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Pequena aldeia, aparentemente situada na Galileia.
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Para não haver repetição, em alguns momentos se usará Madalena para se referir a Maria
Madalena.
neste momento passa por uma crise existencial, sendo que não sente vontade
de se submeter a um casamento.
Maria chama Jesus de Rabi que em hebraico quer dizer “Mestre”, além
de fazer companhia a ele em seus momentos de aflição, dizendo que todos
estariam juntos com ele, embora esses sentimentos de melancolia de Jesus
não foi algo fácil de ser entendida, a personagem é a única perante o grupo
que tenta entender o que está acontecendo, posto que tal atitude demonstre
amadurecimento da parte dela.
Em um momento em que Jesus reza com seu povo a oração do Pai
Nosso, o personagem pede a protagonista que ela seja “suas mãos” no meio
da multidão, algo que faz de Maria seja uma figura importante no processo de
evangelização.
Numa outra cena, Madalena comenta com Pedro que Jesus sente medo,
algo que é criticado pelo discípulo. Percebe-se que cabe a personagem
enxergar a humanidade do Messias.
Quando a protagonista, conhece Maria de Nazaré (Virgem Maria), esta a
questiona sobre o que Deus lhe havia exigido dela para seguir seu filho e ainda
diz que é necessária a preparação para perdê-lo, e neste momento que se
percebe mais uma vez o contraponto entre Madalena e os outros discípulos, já
que ela passa a entender a missão de Cristo que se concretiza em sua morte e
ressureição, enquanto os demais acham que Jesus faria milagres entre as
pessoas demonstrando o poder do reino. Assim quando a entrada em
Jerusalém, Maria é a única que não demonstra entusiasmo e se mostra
reflexiva.
Assim que adentram no Templo, a personagem também é a única que
percebe que era errado comercializar em um local sagrado. Jesus neste
momento confronta o Sumo Sacerdote e depois passa a destruir o espaço.
Novamente percebe-se que Maria tem comportamentos diferentes ao
demonstrar uma postura de firmeza, enquanto os discípulos mostram-se
incomodados com a atitude do Mestre.
Após a cena do Templo, se tem outra cena em que Madalena lava os
pés de Jesus em um ato simbólico e ele repete os gestos de quando o João
Batista o ungiu, passa água nos olhos de Maria e diz “Abra seus olhos para a
luz. Assim começou. Não impeça agora, e nem deixe que eles impeçam”. Ela
responde apenas: “Eu estarei com você, não vou partir”. E Jesus diz: “Maria,
você é minha testemunha”.
Depois disso, Jesus vai orar e os discípulos se reúnem com o intuito de tirá-lo
de Jerusalém, porém Maria aparece é diz que o que tiver de acontecer é a
vontade de Deus e não deve ser impedido. Após isso, Judas entrega Jesus e
confessa a Madalena que fez isso com o objetivo de fazer com que o Mestre
inicie o “Reino de Deus”. Em seguida a personagem corre em direção a
Jerusalém, onde observa Cristo a caminho da crucificação, ela tenta chamar
sua atenção, mas desiste e começa a chorar contidamente, suportando
sozinha a sua dor.
Depois da crucificação de Jesus, ela reencontra Judas e tendo um gesto
de perdão ela o cumprimenta, pois entende que aquilo era a vontade de Deus.
A confirmação de que o Reino de Deus existe, para Maria, parece se dar
quando ela finalmente reencontra Jesus. Após encontrar Cristo, Maria vai ter
com os apóstolos, diz que o viu, e que a dor que ele sentia havia desaparecido.
Depois do relato de Maria sobre ter visto Jesus após a morte, Pedro diz
que foi apenas um sonho dela, mas ela permanece afirmando que Cristo não
morreu que o Reino está aqui e agora, que não é algo que se pode ver porque
está dentro de cada um, que cresce a cada ato de amor, caridade e perdão, e
que se a palavra for levada como ele levou todos serão livres como ele é.
Pedro diz que Jesus não poderia ter ido falar somente com ela, e que não há
um mundo novo para os que sofrem, e Maria repete pela primeira vez as
palavras que ouviu de Cristo: “Como se sente carregando esse ódio em seu
coração? Ele diminui com o passar dos dias?” e continua “Temos o poder de
aliviar o sofrimento deles, isso cabe a nós”. Pedro insiste que isso foi apenas
um sinal de que ele voltará para trazer o verdadeiro reino, um mundo novo, e
Maria diz “O mundo só mudará se nós mudarmos”. Então Pedro retruca que
não é certo ela aparecer dizendo que ele escolheu a ela ao invés dos outros, e
que a entregou uma mensagem especial. Maria responde que eram todos
especiais. Pedro diz que cada homem naquele lugar irá construir uma Igreja
com uma só mensagem, e Maria insiste que se agirem dessa forma será a
mensagem dele, Pedro, e não a de Jesus. Pedro acusa Maria de tê-los
enfraquecido, de ter enfraquecido a Jesus, e Maria agradece a todos os
irmãos, mas enfatiza que não irá se calar, que será ouvida. Jesus, ao aparecer
novamente para Madalena, afirma que a atitude de não perder a coragem
diante de Pedro responde ao questionamento que ela lhe fez no início do filme,
de como seria estar com Deus. Então Maria aparece andando, com a cabeça
erguida, enquanto parece repetir mentalmente.
O filme finaliza com frases escritas em um fundo escuro, as quais
explicam que, segundo os evangelhos do cristianismo, Maria estava presente
na morte e no enterro de Jesus, bem como é reconhecida como primeiro
testemunho de Jesus ressuscitado, ressaltam que Maria apenas foi dada como
prostituta em 591 D.C., pelo Papa Gregório, mas que em 2016 foi reconhecida
pelo Vaticano como “Apóstola dos Apóstolos” e primeira mensageira do Jesus
ressuscitado.
Obra cinematográfica:
MARIA Madalena. Direção: Garth Davis. Produção: Iain Canning; Emile
Sherman; Liz Watts. Intérpretes: Rooney Mara; Joaquin Phoenix; Chiwetel
Ejiofor; Tahar Rahim; Ariane Labed; Michael Moshonov; Denis Ménochet;
Lubna Azabal e outros. Roteiro: Philippa Goslett; Helen Edmundson. Música:
Jóhann Jóhannsson. California: Universal Pictures, 2018. 1 bobina
cinematográfica (114min), son., color.