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ECONOMIA E MERCADO NA GESTÃO FINANCEIRA

É impossível falar de Gestão Financeira sem falar de Economia e


Mercado. Seja qual for o mercado, então veja os principais conceitos e pontos
necessários para nos auxiliar na compreensão da Gestão Financeira.

Em Economia tudo se resume a uma restrição quase que física, a lei da


escassez, isto é, produzir o máximo de bens e serviços a partir dos recursos
escassos disponíveis a cada sociedade.

Se uma quantidade infinita de cada bem pudesse ser produzida, se os


desejos humanos pudessem ser completamente satisfeitos, não importaria que
uma quantidade excessiva de certo bem fosse de fato produzida. Nem
importaria que os recursos disponíveis: trabalho, terra e capital (este deve ser
entendido como máquinas, edifícios, matérias-primas etc.) fossem combinados
irracionalmente para produção de bens. Não havendo o problema da escassez,
não faz sentido se falar em desperdício ou em uso irracional dos recursos e na
realidade só existiriam os "bens livres". Bastaria fazer um pedido e, pronto, um
carro apareceria de graça.

Na realidade, ocorre que a escassez dos recursos disponíveis acaba por


gerar a escassez dos bens - chamados "bens econômicos". Por exemplo: as
jazidas de minério de ferro são abundantes, porém, o minério pré usinável, as
chapas de aço e finalmente o automóvel são bens econômicos escassos. Logo,
o conceito de escassez econômica deve ser entendido como a situação gerada
pela razão de se produzir bens com recursos limitados, a fim de satisfazer as
ilimitadas necessidades humanas.

Todavia, somente existirá escassez se houver uma procura para a


aquisição do bem. Por exemplo: se alguém quiser adquirir uma roupa de
astronauta. É um bem raro, mas não é escasso porque a procura para a
aquisição é bastante limitada, ou seja, a oferta deve ser maior que a procura ou
como muitos preferem chamar, de demanda.

Poder-se-ia perguntar por que são os bens procurados (desejados)? A


resposta é relativamente simples: um bem é procurado porque é útil. Por
utilidade entende-se "a capacidade que tem um bem de satisfazer uma
necessidade humana".

Desta última definição resta conceituar o que são “bem” e “necessidade


humana”.

Bem é tudo aquilo capaz de atender uma necessidade humana.

Os bens podem ser:

Materiais - pois se pode atribuir-lhes características físicas de peso,


forma, dimensão, etc. Por exemplo: automóvel, moeda, borracha, café, relógio,
etc.

Imateriais - são os de caráter abstrato, tais como: a aula ministrada, a


hospedagem prestada, a vigilância do guarda noturno, etc. (em geral todos os
serviços prestados são bens imateriais, ou seja, se acabam quase que
simultaneamente à sua produção), normalmente os serviços.

O conceito de necessidade humana é concreto, neutro e subjetivo,


porém, para não se omitir da questão, definir-se-á a "necessidade humana"
como qualquer manifestação de desejo que envolva a escolha de um bem
econômico capaz de contribuir para a sobrevivência ou para a realização social
do indivíduo.

Assim sendo, ao economista interessa a existência das necessidades


humanas a serem satisfeitas com bens econômicos, e não a validade filosófica
das necessidades.

Para se perceber a dificuldade da questão, é melhor exemplificar: para


os muitos pobres, a carne seca pode ser uma necessidade e não o ser para os
mais ricos; para os pobres um carro pode não ser uma necessidade, porém,
para os da classe média já o é; para os ricos a construção de uma mansão
pode ser uma necessidade, ao passo que pode não o ser para os de classe
média.

O fato concreto é que no mundo de hoje todos pensam que desejam e


"necessitam" de geladeiras, esgotos, carros, televisão, rádios, educação,
cinemas, livros, roupas, cigarros, relógios, etc. As ilimitadas necessidades já se
expandem para fora da esfera biológica da sobrevivência. Poder-se-ia pensar
que o suprimento dos bens destinados a atender às necessidades biológicas
das sociedades modernas seja um problema solucionado e com ele também o
problema da escassez.

Todavia, numa contra argumentação, dois problemas surgem:


O primeiro é que essas necessidades renovam-se dia a dia e exigem contínuo
suprimento dos bens a atendê-las.

O segundo é a constante criação de novos desejos e necessidades,


motivadas pela perspectiva que se abre a todos os povos, de sempre
aumentarem o padrão de vida.

Da noção biológica, deve-se, evidentemente, passar à noção psicológica


da necessidade, observando que a saturação das necessidades, e, sobretudo
dos desejos humanos, está muito longe de ser alcançada, mesmo nas
economias altamente desenvolvidas de nossa época. Consequentemente,
também o problema de escassez se renova.

Uma vez explicado o sentido econômico de escassez e necessidade,


torna-se fácil entender que "Economia é a ciência social que se ocupa da
administração dos recursos escassos entre usos alternativos e fins
competitivos", ou "Economia é o estudo da organização social através da qual
os homens satisfazem suas necessidades de bens e serviços escassos".

As definições trazem de forma explícita que o objeto da Ciência


Econômica é o estudo da escassez e que ela se classifica entre as Ciências
Sociais.

Disponível em:
http://www.portaleducacao.com.br/contabilidade/artigos/11830/economia-e-
mercado-na-gestao-financeira. Acesso em: 31/10/2014 as 20:44.

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