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HARVARD: MEDITAÇÃO
NÃO APENAS REDUZ
ESTRESSE, AQUI ESTÁ
COMO ELA MUDA O SEU
CÉREBRO
Pensei, talvez fosse apenas uma resposta placebo. Mas então fiz uma pesquisa
bibliográfica da ciência, e vi evidências de que a meditação havia sido associada à
diminuição do estresse, da depressão, ansiedade, dor e insônia, e ao aumento da
qualidade de vida.
A essa altura, estava fazendo meu PhD em biologia molecular. Então simplesmente
resolvi mudar e comecei a fazer essa pesquisa como um pós- doutorado.
Lazar: O Primeiro estudo avaliou meditadores de longa data versus um grupo controle.
Descobrimos que os meditadores de longa data tem a massa cinzenta aumentada na
região da ínsula e regiões sensoriais do córtex auditivo e o sensorial. O que faz
sentido. Quando você tem atenção plena, você está prestando atenção à sua
respiração, aos sons, a experiência do momento presente, e fechando as portas da
cognição. É lógico que seus sentidos sejam ampliados.
Também descobrimos que eles tem mais massa cinzenta no córtex frontal, o que é
associado à memória de trabalho e a tomada de decisões administrativas.
Já está provado que nosso córtex encolhe à medida que envelhecemos – se torna
mais difícil entender as coisas e se lembrar das coisas. Mas nessa região do córtex
pré-frontal, meditadores com 50 anos de idade tinham a mesma quantidade de massa
cinzenta que pessoas de 25 anos.
Então a primeira pergunta foi, bem, talvez as pessoas com mais massa cinzenta no
estudo já tivessem mais massa cinzenta antes de terem começado a meditar. Então
fizemos um segundo estudo.
Pegamos pessoas que nunca tinham meditado antes, e colocamos um grupo deles em
um programa de oito semanas de atenção plena com foco na redução de estresse.
A alteração na amigdala também foi associada a uma redução nos níveis de estresse.
P: Então por quanto tempo alguém precisa meditar até que comece a ver
mudanças no seu cérebro?
Lazar: Nossos dados mostram mudanças no cérebro após apenas oito semanas.
Lazar: Bem, foi altamente variável no estudo. Algumas pessoas praticaram 40 minutos
todos os dias. Algumas praticaram menos. Algumas apenas umas duas vezes na
semana.
No meu estudo, a média foi de 27 minutos por dia. Ou em torno de meia hora por dia.
Ainda não existem dados suficientes sobre quanto alguém precise praticar para se
beneficiar.
Nós estamos apenas começando um estudo que, com grande esperança, nos permitirá
acessar quais são os significados funcionais dessas mudanças. Estudos de outros
cientistas mostraram que a meditação pode melhorar a atenção e a habilidade de
regular a emoção. Mas a maioria dos estudos não foi com neuroimagens. Então agora
estamos esperançosos em trazer o aspecto comportamental e a ciência da
neuroimagem para trabalharem juntos.
Ainda está muito cedo para se tentar concluir o que a meditação pode ou não fazer.
Lazar: Parece sim ser benéfico para a maioria das pessoas. A coisa mais importante,
se você for tentar fazer, é encontrar um bom professor. Porque é simples, mas também
é complexo. Você precisa entender o que está acontecendo na sua mente. Um bom
professor não tem preço.
Lazar: Tenho feito isso por 20 anos, então tem uma influência profunda em minha vida.
Dá muito “chão” (ancoragem). Reduz o estresse. Me ajuda a pensar mais claramente.
É maravilhoso para interações interpessoais. Tenho mais empatia e compaixão pelas
pessoas.
Lazar: Altamente variável. Alguns dias pratico 40 minutos. Alguns dias cinco minutos.
Alguns dias não pratico nada. É muito parecido com exercício. Exercitar-se três vezes
por semana é maravilhoso. Mas se tudo o que você pode fazer é se exercitar um
pouquinho todos os dias, isso também é uma coisa boa. Tenho certeza de que se
praticasse mais me beneficiaria mais. Não tenho ideia se estou tendo mudanças no
meu cérebro ou não. E é isso que funciona para mim nesse momento.
http://http//www.washingtonpost.com/news/inspired-life/wp/2015/05/26/harvard-
neuroscientist-meditation-not-only-reduces-stress-it-literally-changes-your-brain/?
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