Aula 1º

Revisão Topográfica

Caros(as) acadêmicos(as),
Nesta aula iremos relembrar conceitos básicos, porém,
muito importantes sobre topografia. Esse embasamento
facilitará o entendimento e compreensão das aulas posteriores
Boa leitura!

Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• identificar equipamentos topográficos;

• compreender ângulos de direcionamento;
• identificar a diferença entre rumos e azimutes.
 Geoprocessamento e Georreferenciamento
Seções de estudo
1– Equipamentos para levantamento topográfico
2– Medidas lineares a angulares
1 - Equipamentos para levantamento
topográfico
Os aparelhos para o levantamento planialtimétrico nos
permite realizar com maior precisão e menor erro o desenho
de poligonais. Dentre estes, podemos citar os mais simples,
tais como bússola (que nos indica o sentido dos alinhamentos
em virtude do eixo Norte-Sul) e a trena (para medição de
distâncias menores).
Nesta seção, nos aprofundaremos em aparelhos mais
completos e que medem maiores distâncias, assim como
aparelhos mais modernos que estão ao alcance de todos,
como aplicativos Android e IOS.
1.1 Nível e teodolito
Desde a década de 60 estudos vem sendo empregados
para definir as diferenças e a precisão entre estes dois aparelhos.
Segundo Netto e Nogueira (1964), os dois instrumentos
determinam distâncias verticais ou desníveis, porém, somente
o teodolito vale-se da inclinação da sua linha de visada em
relação à linha do horizonte.
O nível ótico é um aparelho composto basicamente de
uma luneta fixa (sem movimentos ascendente ou descendente),
parafusos retificadores do retículo (importante para tornar a
linha de vista paralela ao eixo bolha) e parafusos retificadores
do suporte, importante para nivelar o equipamento (Borges,
2011). Este aparelho não possui movimento vertical da luneta,
sendo esta uma das diferenças dele para o teodolito. Na Figura
1 pode-se observar os principais componentes do nível ótico.
Figura 1. Nível ótico e seus componente
Fonte: Lopes et al., 2015.
Teodolito é o nome do aparelho topográfico que mede
ângulos horizontais e verticais de forma direta, e distâncias
horizontais e verticais de forma indireta com auxílio de
fórmulas matemáticas que veremos no próximo capítulo, com
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auxílio da régua topográfica. Seus principais componentes são
seus parafusos calantes que servem para nivelar o aparelho,
nível de bolha, luneta, parafuso macrométrico e micrométrico,
que auxilia no movimento vertical ou horizontal do aparelho
(Borges, 2011) como pode-se observar na figura 2.
Figura 2. Teodolito e seus principais componentes
Fonte: Kozseran et al, 2015 adaptado pelo Autor.
1.2 Tripé, régua e baliza
Esses três equipamentos têm por finalidade auxiliar no
levantamento topográfico. O tripé é o equipamento que tem
por finalidade servir de base e fixação para o nível, teodolito
e estação total (que veremos posteriormente). Composto pela
base onde será fixada o aparelho (nível ou teodolito), trava, no
qual se ajusta a altura do aparelho, e ponteira, que é a parte do
equipamento fixada no solo (Figura 3.c).
As balizas (Figura 3.a) são peças com 2 metros de altura,
pintadas a cada 50 centímetro com cores contrastantes
(vermelha e branca) tendo a extremidade inferior uma ponta
para auxiliar em sua fixação, possibilitando alinhamento e
destaque dos pontos no terreno. As miras ou réguas graduadas
com 4 metros de altura que permitem a leitura de distâncias
através da taqueometria, no qual as linhas da lente do teodolito
atingem a mira (Borges, 2011), podendo ser de madeira ou
alumínio, ambas com a mesma precisão (Figura 3.b).
Figura 3. Baliza (a), Mira topográfica (b) e tripé (c)
Fonte: Tecnosat, 2020 adaptado pelo autor.
1.3 Estação total e prisma
A Estação total (Figura 4.A) é um aparelho que tem
por finalidade realizar medições topográficas, assim como
o teodolito. Porém, além de ter os mesmos movimentos
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das lentes do teodolito ele tem a propriedade de calcular e
armazenar em sua memória os dados referentes a distâncias
e ângulos. Para realizar a medição é preciso alocar a estação
total em um local livre de obstáculos e mirar até o prisma
(Figura 4.B), posteriormente a estação emite um feixe de luz
que reflete no prisma e retorna ao equipamento. Pelo tempo
de resposta e ângulo da Luneta já automaticamente são
calculados ângulos e distâncias (SStopografia, 2020)
satélites) captados por receptores (Figura 6), no qual somam-
se os sistemas de satélites GPS (global position system),
sistema adotado pelo Departamento de Defesa Americano,
Glonass de origem Russa, Galileo da União Europeia e
Compass, proveniente da China (Bossle, 2016).
Figura 6. GPS Portátil Garmin GPSMAP 64x GPS/
GLONASS com Mapa TopoActive América do Sul

Figura 4. Estação total (a) e Prisma (b)

Fonte: https://www.subpng.com/png-dq8urb/download.html.

Fonte: Garmin, 2020.

1.4 RTK
Para um levantamento de áreas maiores pode-se fazer
levantamento através de bases RTK, nos permite obter alta
precisão e produtividade! Tal método é chamado de RTK
(traduzido do inglês, cinemático em tempo real). Também são
utilizados dois receptores, no qual um deles é estacionário e é
chamado de “estação base” (geralmente fica em um ponto de
coordenadas conhecidas), o outro é o “rover”, e fica junto ao
usuário executando a coleta de dados (Figura 5).
Figura 5. Estação base do RTK
1.6 Aplicativos Android e IOS
Para medição de áreas com finalidade de determinação
de produtividade ou geração de malha amostral, alguns
aplicativos de celular foram desenvolvidos. Entre eles temos
o C7 campeiro, desenvolvido pela UFSM (Felipe, 2010), e o
aplicativo Sirrus para IOS (Sirrus, 2020).
O aplicativo CR Campeiro7 (Figura 7), desenvolvido para
a plataforma Android, nos fornece dados de mapeamento e
cálculos de áreas, registro de coordenadas geográficas de
pontos, linhas e polígonos em arquivos texto, estruturação
e edição de malha de amostragem, localização de pontos
amostrais georreferenciados, registro georreferenciado de
atributos qualitativos e quantitativos em banco de dados, com
a possibilidade de integração com Google Maps (FELIPE,
2010).

Figura 7. Layout do Sistema C7 Campeiro para android

Fonte: Santiago e Cintra, 2018.

No posicionamento são necessários dois receptores

rastreando simultaneamente, sendo que um deles deve ser
instalado em um ponto de coordenadas conhecidas. Para se
obter precisão milimétrica, dependendo da situação, requer
um longo período de ocupação para armazenar dados brutos
e, além disso, realizar obrigatoriamente o pós-processamento
dos dados em escritório. A estação base fica constantemente
calculando correções em relação às coordenadas do ponto
em que está estacionada, mede erros, e tais correções são
transmitidas para o rover em tempo real (Santiago e Cintra,
2018).

1.5 GNSS
Fonte: Autor, 2020.

Outra ferramenta de mapeamento disponível são os

equipamentos GNSS (Global Navigation Satellite System), O aplicativo Sirrus (Figura 8) auxilia na tomada de
que consiste num conjunto de transmissores (sinais de decisões no campo, tornando acessíveis as informações das
 Geoprocessamento e Georreferenciamento 8
fazendas e facilitando a coleta de dados. Conectando-se pela
Plataforma agX, os dados dos talhões estarão disponíveis
off-line e podem ser compartilhados com outros usuários ou
aplicativos. Nesse aplicativo pode-se realizar levantamentos
de campo, criar relatórios, exportar dados de levantamentos
planimétricos, entre outros (SIRRUS, 2020).

Figura 8. Layout do Sistema Sirrus para IOS

Fonte: Autores.

No Sistema Internacional de unidades, a unidade de

medir grandeza de comprimento foi denominada METRO,
tendo suas principais subdivisões e múltiplos na Figura 10.
Figura 10. Unidades métricas (múltiplos e divisores do
metro)

Fonte: Autor, 2020.

2- Medidas lineares a angulares Fonte: Projetta, 2020.

A necessidade de mensurar distâncias, áreas e ângulos,

2.2 Medidas angulares
dentre outras grandezas, é muito remota. Porém, houve a
Os ângulos são grandezas importantes e muito utilizadas
necessidade de padronizar esses sistemas de medidas para
em topografia. Dentre os ângulos utilizados que iremos
o Sistema internacional de unidades (SI). No Brasil, esse
trabalhar, podemos citar azimutes, rumos, ângulos zenitais,
sistema passou a ser oficial com a lei 1.157/1862, tornando-
entre outros.
se obrigatório em 1894 (RODRIGUES e GONÇALVES,
Conceito de ângulo: duas semirretas de mesma origem
2010). Em 1988, através da Resolução n.12, criou-se
no vértice, ou seja, mede a abertura entre as semirretas. Quanto
o CONMETRO (Conselho Nacional de Metrologia,
maior o valor numérico do ângulo, maior a abertura entre as
Normatização e Qualidade Industrial), sendo hoje o Inmetro
semirretas que a ele se relacionam (CURADO, 2019). De
(Inmetro, 1988).
acordo com o Sistema Internacional, eles podem ser medidos
em grau (º), sistema sexagesimal ou decimal, ou ainda em
2.1 Medidas lineares radiano (rad), sendo a medição em graus a mais utilizada.
Para entender melhor sobre ângulos de um alinhamento,
A grandeza que se mede linearmente são as distâncias, seja
deve-se recordar os pontos cardeais do globo terrestre e suas
ela distância horizontal (estudaremos nesta aula), inclinada ou
subdivisões, pois os Azimutes e Rumos são ângulos formados
distância vertical (altimetria, veremos em aulas posteriores).
entre o alinhamento em estudo e esses pontos cardeais. De
Distância é a medida entre dois pontos (Figura 9), podendo
acordo com Curado (2020) pontos “cardeais” porque indicam
ser medida num processo direto, com trenas, por exemplo,
uma direção. Eles são orientação geográfica e são separados
ou de forma indireta, por processos eletrônicos e fórmulas
entre si por ângulos de 90 graus, sendo internacionalmente
matemáticas.
mostrados pelas primeiras letras de cada ponto em inglês. O
Figura 9. Esquematização da Distância Inclinada (DI),
Norte (North): N, O Sul (South): S, O Leste (East): E, O
Distância Horizontal (DH) entre os pontos A e B.
Oeste (West): W (Figura 11.).
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Figura 11. Ângulos lineares (Azimutes) e seu
posicionamento nos pontos cardeais
Fonte: Autora, 2020.
Pode-se observar que a região compreendida entre
esses pontos cardeais são classificadas como quadrantes,
sendo que:
• O primeiro quadrante se encontra entre o Norte (N)
e o Leste (L/E), nomeado NE;
• O segundo quadrante se encontra entre o Sul (S) e o
Leste (L/E), nomeado SE;
• O terceiro quadrante se encontra entre o Sul (S) e o
Oeste (O/W), nomeado SW;
• O quarto quadrante se encontra entre o Norte (N) e
o Oeste (O/W), nomeado NW.
Todo alinhamento estudado em topografia deve ter seu
sentido em relação a esses pontos cardeais descritos, e esse
sentido em relação à linha imaginária Norte-Sul pode ser
caracterizado como Azimute ou como Rumo.
Azimute: O azimute é o ângulo formado entre o
alinhamento e a linha Norte-Sul, Sempre a partir do Norte, no
sentido Horário, podendo variar entre 0° e 360° (Figura 12).
Figura 12. Representação dos Azimutes.
Fonte: Veiga et al., 2020.
De acordo com a Figura 9, podemos fazer algumas
constatações:
• O alinhamento P1está no primeiro quadrante (NE),
pois o valor do azimute está entre 0° e 90° (Azimute
30° 15’);
• O alinhamento P2 está no segundo quadrante
(SE), pois o valor do azimute está entre 90° e 180°
(Azimute 120° 45’);
• O alinhamento P3 está no terceiro quadrante (SW),
pois o valor do azimute está entre 180° e 270°
(Azimute 210° 15’);
• O alinhamento P4 está no quarto quadrante (NW),
pois o valor do azimute está entre 270° e 360°
(Azimute 310° 15’).
Rumo: O rumo é o menor ângulo formado entre o
alinhamento e a linha Norte-Sul. Pode ser contado a partir
do Norte ou do Sul, no sentido Horário ou anti-horário,
podendo variar entre 0° e 90°. Sempre acompanha a sigla do
quadrante em que se encontra (Figura 13).
Figura 13. Representação dos Rumos
Fonte: Veiga et al., 2020.
De acordo com a Figura 13, podemos fazer algumas
constatações:
• O alinhamento P1está no primeiro quadrante (NE),
mensurado a partir do Norte no sentido horário
(Rumo 30° 15’NE);
• O alinhamento P2 está no segundo quadrante (SE),
mensurado a partir do Sul no sentido anti-horário
(Rumo 30° 15’SE);
• O alinhamento P3 está no terceiro quadrante (SW),
mensurado a partir do Sul no sentido horário (Rumo
30° 15’SW);
• O alinhamento P4 está no quarto quadrante (NW),
mensurado a partir do Norte no sentido anti-horário
(Rumo 30° 15’NW). Para converter Rumos em
Azimutes basta seguir as fórmulas a partir das Figura
14 e 15.
Figura 14. Conversão entre Rumos e Azimutes
Fonte: Veiga et al., 2012.
 Geoprocessamento e Georreferenciamento 10
Figura 15. Fórmulas de transformação entre Rumos e
Azimutes Minhas anotações

Fonte: Autora, 2020.

Retomando a aula

Chegamos, assim, ao final da primeira aula.

Espero que tenham entendido com clareza o tema
proposto

1– Equipamentos para levantamento topográfico

Conhecemos alguns dos equipamentos utilizados em

levantamentos topográficos

2 – Medidas lineares a angulares

Relembramos as medidas angulares e lineares

indispensáveis nos mapas.

Vale a pena

Vale a pena assistir

https://www.youtube.com/watch?v=lToxs4YOG5U
https://www.youtube.com/watch?v=u9S4bx5ysJQ
https://www.youtube.com/watch?=DOyFGWm3tYg
https://www.youtube.com/watch?v=GtfEAGOfEYk