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Coordenação de química

mATERIAL DE APOIO À DISCIPLINA DE


QUÍMICA – 7ª CLASSE
OBS: A numeração das aulas não é taxativa, sofrerá alterações em
função das aulas de revisão e das avaliações contínuas.
Plano Temático

Tema Trimestre Horas Lectivas


Aulas Avaliação Reserva Total
1 Química, Nós e o mundo 10 2 1 26
que nos rodeia I
2 Os materiais na Natureza 13
3 Constituição da matéria II 21 2 1 24
4 Transformações das
substâncias III 23 2 1 26

I - TRIMESTRE
Aula nº 01 e 02

Subtema: Apresentação. Considerações sobre a Disciplina de Química.


– Alertar os cuidados a tomar na realização de experiências de química.

TEMA A – A Química, nós e o mundo que nos rodeia


Subtema: Conceito e breve história da Química como ciência. Objecto de estu-
do e importância da Química.

A Química – é a ciência que estuda a estrutura da matéria, as suas


propriedades e as suas transformações.
Ela é uma ciência da natureza tal como a Física, a Biologia e a Geologia,
entre outras e têm como objectivo estudar o mundo que nos rodeia.
Apesar de imenso esforço desenvolvido na investigação dos diversos
materiais que formam o universo, só nos últimos séculos se avançou na
compreensão da sua constituição e das suas transformações para solucionar diversos
problemas do quotidiano.

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Breve história da Química
Há cerca de 350 anos começaram a separar-se as diversas ciências da
Natureza. No séc. XVIII, depois dos trabalhos realizados pelo físico inglês Isaac
Newton, a Física adquiriu o estatuto de ciência. Portanto, Newton foi considerado
um dos primeiros físicos e um dos últimos alquimistas. Alquimia é a arte de
transformar as substâncias, e foi antecessora da Química.
Emmanuel Kant, cientista alemão, um grande filósofo do séc. XVIII, não
considerava a Química uma ciência, mas sim como arte sistemática, porque nesta
época a Química baseava-se apenas em observações de carácter quantitativo,
obtidas a partir de experiências algumas, não utilizando métodos matemáticos.
Hoje, a Química, tal como a Física e outras ciências da Natureza precisam de
linguagem matemática.
Na idade média o sonho dos alquimistas era “descobrir o elixir da vida que
poderia tornar o homem imortal”, assim como «a pedra filosofal» que teria o poder
de transformar metais baratos em ouro. Os alquimistas descobriram muitos produtos
químicos e inventaram muitos aparelhos até hoje utilizados em laboratórios
químicos. Muitos alquimistas durante a idade média foram acusados de terem pacto
com demónios e, por este motivo, foram presos, excomungados e queimados vivos
na fogueira pela inquisição da Igreja Católica.
Entretanto, foi o químico francês Antoine Lavoisier, no século XVIII,
considerado o pai da Química moderna, por ter dado explicação quantitativa e de
forma plausível de muitos fenómenos químicos, e tendo utilizado sistematicamente
a balança no seu laboratório, a Química ganhou o estatuto de ciência, passando a ser
uma actividade não só experimental, mas também quantitativa.
Objecto de estudo da Química
A Química tem como objecto de estudo proporcionar aquisição de
conhecimentos, métodos e processos básicos necessários à compreensão de
problemas científicos, tecnológicos, sociais e também à procura de soluções.
Importância da Química
A Química tem suma importância destacada na satisfação das necessidades
vitais do homem, tais como: a habitação, o vestuário, a alimentação, os
medicamentos, etc.
Os metais utilizados actualmente na construção civil como o aço, o
cimento, o vidro, os cabos eléctricos, os tubos e plásticos, são objectos obtidos a
partir de substâncias elaboradas por métodos químicos.

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O aumento do número de habitantes no nosso planeta, requer mais
alimentos, o que torna necessário desenvolver a produção de fertilizantes para
aumentar o rendimento nas colheitas e a produção de pesticidas para eliminar as
pragas e insectos nas plantações. Além disso, a produção de alimentos sintéticos e a
conservação de outros alimentos são também operações realizadas com base em
conhecimentos da Química.
Noutros domínios, a Química tem ampla participação na produção de
cosméticos, nos transportes, na medicina e no controlo de qualidade de produção.
Em Angola há vários Sectores Sociais que têm contribuído para o desenvolvimento
da indústria química. Entre as indústrias mais importantes do nosso país destacam-
se: a do petróleo, dos plásticos, das tintas, dos diamantes, do café e do papel.
Tarefa
1- Quando é que nasceu a Química como ciência?
2- Cite o nome do cientista que é considerado pai da Química moderna?
3- Indique o principal objectivo da Química, assinalando com X a opção certa:
a) Estudar os fenómenos que ocorrem nos seres vivos _______
b) Estudar a locomoção das aves _______
c) Estudar as transformações das substâncias _______
d) Estudar o corpo humano _______

Aula nº 03

Subtema: Transformações físicas e transformações químicas.

No nosso dia-a-dia observamos diversas alterações nas substâncias, são


exemplos dessas mudanças, no caso da água que ferve, o ferro que oxida, do sal de
cozinha que se dissolve na água, a pilha que faz funcionar um relógio e um rádio, a
camada de ozono da estratosfera que diminui, de certos microrganismos que tornam
os esgotos inofensivos e entre outros.
Perante esta tão grande variedade de transformações, podem encontrar-se
diferenças e semelhanças. Por exemplo, quando a água congela ou se evapora,
continua a ser a mesma substância; quando um fósforo se parte ou o rasgar de um
papel, não há portanto, transformação de substâncias.
É com base nas semelhanças e diferenças estudadas que, em ciência
química se estabelece a seguinte classificação:
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Transformações físicas: são as transformações da matéria em que não há
formação de novas substâncias. Exemplo: as mudanças de estado físico (sólido,
líquido e gasoso) da água ou qualquer outra substância; a queda de um objecto; o
rasgar de um papel, etc.
Transformações químicas: são as transformações da matéria em que há
formação de novas substâncias com novas propriedades. Exemplo: a combustão de
fósforo ou de papel, o desprendimento de um gás, etc.

Tarefa

1- Estabeleça a diferença existente entre transformações físicas e transformações


químicas.
2- Assinala com uma cruz o tipo de transformação que ocorre nos seguintes
fenómenos:
Transformação física Transformação química

A – Escurecimento
dos objectos de prata
B – Mastigar pão

C – Partir um lápis

D – Azedar o leite

E – Quebrar um prato

F – Enferrujamento do ferro

Aula nº 04 e 05

Subtema: Resíduos sólidos. O lixo.

Resíduos sólidos – são todos os materias que resultam das actividades


humanas e que muitas vezes podem ser aproveitados tanto para reciclagem como
para sua reutilização.
A denominação “resíduo sólido” é usada para nomear o “lixo” sólido e
semissólido, proveniente das residências, das indústrias, dos hospitais, do comércio,
de serviços públicos, de serviços de limpeza urbana e da agricultura.
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Em outras palavras, resíduo é qualquer material excedentário ou
rejeitado que não é mais útil ou que é para descartar.
Com a concentração das populações nas grandes cidades e a
industrialização das sociedades tem aumentado a extracção de matérias-primas
provocando maior aumento de resíduos que se traduz em grave problema para o
mundo moderno.
Matéria-prima são aqueles materiais que dão origem a outros novos
materiais, como, por exemplo:
A madeira que serve para o fabrico de móveis, caixões, etc.; o algodão
que é utilizado para fabericar tecidos, etc. Depois de utilizados estes produtos o
material excedentário é denominado por resíduo.
Os resíduos podem ser sólidos, líquidos e gasosos e quando não tratados
e aglomerados, para além da imagem negativa que deixam ao local, provocam
muitas doenças como a diarreia, o paludismo, a febre tifóide, entre outras.
Os resíduos sólidos podem ser classificados em lixo comum ou
domiciliar, público e especias. O resíduo comum é formado por lixo proveniente
das residências, dos prédios públicos, do comércio e das escolas. Seu principal
componente é a matéria orgânica; faz parte também desse lixo uma grande
variedade de materiais recicláveis, entre eles o papel, o papelão, os plásticos, as
latinhas, etc.
Os resíduos gerados no lixo público são o resultado dos trabalhos da
limpeza urbana de ruas e praças, destando-se as folhas e o lixo recolhido dos
riachos, dos rios, lagos, lagoas, etc.
Resíduos sólidos especiais são aqueles provenientes do lixo gerado na
construção civil, chamados de entulhos, os resíduos biológicos e químicos
provenientes de equipamentos usados nos serviços de saúde, e o lixo industrial
formado por resíduos inflamáveis, tóxicos, etc.
O local mais adequado para a destinação dos resíduos sólidos é o aterro
sanitário, onde o lixo é depositado de forma planejada. Outra porção do lixo é
destinada aos aterros controlados, com critérios menos rígidos, mas com
procedimentos obrigatórios, pois os lixões são os maiores prejudicáveis da saúde
ambiental e humana.
Portanto, existem resíduos sólidos que não podem ser reciclados por
serem considerados perigosos e causadores de muitas doenças, como é o caso do
lixo hospitalar e o lixo nuclear.

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Aterro sanitário é um sistema de descarte de resíduos sólidos que utiliza
técnicas buscando minimizar os impactos que o lixo provoca na Natureza. É uma
área licenciada por órgãos ambientais, destinada a receber os resíduos sólidos
urbanos, basicamente lixo domiciliar, de forma planejada, onde o lixo é compactado
e coberto por terra formando diversas camadas.
A decomposição dos resíduos sólidos liberta gases como o metano (CH4),
que é tóxico e altamente inflamável e o gás carbónico (CO2). Estes gases,
conjuntamente com outros gases poluentes intensificam o aquecimento global da
terra.
Um aterro sanitário reduz a poluição, colabora para a redução da emissão
de gases de efeito estufa, evita odores desagradáveis, gera energia e pode ser uma
fonte de receita através de ganhos de carbono.
Resíduos sólidos na construção civil
A construção civil é uma grande geradora de impactos ambientais,
modificando paisagens e acumulando grande quantidade de resíduos sólidos de suas
obras.
Resíduos sólidos hospitalares
Os resíduos hospitalares ou lixo hospitalar representa um grande risco de
contaminação, além de poluir o ambiente. O lixo hospitalar é classificado em lixo
infectante e o lixo perigoso, que são separados em depósitos e transportados para
um destino específico, sendo recolhido através do mesmo sistema do resto da
cidade.
Resíduos sólidos das indústrias
O resíduo industrial é o lixo proveniente de todo e qualquer processo das
indústrias, estando nesse grupo também os entulhos da construção civil. Os resíduos
alimentícios, químicos, metalúrgicos, etc., merecem tratamento especial para evitar
a poluição dos solos e dos nascentes (fontes).
Significado de lixo
Lixo é tudo aquilo que já não tem utilidade e é jogado fora; ou seja, é
qualquer material sólido originado em trabalhos domésticos e industiais e que é
eliminado.
Muitos resíduos que vão para o lixo podem ser reutilizados através de um
processo denominado reciclagem. No processo de reciclagem o lixo orgânico e
inorgânico é reaproveitado, contribuíndo para a redução da poluição do meio
ambiente.

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Todo resíduo de origem animal ou vegetal, como os restos de alimentos,
folhas, sementes, papéis, etc., que em geral é utilizado em compostagem para a
fabricação de adubos chamamos por Lixo inorgânico.
O Lixo inorgânico é todo aquele material cuja origem não é biológica,
como por exemplo, plásticos, metais, vidro, etc.
Determinados resíduos sólidos como o lixo electrónico, exigem um maior
controle no destino final e na reciclagem por conterem substâncias tóxicas. O lixo
electrónico é proveniente de equipamentos electrónicos como: computadores,
celulares, televisores, geladeiras, entre outros.
Neste caso, os aterros sanitários são locais específicos de destino final do
lixo urbano. Na sua concepção há uma preocupação com o meio envolvente, visto
que não existe controle sobre o lixo depositado e a decomposição dos resíduos a céu
aberto coloca em risco o ambiente e a saúde da população que vive ou trabalha
próximo dessas áreas.
Os problemas causados pelos resíduos são antigos e a sua solução está
relacionada com o princípio dos “três erres” (reduzir, reutilizar e reciclar).
Reduzir – significa diminuir a quantidade a ser utilizada. Preferir consumir
produtos que tenham maior durabilidade.
Reutilizar – significa voltar a utilizar o que já foi utilizado.
Reciclar – é transformar os materiais; é produzir os materiais a partir de
outros que já existem.

TEMA B – Os materiais na Natureza


Aula nº 06

Subtema: Materiais existentes na natureza e sua classificação.

Como já foi abordado no tema anterior, a Química ocupa-se do estudo da


matéria, isto é, dos materiais que existem na superfície terrestre. Normalmente os
materiais na Natureza encontram-se em três estados físicos: sólido, líquido e
gasoso.
Materiais sólidos: são os materiais palpáveis e rígidos. Ex: madeira,
vidro, metais, ligas metálicas, plásticos, fibras têxteis, etc.

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Materiais líquidos: são aqueles materiais que não podemos segurar entre
os dedos. Ex: água, bebidas, alguns detergentes, gasolina, gasóleo, álcool, etc.
Materiais gasosos – são aqueles que se encontram no estado gasoso, como
por exemplo: o ar, o oxigénio, combustíveis gasosos, ozono, óxidos de azoto, óxidos
de carbono, etc.
 O segundo critério para a classificação dos materiais, é a sua
constituição. Quanto a sua constituição os materiais classificam-se em:
Uma só Substância ou substância pura: aquela que a sua constituição
não apresenta mais de uma substância. Exemplo: oxigénio, ozono, ferro, sacarose
(açúcar vulgar).
Duas substâncias ou mistura de substâncias – são aquelas que têm
sempre na sua constituição mais de uma substância (dois ou mais elementos), como
por exemplo: as gorduras, a água, o ar, petróleo, detergentes, ligas metálicas, etc.
 O terceiro critério de classificar os materiais é a sua origem. Quanto a
origem os materiais podem ser naturais e artificiais.
Materiais naturais: são aqueles materiais já existentes na Natureza desde
os tempos remotos. Exemplo: o carvão, o petróleo, a água, o ar, lã, o algodão, os
minerais, as rochas, etc.
Materiais artificiais: são os materiais que resultam de materiais naturais
sujeitos a transformações laboratoriais ou industriais, como por exemplo a partir
de uma fibra natural (algodão) construído por celulose ou por seda, obtém-se o
tecido a partir de tratamento químico. Também alguns componentes de
medicamentos pertencem passam por tratamento químico.
Tarefa
1- Quais são os estados físicos ou de agregação em que encontramos as substâncias?
2- Pode-se classificar o petróleo uma substância pura? Porquê?
3- Qual é o terceiro critério de classificação dos materiais?
a) O petróleo e o carvão são substâncias naturais ou artificiais? E um copo plástico?

Aula nº 07 e 08

Subtema: Substâncias e misturas de substâncais. Misturas homogêneas e misturas


heterogêneas. Colóides.
– Processos de separação dos componentes de uma mistura.

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Certas misturas que ocorrem na Natureza estão na origem de muitas
substâncias importantes para o bem-estar da humanidade.
Uma maneira de classificar as misturas baseia-se na sua composição.
Portanto, as misturas classificam-se em: Misturas homogêneas, misturas
heterogêneas e colóides.
Mistura homogênea: é aquela em que não é possível observar os seus
constituintes. Ex: água com açúcar.
Mistura heterogênea: é aquele que é possível observar os seus
constituintes. Ex: óleo com água.
Colóides ou misturas coloidais: são aquelas que envolvem mais de três
substâncias, logo não são homogêneas nem heterogêneas. Ex: o sangue, o leite, as
tintas e vernizes, etc.
Processos de separação dos componentes de uma mistura
Nos laboratórios e nas indústrias utilizam-se diversos métodos para a
separação dos componentes de uma mistura que variam segundo o tipo de mistura a
separar e as propriedades das substâncias que a formam.
Os processos de separação dos componentes em misturas são: decantação,
filtração, centrifugação, cristalização, destilação, cromatografia, peneiração,
separação magnética e sublimação.
Decantação: é o processo de separação de partículas sólidas de uma
mistura heterogénea de um sólido num líquido que deixa depositar transferindo
depois a parte líquida.
Filtração: é um processo de separação pelo qual as impurezas e pequenas
sólidas ficam retidas no filtro e o filtrado apresenta-se mais límpido do que a
suspensão inicial.
Centrifugação: é um processo de separação de partículas sólidas em
suspensão num líquido, fazendo girar em torno de um eixo o tubo que contém a
mistura.
Cristalização: é um processo de obtenção de cristais a partir de uma
solução por evaporação lenta do solvente.
Destilação: é um processo eficaz para separar, numa mistura líquida,
componentes com pontos de ebulição muito diferentes.
Cromatografia: é um termo derivado de um vocábulo grego que significa
«escrita a cor», que serve para separar misturas coradas, mas também pode ser
usado em misturas incolores.
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Peneiração: é um processo pelo qual passam os grãos de areia com
dimensões inferiores a malha da rede, ficando retidos nele os grãos maiores.
Separação magnética: é um processo utilizado na indústria siderúrgica
para separação dos fragmentos de ferro dos outros resíduos e utiliza-se uma barra
magnética – um íman – que atrai os pedacinhos de ferro.
Sublimação: é a passagem directa de uma substância do estado sólido ao
estado gasoso. O processo inverso chama-se deposição.

Tarefa
1- Quais são os processos de separação dos componentes de uma mistura?
2- A água é uma substância ou mistura de substâncias? Justifique a resposta.

Aula nº 09 e 10
Subtema: Identificação de substâncias. Propriedades. Critérios de
pureza.

Os objectos existentes na Natureza têm diferentes formas, tamanho, cor,


etc. Portanto, estes objectos são corpos físicos formados por substâncias. Por
exemplo, um condutor eléctrico é feito de cobre, as folhas dos livros são feitas de
celulose, o bico do lápis é de grafite; estas substâncias mencionadas são diferentes
umas das outras e podemos distingui-las pelas características próprias que cada uma
delas possui.
Propriedades: são as características que permitem distinguir umas
substâncias de outras ou estabelecer a semelhança entre elas.
Só pela cor, cheiro ou sabor não é suficiente para reconhecer as
substâncias; portanto, é necessário também ter em conta outras propriedades que
são específicas de cada substância e os valores dos pontos de fusão e de ebulição.
Critérios de pureza: é o conjunto das propriedades que compreendem
pontos de fusão, pontos de ebulição e a densidade.
Ponto de fusão – é a temperatura a que uma substância passa do estado
líquido para o estado sólido. Portanto, a temperatura de solidificação de uma
substância é sempre igual à sua temperatura de fusão.
Ponto de ebulição – é o ponto em que qualquer substância entra em
aquecimento. Ex: a água entra em ebulição a 100 ºC e solidifica a 0 ºC.
A temperatura a que um gás passa ao estado líquido chama-se ponto de
líquido ou ponto de condensação.
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A temperatura de liquefacção de uma substância é igual à sua
temperatura de ebulição para a mesma pressão atmosférica.

Aula nº 11 e 12
Subtema: Densidade ou massa volúmica. Propriedades físicas e químicas da
água, (H2O) dióxido de carbono (CO2), álcool etílico (C2H5OH ou ,
C2H6O), enxofre (S) e ferro (Fe).

Densidade ou massa volúmica


A densidade de um material é determinada pelo quociente entre a massa
de um dado volume do material e o volume de objecto constituído por esse material.
Cuja fórmula é a seguinte:

Densidade = Massa_ ou D = M_
Volume V
Exemplo: Mediu-se o volume de uma esfera maciça de chumbo por
deslocação da água numa proveta é 10 cm3, em seguida determinou-se a massa da
esfera na balança, obteve-se o valor de 113 g. Qual será a densidade do chumbo
nestas condições?
Dados:
Resolução:
Fórmula: D = M_
V
M= 113 g D = 113 g = 11,3 g/cm3
V= 10 cm3 10 cm3
D =?
Resposta: Cada cm3 de chumbo tem a massa de 11,3 g de densidade.
Propriedades físicas da água, (H2O)
1- Funde a 0 ºC e entra em ebulição a 100 ºC à pressão normal.
2- A densidade da água é de 1,0 g/cm3 a 4 ºC.
Propriedades químicas da água, (H2O)
1- Reage violentamente com o sódio e o potássio.
2- Dissolve o permanganato de potássio (KMnO4), o nitrato de chumbo
(PbNO3), o dióxido de carbono (CO2) e muitas outras substâncias.
3- Não dissolve dióxido de manganês (MnO2), óxido de cobre (CuO), óxido
de ferro (FeO e Fe2O3), petróleo e ferrugem.

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Propriedades físicas e químicas do dióxido de carbono (CO2)
 É um gás incolor
 Sublima a – 78 ºC à pressão normal.
 A densidade do dióxido de carbono sólido é 2,0 g/cm3.
 Turva a água de cal.
 O dióxido de carbono também conhecido por anidrido carbónico, é um
composto químico construído por um átomo de carbono e dois átomos de
oxigénio. Tem como fórmula molecular CO2 e ponto de fusão 194,7 K e de
ebulição 216,6 K.
Propriedades físicas do álcool etílico ou etanol (C2H5OH)
1- Congela a –117,3 ºC e entra em ebulição a 78,5 ºC à pressão normal.
2- É um líquido incolor à temperatura ambiente.
3- A densidade do álcool é 0,789 g/cm3.
Propriedades químicas do álcool etílico ou etanol (C2H5OH).
1- Arde com chama azul.
2- Dissolve-se em água.
Propriedades físicas do enxofre (S)
1- É um sólido de cor amarelo à temperatura ambiente.
2- A densidade do enxofre é 2,1 g/cm3.
Propriedades químicas do enxofre (S)
1- Arde com chama azul.
2- É insolúvel em água mas solúvel em dissulfureto de carbono (CS2).
Propriedades físicas e químicas do ferro (Fe)
 É bom condutor da corrente eléctrica.
 É duro mas moldável sem se partir.
 Funde a 1540 ºC e entra em ebulição a 2900 ºC à pressão normal.
 O ferro enferruja em contacto com o ar e a água.
 A densidade do ferro é 7,8 g/cm3.
 Pode ser atraído por íman.
 O ferro devido a sua resistência e plasticidade tem sido frequentemente
utilizado em construções.

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II - TRIMESTRE
TEMA C – Constituição da matéria
Aula nº 13 e 14

Subtema: Natureza ou Teoria corpuscular da matéria.


– Estados físicos de agressão da matéria: sólido, líquido e gasoso.

Sabe-se que as substâncias como, por exemplo, o açúcar, a água, o sal e o


oxigénio, são constituídas por inúmeras partículas não visíveis a olho nú e que
essas substâncias se podem encontrar em três estados físicos de agregação
distinguindo-se umas das outras pelas diferenças das suas propriedades e
transformações físicas e químicas.
Para sabermos como são constituídas as substâncias não se desmontam
para ver o seu interior, nem basta examinar ao microscópio; também sabemos que
certamente nunca ninguém viu o ar, mas sabemos que ele existe através de certos
fenómenos como: ondulação das folhas de árvores, quando destrói parcialmente ou
imparcialmente uma construção, etc.
Estados físicos de agressão da matéria: sólido, líquido e gasoso.
Nos sólidos, nos líquidos e nos gases, as partículas que constituem os
corpos estão distribuídas e ligadas de modo diferente.
Portanto, nos gases, a separação das partículas é maior, a distância entre
duas partículas próximas é aproximadamente 10 vezes o diâmetro tópico de uma
partícula.

Analogia para os estados físicos da matéria


1- Nos sólidos, os corpúsculos nunca estão quietos, mas praticamente não
saem do seu lugar e estão muito próximo uns dos outros.
2- Nos líquidos, os corpúsculos já têm mais espaço de manobra, isto é,
têm mais liberdade de movimentos, embora continuam todos próximos uns dos
outros.
3- Nos gases, os corpúsculos movem-se ainda com mais liberdade e estão
mais afastados.
No entanto, podemos concluir que os sólidos, os líquidos e os gases
distinguem-se por determinadas propriedades que são:
a) Os sólidos têm forma própria e o volume é praticamente constante. Nos
sólidos as partículas têm posições médias distribuídas de forma regular, forma redes

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cristalinas, as partículas exercem forças entre si e mantêm-se em vibração para um e
outro lado sem no entanto afastarem-se das suas posições médias.
b) Nos líquidos, já as partículas deixam de ter posições bem definidas.
Como estão sujeitas a forças de atracção que são mais fracas do que nos sólidos,
elas têm maior liberdade de movimento, andam em várias direcções, chocam-se
umas com as outras.
c) Nos gases, as partículas encontram-se a grandes distâncias umas das
outras. Podem mover-se em todas as direcções colidindo e ziguezagueando
interminavelmente. As partículas movimentam-se em todos os recantos do espaço
que contém o gás.
 Os corpúsculos das substâncias sólidas, líquidas e gasosas estão animados de
movimentos incessantes, limitados no espaço para os sólidos, mais livre nos
líquidos e ainda mais nos gases.

Aula nº 15 e 16

Subtema: Movimentos corpusculares. Pressão dos gases.

Pressão dos gases

As partículas constituintes do ar nos seus incessantes movimentos, ao


chocarem contra uma superfície empurram-na, o ar exerce uma pressão sobre esta
superfície, que é chamada pressão atmosférica.
Pressão atmosférica: é a quantidade do ar que envolve a terra.
Esta pressão atmosférica actua em todos os sentidos e direcções ou então
as partículas ao baterem-se ressaltam nas paredes do pneu ou outro recipiente,
exercem uma força sobre elas em toda superfície interna de cima para baixo, de
baixo para cima e para os lados. Esta pressão interior é maior que a pressão exercida
pelo ar sobre a superfície externa do pneu ou de qualquer recipiente.
Atenção: O ar atmosférico exerce pressão sobre todos objectos nele
situados. Cada um de nós está sujeito a esta pressão; No entanto, não nos sentimos
magoados por ela, porque os líquidos das nossas células e o sangue que circula nas
artérias, veias e vasos capilares, também exercem pressão de dentro para fora,
equilibrando a pressão que exerce o ar de fora para dentro.
A pressão é uma grandeza física. O aparelho que serve para medir a
pressão é denominado manómetro.
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Pressão de um gás: é o quociente entre o valor da força que o gás exerce
nas paredes do recipiente e a área dessas paredes.
Pressão = Valor da força que o gás exerce nas paredes do recipiente
área das paredes (em metros)

No sistema internacional (SI) a pressão mede-se em Newton por metro


quadrado (N/m2), uma unidade denominada pascal (Pa).

Exemplo: Se o ar exercer uma força de 100.000 N nas paredes do pneu e


este tiver a área de 0,10 m2, qual será o valor da pressão?

Resolução

Dados:

N = 100.000 Fórmula: P = N_
m2 = 0,10 m2
P = 100.000
0,10 m2
P = 1.000.000 Pa
Resposta: O valor da pressão na área do pneu será de 1.000.000 Pa.

Aula nº 17 e 18

Subtema: Pressão e volume dos gases. Temperatura e pressão dos gases.

Portanto, se taparmos a extremidade de uma seringa e comprimirmos o ar


dentro dela, sentimos que a medida que o volume da seringa diminui, aumenta a
força que temos de imprimir. Também vai aumentar a pressão do ar sobre o êmbolo
e sobre as paredes da seringa. Porém, esta pressão é devida às colisões das
partículas com as paredes da seringa.
Se o volume do recipiente diminuir sem alterar o número de partículas
(não entra e nem sai gás), passa haver o mesmo número de partículas num volume
mais pequeno. Assim, as partículas colidem mais vezes com as paredes da seringa.
O mesmo acontece com as botijas de gás. A pressão é levada como
consequência do elevado número de choques das partículas de gás contra a
superfície interna da botija, por isso estas devem ser robustas para não rebentarem.
Conclusão: O volume ocupado por um gás está relacionado com a
pressão que exerce.
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Temperatura e pressão dos gases
Nos gases, quando aumenta a temperatura, aumenta também a velocidade
com que as partículas se movem, o mesmo acontece quando um balão fica exposto
ao sol.
Portanto, a velocidade das partículas faz com que estas colidem mais
vezes com as paredes do recipiente em que está o gás. Colidindo mais vezes,
aumenta a pressão sobre as paredes. Se esse aumento de pressão se der num
recipiente fechado, pode originar uma explosão violenta.

Aula nº 19 e 20
Subtema: Unidades estruturais da matéria. Átomos e moléculas.
– Substâncias elementares e compostas.

A primeira teoria atómica da matéria surgiu na antiga Grécia no século IV


a.C., com filósofos Leucipo e Demócrito, eles pensavam que todos materiais eram
formados por corpúsculos indivisíveis que os gregos chamaram de átomos.
Estas ideias inicialmente eram apenas sugeridas sem qualquer apoio
experimental e quase foram abandonadas. Mais tarde, o químico inglês John Dalton
e outros cientistas, entre os séculos XVIII e XIX, retomaram a ideia sobre os
átomos e desenvolveram estudos com base em conhecimentos experimentais da sua
época.
Actualmente, as ideias sobre os átomos são bastante diferentes. Existem
técnicas experimentais que permitem confirmar de modo evidente a constituição
atómica da matéria.
No centro de cada átomo existe um núcleo constituído por partículas com
carga eléctrica positiva (protões) e partículas sem carga eléctrica (neutrões). Ao
redor do núcleo movimentam-se outras partículas em alta velocidade, formando
uma «nuvem electrónica», que são os electrões.
Os electrões são partículas com carga eléctrica negativa, esta carga
eléctrica negativa dos electrões compensa a carga positiva do núcleo, por isso diz-se
que o átomo é electricamente neutro.
O átomo é electricamente neutro, porque a quantidade de protões
existente no núcleo de um átomo é igual à quantidade de electrões que estão à sua
volta.
Porém, os átomos deixam de ser electricamente neutros quando ganham
ou perdem electrões
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Modelo do Átomo de carbono

Moléculas
Uma molécula é uma partícula electricamente neutra formada por dois
ou mais átomos iguais ou diferentes entre si.
Molécula é um conjunto de átomos que formam as substâncias.
Se uma molécula estiver formada por dois átomos diz-se diatómica, se
forem três átomos será denominada triatómica e se tiver quatro ou mais átomos
recebe o nome de tetratómica ou poliatómica.
Em seguida veremos os códigos de cores utilizados nas caixas dos
modelos moleculares.
Elementos Cores
Hidrogénio Cinzento
Oxigénio Vermelho
Carbono Preto
Azoto Azul
Cloro Verde
Enxofre Amarelo

As substâncias que contêm apenas átomos do mesmo elemento químico


chamam-se substâncias elementares ou simples. Exemplo: oxigénio (O),
hidrogénio (H), azoto (N), ouro (Au), Ferro (Fe), etc.
Substâncias compostas: são aquelas que contêm átomos de elementos
químicos diferentes. Exemplo: dióxido de carbono (CO2), água (H2O), dióxido de
enxofre (SO2), trióxido de enxofre (SO3), etc.

Aula nº 21

Subtema: Elementos químicos. Símbolos Químicos e fórmulas químicas. Metais e


não-metais.

Elemento químico: é uma espécie determinada de átomos que possuem


todo o mesmo número de protões e apresentam propriedades iguais.
17
Símbolos químicos: são representações do alfabeto universal dos
químicos, escritos do mesmo modo em todas as línguas.
– Na Química, tal como nas outras ciências a utilização de símbolos facilita
a comunicação.
– Os símbolos propostos por John Dalton não eram práticos, daí que a
comunidade científica adoptou por símbolos propostos pelo químico sueco Jons
Berzelius, que utilizava como símbolo apenas uma ou duas letras para representar o
nome do elemento em latim ou em grego, sendo a primeira letra maiúscula e a
segunda, quando necessária, minúscula.
Exemplo: o símbolo químico do cobre (cuprum, em latim), é Cu e do
crómio (chroma, em grego), é Cr.
Se alguns elementos tiverem a mesma letra inicial, como é o caso do cobre
(Cu) e cromo (crómio - Cr), Bromo (Br) e Bário (Ba), a segunda letra permite evitar
qualquer confusão na utilização e leitura dos símbolos.
Metais e não-metais

As propriedades das substâncias demonstram que elas se diferenciam


umas das outras pelas suas diversas propriedades, tais como as temperaturas de
fusão e de ebulição, bem como a condutividade térmica e eléctrica.
No entanto, além de cada elemento apresentar características que o
distinguem dos outros, existem propriedades ou semelhanças comuns a muitos
elementos que os permitem ser divididos em dois grandes grupos que são: metais e
não-metais.
Metais: são aquelas substâncias que apresentam propriedades metálicas,
bons condutores da corrente eléctrica e do calor.
As principais propriedades que caracterizam os metais são: a alta
condutividade eléctrica e térmica, o brilho metálico, a ductibilidade (que é
capacidade de serem transformados em fios finos), a maleabilidade (capacidade de
serem transformados em lâminas) e a sua tenacidade (resistência de serem
partidos por tracção).
Os metais usam-se na construção de edifícios e pontes; em meios de
transportes como: bicicletas, automóveis, aviões, helicópteros, comboios; em
electrodomésticos, em utensílios de cozinha, em ferramentas, jóias, objectos de
adorno, decorações e muitas outras aplicações de capital importância.
– Para este fim, os metais mais utilizados são o ferro (Fe), o zinco (Zn), o
cobre (Cu), o alumínio (Al), o chumbo (Pb), o níquel (Ni), o crómio (Cr), a platina
(Pt), a prata (Ag), o ouro (Au), o estanho (Sn) e o tungsténio (W).
18
– Os metais são sólidos à temperatura ambiente (25 ºC), excepto o
mercúrio (Hg) e o frâncio (Fr) que são líquidos.
– Não-metais: são as substâncias que se apresentam como maus
condutores da electricidade e do calor.
– As principais propriedades que caracterizam os não-metais são: má
condutividade eléctrica e térmica, podem ser sólidos, líquidos e gasosos à
temperatura ambiente. Exemplo: o oxigénio, o nitrogénio (azoto), o fósforo, o
enxofre, o carbono, etc.
– Os não-metais têm ampla aplicação na indústria médica e
medicamentosa para fabrico de pomadas e sabões medicinais para combater certas
doenças de pele, doenças cardiovasculares, etc; na agricultura para o fabrico de
pesticidas destinadas para combater os insectos e as pragas nas plantações, e outras
aplicações.
Os não-metais sólidos são frágeis e não são dúcteis nem maleáveis.
O silício é muito utilizado como semi-condutor em electrónica, por isso é
um exemplo típico de um semi-metal.

Aula nº 23
Subtema: Fórmulas químicas.

Para representar a constituição das moléculas das substâncias utilizam-se


fórmulas químicas também chamadas fórmulas moleculares.
Estas fórmulas obtêm-se a partir dos símbolos químicos dos átomos que
constituem as moléculas. Exemplo:
Molécula Fórmula da molécula
Cloro Cl2
Oxigénio O2
Monóxido de carbono CO
Dióxido de carbono CO2
Água H2O
Amoníaco NH3
Amónio NH4
Ozono O3
Dióxido de enxofre SO2
Trióxido de enxofre SO3
19
Em cada molécula, o número de cada tipo de átomos é indicado depois do
símbolo em índice inferior. Exemplo: o cloro (Cl2) é uma substância cuja molécula
é constituída por 2 átomos de cloro.
Cl2 Índice 2 – indica 2 átomos de cloro

Símbolo químico do cloro


A água é uma substância composta, formada por dois átomos de
hidrogénio e um átomo de oxigénio. Como nesta molécula só existe um átomo de
oxigénio omite-se (não se escreve) o índice 1 a seguir do símbolo de oxigénio.
Símbolo químico H2O Símbolo químico de oxigénio. Aqui
de hidrogénio tem como índice 1 (omite-se)
Índice 2, indica 2 átomos de hidrogénio.
Outro exemplo é do gás butano, muito utilizado nas cozinhas domésticas
como combustível, representa-se pela fórmula C4H10. Significa que tem na sua
molécula 4 átomos de carbono e 10 átomos de hidrogénio.
Símbolo químico de hidrogénio
Símbolo químico C4 H10 Índice 10, indica 10 átomos de
do carbono hidrogénio

Índice 4, indica 4
átomos de carbono
Tarefa
Escreve as fórmulas químicas dos seguintes compostos:
a) Monóxido de nitrogénio (azoto).
b) Dióxido de azoto.

Aula nº 24 e 25

Subtema: Iões. Representação simbólica dos iões. Fórmulas químicas de substân –


cias iónicas.

Na natureza ocorrem fenómenos que só se explicam através da existência


de cargas eléctricas. Por exemplo, quando penteamos o cabelo com um pente de
plástico ou por meio de energia eléctrica, há sempre alguns estalidos e o cabelo é
atraído pelo pente.

20
Portanto, alguns materiais quando friccionados atraem ou repelem outros
materiais também friccionados. Também sabemos que existem dois tipos de
interacção: atracção e repulsão, e dois tipos de cargas eléctricas designadas por
carga eléctrica positiva e carga eléctrica negativa.
As cargas eléctricas do mesmo sinal repelem-se e as cargas eléctricas de
sinais diferentes atraem-se.
Iões: são átomos carregados positivamente ou negativamente.
Os iões positivos chamam-se catiões e os iões negativos chamam-se aniões.
As substâncias formadas por iões são chamadas substâncias iónicas. São
sempre substâncias compostas constituídas por um agrupamento de iões positivos e
negativos, de tal modo que a carga total é igual a zero. Exemplo:
Cloreto de sódio (NaCl), onde:
Ião cloreto Cl- – o sinal (-) indica a carga eléctrica –1
Ião sódio Na+ – o sinal (+) indica a carga eléctrica +1
Regras para a escrita das fórmulas químicas dos compostos iónicos:
1- O ião positivo escreve-se sempre em primeiro lugar e depois escreve-se o
ião negativo. Ex: Na+Cl-
2- A soma das cargas dos iões é sempre zero.
Ex: Carga eléctrica do ião Na+ = +1
Carga eléctrica do ião Cl- = -1
A Soma total das cargas eléctricas é igual a zero (+1 -1 = 0).
– Atracção: puxão, choque, encontrão.
– Repulsão: réplica, rejeição, oposição, discórdia, negação, contradição.
Exercícios
Cloreto de cobre (CuCl2)
Iões cobre – Cu2+
Iões cloro – Cl- Cu2+Cl-
Neste caso, a carga eléctrica dos iões não é igual. O ião cobre tem duas
cargas positivas e o ião cloreto tem uma carga negativa. Para que a substância se
torne electricamente neutra é necessário que tenha 2 iões negativos para cada ião
positivo. Assim teremos:
1 . (+2) + 2 . (-1)
+2 – 2 = 0
0=0
Cromato de potássio (K2CrO4)
Iões potássio – K+
Iões cromato – CrO2-4
21
K2CrO4
2 . (+1) + x + 4 . (-2)
=2+x–8 Como a soma das cargas eléctricas é igual a zero, então:
2x – 8 2 . (+1) + 6 – 8 = 0
x=8–2 2+6–8=0
x=6 8–8=0
0=0
O número de cargas negativas é o dobro de cargas positivas. São
necessários dois iões positivos para cada ião negativo.

Tarefa
1- Resolve os seguintes exercícios:
a) Escreve o nome dos elementos cujos símbolos químicos são: Cl; Mg; Zn;
Na; Br; B; Ca.
b) Escreve as fórmulas químicas das seguintes substâncias iónicas:
– Óxido de potássio: K2O
– Fluoreto de magnésio: MgF2
– Dicromato de amónio: (NH4)2Cr2O7
– Cloreto de alumínio: AlCl3
- Cloreto de cálcio: CaO

III - TRIMESTRE
TEMA D – Transformações das Substâncias. Representação das reacções quí-
micas. Reacções ácido-base.

Aula nº 26 e 27

Subtema: Como transformar umas substâncias em noutras. Transformações por


acção do calor e por acção da electricidade.

Na natureza nada se perde, tudo se transforma. Sabemos que ocorrem


transformações químicas quando as substâncias se transformam noutras por acção
de calor, electricidade, luz, acção mecânica ou por junção de substâncias.

22
Transformações por acção do calor
Transformar o açúcar em caramelo é uma reacção química. Se prolongar o
aquecimento o açúcar carboniza, o caramelo fica transformado em carvão. O calor
fornecido ao açúcar (sacarose) provoca alterações na sua estrutura interna e dá
origem à formação de novas substâncias.
por acção
Sacarose carbono + água
do calor
A equação representa-se da seguinte forma:
C12H22O11 12 C (s) + 11 H2O (l)
Da mesma forma, se aquecermos o óxido vermelho de mercúrio obteremos
duas substâncias diferentes, que são: vapor de mercúrio que é tóxico e oxigénio.
por acção
Óxido vermelho de mercúrio mercúrio + oxigénio
do calor
2 HgO 2 Hg (l) + O2 (g)
Transformações por acção da electricidade
A electricidade pode provocar reacções químicas.
Electrólise – é a transformação de substâncias no estado líquido ou em
solução aquosa por acção da corrente eléctrica.
Para realizar a electrólise utiliza-se um recipiente especial com duas placas
condutoras (eléctrodos) que se chama voltâmetro.
No eléctrodo positivo libertam-se bolhas gasosas de cheiro característico:
são de cloro gasoso.
No eléctrodo negativo deposita-se uma substância de cor castanho-
avermelhada: é o cobre metálico.
O cloro e o cobre são substâncias com propriedades completamente
diferentes das propriedades do cloreto de (II), porque:
– O cloro é um gás venenoso de cheiro característico e tem cor esverdeada.
– Utiliza-se como desinfectante nas piscinas.
– O cobre é um metal de cor avermelhado.
A electrólise pode ser realiza com vários materiais e tem diversas
aplicações industriais. Por exemplo, o hidrogénio obtido pela electrólise da água é
usado no fabrico de amoníaco, que é matéria-prima para o fabrico de adubos.
Conclusão: Através da electrólise pode revestir-se um determinado metal
por outro. Por exemplo, as superfícies metálicas dos pára-choques de alguns

23
automóveis são revestidas por película de crómio, e as latas de conserva são
revestidas por película protectora que permite conservar melhor os alimentos.
por acção da
Água hidrogénio + oxigénio
Corrente eléctrica
2 H2O (l) 2 H2 (g) + O2 (g)

Aula nº 28 e 29
Subtema: Transformações por acção da luz, por acção mecânica e por junção de
substâncias.

Transformações por acção da luz


A luz provoca a transformação de certas substâncias noutras diferentes. Na
natureza as plantas verdes realizam a fotossíntese, através da qual a água e o
dióxido de carbono se transformam em matéria orgânica, ou seja, alimento para as
plantas e em oxigénio que é libertado para a atmosfera.
Por outro lado, vemos que o papel branco amarelece ou que os papéis de
cor vão perdendo respectivas cores se estiverem bastante tempo expostos ao sol.
A reacção química esquematiza-se da seguinte maneira:
por acção
Água + dióxido de carbono matéria orgânica + oxigénio
da luz
6 H2O (l) + 6 CO2 (g) C6H12O6 (s) + 6 O2 (g)

Algumas substâncias como, por exemplo, o cloreto de prata ou o brometo


de prata, enegrecem quando exposta a luz devido à formação de prata. Esta
decomposição por acção da luz tem aplicações na fotografia, constituída por cristais
de cloreto de prata ou o brometo de prata em suspensão e revestida por uma camada
gelatinosa que enegrece mais nos pontos atingidos pela luz reproduzindo a imagem
do objecto fotografado.
Outro caso, é quando se faz uma radiografia (RAIO X), utiliza-se também
uma película revestida de brometo de prata.
Transformações por acção mecânica
Sabemos que a cabeça de fósforo contém duas substâncias unidas por um
aglutinante (uma espécie de cola), uma dessas substâncias é o clorato de potássio
(KClO3). Enquanto o fósforo arde, o clorato de potássio transforma-se em cloreto de
potássio e oxigénio.

24
Calor
Clorato de potássio Cloreto de potássio + oxigénio
2 KClO3 2 KCl (s) + 3 O2 (g)
A reacção de decomposição do clorato de potássio e a reacção da outra
substância que a cabeça do fósforo contém (sulfureto de fósforo), necessitam de
energia para se desencadearem. Por esta razão é que elas só ocorrem, e o fósforo só
se acende depois de esfregar na lixa, com o atrito a cabeça de fósforo recebe energia
necessária para as reacções começarem.

Aula nº 30

Subtema: Transformações por junção de substâncias.

Sabemos que reacções químicas são as modificações sofridas por uma ou várias
substâncias que dão lugar a outras substâncias com propriedades diferentes. Entre as
manifestações que indicam ocorrência de uma reacção química podemos assinalar
as seguintes:
 Formação de um sólido
 Desprendimento de um gás
 Mudança de coloração
 Libertação ou absorção de energia
 Odor característico
 Formação de cristais
Se adicionarmos umas gotículas de ácido clorídrico ou outro ácido a
pedrinhas de calcário, as pedrinhas esfarelam e, simultaneamente formam um gás
que turva a água de cal. O calcário é uma mistura cujo constituinte essencial é uma
substância chamada carbonato de cálcio (CaCO3).
O carbonato de cálcio (cal), à temperatura ambiente, reage com o ácido
clorídrico libertando um gás que é o dióxido de carbono (CO2), formando uma
substância sólida de cor branca que é o cloreto de cálcio (CaCl2) e a água.
Carbonato de cálcio + acido clorídrico dióxido de carbono + cloreto de cálcio + água
CaCO3 (s) + 2 HCl (s) CO2 (g) + CaCl2 (s) + H2O (l)
Outro exemplo é o ferro, que em contacto com o oxigénio e a humidade do
ar enferruja e forma-se o óxido de ferro vulgarmente conhecido por ferrugem.
Ferro + Oxigénio Óxido de ferro
2 Fe (s) + O2 (g) 2 FeO (2)
25
4 Fe (s) + 3 O2 (g) 2 Fe2O3 (3)
Outros exemplos:
C (s) + O2 (g) CO2 (g)
4 K (s) + O2 (g) 2 K2O (s)

Aula nº 31

Subtema: Transformações de substâncias e relação com a sua constituição.


– Conservação dos átomos nas reacções químicas (Lei de Lavoisier).
Vários cientistas como Mikhail Vasilievich Lomonosov, de
nacionalidade russa e Antoine Lavoisier (francês), realizaram várias experiências
como: ensaios de incandescência dos metais em retortas fechadas antes e depois da
experiência, notando que durante a incandescência dos metais estes se cobriam de
uma camada de óxido, mas o peso da retorta com o metal e o ar não se alterava,
formulando que todas as transformações que têm lugar na natureza são tais que, o
que perde um corpo adiciona-se a outro.
Os resultados obtidos por estes cientistas e as suas conclusões traduziram-
se em:
Numa reacção química a massa total dos reagentes é igual à massa total
dos produtos da reacção. Esta lei é muito importante em química e denomina-se
“Lei da conservação de massa”, também conhecida como “Lei de Lavoisier”.

Aula nº 32
Subtema: Representação simbólica das reacções químicas. Reagentes e
Produtos da reacção.

As substâncias representam-se através das fórmulas químicas utilizando


esquemas que representam as reacções. Tais esquemas de representação universal
das reacções químicas são chamados equações químicas.
Para escrever uma equação química devemos seguir os seguintes passos:
1- Determinar as substâncias que entram na reacção e as que se obtêm como
resultado dela.
2- À esquerda escrevem-se as fórmulas das substâncias reagentes e à direita
às fórmulas das substâncias produtos da reacção.

26
3- Entre as substâncias reagentes e as que são produtos, coloca-se uma seta
dirigida para os produtos da reacção. Caso as substâncias reagentes ou as que são
produtos da reacção são várias, entre as suas fórmulas coloca-se o sinal mais
(+).
4- À direita da fórmula da substância escreve-se entre parêntesis um (s) se é
sólida, um (l) se é líquida, um (g) se for gasosa e (aq) se está em solução aquosa.
5- Colocam-se os coeficientes (números) antes das fórmulas das substâncias,
de forma tal que o número de átomos de cada elemento em ambos os membros da
equação seja igual. Este procedimento dá-se o nome de acerto de equação.
Exemplo:
1- Decomposição do óxido vermelho de mercúrio.
HgO (s) 2 Hg (l) + O2 (g)
2- Combinação do cobre com oxigénio:
2 Cu (s) + O2 2 CuO (s)

Aula nº 33

Subtema: Reacções químicas e temperatura. Reacções como fonte de calor.

Todo tipo de reacções exprimem-se por meio de equações químicas.


Reacções químicas: São transformações de matéria em que ocorrem
mudanças na composição químicq de uma ou mais substâncias.
 As reacções que ocorrem com libertação de energia na forma de calor,
chamam-se reacções exotérmicas.
 As reacções que absorvem energia na forma de calor são chamadas
reacções endotérmicas.
 As equações químicas nas quais se faz referência à quantidade de calor
libertado ou absorvido denominam-se equações termoquímicas.
Exemplo:
a) C (s) + O2 (g) CO2 (g) + Q
b) 2 H2O (l) 2 H2 (g) + O2 (g) – Q
Reacções como fonte de calor
Comburentes: são substâncias como o oxigénio, que permitem a combustão
de outras no seu seio.
Combustíveis: são aquelas substâncias que queimam no seio de comburente.

27
Por isso é que quando um combustível arde, o exterior recebe a energia
libertada durante a reacção de combustão.
Exemplo: O gás acetileno reage com o oxigénio do ar, originando
temperaturas na ordem dos 3.500 ºC. A equação química é a seguinte:
2 C2H2 (g) + 5 O2 (g) 4 CO2 (g) + 2 H2O (g)

Aula nº 34 e 35
Subtema: Velocidade das reacções químicas. Factores que afectam a velocidade
de uma reacção.

Até este momento foram observadas várias reacções químicas. Outras serão
ainda observadas através da experiência do dia-a-dia.
A velocidade de uma reacção química é uma grandeza que pode ser definida
como a quantidade de um dos produtos formados na reacção, no intervalo de tempo
que este leva a formar-se ou através da quantidade de um reagente que
«desaparece» por unidade de tempo.
Factores que afectam a velocidade de uma reacção.
A velocidade das reacções químicas pode ser alterada através da
concentração, a temperatura, o estado de divisão dos reagentes, a luz, etc.
As partículas dos reagentes (moléculas, átomos ou iões) movem-se e colidem
(choquem) umas com as outras.
As partículas ao colidir (chocar ou bater), devem ter energia suficiente para
que os átomos, moléculas ou iões das partículas dos reagentes sejam separados e a
seguir surjam dispostos de outra maneira.
Efeito da concentração dos reagentes
Aumentando a concentração dos reagentes a rapidez das reacções químicas
em geral aumenta. Quando se aumenta a concentração dos reagentes, aumenta o
número de partículas no mesmo volume e assim será maior a velocidade da reacção.
Efeito da temperatura
Cerca de 90% de uma amostra de clorato de potássio pode-se decompor em
20 minutos. Se a temperatura for elevada a 20 ºC, essa mesma quantidade
decompor-se-á em 5 minutos. Isto acontece porque quando a temperatura aumenta
as partículas têm movimentos mais rápidos e a possibilidade de chocarem é maior.
Conclusão: A velocidade das reacções químicas aumenta quando a
temperatura aumenta.
28
Efeito da superfície dos reagentes sólidos
Neste caso, vejamos o seguinte: Uma chapa de ferro não arde, já o pó de ferro
arde vigorosa e rapidamente. Um pedaço de madeira leva mais tempo a arder do que
igual quantidade de serradura de madeira.
Portanto, aqui a superfície de contacto dos reagentes é maior, implica maior
número de choques eficazes e consequentemente maior velocidade da reacção.
Conclui-se que a velocidade das reacções químicas é influenciada pelo
estado de divisão dos reagentes sólidos, seja em pequenos como em grandes
pedaços.
Efeito da luz
Outro factor que pode alterar a velocidade de uma reacção é a luz. A luz tem
muita importância em certas reacções químicas que é a fotossíntese nas plantas de
folhas verdes. Esta reacção representa-se pela seguinte equação:
6 CO2 (g) + 6 H2O (l) C6H12O6 (s) + 6 O2 (g)
Durante a fotossíntese, as plantas fabricam glicose (um tipo de açúcar) e
armazenam deste modo energia produzindo o oxigénio.
Outro exemplo é a descoloração dos tecidos de cor resultante da sua
exposição a luz solar durante muito tempo, mais rápida será a sua descoloração.
Efeito dos catalisadores
Há certas substâncias que quando misturadas com certos reagentes, tornam a
reacção mais rápida sem no entanto serem consumidas.
No fim da reacção continuam presentes em igual quantidade. Estas
substâncias são fundamentais no desenrolar de muitas reacções, tanto no interior
dos seres vivos como na indústria química. Estas substâncias chamam-se
catalisadores.
Catalisadores: são as substâncias que aceleram a velocidade das reacções
químicas mas que não são consumidas durante as mesmas.
Exemplo: O trióxido de enxofre (SO3) é obtido por oxidação do dióxido de
enxofre em presença de um catalisador que é o pentóxido de vanádio (V2O5). A
equação é a seguinte:
2 SO2 (g) + O2 (g) V2O5 2 SO3 (g)
Tarefa
1- Quais são os factores que afectam a velocidade de uma reacção química?
2- O que são catalisadores?

29
3- No quadro a seguir, encontre na vertical, horizontal e diagonal e em ambos
os sentidos, as seguintes palavras: Reagente, produto, solvente, soluto, solução,
exotérmica, endotérmica, concentração, catalisador, inibidor e velocidade.
B D P H V E L O C I D A D E A D Z B H
F C R I M X Q P T B V U B Q C X S T E
O A O R W Z L R V F I N I B I D O R M
M Q D N N V D T E U H D T X M E L F U
B S U T C A T A L I S A D O R B U X Q
X V T B D E Q B V Q E B M H É D Ç E X
W L O I R X N M S O L V E N T E A B T
N H B I F O T T X R Q M H U O M O H D
L C I P T T U H R E R B X P D B U D X
D A B F H É B M T A T T F R N Q X F B
T U H D E R P R V G Ç H A B E R B T M
V B Q E M M D E M E H A E B H X P R D
D M P T X I H Z C N D P O E M D B D E
H X R T B C M D O T U L O S H F E X H
T E V D P A H T P E R H B D B T D Q U

Aula nº 36 e 37

Subtema: Reacções de ácido-base. Ácidos. Soluções ácidas. Propriedades.


– Bases. Soluções básicas. Identificação de soluções básicas.

Na natureza encontram-se diversos tipos de ácidos como: o ácido cítrico


existente no limão e na laranja, o ácido acético que faz parte do vinagre, o ácido
clorídrico indispensável em no suco gástrico do homem e dos animais, o ácido
fórmico que se encontra nas formigas e vespas, para sua defesa inoculando-o nas
suas picadas.
Também a água das chuvas é ligeiramente ácida. As chuvas ácidas são
resultado da poluição que corroem os monumentos e dizimam as florestas.
Outros ácidos podem ser obtidos artificialmente ao fazer reagir a água com os
óxidos obtidos das combustões dos não-metais.
No laboratório os ácidos mais importantes são:
 O ácido clorídrico: HCl
 O ácido sulfúrico: H2SO4
 O ácido nítrico: HNO3
 O ácido fosfórico: H3PO4
 O ácido acético (viangre): CH3COOH

30
Quanto mais elevada for a concentração de um ácido, mais corrosivas serão
as suas soluções aquosas.
As soluções ácidas reconhecem-se pelo seu sabor azedo, por produzirem
efervescência com o calcário (libertando um gás – dióxido de carbono) ou
modificando a cor de indicadores.
Bases. Soluções básicas. Identificação de soluções básicas
Muitos alimentos temperados, fritos em muita gordura ou ingeridos à pressa,
provocam acidez no estômago, e este ácido em excesso produz azia (significa
amaro ou azedo). As pastilhas que aliviam as dores de estômago e os sais de frutos
contêm bases que actuam sobre o ácido combatendo a azia.
Muitas bases (ou hidróxidos) podem ser obtidas artificialmente ao fazer reagir
a água com os óxidos de metais. Muitos materiais do nosso planeta contêm várias
substâncias básicas como, por exemplo, os produtos de limpeza e outros para
desentupir canos, têm hidróxido de sódio, é preciso muito cuidado no seu
manuseamento.
As bases ou hidróxidos mais importantes no laboratório são:
 O hidróxido de potássio: KOH
 O hidróxido de sódio: NaOH
 O hidróxido de cálcio: Ca(OH)2
 O hidróxido de magnésio: Mg(OH)2
 O hidróxido de amónio: NH4OH
As soluções dos hidróxidos são amargas e geralmente escorregadias ao
tacto.
– Identificação de soluções ácidas, básicas e neutras.
– Indicadores de ácido-base.
Além de soluções ácidas e básicas existem ainda substâncias que dissolvidas
em água não têm comportamento ácido nem básico, dando origem a soluções
neutras como, por Exemplo: o cloreto de sódio (NaCl) e o sulfato de sódio em
solução aquosa (Na2SO4 (aq)).
Para identificar o carácter ácido-base de soluções aquosas usamos substâncias
naturais ou preparadas nos laboratórios, que funcionam como indicadores.
Um indicador é um produto que por variação de cor, indica se uma solução
aquosa ácida, básica ou neutra.
Alguns indicadores usados em laboratórios e respectivas cores (ácida,
básica e em solução neutra) são:

31
Indicadores Cor ácida Cor básica Cor em solução neutra
Fenolftaleína Incolor Carmim Incolor
Tintura de tornesol Vermelha Azul Arroxeada
Azul de bromotimol Amarela Azul Verde
Indicador universal Vermelha Azul Amarelo-esverdeado

Aula nº 38
Subtema: Escala de pH. Medição do pH. Importância do pH na vida, na
agricultura, no ambiente e na indústria.
– Reacções de ácido-base e sua importância. Noção de sal.

Se alguém ingerir um gole de cerveja, sentirá que tem um sabor azedo. A


cerveja é uma solução ácida. No mercado há cervejas menos ácidas que outras, têm
diferentes graus de acidez.
Há também hidróxidos (bases) cujas soluções, como a lixívia e as pastas de
dentes, apresentam diferentes graus de basicidade.
Um dos processos de medir a maior ou menor acidez ou a maior ou menor
basicidade de uma solução consiste em determinar o seu pH.
O pH de uma solução pode ser determinado utilizando um indicador universal
que é um constituído por uma mistura complexa de vários indicadores, que
apresenta-se geralmente na forma de uma fita de papel acompanhada de uma escala
de cores. Ver fig. 119, pág. 91 – Manual de apoio.
A escala de cores corresponde uma escala numérica que é a escala de pH. Os
diferentes valores de pH significam o seguinte:
– Valores inferiores a 7: a solução tem carácter ácido.
– Valor igual a 7: a solução é neutra, isto é, não é ácida nem básica.
– Valores superiores a 7: a solução tem carácter básico.
É possível determinar o pH de uma solução com um computador que
disponha de um sensor de pH e de software apropriado.

Aula nº 39 e 40

Subtema: Reacções ácido-base. Noção do conceito de sal.

Sabemos que o tornesol tem a cor roxa numa solução neutra. Se


evaporássemos essa solução neutra encontraríamos apenas cristais de um sal
conhecido por nós (cloreto de sódio – sal de cozinha).
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Quer dizer que se obteve cloreto de sódio na reacção entre o ácido clorídrico
e a solução de hidróxido de sódio mais água.
HCl (aq) + NaOH (aq) NaCl (aq) + H2O (l)
Outro exemplo da reacção entre uma solução ácida e uma solução básica é a
que ocorre entre o ácido clorídrico e a solução aquosa de hidróxido de amónio, que
é traduzida pela seguinte equação química:
HCl (aq) + NH4OH (aq) NH4Cl (aq) + H2O (l).
O sal formado nesta reacção chama-se cloreto de amónio. A reacção
entre ácidos e bases (hidróxidos) origina sempre um sal e água.
HCl (aq) + NH4OH (aq) NH4Cl (aq) + H2O (l).
ácido + base Sal + água
O hidróxido de magnésio existe em certas pastas de dentes e no «anti-ácido»
leite de magnésio.
Quando os óxidos gasosos são expelidos pelas chaminés e dissolvem-se na
humidade atmosférica, produzindo as chuvas ácidas que tornam bastante ácidas as
águas dos rios, lagos, lagoas, provocando a morte dos peixes que aí vivem,
dizimando florestas e danificando fachadas de prédios.
Portanto, nem sempre os sais são solúveis em água, pois encontramos na
natureza maravilhosas formações calcárias devidas a depósitos de carbonato de
cálcio, que é uma substância que não se dissolve em água, é um sal insolúvel, ou
seja, forma um precipitado.
Exemplo: A reacção entre carbonato de sódio e cloreto de cálcio que são
substâncias iónicas, representa-se da seguinte forma:
Na2CO3 (aq) + CaCl2 (aq) CaCO3 (s) + 2 NaCl (aq)
Outro exemplo é da mistura das soluções aquosas entre nitrato de prata e o
cloreto de sódio, obtendo um precipitado de cloreto de prata.
AgNO3 (aq) + NaCl (aq) AgCl (aq) + NaNO3 (aq)
Quando o ácido fósforo reage com o hidróxido de cálcio corre uma reacção
de ácido-base:
2 H3PO4 (aq) + 3 Ca(OH)2 Ca3(PO4)2 (aq) + H2O (l)

Exercícios

1- Completa e acerta as seguintes reacções químicas:


a) Ag+ (aq) + Cl- (aq) AgCl (s)
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b) KOH (aq) + HNO3 (aq) KNO3 (aq) + H2O (l)
c) 2 NO2 (g) N2 (g) + 2 O2 (g)
d) 2 H2S (g) + 3 O2 (g) 2 SO2 (g) + 2 H2O (l)
e) HCl (s) + Zn (s) ZnCl2 (aq) + H2 (g)
f) 2 Al (s) + 3 Cl2 (l) 2 AlCl3 (aq)
g) CuCO3 (aq) + 2 HCl (aq) CuCl2 (aq) + H2O (l) + CO2 (g)
h) SO2 (g) + H2O (l) H2SO3 (aq)
i) H2SO4 (s) SO3 (g) + H2O (l)
2- Escreve os nomes dos seguintes compostos químicos:
– Carbonato de cálcio: CaCO3
– Fosfato de amónio: (NH4)3PO4
– Sulfato de alumínio: Al2 (SO4)3
– Sulfato de potássio: K2SO4
– Nitrato de magnésio: Mg(NO3)2
3- Escreva e acerte as equações químicas que traduzem as seguintes transformações
químicas:
a) Enxofre + Oxigénio: S8 + 12 O2 8 SO3
b) Hidrogénio + Flúor: H2 + F2 2 HF
c) Fósforo + Cloro: P4 + 6 Cl2 4 PCl3
d) Cobre + Oxigénio: 2 Cu + O2 2 CuO
4- Completa as seguintes equações químicas que traduzem reacções de precipitação:
a) AgNO3 (aq) + KI (aq) AgI (s) + KNO3 (aq)
b) Na2SO4 (aq) + BaCl2 (aq) BaSO4 (s) + 2 NaCl (aq)
c) Pb(NO3)2 (aq) + 2 KI (aq) PbI2 (s) + 2 KNO3 (aq)

CONCEITOS BÁSICOS DE QUÍMICA

Tiveram a oportunidade de verificar em síntese que a Química é a ciência


que estuda a composição e as propriedades das diferentes substâncias e matérias,
suas transformações e variações de energia.
O contributo da Química é importante em áreas como a agricultura, a
educação, a saúde, a pecuária, a indústria e outros serviços públicos.
Substância – é tudo aquilo que constitui um corpo.
Átomo – é uma partícula ínfima que possui as propriedades de um
determinado elemento químico. O átomo é a unidade estrutural de uma substância e

34
é constituído por partículas mais pequenas denominadas por protões, neutrões e
electrões.
Elemento químico – é uma espécie determinada de átomos que possuem
propriedades iguais.
Símbolo químico – é uma simplificação universal adoptada pelos
químicos para representar um elemento químico ou átomos desse elemento,
representado pela primeira letra maiúscula do seu nome, em latim ou grego e, em
muitos casos por duas letras, onde a primeira deve ser sempre maiúscula e a
segunda minúscula.
O símbolo químico representa o nome desse elemento químico, um átomo
desse elemento ou mole do átomo desse elemento.
Molécula – é um conjunto ou associação de átomos que constituem as
substâncias.
Mole – é a quantidade de matéria (substância) de um sistema que contém
6,022 x 1023 partículas, esse número denomina-se Constante de Avogadro.
Massa molecular relativa (Mr) – é a soma das massas atómicas relativas
(Ar) de todos os átomos dos elementos que constituem a substância, M r(x). Exemplo:
A água (H2O).
Ar (H) = 1
Ar (O) = 16
Mr = 2 x 1 + 1 x 16
Mr(H2O) = 2 + 16 =18 u.m.a.
Massa molar – é a relação existente entre a massa da substância e a
quantidade de substância ou (número de moles).
M(x) = m(x) / n(x), ou seja: M = m_ e n = m_
n M
Transformações: são alterações de substâncias que ocorrem na Natureza.
Em Química consideram-se dois tipos fundamentais de transformações que são:
transformações físicas e transformações químicas.
Transformações físicas – são aquelas que ocorrem sem a formação de
novas substâncias. Ex: rasgar um papel.
Transformações químicas – são aquelas que acontecem quando ocorre a
formação de novas substâncias com novas propriedades.
As transformações químicas são chamadas por reacções químicas.
Reacção química – é a transformação de uma ou mais substâncias em
outra(s) com novas propriedades.
Equação química – é forma de representação convencional das reacções
químicas mediante fórmulas e símbolos químicos.

35
A representação das equações químicas obedece as seguintes regras:
1- As substâncias reagentes e as de produtos de reacção devem ser
representadas pelas respectivas fórmulas.
2- As substâncias reagentes escrevem-se à esquerda da seta ( ) e as que
são produtos de reacção à direita.
3- Os estados de agregação das substâncias envolvidas na reacção devem ser
indicados e colocados à directa das fórmulas das substâncias, entre parênteses.
Exemplo: sólido (s), líquido (l), gasoso (g), e para as substâncias em solução aquosa
escreve-se (aq), respectivamente.
4- Deve-se acertar a equação química com base na lei da conservação da
massa.
Lei da conservação da massa, conhecida por Lei de Lavoisier
Numa reacção química, a massa total das «substâncias reagentes» deve
ser igual à massa total das substâncias formadas (obtidas), as quais são denominadas
«produtos de reacção». Exemplo:
2 Mg (s) + O2 (g) 2 MgO (s)
2 H2O (l) 2 H2 (g) + O2 (g)
CaO (s) + H2O (l) Ca(OH)2 (aq)
Na2CO3 (aq) + CaCl2 (aq) CaCO3 (s) + 2 NaCl (aq)
AgNO3 (aq) + NaCl (aq) AgCl (s) + NaNO3 (aq)
CuCl2 (aq) + H2O (l) + CO2 (g) CuCO3 (s) + 2 HCl (aq)
A operação de acertos das reacções consiste em igualar o número de
átomos de cada elemento em ambos os membros, ou seja, coloca-se os coeficientes
estequiométricos antes das fórmulas, de forma a tornar o número de átomos igual.
Atenção:
Lição: É a ordem cronológica da administração das aulas.
Aula: É um conjunto de actividades desenvolvidas entre professor e aluno
num período de 45 minutos ou mais.
OBS: A numeração das aulas não é taxativa, sofrerá alterações em função
das aulas de recuperação, revisão e avaliações contínuas.

ELABORADO POR: COORDENAÇÃO DE QUÍMICA – 2022/2023

…AM / Magas, Lic.

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