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Marte poderá ter sido, em tempos, o lar de uma enorme quantidade de micróbios.
Novos estudos sugerem a possibilidade de alguns micróbios resistentes terem
conseguido sobreviver em estado congelado no subsolo.
Nadia Drake
O planeta vermelho poderá ter sido, em tempos, o lar de uma enorme quantidade de
micróbios. Novos estudos sugerem a possibilidade de alguns micróbios resistentes
terem conseguido sobreviver em estado congelado no subsolo.
Há cerca de 3.500 milhões de anos, dois dos planetas que orbitavam o Sol poderiam
ter biosferas de dimensões semelhantes. Um deles, a Terra evoluiu de uma maneira
que permitiu que a vida florescesse e se dividisse em inúmeras formas mais belas. O
outro mundo, Marte, seguiu um caminho diferente.
“Talvez a extinção seja o estado cósmico natural da vida no universo”, diz Boris
Sauterey, do Institut de Biologie de l’Ecole Normale Supérieure, em Paris. “Não é o
processo do aparecimento da vida que é limitador, mas sim a capacidade da vida para
se manter a si própria”.
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O interior de Marte pode não ser tão estéril como a sua superfície. Poderá alojar
um mundo de organismos alienígenas capazes de esperar milhares de anos entre cada
ciclo dos seus motores metabólicos.
Este cenário pode parecer rebuscado, mas resultados recentemente obtidos por
cientistas que criam modelos da habitabilidade de Marte do passado e estudam a
resistência dos micróbios em laboratório – e sob a superfície do nosso próprio
planeta – apontam todos na mesma direcção: é improvável, mas possível, que tenha
evoluído vida em Marte – e que ainda exista. E os cientistas podem encontrar sinais
dessa vida quando meteoros colidem com Marte e escavam camadas de gelo enterradas
ou quando novas naves espaciais chegam para sondar este reino subterrâneo.