três momentos, no período de um bimestre
letivo com duração de (03 meses), em dois dias da semana (aproximadamente 12 aulas)
com duração de 50 minutos. Faremos usos de: dois questionários, sendo um aplicado no
início da pesquisa e outro no final da pesquisa, leitura de textos, exibição de vídeos com a
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estimulação de síntese do (a) vivenciado (a), registro das falas no diário de campo. A
pesquisa será desenvolvida durante as aulas da disciplina esporte adaptados e inclusão. O
(a) participante da pesquisa poderá ser fotografado durante as aulas. Todas as informações
coletadas serão analisadas respeitando o sigilo para a garantia da privacidade. As etapas
estarão distribuídas da seguinte forma: 1º Apresentação do projeto e implementação do
questionário diagnostico, 2º Realização das aulas, 3° Aplicação do questionário avaliativo.
As etapas estarão distribuídas da seguinte forma:

1° Etapa: “Apresentação do projeto” - Inicialmente, o projeto de pesquisa será


apresentado aos (as) alunos (as) e realizaremos também a aplicação do questionário
diagnóstico buscando investigar o entendimento que os (as) alunos (as) possuem sobre o
esporte adaptado;

2° Etapa: “Realização das aulas” - Nesse período, serão realizadas as aulas


propriamente ditas, onde utilizaremos textos, vídeos, compreensão dos tipos de esporte
adaptado, buscando a reflexão de novas maneiras de vivencia-los. Importante destacar que
nesses momentos os (as) alunos (as) se tornaram protagonistas do conhecimento, onde o
(a) professor (a) mediará o conhecimento;

3° Etapa: aplicação do questionário avaliativo, interpretação e produção criativa das


vivencias sobre o esporte adaptado: Nesta etapa iremos buscar avaliar, compreender as
impressões e conhecimento gerado em todo processo de aulas, a culminância de todo
processo se dará com uma apresentação dos esportes adaptados vividos pelos (as) alunos
(as).

Ao final de cada sessão, será formado uma roda de conversa, momento final da aula em
que acontece a verbalização onde realizaremos os registros no diário de campo e também
através de fotos. Após o fim do estudo, estas fotos serão devidamente arquivadas no banco
de dados da pesquisa. O diálogo entre a observação participante e as imagens
estabelecerão diálogos e se tornarão elementos importantes para a construção da proposta
pedagógica.

Durante a realização da pesquisa poderão ocorrer eventuais desconfortos e


possíveis riscos, Segundo a resolução 466/2012 , em todo projeto de pesquisa existem
riscos, mesmo que nesta proposta de intervenção aconteça durante as aulas da eletiva, os
riscos de origem física e psicológica se apresentam durante as atividades práticas
propostas, ou nos momentos de responder aos questionários, registros das fotografias ou
durante o registro das falas no diário de campo, para reduzir a possibilidades de
desconforto, constrangimento, alterações de comportamento, vergonha, quebra de sigilo ou
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outros, medidas como a explicação das etapas da coleta de dados, confidencialidade dos
dados coletados e sigilo quanto a identidade dos (as) participantes, bem como o cuidado
com a adequação do ambiente e materiais para as atividades que serão propostas, poderão
reduzir os riscos desta intervenção. Caso aconteça algo errado, você pode nos procurar
pelos telefones apresentados no início do texto.
Os benefícios esperados com esta pesquisa, são a contribuição para a construção
de aulas de Educação Física que apresentem a diversificação dos conteúdos como os
esportes adaptado e inclusão, o desenvolvimento de uma unidade didática poderá auxiliar
na inserção destes conhecimentos nas aulas, com as devidas adaptações; proporcionar ao
(a) aluno (a) vivências de esportes adaptados nas aulas de Educação Física; ampliar o
debate sobre esporte adaptado e inclusão; possibilitar novas vivências motoras; contribuir
com a apropriação da cultura corporal.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para
Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento, no endereço: Rua: Joaquim Martins,
Passaré Fortaleza/CE. Através do e-mail; socorrorocha3316@gmail.com e do telefone (85)
99602-3696.

Você tem o direito de desistir de sua participação em qualquer fase da pesquisa, sem
nenhum prejuízo para o mesmo.

Os dados que você irá fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em
congressos ou publicações científicas, sempre de forma anônima, não havendo divulgação
de nenhum dado que possa lhe identificar. Esses dados serão guardados pelo (a)
pesquisador (a) responsável por essa pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.

Alguns gastos pela sua participação nessa pesquisa, eles serão assumidos pelo (a)
pesquisador (a) e reembolsado quando necessário.

Se você sofrer qualquer dano decorrente desta pesquisa, sendo ele imediato ou
tardio, previsto ou não, você será indenizado.

Ninguém saberá que você está participando da pesquisa; não falaremos a outras
pessoas, nem daremos a estranhos as informações que você nos fornece. Os resultados da
pesquisa vão ser publicados no ambiente escolar, em congressos e cursos, bem como junto
ao programa de mestrado, mas sem identificar os (as) adolescentes que participaram.

===============================================================

CONSENTIMENTO PÓS INFORMADO


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Eu ___________________________________ aceito participar da pesquisa ESPORTE


ADAPTADO DENTRO DE UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA: Desenvolvendo uma
Unidade Didática para a disciplina de Educação Física do Ensino Médio.
Os (as) pesquisadores tiraram minhas dúvidas sobre os riscos e benefícios em
participar da pesquisa.

Entendi que posso dizer “sim” e participar, mas que, a qualquer momento, posso
dizer “não” e desistir e que ninguém vai ficar com raiva de mim.

A professora Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento, pesquisadora


responsável tirou minhas dúvidas e conversou com os meus responsáveis.
Recebi uma via deste termo de assentimento. A outra via ficará com a pesquisadora
responsável, a professor Maria do Perpétuo Socorro Rocha do Nascimento. Li o documento
e concordo em participar da pesquisa.

Fortaleza/CE, ____de _________de __________.

_____________________________________ _____________________________________
_ _

Assinatura do menor Assinatura do pesquisador

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