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1. SOBRE O AUTOR
Adrián Gorelik (Mercedes, 1957) é arquiteto, doutor pela Universidade de Buenos Aires,
professor da Universidade Nacional de Quilmes, pesquisador do Conselho Nacional de Investigações
Científicas e Técnicas da Argentina e membro do conselho editorial da revista Prismas.
Gorelik é uma figura muito importante na renovação dos estudos sobre as cidades e a
arquitetura latino-americanas em curso na Argentina e no Brasil desde os anos 1980. Graduado em
arquitetura em Buenos Aires nos anos de repressão e esvaziamento da universidade, um período de
grande fermentação intelectual e política, ele promove a leitura crítica da modernidade latino-
americana à reflexão arquitetônica e urbanística - uma percepção crítica incorporada à historiografia
urbana argentina.
2. APRESENTAÇÃO
Na introdução do primeiro capítulo, o autor busca destacar as várias características das
experiências vanguardistas nos âmbitos da arquitetura e da cidade latino americanas, usando algumas
cidades como pontos referenciais para seu estudo, a exemplo, Brasília. A modernidade tardia no
Brasil, permitiu alcançar a reflexão e a compreensão da cidade como um monumento da
modernidade, mostrando suas grandiosidades e também suas misérias. Assim, a junção das
vanguardas modernas e do Estado teve um papel determinante na produção das modernidades
nacionais, uma vez que a vontade estatal de defini-la como sua forma clássica determinou a direção
dessa vanguarda “oficial” e delimitou seu papel construtivo.
Seguindo essa perspectiva, observa-se que, com o passar do tempo, o discurso tradicional da
crítica modernista foi perdendo influência diante da condição paradoxal entre o arquitetônico e o
urbano. Tem-se, então, durante a década de setenta, o aparecimento de duas tendências: o pensamento
da esquerda, que criticava o Estado capitalista e suas determinações; e a outra, populista, que fazia
uma crítica ao modernismo devido ao seu desprezo à identidade latino-americana.
À face dessas concepções, a cidade moderna era compreendida como território mercantil e a
arquitetura como parte de um conjunto liberal. Nesse sentido, desapareceram práticas e debates
estatais que questionassem a moradia massiva, a qual tinha a função de reafirmar as relações entre
cultura arquitetônica latino-americana e as temáticas sociais.
O autor afirma, assim, que as críticas estavam associadas a uma questão de ausência de
identidade associada à tradição da arquitetura modernista e a forma excludente com que ela era
empregada. No entanto, a historiografia se transforma em correntes mais vastas que sugerem debates
a respeito da modernidade e da pós-modernidade com o fito de revisar os valores pré-concebidos.
Referências bibliográficas