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Como se desenvolvem as crianças autistas

Título Artigo: A atividade lúdica no autismo infantil

Editora: Revista Distúrbios da comunicação

Autor: Ana Carina Tamanaha

Gênero: Artigo Cientifico

Publicação: 2006

O artigo foi publicado pela revista Distúrbios da comunicação, encarregada pela publicação de
avanços científicos e tecnológicos produzidos no campo dos distúrbios da comunicação. A
autora do artigo é Ana Carina Tamanaha, pós doutorada pelo Departamento de psiquiatria da
Universidade federal de São Paulo (Unifesp), tendo experiência na área da fonoaudiologia com
ênfase em intervenção terapêutica na área da linguagem infantil e seus desvios. O objetivo do
artigo é avaliar a atividade lúdica de crianças autistas e também o desenvolvimento das
mesmas mediante as influências de um adulto nessas atividades, levando à descrição de seus
modos e prognósticos de comunicação.
Os critérios diagnósticos para o autismo infantil, segundo a Organização mundial de saúde, o
CID 10 (1998) e segundo o diagnóstico da American Psychiatric Association, DSM IV (2001), se
dão pela análise das alterações ou ausência do jogo e atividades imaginativas. Tendo em vista
esse preceito as características de comunicação das crianças com autismo vem sendo há muito
tempo estudas, em seus meios de expressão e de recepção tanto verbal, quanto não verbal.
Fonoaudiólogos especialistas em comunicação e seus desvios, ocuparam-se nas peculiaridades
das linguagens dessas crianças e hipotetizaram que o comprometimento no desenvolvimento
da linguagem se dá por falhas na imaginação e na capacidade simbólica, impedindo-os de
estabelecer habilidades de reciprocidade social.
Partindo da hipótese anteriormente mencionada, foi buscado comparar o desempenho lúdico
em duas situações de observação distintas: livre e dirigida, delineando a diferença quando da
ausência ou presença do adulto como tutor das explorações lúdicas compartilhadas.
Equipando-se de uma equipe multidisciplinar e selecionadas 11 crianças autistas iniciaram-se os
procedimentos. Para comparação da atividade nas situações de observação livre e dirigida foi-
se dividida a sessão de fonoaudiologia em dois momentos. Nos primeiros 30 minutos foi-se
observado a expressão livre da criança e, nos 30 minutos seguintes, a exploração dirigida.
Seguindo os critérios de propostos por Wetherby e Prutting, especialistas renomados em
distúrbios da comunicação, foram avaliados 7 processos para a análise da atividade lúdica:
1. Sensório motor (SM): Criança manipula livremente os brinquedos dispostos (ex:
levar as peças boca)
2. Agrupamento (AG): Criança agrupa peças sem critério estabelecido
3. Formação de conjuntos (FC): Criança forma conjuntos, categoriza-os.
4. Sequencialização (SQ): Criança organiza uma sequência de objetos, estabelece
critérios.
5. Funcionalidade (FU): Criança usa objetos com funcionalidade (ex: utilizar colher para
alimentar boneca)
6. Jogo compartilhado (JC): Criança usa o objeto como meio comunicativo entre ela e o
adulto.
7. Jogo simbólico (JS): Criança faz representações mentais de situações vivenciadas (ex:
constrói casas)
O resultado dos testes permite confirmar que independentemente da situação de observação
(livre ou dirigida) a maioria das crianças usou o critério sensório-motora, podendo indicar
alteração na capacidade cognitiva, da qual decorreriam as falhas que impediriam o alcance de
etapas mais complexas e necessárias de desenvolvimento de linguagem. Em relação aos demais
critérios verificou-se diferenças estaticamente significante com maior frequência de uso das
categorias agrupamento (AG); formação de conjunto (FC); funcionalidade (FU) e jogo
compartilhado (JC), em situação dirigida. Esses resultados mostram a importância do
estabelecimento de momentos de compartilhamento de atenção em atividades lúdicas.
O artigo é valido para a construção do conhecimento dos profissionais de fonoaudiologia e
áreas afins, assim como também é construtivo para pessoas leigas. Pode ser facilmente
compreendido, pois faz uso de uma linguagem técnica compreensível e tem suas ideias bem
organizadas. Bem como faz uso de gráficos que tornam a leitura dos resultados
descomplicados. É possível a indicação desse artigo para aqueles interessados no assunto e que
lidam com o autismo de alguma forma em seu cotidiano. Por ser um texto cientifico ele é bem
proveitoso, veraz e autêntico, pois traz resultados oriundos de pesquisas feita pela doutora
especialista em linguagem infantil e seus desvios que tem como um dos temas de sua avaliação
o transtorno do espectro autista.
Como se desenvolvem as crianças autistas
Resenha de TAMANAHA, Ana Carina.
A atividade lúdica no autismo infantil.

Por
Letícia dos Santos Calheiros

Resenha apresentada à disciplina Metodologia da Pesquisa Cientifica (Prof. Flávio Martins) do


curso de Teologia.

Seminário Batista do Sul


FABAT
Rio de Janeiro – RJ
Setembro – 2019

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