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Aula 3 - A motivação
Referências
Aula 1
32 minutos
INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Na Aula 1, vamos começar a preparar você, futuro profissional de educação física, para sua
compreensão sobre a psicologia do esporte e do exercício e atuação nesta área. Iremos informá-lo sobre a
natureza da psicologia do esporte e do exercício, descrevendo seu objeto de estudo, um pouco de sua
história e o que fazem os psicólogos do esporte e do exercício.
Como a união entre a ciência e a prática é um conceito importante, esta aula também apresentará as
principais formas de aquisição de conhecimento na psicologia do esporte e do exercício, enfatizando a
importância de unir os conhecimentos científico e prático, possibilitando melhor atuação psicológica aos
alunos, aos atletas e aos praticantes de exercícios. Essas informações podem ajudá-lo a decidir se deseja ou
não seguir uma carreira, em equipe multidisciplinar, na área da psicologia do esporte e do exercício. Venha
comigo neste aprendizado!
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Como uma área emergente da psicologia aplicada, a psicologia do esporte e do exercício consiste no
“estudo científico do comportamento humano em contextos esportivos e de exercício e na aplicação prática
desses conhecimentos” (WEINBERG; GOULD, 2017, p. 4). Ou seja, os psicólogos do esporte estudam as causas
e os efeitos das emoções, dos pensamentos e dos comportamentos que um indivíduo apresenta antes,
durante e após a prática de exercícios físicos ou de atividade esportiva.
A psicologia do esporte começou a ser desenvolvida no início do século XX, visando esclarecer a razão de os
profissionais de educação física deviam estar familiarizados com a psicologia e seus benefícios psicológicos
que poderiam advir da prática das atividades físicas e esportivas. A trajetória histórica pode ser sintetizada
em seis períodos, conforme mostra o Quadro 1 a seguir:
Períodos Características
Primeiro período: 1893-1920 motivações que levavam os ciclistas a treinar em grupo e terem melhor
desempenho sobre aqueles que treinavam sozinhos.
Segundo período:1921-1938 Unidos (Gri"th), no Japão (Matsui) e na Alemanha (Schulte; Sippel). Nos EUA,
Coleman Gri"th discutiu os problemas levantados pelos métodos de
treinamento da época.
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Contínuo crescimento em todo o mundo, pela pesquisa considerável e
No entanto, ainda é preciso esclarecer que, nem toda psicologia aplicada ao esporte é psicologia do esporte.
Rubio (2003) nos aponta que a psicologia do esporte é a melhor forma de estudar o ser humano envolvido na
prática de atividade física e esportiva competitiva e não competitiva, podendo abranger processos de
avaliação, práticas de intervenção ou análise do comportamento social que surge na situação desportiva,
uso de técnicas de intervenção para maximizar o desempenho esportivo (RUBIO, 2007). No Brasil, por quase
três décadas, parte da produção acadêmica e o trabalho prático, pautaram-se em modelos teóricos
desenvolvidos nos EUA e na Europa (RUBIO, 2007). Mas, devido a especificidade do esporte brasileiro, os
instrumentos e as técnicas precisaram ser adaptados às condições de instituições esportivas e as variações
O processo de constituição da psicologia do esporte no Brasil, conforme Carvalho (2019) indica que primeiro
ocorreu a inserção da psicologia nos cursos de Educação Física (1930-1940), por meio de outros profissionais,
resultando nas primeiras iniciativas de aplicação da psicologia no esporte de alto rendimento e de várias
publicações. Em um segundo momento, de 1950 a 1960, ocorreu a aproximação entre os campos de
O esporte (competitivo ou não) e os exercícios físicos têm despertado interesse teórico-prático de diversas
áreas científicas, com significativas descobertas e pesquisas, principalmente com estudos laboratoriais de
fenômenos humanos, para poder comprovar suas teorias e para poder aplicar seus métodos. Como forma de
desenvolver conhecimento, em uma relação mútua, os profissionais envolvidos na prática esportiva, podem
se aprimorar, tanto no campo teórico como no metodológico; e, por outro lado, os psicólogos desportivos
podem aprender e compreender a realidade e os problemas da prática esportiva e do exercício com a ajuda
das pessoas que se ocupam da parte prática.
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Os pesquisadores da área da psicologia do esporte e do exercício têm dois objetos de estudos: entender
como os fatores psicológicos afetam o desempenho motor de uma pessoa; e, entender como a participação
na atividade física afeta seu desenvolvimento psicológico (WEINBERG; GOULD, 2017). Desta forma, o que se
pretende é identificar princípios e diretrizes para que outros profissionais (de educação física, por exemplo)
possam empregar, para ajudar crianças e adultos a participarem e se beneficiarem de atividades esportivas e
de exercício.
Precisamos esclarecer o seguinte: tanto o psicólogo quanto o profissional em educação física podem atuar
Com sua evolução, a psicologia do esporte e do exercício se tornou uma disciplina científica, compondo as
ciências do esporte, com suas próprias teorias, seus métodos e programas de treinamento. De acordo com
Rubio (2002), desde o século XX, as pesquisas envolviam estudos próximos à fisiologia, mas a partir de 1988,
temas como motivação, personalidade, agressividade e violência, liderança, dinâmica de grupo, bem-estar
psicológico, pensamentos e sentimentos dos atletas e diversos outros aspectos da prática esportiva e do
exercício começaram a fazer parte da prática profissional e das pesquisas. Assim como os aspectos
emocionais, por vezes um componente decisivo, também foram incorporados ao treinamento de atletas e
equipes de alto rendimento.
A Figura 1 mostra como a psicologia do esporte e suas inter-relações com outras ciências do esporte e a
atividade esportiva, exigindo-se um conhecimento maior nessas áreas, para uma atuação mais assertiva e
efetiva.
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Fonte: adaptada de Samulski (2009, p. 5); Conde et al. (2019, p. 28).
De acordo com a Figura 1, aos campos de atuação/aplicação da psicologia do esporte e do exercício, que
• Esporte de rendimento: a psicologia é utilizada como uma ferramenta para aperfeiçoar o processo de
com enfoque na questão socioeducativa do esporte e do exercício, tendo como base as fases do
escolar).
• Esporte recreativo: tem em vista o bem-estar físico e mental do indivíduo, estuda as motivações, as
atitudes e os interesses de grupos recreativos de diferentes faixas etárias, atuações profissionais e classes
• Esporte de reabilitação: envolve atletas lesionados e atletas deficientes físicos ou mentais, intervindo nos
aspectos preventivos e terapêuticos do esporte e do exercício, como reinserção social, melhoria de qualidade
de vida e de lazer (exemplo: atletas paraolímpicos).
• Projetos sociais: objetiva a inclusão social dos indivíduos em vulnerabilidade social e psíquica, por meio de
equipe multidisciplinar, com uso de ferramentas pedagógicas associadas à prática esportiva (exemplo:
• Clínica do esporte: direciona o foco para a relação entre os fenômenos pessoais e as demandas esportivas
que os praticantes ou atletas experienciam, como os transtornos emocionais graves (depressão ou
desempenho de atletas e, de forma relevante, na melhoria da saúde física e mental de seus praticantes. É
capaz de influenciar e moldar comportamentos de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, a alcançar
Veja nos exemplos, como a psicologia do esporte e do exercício pode ser aplicada: no fatídico 7 a 1 para a
Alemanha, na Copa do Mundo de 2014, o estado emocional dos jogadores brasileiros estava visivelmente
abalado, pela pressão em vencer em casa, por ser campeão na Copa das Confederações, pela falta de coesão
entre jogadores, pela falta de liderança e também de motivação dos jogadores entre outros fatores. Percebe
como a preparação psicológica poderia ter interferido no desempenho esperado por um jogador ou a
equipe?
E se você fosse um personal trainer, como se sentiria com o pouco interesse de seu(s) cliente(s) em aprender
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novas capacidades de condicionamento para a vida toda? Como você motivaria os alunos (clientes)
sedentários a se engajar e permanecer em atividades e/ou exercícios físicos?
Na prática da intervenção psicológica junto a atletas e equipes, no caso das modalidades individuais, o foco é
o próprio atleta, com atividades voltadas para a concentração, o controle da ansiedade e o manejo das
sobre as relações grupais, a formação de vínculo e organização de liderança (jogos dramáticos e técnicas de
No contexto competitivo, existe divergências entre técnicos e psicólogos do esporte sobre qual intervenção
será mais bem-sucedida para vencer um jogo, se por meio de defesa destacada, se por um sistema ofensivo
aberto ou se por um plano de jogo estruturado e controlado (por exemplo). Para isso, Weinberg e Gould
(2017) sugerem para esses profissionais, três orientações mais prevalentes no campo esportivo e do
A orientação psicofisiológica estuda os processos fisiológicos do cérebro e sua influência sobre a atividade
física (exemplo: avaliar os batimentos cardíacos, a atividade de ondas cerebrais e os potenciais de ação
muscular); a orientação sociopsicológica focaliza como interações complexas entre o ambiente social e a
Diante do que foi exposto, é possível entender que a psicologia do esporte brasileira segue em conjunto tanto
com a psicologia como com o esporte. No contexto do esporte competitivo a intervenção visa a produção da
vitória; na prática de atividades de tempo livre, na iniciação esportiva não competitiva e na reabilitação, o que
norteia é a motivação e a adesão, o bem-estar psicológico e o manejo de pensamentos e sentimentos que
levam à busca da atividade física e esportiva em diversos contextos sociais em cada uma dessas populações.
VÍDEO RESUMO
Neste vídeo você verá sobre o objeto de estudo da psicologia do esporte e do exercício e os campos de
atuação nesta área. Também verá um pouco da trajetória histórica da psicologia do esporte e do exercício no
Brasil e no mundo, além de poder compreender como a ciência e a prática andam lado a lado, dando suporte
para geração de conhecimento científico e melhor atuação psicológica aos alunos, aos atletas e aos
praticantes de exercícios.
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Saiba mais
Conheça um pouco mais sobre as delimitações das áreas de atuação na psicologia do esporte no Brasil,
formação necessária, intervenção na psicologia do esporte brasileira e suas inter-relações. Leia o artigo
de Ivan Tertuliano e Afonso Machado que trata especificamente da psicologia do esporte brasileira.
rendimento. Ouça o podcast para entender como esse estado emocional provoca reações fisiológicas
que podem comprometer o desempenho de um atleta.FALCÃO, R. S. Como o medo pode impactar os
Aula 2
32 minutos
INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta aula, você começará a aprender sobre as características da personalidade dos
participantes de esporte e de exercícios físicos e como os comportamentos se alteram, dependendo das suas
motivações e emoções. Entenderá como a neurociência aplicada ao esporte tem beneficiado atletas e
esportivas, está sendo decidida cada vez mais pelos fatores psicológicos e que, a personalidade é um
elemento importante que pode afetar a saúde do indivíduo, uma vez que reforça suas potencialidades e
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influencia seu comportamento. Portanto, saber quem são as pessoas que está em treinamento e suas
personalidades, te dará suporte necessário para trabalhar efetivamente com praticantes de esportes ou de
exercícios físicos. Vamos lá!
rendimento, a autodisciplina e a força de vontade (SAMULSKI, 2009). Além disso, para o bom desempenho
esportivo, “também são necessárias características de personalidade, como capacidade de liderança,
autodomínio, extroversão e comunicação social” (SAMULSKI, 2009, p. 35).
Você já se perguntou por que alguns praticantes de exercícios físicos permanecem em seus programas de
condicionamento, enquanto outros desistem ou perdem a motivação? Será que a personalidade de um atleta
regularidades. Portanto, “personalidade é o conjunto daquelas características que fazem da pessoa ser única”
(WEINBERG; GOULD, 2017, p. 25).
Entenda melhor a personalidade por meio de sua estrutura. Veja a Figura 1.
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Fonte: Weinberg e Gould (2017, p. 26).
A personalidade é dividida em três níveis separados, porém relacionados (SAMULSKI, 2009; WEINBERG;
GOULD, 2017):
• Núcleo psicológico, o nível mais básico e estável da personalidade, inclui atitudes e valores, motivos e
interesses, pensamentos e crenças sobre a própria pessoa.
• Respostas típicas, se refere ao modo como cada pessoa aprende a se adaptar ao ambiente e como
responde geralmente a estímulos ambientais e sociais.
As pessoas diferem umas das outras no jeito de se comportar, de reagir, ter ou não atitude em determinada
situação, pensar, se emocionar e responder num determinado momento, de acordo com seus traços e suas
estresse, tristeza e medo, os quais, na maioria das vezes, determinam as ações. Assim, emoções, sentimentos
e humor caracterizam-se em estados emocionais, que variam conforme situações e momentos, de caráter
temporário.
Estudos da neurociência têm relacionado a importância do córtex pré-frontal na regulação das emoções,
relacionando essa estrutura anátomo-fisiológica às características de personalidade, como exemplo, o “estilo
afetivo”, isto é, o jeito que cada pessoa percebe estímulos emocionais e reage a eles (LENT, 2018).
Evidências mostram que o papel do córtex pré-frontal pode ser lateralizado, ou seja, o direito e o esquerdo
teriam funções diferentes no processamento das emoções. Portanto, a neurociência é fundamental para que
o treinador entenda os aspectos corticais (provenientes do trabalho do encéfalo referente à coordenação) e
aos aspectos cognitivos (percepção, antecipação, tomada de decisão, etc.).
PERSONALIDADE E ESPORTE
As características emocionais e comportamentais que as pessoas apresentam no seu meio e nas suas
relações, geralmente definem seu tipo de personalidade, além da relação com a hereditariedade e com o
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manifestam de inúmeras maneiras, indicam uma dimensão das diferenças individuais e como as pessoas
podem ser descritas, segundo a probabilidade de se comportarem, sentirem ou pensarem de uma maneira
particular (PERVIN; JOHN, 2008). Por exemplo, a probabilidade de agir de maneira extrovertida e simpática, ou
de ficar nervoso e preocupado, ou de pensar sobre um novo plano de treinamento, indicará forte tendência
dessa pessoa ter altos traços de extroversão e nervosismo.
Com a determinação dos traços de personalidade (pela variedade e número de trações), é possível sugerir a
um esportista à qual prática esportiva melhor corresponde e também como obter melhores resultados nas
competições (WEINBERG; GOULD, 2017). Quando os traços são identificados e em que grau estão presentes
nos atletas, pode-se saber, possivelmente, a maneira que se comportarão ou, ao menos, suas reações
psicológicas.
Mas como os traços de personalidade influenciam ou são influenciados pelos esportes? Samulski (2009)
sugere três diferentes hipóteses para compreender como acontece as relações entre esporte e personalidade
(ver Figura 2).
exigência de cada esporte. Por exemplo, pessoas orientadas para o rendimento se dedicam ao esporte
competitivo; pessoas agressivas se interessam pelo boxe; pessoas introvertidas, pelos esportes individuais.
• Na hipótese 2, o esporte é um fator de socialização. A atividade esportiva influencia a personalidade e o seu
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os traços psicológicos (estilo de comportamento de uma pessoa) e os estados (efeitos da situação nos
comportamentos). Para os autores, embora escalas de personalidade forneçam alguma informação útil sobre
estados e traços de personalidade, medidas específicas à situação (por exemplo, lance livre numa final de
jogo de basquete) podem prever comportamentos com mais confiabilidade.
Como a neurociência estuda o controle das funções sensoriais, dos comportamentos e dos processos
cognitivos, tem, portanto, uma importante área de interface com a psicologia do esporte e do exercício.
Yarrow, Brow e Krakauer (2009), sugerem que técnicas e tecnologias, desenvolvidas no âmbito das
neurociências, têm permitido medir importantes funções partindo da interação humana com estímulos
disponíveis no contexto esportivo, destacando-se as capacidades de estimativa do ambiente externo,
PERSONALIDADE E A NEUROCIÊNCIA
De acordo com Bara Filho e Ribeiro (2005, p. 104), as pesquisas na área da personalidade
diferentes níveis de performance, entre atletas dos sexos masculino e feminino, entre atletas de
diferentes posições no campo de jogo, entre grupos de atletas de esportes coletivos e individuais e
Deve-se considerar ainda, a dimensão social que o esporte atingiu nos últimos anos, tornando a
responsabilidade, influência e o papel social dos atletas cada vez maior, afetando, direta ou indiretamente o
rendimento do atleta, de forma positiva ou negativa.
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No esporte de alto rendimento qualifica e quantifica os estados emocionais em situações de
competição e treinamento, os níveis de processos psíquicos, as relações interpessoais, a
otimização de trabalhos em equipe etc. Na atividade física e do lazer, com foco na análise da
qualidade de vida, busca de desafios pessoais, saúde mental, entre outros objetivos.
Equipamentos e tecnologia também podem auxiliar no processo das avaliações psicológicas, como filmagem,
fotografia, tecnologia específica para tomada de medida, cronometragem, procedimentos estatísticos e
outras metodologias que registrem ações em condições naturais de atividade esportiva. A análise dos dados
produzirá indicadores que servirão de base para direcionamentos de novas ações, por exemplo, intensidade
e estabilidade das reações emocionais, motivos para à prática esportiva, o sentido de coletividade, entre
ciências do esporte, para melhorar o desempenho do esporte de alto rendimento. Uma técnica adotada é a
de estimulação cerebral (neuromodulação), que busca melhorar o nível de concentração, a rapidez na
tomada de decisão e a ajudar os atletas a se recuperarem do estresse provocado pelos jogos e pelas
cobranças.
O Clube de Regatas do Flamengo tem empregado métodos de neurociências ao futebol, ao introduzir o
sistema de biofeedback, para o desenvolvimento e a manutenção de estados de concentração e autocontrole.
A equipe de vôlei masculina de Campinas utiliza em seus treinamentos um óculos, bloqueando a visão parcial
ou total do atleta, enquanto realiza fundamentos de passe e recepção, para melhorar a leitura do jogo e a
antecipação de jogadas.
O neurofeedback foi utilizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro em atletas no tiro esportivo nos Jogos do Rio –
2016, modalidade que requer altíssimo nível de concentração. A técnica utiliza um aparelho de
eletroencefalografia conectado à testa do atleta e por meio de um software, mapeia as reações cerebrais.
Conhecer o atleta e suas características psicológicas é necessário no contexto do esporte competitivo, porque
pode facilitar os relacionamentos entre técnicos e atletas, bem como direcionar ações práticas a serem
desenvolvidas.
VÍDEO RESUMO
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Neste vídeo você aprenderá sobre as características da personalidade de praticantes de esporte e de
exercícios e como seu comportamento pode ser alterado, dependendo de seus sentimentos, suas emoções e
as exigências do esporte e do exercício. E entenderá também como a neurociência aplicada ao esporte pode
Saiba mais
Que tal conhecer algumas investigações relacionadas à neurociência, ensino-aprendizagem-treinamento
e ao esporte coletivo? Você verá que, quando aplicados à prática esportiva, os conhecimentos da
neurociência podem ser aplicados para manipular o ambiente de treino, de forma que permitam
enfatizar as funções executivas e modificar o comportamento técnico-tático dos atletas.
FLOR, F. K. S. et al. A importância da neurociência para o esporte coletivo: uma revisão narrativa. Rev Ed
Física / J Phys Ed, v. 86, n. 3, p. 230-238, 2017. Disponível em:
https://revistadeeducacaofisica.emnuvens.com.br/revista/article/view/267/pdf_97. Acesso em: 18 out.
2022.
Quer entender mais os fatores de personalidade que parecem exercer impactos, positivo ou negativo,
na saúde física das pessoas? Leia o artigo que trata da aplicabilidade de alguns métodos de avaliação de
aspectos psicológicos, a relação da personalidade ao comportamento e à saúde. Este artigo trata do
“Modelo dos Cinco Grandes Fatores”, considerado o mais importante para avaliar a personalidade
humana. Estude com atenção sobre ele, que será objeto de avaliação do conteúdo desta aula.
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Aula 3
A MOTIVAÇÃO
Nesta aula, você aprenderá sobre os processos motivacionais, com enfoque nas teorias e bases da
motivação.
30 minutos
INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta aula, você aprenderá sobre os processos motivacionais, com enfoque nas teorias e
bases da motivação. Verá que a abordagem interacional de motivação (pessoa-situação) é a mais indicada
para a prática profissional, ajudando-o a entender a motivação em vários contextos de atividade física e
esporte.
Das teorias motivacionais que explicam a influência da motivação no rendimento e na competitividade de
uma pessoa e no seu comportamento, verá que a teoria das metas para realização tem demonstrado ser de
grande valia e aplicação para o esporte.
Compreenderá como os fatores pessoais e situacionais influenciam a motivação do participante, assim como
as instruções do técnico/professor e as dos pais. Entender por que algumas pessoas são dinâmicas enquanto
outras não são, te dará suporte para direcionar ações e aplicar estratégias que possam aumentar o nível de
CONCEITUANDO A MOTIVAÇÃO
Estudar motivação é importante para se entender as diversas ocorrências que envolvem e compõem a
prática esportiva e de exercícios físicos. Você já se perguntou o que motiva as pessoas a participarem de
determinadas atividades físicas e por que as realizam com determinada intensidade e persistência? Por que
uma pessoa se dedica a uma modalidade esportiva e treina duas ou três vezes por semana, enquanto uma
outra se dedica a uma modalidade na qual treina duas ou três vezes por dia?
Para Samulski (2009, p. 168), “a motivação é caracterizada como um processo ativo, intencional e dirigido a
uma meta, que depende da interação de fatores pessoais (intrínsecos) e ambientais/situacionais
(extrínsecos)”. Portanto, a motivação advém de duas fontes: intrínseca, representada pelos fatores internos
que motivam a pessoa para a prática, e extrínseca, influenciada por fatores externos (punição, recompensa,
etc.) (MACHADO, 2006). Por exemplo, enquanto algumas pessoas praticam esportes por prazer, outras o
fazem para ganhar medalhas e reconhecimento.
Weinberg e Gould (2017, p. 47), definem a motivação como “a direção e a intensidade do esforço”. A direção
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do esforço refere-se ao fato de uma pessoa buscar, aproximar-se ou ser atraída por certas situações ou não.
A intensidade do esforço refere-se à quantidade de empenho que uma pessoa coloca em determinada
situação.
A motivação para qualquer prática depende da interação entre a personalidade (fatores internos –
expectativas, motivos, necessidades, interesses) e os fatores ambientais (facilidades, tarefas atrativas,
desafios, influências sociais) (WEINBERG; GOULD, 2017). Ou seja, existem determinadas situações que
motivam um maior número de pessoas, em detrimento de outras situações que dependerão da
exemplo, vai desde fazer parte de um grupo, ser aceito socialmente, diversão ou apenas a preocupação com
a saúde e manter a boa forma. Portanto, a motivação é um estado emocional que leva o indivíduo a
interessar-se por algo ou a praticar algo, mobilizando forças para atingir seus objetivos.
As pessoas são motivadas a se comportarem por diferentes fatores e agem conforme suas percepções
pessoais de motivação. Weinberg e Gould (2017) apontam três abordagens sobre a motivação:
praticante.
• Abordagem centrada na situação, a motivação para o comportamento depende do momento e contexto,
associação participante – situação. Portanto, além dos fatores internos (características individuais), fatores
externos (como influência de outras pessoas, saúde, etc.) e situacionais também influenciam sobre a
esforços da pessoa em completar uma atividade, atingir excelência, superar obstáculos e aperfeiçoar seu
desempenho, define-se como motivação de realização – responsável pela motivação em situações de
rendimento e competição (WEINBERG; GOULD, 2017). Assim, a motivação pode ser orientadora e condutora à
realização de aspirações, fazendo o praticante persistir nas tarefas e sentir-se orgulhoso ao alcançar os
objetivos.
A motivação para realização no esporte, popularmente chamada de competitividade, é definida como “uma
disposição para lutar por satisfação ao se comparar com algum padrão de excelência na presença de
avaliadores” (WEINBERG; GOULD, 2017, p. 56). É um comportamento voltado à realização em um contexto
competitivo, com a avaliação social. Portanto, o nível de motivação para realização acarreta a auto
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competição, enquanto o nível de competitividade influencia o comportamento em situações avaliadas
socialmente.
Veja como a competitividade e a motivação para a realização de uma pessoa influenciam numa variedade de
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Fonte: adaptada de Samulski (2009, p. 170-182); Weinberg e Gould (2017, p. 57-64).
Juntas, essas teorias sugerem que atletas com altos e baixos níveis de realização podem ser diferenciados por
motivos, pelas tarefas que escolhem para serem avaliados, pelo esforço que exercem durante a competição,
pela persistência e pelo desempenho (WEINBERG; GOULD, 2017):
• Atletas com altos níveis de realização geralmente escolhem tarefas desafiadoras, têm percepções elevadas
de sua capacidade e seu controle e têm melhor desempenho quando são avaliados. Atribuem o sucesso a
fatores estáveis e internos, como alta capacidade, e atribuem o fracasso a fatores instáveis e controláveis,
como baixo esforço.
• Atletas com baixos níveis de realização, costumam ter baixa percepção de capacidade e controle, julgam-se
mais em relação a objetivos voltados ao resultado, evitam tarefas desafiadoras e atribuem o sucesso à sorte
ou à facilidade da tarefa (fatores externos, incontroláveis). Atribuem o fracasso à baixa capacidade (um
atributo interno, estável).
A motivação para realização e a competitividade desenvolvem-se por estágios que incluem um estágio
autônomo em que a pessoa se concentra no domínio de seu ambiente, um estágio de comparação social, em
que ela se compara com outros e um estágio integrado, em que a pessoa se concentra tanto na própria
melhora como usa a comparação social (WEINBERG; GOULD, 2017). Esses estágios são sequenciais e a idade
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na qual cada estágio é alcançado varia consideravelmente.
Perceba como o desenvolvimento da motivação e os fatores internos e externos motivam o ser humano em
seu dia a dia. Aderir à prática da natação, por exemplo, está ligada às motivações intrínsecas, como querer
aprender os quatro nados e suas viradas, ou conseguir fazer uma travessia aquática. Por outro lado, quando
se executa a natação por fatores externos, como a indicação dos pais, por estética, por recompensas, há
maior probabilidade de se abandonar essa prática e realizá-la com menor eficiência, do que quando se
pratica por prazer e com autonomia, ou seja, motivado intrinsecamente (WEINBERG; GOULD, 2017).
O PROCESSO MOTIVACIONAL
O processo motivacional é determinante para que a pessoa se envolva plenamente com a prática, em
qualquer situação que envolva sua dedicação em busca de uma meta, não somente no âmbito esportivo
(GOUVÊA; PRESOTO; MACHADO, 2008). As pessoas se comportam e atingem seus objetivos sem muitas vezes
ter consciência dos motivos que as influenciaram a ter determinado comportamento. Às vezes, elas se
engajam em determinadas atividades motivadas por um somatório de fatores intrínsecos e recompensas
externas.
Exemplificando: no início da carreira, o atleta é impulsionado por motivos internos, pois geralmente treina
sem receber nenhum tipo de recompensa externa e compete por muito tempo sem alcançar uma colocação
significativa. À medida que ele adquire mais experiência e melhores resultados, começa a obter recompensas
externas como patrocínio, salário, medalhas, etc. Às vezes, essas recompensas externas somam-se a
motivação interna de forma positiva e, em outros casos, essas recompensas acabam substituindo a
Falhas ou fracassos poderão acontecer durante a carreira de um atleta, gerando dúvidas com relação às suas
capacidades técnicas, físicas e táticas, que geram quedas de autoeficácia e autoconfiança, que influem na
motivação do atleta. Por isso, Machado (2006) recomenda que se trabalhe de forma adequada a capacidade
treinador/professor, derivadas da visão interacional, a serem consideradas para desenvolver a motivação nos
atletas/alunos:
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dará consciência das necessidades de seus atletas/alunos, devendo conhecer técnicas motivacionais e achar a
combinação ideal para resultados produtivos. As atitudes do treinador devem se ajustar a cada pessoa, pois
os conceitos de incentivo e desempenho ótimo são subjetivos e particulares.
O atleta/praticante para manter-se motivado e focado nos seus objetivos traçados inicialmente, pode utilizar
de algumas técnicas de automotivação, assumindo o controle sobre seu comportamento, e regular seu nível
• Mentalização de metas concretas. Exemplo: “Eu quero emagrecer cinco quilos até a temporada começar”;
“Vou subir no pódio”.
• Determinação e variação de metas. Exemplo: Iniciar um jogo treino com placar em vantagem para o
adversário.
• Reforço positivo após boas ações. Exemplo: “Estou feliz com meu rendimento”; “Eu joguei muito bem”.
Uma boa relação entre técnico e atleta é condição elementar para o desenvolvimento de uma motivação
estável e de longo prazo durante a rotina de treinamento e competições. Assim como, as estratégias de
motivação devem atender as necessidades dos praticantes, com as finalidades de aumentar a permanência
dessas pessoas nas modalidades esportivas e de exercícios, melhorar seu desempenho e usufruir cada vez
VÍDEO RESUMO
Nesta aula, você aprenderá sobre os processos motivacionais, com enfoque nas teorias e bases da
motivação. Aprenderá como os fatores pessoais e situacionais influenciam a motivação do praticante, assim
como as instruções do técnico/professor e as dos pais.
Portanto, compreender a razão de algumas pessoas serem dinâmicas enquanto outras não são, te dará
suporte para direcionar ações e aplicar estratégias que possam aumentar o nível de motivação das pessoas
para práticas esportivas e de exercícios.
Saiba mais
Quer saber mais sobre as fontes de motivação? A Teoria da autodeterminação (TDA) traz as fontes
PEIXOTO, E. M. et al. Indicadores de motivação e paixão para prática esportiva em atletas brasileiros: um
estudo sob a ótica da autodeterminação. Psicologia Revista, v. 27, p. 563–589, 2019. Disponível em:
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:
Quer compreender como a motivação influenciou na permanência de uma atleta em um esporte de alto
rendimento? Conheça a história da ginasta brasileira Rebeca Andrade, que superou três lesões no joelho
e conquistou medalha de ouro e prata. Leia a entrevista concedida ao portal Olimpíada Todo Dia – OTD,
em que Rebeca falou sobre superação, reconhecimento e como concilia a nova agenda com o sonho de
Paris.
ANDRADE, R. Após ano brilhante, Rebeca Andrade celebra superação e garante foco em Paris.
Entrevista concedida a Fernanda Zalcman. Portal Olimpíada Todo Dia, em 16 de novembro de 2021.
Aula 4
30 minutos
INTRODUÇÃO
Nesta última aula, que ainda se trata sobre os participantes de esporte e de exercícios físicos, você conhecerá
a definição e os tipos de ansiedade, bem como o que está́ envolvido no processo de estresse. Compreenderá
por que alunos e atletas ficam tensos e como a ansiedade e a ativação influenciam o desempenho. Você
também aprenderá a identificar fontes importantes de estresse que afetam os praticantes de esportes e de
exercícios.
Entender por que a ativação afeta o desempenho pode ajudar o atleta em como regulá-la, a fim de que
alcance um nível ideal de ansiedade e o máximo de rendimento. Assim como saber a frequência e em que
situações um atleta tem ansiedade, te ajudará, enquanto técnico, a escolher determinados jogadores para
atuarem em certas situações e na escolha de técnicas que favoreçam a autoconfiança. Vamos lá!
No universo esportivo, cada modalidade tem suas exigências técnicas, táticas, físicas e psicológicas para o
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ansiedade e estresse.
Por ativação, Weinberg e Gould (2017, p. 71), apontam que “é uma combinação de atividades fisiológicas e
psicológica em uma pessoa e se refere às dimensões de intensidade de motivação em um determinado
momento”. Indivíduos altamente ativados são mental e fisicamente excitáveis; têm os batimentos cardíacos, a
respiração e a sudorese aumentados. A ativação não está automaticamente associada a eventos agradáveis
ou desagradáveis.
Uma das reações emocionais de maior relevância para a atuação esportiva, a ansiedade é vista como um
estado subjetivo de inquietação ou desordem, decorrente de uma situação antecipada de ameaça real ou
imaginária. “É um sentimento de insegurança causado por uma expectativa de algum perigo ou desafio
existente” (MACHADO, 2006, p. 111), portanto, provocada pelo medo diante de uma situação de perigo ou
inesperada e um traço da personalidade.
Segundo Weinberg e Gould (2017), a ansiedade pode ser dividida em cognitiva – que se refere à parte mental
apreensão e tensão conscientemente percebidos, associados com a ativação do sistema nervoso autônomo;
ansiedade-traço é uma tendência comportamental de perceber como ameaçadoras circunstâncias que
objetivamente não são perigosas e de responder a elas com estado de ansiedade desproporcional. As
pessoas com um elevado traço de ansiedade geralmente têm mais estados de ansiedade em situações de
avaliação e em situações altamente competitivas, do que as pessoas com um traço de ansiedade mais baixo
(WEINBERG; GOULD, 2017).
A ansiedade é uma resposta psicofisiológica a uma situação interpretada como estressante, variando de
pessoa para pessoa, como o tipo de situação que é considerada estressante, o quão estressante é aquela
situação e como a pessoa lida com a ansiedade, fenômeno este típico do estresse.
consequências” (WEINBERG; GOULD, 2017, p. 76). É um processo, uma sequência de eventos que levará a um
determinado fim.
O estresse pode ser causado por qualquer situação ou sensação que o faz se sentir frustrado, irritado ou
ansioso. O processo do estresse é geralmente iniciado por situações (estressores) que são percebidas como
Sendo assim, a intensidade da ansiedade-estado será proporcional à importância que a pessoa dá em relação
à situação e à incerteza do resultado da situação. Por exemplo, para um atleta, uma derrota em uma
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semifinal é muito mais importante do que a derrota durante a primeira fase do campeonato. Durante sua
avaliação da situação, o atleta se sente limitado, e consequentemente surge o medo de errar ou da derrota,
sentimentos que atraem o estresse e a ansiedade (MACHADO, 2006).
O PROCESSO DO ESTRESSE
O processo de estresse tem inúmeras implicações para a prática e os diversos fatores podem causar estresse
e afetar a saúde física e mental (WEINBERG; GOULD, 2017). Em atletas, os estressores incluem preocupação
com o desempenho das capacidades, percepção de situações ameaçadoras, baixa autoestima, custos
financeiros e tempo necessário para treinamento, inseguranças com relação ao talento e aos
relacionamentos e experiências traumáticas, podem se enquadrar tanto pela categoria situacional, como pela
personalidade (SAMULSKI, 2009).
O estresse está relacionado ao nível de complexidade da tarefa (maior que os recursos do praticante), à
pressão exercida por fontes externas, à definição irreal de objetivos e ao nível de expectativa exagerado
(pessoal e dos outros) em relação ao desempenho (ROSE JUNIOR, 2009). De acordo com Weinberg e Gould,
positivo, quando representado por uma necessidade de alcançar ou de manter uma ativação ótima, antes e
durante o evento, levando o atleta a mobilizar energias para alcançar seus objetivos (BARBOSA; CRUZ, 1997).
Mas, na maioria das vezes, é negativo, especialmente quando derivado de pressões externas ou do próprio
praticante, tornando a situação uma ameaça ao seu bem-estar ou a autoestima.
ansiedade de um indivíduo aumenta, também aumenta o seu desempenho. Quanto mais alerta um atleta
ficar, melhor atuará.
• Teoria do U invertido, explica que baixos níveis de ativação deixam os atletas ou praticantes
despreparados para a atuação. As tarefas esportivas podem ser localizadas num continuum, de baixa a
indivíduo para outro e em larga faixa, por isso técnicos e professores devem ajudar os participantes a
identificar e atingir a zona ideal própria de ansiedade.
• Teoria da ansiedade multidimensional considera que o aumento do estado de ansiedade cognitivo leva à
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diminuição do desempenho e, os aumentos da ansiedade somática facilitam o desempenho até um nível
tolerar níveis mais elevados de ativação, antes de atingirem o ponto em que sofrem queda de desempenho.
• Teoria da inversão considera que, a forma como uma atividade é interpretada, a ativação pode influenciar
sua performance. Para um melhor desempenho, atletas devem interpretar suas ativações como uma
excitação agradável e não como uma ansiedade desagradável.
A combinação ideal de emoções necessárias para o desempenho máximo não ocorre necessariamente no
ponto médio do continuum de ativação-ansiedade e a relação entre ativação e desempenho depende do nível
O esporte é um meio no qual se vivenciam as emoções com muita intensidade. Os processos emocionais
podem acompanhar, regular e apoiar a ação esportiva, mas também podem perturbá-la ou até impedi-la,
atleta entra em estado de ansiedade por não saber o que acontecerá na competição; no decorrer, esta
ansiedade se transforma em certo relaxamento e após o término, seu nível volta a oscilar, pela expectativa da
repercussão do resultado. Futuramente, este estado final voltará a interferir no evento, pois será o ponto de
partida para uma nova preparação e disputa, podendo alterar o desempenho do atleta, positiva ou
negativamente.
Sendo um agente altamente estressor, a ansiedade está relacionada às emoções desagradáveis, como
Algumas situações produzem mais estado de ansiedade e ativação do que outras (por exemplo, eventos
importantes cujo resultado é incerto). O estresse também é influenciado por disposições de personalidade
(por exemplo, traço de ansiedade e autoestima). Indivíduos com alto traço de ansiedade, baixa autoestima e
alta ansiedade física social, experimentam níveis mais elevados de estado de ansiedade do que outros.
A maioria dos atletas sofrem pressão, medo e ansiedade, mas aqueles que percebem sua ansiedade como
facilitadora do desempenho tendem a apresentar níveis elevados de autoconfiança; da mesma forma,
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orientação produtiva em relação a erros e derrotas, como forma efetiva de controlar o estresse, além de:
• Identificar a combinação ideal de emoções relacionadas à ativação necessária para o melhor desempenho.
Estratégias de metalização e rotinas pré-desempenho (induzir emoções como raiva e alegria podem fazer
aumentar o desempenho).
• Reconhecer como os fatores pessoais e situacionais interagem para influenciar a ativação, a ansiedade e o
de técnicas adequadas para amenizar seu efeito em situações específicas. Assim como, conhecer os
estressores ambientais e o nível de ativação ideal, na adoção de postura para solucionar a situação de
estresse.
VÍDEO RESUMO
Nesta última videoaula, você conhecerá a definição e os tipos de ansiedade, bem como o que está envolvido
no processo de estresse. Compreenderá por que alunos e atletas ficam tensos e como a ansiedade e a
ativação influenciam o desempenho. Você também aprenderá a identificar fontes importantes de estresse
Saiba mais
Aprofunde-se mais sobre as técnicas de controle do estresse para auxiliar atletas e praticantes a
melhorar seu desempenho diante da prática esportiva. Assim como outras variáveis determinantes do
11, especificamente as páginas 246 a 261, que trata sobre o estresse no esporte e as técnicas de
controle de seus sintomas.
SAMULSKI, D. Psicologia do esporte: um manual para educação física, psicologia e fisioterapia. Barueri:
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:
Manole, 2009. Cap. 11: Estresse, p. 231-264. Disponível em:
Que tal conhecer como o nível de ansiedade tem impactado a vida de atletas de alto rendimento e o que
é possível fazer para minimizar os efeitos negativos em seu desempenho esportivo? Leia a matéria
publicada no portal da CNN Brasil, que trata sobre a pressão psicológica exercida sobre os atletas de
alto rendimento e quanto isso afeta seus desempenhos.
ROCHA, L. Saúde mental: como a pressão psicológica pode prejudicar o desempenho de atletas. CNN
Brasil, São Paulo, jul. 2021. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/esporte/saude-mental-como-a-
REFERÊNCIAS
12 minutos
Aula 1
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et al. Psicologia do esporte e do exercício: modelos teóricos, pesquisa e intervenção. São Paulo: Pasavento,
2019. Cap 1, p. 15-32.
CONDE, E. (org) et al. Psicologia do esporte e do exercício: modelos teóricos, pesquisa e intervenção. São
RUBIO, K. Da psicologia do esporte que temos à psicologia do esporte que queremos. Revista Brasileira de
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Aula 2
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Aula 3
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Psicologia do esporte: interfaces, pesquisa e intervenção. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. Cap. 8, p. 114-
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Aspectos psicológicos do rendimento esportivo. São Paulo: Atheneu, 2008. Coleção psicologia do esporte e
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Artmed, 2017.
Aula 4
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FORTES, L. S. et al. O treinamento mental gera efeito positivo na ansiedade competitiva de jovens nadadores?
Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, v. 18, n. 3, p. 353-361, 2016. Disponível
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