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RESUMO
O presente artigo é mais uma tentativa de desmistificar a existência de dificuldades na
aplicação dos princípios da Ciência da Administração em geral e dos processos
administrativos em particular, nos elementos da organização para uma condução – eficiente e
eficaz – dos empreendimentos corporativos de qualquer dimensão, tamanho ou complexidade.
É apresentado um roteiro singular para aplicação das atitudes de planejamento, organização,
execução e controle nos principais elementos institucionais que contribuem para o aumento da
produtividade, em particular, para as micro, pequena e média empresas.
1. INTRODUÇÃO
2. CONCEITO DE MPE
A conceituação das empresas segundo seu porte é uma tarefa relativamente complexa,
devido ao grande número de variáveis que podem ser consideradas, além da necessidade de
determinação de parâmetros para medir essas variáveis. Rattner (1979) afirma que a variedade
de critérios de definição se estende pelos dos países da América Latina, pelos Estados Unidos,
pela Europa e pelo Japão, sendo que, frequentemente, em um mesmo país, diferentes
entidades adotam critérios distintos.
Este segmento se destaca pela capilaridade, fácil adequação às mudanças econômicas e
políticas e às peculiaridades regionais, exercendo também um relevante papel nos avanços
tecnológicos alcançados pelo país, no estímulo ao empreendedorismo e na promoção do
desenvolvimento local sustentável. Essa característica se dá a partir da identificação e
exploração de oportunidades e vocações locais, da mobilização de pequenas poupanças e
capital social, da assunção de risco e do exercício da competição em torno de suas atividades.
De acordo com Morelli (1994), podem ser adotadas as variáveis ou critérios tanto
quantitativos como qualitativos. No entanto, adverte o autor, as variáveis quantitativas, tais
como volume de produção, investimento realizado, faturamento, potência instalada e
produtividade, entre outras, são limitadas pela pouca confiabilidade nos dados obtidos nos
censos econômicos. Também as variáveis qualitativas, tais como acesso ao mercado,
inovações tecnológicas, grau de concorrência e tecnologia adotada, são critérios ainda mais
vagos e de difícil mensuração.
A variável “número de pessoas ocupadas” é considerada a de mais fácil entendimento e
mensuração e vem sendo adotada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas - SEBRAE. Assim, será adotada neste estudo a classificação do SEBRAE, que
utiliza parâmetros diferentes para empresas industriais e para as empresas de comércio e
serviços. São classificadas como pequenas empresas industriais as que possuem de 20 a 99
empregados e, como médias empresas industriais, as que possuem de 100 a 499 empregados.
O jornal Diário de Pernambuco, edição de 25/01/2003, noticia que “...as micro e pequenas
empresas representam 99% das 3,6 milhões de empresas formais (na indústria, comércio e
serviços) e responde por 20% do PIB nacional”. Ou seja, em todo o mundo e, muito
fortemente no Brasil, é um segmento importante de inclusão econômica e social.
Ainda, no mesmo jornal, destaca-se a notícia de que “...entre Jan/99 e Jun/02, as MPE´s
optantes do SIMPLES1 foram responsáveis por 87% dos empregos formais gerados no país,
com uma geração líquida de 2,2 milhões de empregos. São as pequenas notáveis”.
Percebe-se de maneira inequívoca que essas “pequenas notáveis” têm destacada
participação no acesso às oportunidades de emprego, geração de renda e desenvolvimento
1
Administração cientifica, Teoria Clássica, Teoria Neo-clássica, Teoria da burocracia, Teoria Estruturalista,
Teoria Néo-estruturalista, Teoria das relações humanas, Teoria do comportamento organizacional, Teoria do
Desenvolvimento organizacional e Teoria da contingência.
2
No Brasil o SIMPLES Nacional é a modalidade de inscrição para o regime tributário diferenciado, simplificado
e favorecido, aplicável às Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte, a partir de 01.07.2007.
econômico e social do país. Por gerar grande parte dos postos de trabalho e das oportunidades
de crescimento social, as MPE´s tornam-se o principal sustentáculo da livre iniciativa e da
democracia no Brasil. Além disso, os pequenos negócios são responsáveis por 95% dos novos
empregos líquidos gerados a cada ano.
A importância das PME’s tem sido objeto de preocupação de vários estudiosos no Brasil e
no mundo. Autores como Solomon (1989), Batalha e Demori (1990) e Rattner et al. (1985)
dão destaque às funções macroeconômicas e microeconômicas dessas empresas. Para eles, as
PME’s funcionam como “amortecedor” de choques em épocas de crise econômica,
desempenham as tarefas menos compensadoras, mas necessárias ao funcionamento do
sistema e têm um papel decisivo no processo de acumulação, concentração e dispersão de
capital. Do ponto de vista microeconômico, suas vantagens são muitas com relação às
grandes empresas. As PME’s são reconhecidamente mais flexíveis e menos burocratizadas, o
que lhes permite respostas mais rápidas e mais adequadas ao ambiente. Além disso geram
tecnologias mais contextualizadas o que lhes garante um papel de locus privilegiado de
inovações tecnológicas.
Solomon (1989) destaca também o seu papel social. As PME’s absorvem uma parcela
surpreendente da força de trabalho em todos os países e são as maiores geradoras de emprego
por capital investido. Apesar de pagar salários inferiores aos das grandes empresas, e, de
forma geral, ter condições de trabalho comparativamente piores, representam, para um grande
contingente de pessoas, a possibilidade de inserção no mercado de trabalho. Além disso, diz
o autor, são capazes de gerar, em épocas de crise, maiores oportunidades de empregos.
No Brasil, as pequenas empresas estão ganhando evidência, como consequência do seu
papel econômico e social. De fato, as pequenas e micros empresa (1 a 99 empregados)
predominam em todos os setores econômicos, com 99,1% de participação em negócios não-
agrícolas e com 61,9% de participação nos empregos. Especificamente, somente as pequenas
empresas representam 53% do setor comércio, 33% do setor de serviços e 13,5% do setor
industrial. Com relação a empregos, as pequenas empresas representam, em cada setor,
27,5%, 15,1% e 19,4%, respectivamente (Spath, 1993).
Segundo dados do SEBRAE (1991), as micros, pequenas e médias empresas, juntas,
representam 99,5% do total das indústrias, 99,3% do setor de comércio e 99, 5% do setor de
serviços. Segundo dados do IBGE (Morelli, 1994), as micro e pequenas empresas estão
principalmente no setor de varejo e de serviços, enquanto apenas 15% são do setor industrial.
Elas são responsáveis pela criação de cerca de 60% dos empregos.
No estado de Sergipe, de acordo com dados levantados por pesquisa direta (SEPLAN,
1993), existem 1.458 indústrias. Elas foram classificadas em quatro categorias: extrativas, de
transformação, de construção civil e atividades de apoio e de serviços industriais. Dentre
elas, 83% são micro, 13% são pequenas, 3% são médias e apenas 1% são grandes. Cerca de
43% dessas indústrias estão na capital do estado, Aracaju. O número de empregos criados
pelas grandes indústrias em Sergipe é bastante alto, visto que esses dados consideram a
indústria extrativa e da construção civil, que são atividades que absorvem grande número de
pessoas. De um total de 47.263 empregos, 53% são oriundos das grandes empresas, 21 % das
médias, 13% das pequenas e 12% das microempresas.
Não obstante a relevância dos pequenos e médios negócios para a economia brasileira e
sergipana, existem relativamente poucos estudos empíricos sobre o tema, seja a nível de
pesquisa acadêmica, seja através do órgão de apoio a essas empresas, o SEBRAE, que
concentra sua atuação em consultoria e treinamento. Somente há poucos anos o Sebrae
Nacional criou uma assessoria de planejamento para promover estudos e pesquisas no âmbito
dos agentes SEBRAE a nível estadual. Algumas instituições de pesquisa acadêmica no Brasil
sempre se destacaram pela preocupação com o estudo das PME’s. Alguns desses estudos
merecem ser assinalados, pois são considerados pontos de referência.
Fonte: Própria
HUMANOS
MATERIAIS
FINANCEIROS
TECNOLÓGICOS
Fonte: Própria
a. ORGANIZE O PLANEJADO
Um planejamento por mais simples que seja, requer uma visualização mais completa e
abrangente (holística) sobre o que está se planejando. Um planejamento tático – por exemplo
– em que se pensa uma parte do todo, exige-se pensar como, quando, quanto e por quem será
feita a atividade programada no planejamento. Inevitavelmente isto nos conduz à pensar numa
forma de operacionalização e a devida organização necessária para levar à bom termo o que
foi planejado.
Planeje tudo: vendas, produção, finanças, etc. Faça de uma forma simples. Lembre-se
que planejar é antecipar o futuro. Dizer como quer se encontrar num futuro próximo em
relação aquele assunto planejado. Em se tratando de vendas, por exemplo, é pensar os
quantitativos que deseja praticar (faturamento previsto), novos mercados que deseja abrir,
novos produtos que deseja lançar, etc. Para cada vontade, há investimentos, é necessário a
alocação de recursos, etc. Portanto, faça uma coisa de cada vez para não comprometer sua
solidez.
Organizar-se é também munir-se dos recursos necessários à boa execução do que foi
planejado. Ao pensar em planejar a função de produção, serão elencadas uma série de
atividades que demandarão uma boa quantidade de recursos (humanos, financeiros, etc) para
sua correta execução.
Logo, para desempenhar a função de organização, o administrador deve listar o
trabalho que precisa ser realizado, dividir o trabalho em tarefas que possam ser realizadas de
modo lógico e eficiente, por indivíduos ou grupos, efetuar a departamentalização, ou seja,
agrupar as tarefas segundo um critério determinado e criar mecanismos de integração de
esforços dos indivíduos, grupos e órgãos da empresa para facilitar o alcance dos objetivos.
b. EXECUTE O ORGANIZADO
Uma vez planejado a ação na empresa, é mister que se organize a ação para o
atingimento dos objetivos do planejamento. Isto feito, a atitude seguinte, é colocar em prática
o que se planejou. Senão corremos o risco de trabalhar nosso inconsciente para a mudança,
mas, nada fazer para atingir a mudança requerida. Planejar e não implementar é permanecer
nos sonhos. Perder fatias significativas de mercado para os concorrentes.
Resumindo, lembramos que após o Planejamento e a Organização dentro do Processo
Administrativo na empresa, a terceira função é a Direção (ou Execução). E, uma vez definido
o planejamento e estabelecido a organização, resta fazer as coisas andarem e acontecerem.
Este é o papel da direção, acionar e dinamizar a empresa e fazê-la funcionar. A direção está
relacionada com a ação e como se colocar em mancha as atividades planejadas, tendo muito a
ver com as pessoas. Pessoas motivadas, produzem sempre mais e melhor!
Logo, a execução é a função administrativa que se refere às relações interpessoais dos
administradores com seus subordinados. Ela trata basicamente de relações humanas. Para que
o planejamento e a organização possam ser eficazes, eles precisam ser complementados pela
orientação a ser dada às pessoas por intermédio da comunicação e habilidades de liderança e
de motivação das chefias intermediárias na instituição.
Como se vê, não adianta planejar e organizar uma função ou atividade dentro da
empresa, se não será executada as atividades que foram planejadas à tempo, à hora, na exata
quantidade dos recursos que foram destinados em planejamento.
c. CONTROLE O EXECUTADO
O Controle consiste basicamente de um processo que guia a atividade exercida para um
fim previamente determinado, sendo composto por quatro etapas ou fases, sendo que cada
uma delas influencia e é influenciada pelas demais, conforme vemos na figura 3 abaixo.
estabelecer objetivos
e padrões de
desempenho
adotar as medidas
avaliar o
corretivas
desempenho atual
necessárias
comparar o
desempenho atual
com os objetivos ou
padrões
Fonte: Própria
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Luiz César G. de. Gestão de pessoas. São Paulo: Atlas, 2006.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. Edição compacta, 7. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
EDERSHEIM, Elizabeth Hass. A essência de Peter Drucker: uma visão para o futuro. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2007.
SOLOMON, S. A pequena empresa nos Estados Unidos e no mundo. São Paulo: Ed.
Nórdica, 1989.
SPÄTH, Brigitte. Small firms in Latin America: Prospects for economic and socially viable
development?. The Role of the Institutional Environment, Human Resources, and
Industrial Relations, Geneva, International Institute for Labour Studies, 1993.