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Sua indústria é de suma importância para diversos países e, em 2019, faturou quase
quatro trilhões de dólares no mundo.
Entende-se que sua relação com o ser humano se iniciou na descoberta do fogo.
O que é Química?
Segundo o dicionário Cambridge, a Química é o estudo científico das características
básicas das substâncias e as formas como elas reagem ou se combinam. De fato, a
Química é a área da ciência que estuda a composição, a estrutura e as propriedades
da matéria — tudo aquilo que possui massa e volume —, bem como as mudanças que ela
pode sofrer durante uma reação.
É uma ciência experimental, já que sua base teórica e seu desenvolvimento até os
dias de hoje se dá com base em observações experimentais e no método científico.
Se a Química está em tudo, então ela só pode desempenhar o papel de uma ciência
central. Os princípios dessa ciência permeiam diversas áreas do conhecimento, como
a Farmácia, a Medicina, a Biologia, a Física, a Geologia, a Astronomia, a
Engenharia e tantos outros campos.
Pense bem: existe algo a sua volta que não envolva um processo químico?
O entendimento da matéria e seus processos de transformação permite compreendermos
melhor o mundo e o Universo que habitamos. Trata-se da ideia de saber como funciona
um mundo invisível para nós, seres humanos, mas que traz grandes consequências para
nossa vida.
Além disso, a Química é capaz de nos prover diversos produtos essenciais para o
cotidiano. Vemos que ela está em diversos setores produtivos, como no de alimentos,
na agricultura, na construção, em produtos de limpeza, cosméticos e corantes, no
setor energético e de combustíveis, farmacêutico, têxtil, na metalurgia, nos
eletroeletrônicos, entre outros.
História da Química
A primeira relação do ser humano com um processo químico foi na descoberta do fogo
(produzido por meio da reação de combustão), durante o período Paleolítico. Também
foi nesse período, que durou até 10.000 a.C., que os nossos antepassados fizeram
uso de tintas e corantes para a confecção de pinturas rupestres.
Aristóteles, décadas depois, adicionou ainda, aos quatro elementos, o éter (um
elemento celeste), além das qualidades úmido, seco, quente e frio, as quais, quando
agrupadas duas a duas, gerariam os quatro elementos de Empédocles.
Em 300 d.C., surgiu Zózimo de Penápoles, o primeiro alquimista egípcio, que definiu
a alquimia como uma técnica sagrada a qual denominou chemia (do árabe, al-a-
chemia). Nos primeiros 1500 anos d.C., o ser humano descobriu o papel, a porcelana,
a pólvora, o ácido acético, o ácido sulfúrico, o espelho, o etanol, além da
primeira fábrica de produção comercial de petróleo.
No ano de 1500, surgiu Paracelso, que desenvolveu a Iatroquímica (área que mesclava
Química e Medicina). Já em 1597, surgiu o primeiro livro de ensino de Química,
Alchymia, escrito por Andreas Libavius, um químico, médico e professor alemão. Foi
também ele quem projetou o primeiro laboratório de Química.
Em 1662, Robert Boyle (considerado por alguns como o “pai da Química”) fez a
distinção entre alquimia e Química ao publicar o livro O químico cético, em que pôs
fim nas teorias antigas de Aristóteles e Paracelso. Boyle foi essencial para o
estudo dos gases, com a principal conclusão de que o volume do gás é inversamente
proporcional à pressão, algo também percebido anos depois, de forma independente,
por Edmé Mariotte. Assim, surgiu a lei de Boyle-Mariotte.
O oxigênio, aliás, já havia sido descoberto dois anos antes, de forma independente
e não sabida por Priestley, por Carl Wilhelm Scheele. Lavoisier, inclusive, é
considerado o “pai da Química moderna”, pois revolucionou a ciência com a
publicação de Tratado elementar de Química e sua sistematização da nomenclatura de
compostos químicos.
O modelo de Dalton marcou o primeiro modelo científico do átomo, que o define como
uma esfera rígida, maciça e indivisível, diferenciando-o em termos de massa. Já em
1811, o químico italiano Amedeo Avogadro determinou, baseado nos estudos de Dalton,
o número de Avogadro. Dalton, posteriormente, ainda contribuiu com a lei das
pressões parciais.
Ainda no século XIX, a Química Orgânica sofria grandes mudanças. Em 1828, Friedrich
Wohler conseguiu sintetizar ureia, até então só vista em compostos vivos, fazendo
cair por terra a definição vigente de compostos orgânicos. Em 1839, Charles
Goodyear inventou o processo de vulcanização da borracha. Anos depois, Louis
Pasteur lançou as bases dos estudos da fermentação, além de criar a técnica de
pausterização de alimentos.
Foi também Pasteur quem deu grande contribuição à isomeria óptica, inspirou a
assepsia hospitalar e desenvolveu vacinas, como a antirrábica. Já em 1858,
Friedrich August Kekulé comprovou a tetravalência do carbono e sua capacidade de
formar cadeias, estabelecendo assim as estruturas de moléculas orgânicas.
Em 1894, William Ramsay apresentou os gases nobres e, enfim, em 1897, Joseph John
Thomson apresentou o elétron, a primeira partícula menor que o átomo, fazendo cair
o modelo atômico de Dalton.
Foi também em 1911 que foi fundada a Associação Internacional da Sociedade Química
(Iacs), que, em 1919, se transformou na União Internacional de Química Pura e
Aplicada, a Iupac.
Daí em diante, a Química avançou, com descobertas no campo da Química Nuclear, como
a fissão nuclear, descoberta por Otto Hahn, Fritz Strassmann e Lise Meitner. O
século XX também foi marcado pelas contribuições de Linus Pauling, que criou o
conceito de eletronegatividade e é considerado o “pai da ligação química”, ao
estabeler modelos para explicar como átomos podiam se ligar para formar moléculas.
Pauling, vencedor de dois prêmios Nobel também (um de Química e outro da Paz), é,
talvez, o último químico a ter alcançado feitos revolucionários nessa ciência.
Hoje a Química caminha em direção a desafios cada vez mais complexos, tentando
quebrar barreiras consideradas impossíveis até então. Não só isso, atualmente é uma
ciência que se preocupa com o meio ambiente e busca práticas cada vez mais
ecológicas na sua forma de produção."