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Aula: “História da psicologia do

esporte e a Personalidade do
atleta: corpo e mente em ação”

Curso de Formação em Psicologia do Esporte


PIRÂMIDE DO TREINAMENTO DESPORTIVO

MULTI E INTERDISCIPLINARIDADE DIÁLOGO PERMANENTE COM OS DEMAIS


PROFISSIONAIS DAS ÁREAS DA SAÚDE.

Técnica e Tática Física

Mental e Emocional
A MODERNA CONCEPÇÃO DE ATLETA

Ambiente externo Ambiente externo

SER HUMANO SER ATLETA

Ambiente interno Ambiente interno

Psicologia do Esporte: antes do Esporte - há a Psicologia


HISTÓRIA DA PSICOLOGIA ESPORTIVA I

Atenas – Período Helênico: prática esportiva associada com a


obrigação moral para a formação do corpo, destinada à
conquista da beleza e da força. Atletas representavam o poder
através da força física e da ênfase no Mito do Herói.

A Grécia Antiga é tida como o berço da Psicologia


Esportiva, pois ali alguns filósofos, como Aristóteles e
Platão, especularam sobre a função perceptual e
motora do movimento por meio dos conceitos de corpo
e alma. Com isso, o desenvolvimento da Psicologia
Esportiva se confunde com o desenvolvimento da
Psicologia Geral, devido à sua base filosófica
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA ESPORTIVA I
HISTÓRIA DA No início do século XX surgiram as primeiras
discussões sobre a influência do aspecto
PSICOLOGIA psicológico no desempenho de atletas no
ESPORTIVA II contexto esportivo, mas como a Psicologia
ainda não estava consolidada como uma
ciência, as publicações da época eram escritas
por educadores, atletas e jornalistas, que não
apresentavam suporte científico suficiente
para explicar esta variável. Ressalta-se, porém,
que nesse período o sucesso de um atleta era
atribuído ao seu controle emocional,
evidenciando que o segredo do sucesso de
um atleta não está no comprimento dos
membros, na profundidade do pulmão ou no
desenvolvimento muscular, mas sim, no
controle nervoso (emocional) sobre o corpo.
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA Significado político do Esporte e sua
ESPORTIVA III compreensão psicológica: Origem de
várias modalidades esportivas
associadas com as guerras.

Defesa territorial e geopolítica


através do esporte: Leste europeu e
Comunismo. A força de Fidel em
Cuba – esporte é o cartão de visitas
do país. (investimento nas áreas
da Medicina e Psicologia
Esportiva).
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA ESPORTIVA IV
No âmbito nacional, o primeiro trabalho de
intervenção antecede a criação da SOBRAPE e
da ISSP, tendo sido realizado em 1958 por João
Carvalhaes, psicólogo do São Paulo Futebol
Clube, o qual posteriormente realizou
trabalhos com a seleção brasileira de futebol.
Outro profissional foi Athaide Ribeiro da Silva,
que trabalhou em 1962 e 1963 na seleção
brasileira de futebol. Certamente não é casual
a Psicologia do Esporte no Brasil ter
começado com o futebol, já que este é o
esporte nacional, portanto o de maior
investimento econômico e visibilidade
social.
Desta forma, fica evidenciado que o crescimento da Psicologia Esportiva no
Brasil ocorreu de maneira emergente, não apresentando correlações positivas
com o desenvolvimento da Psicologia como ciência e profissão.
Talvez a causa do desenvolvimento insuficiente não possa ser buscada somente
dentro da Psicologia do Esporte, mas também na precariedade dos recursos
colocados à disposição do esporte (nutrição, fisioterapia, fisiologia etc.)
HISTÓRIA DA
PSICOLOGIA ESPORTIVA
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA ESPORTIVA

Período 1 (1895-1920) – Período 2 (1921-1938) –


Norman Triplett – experiência Coleman Griffith – “Pai da Psicologia
com ciclistas e com crianças Esportiva”, desenvolveu o primeiro
enrolando linhas de pescar laboratório de Psicologia do esporte,
(enrolavam mais rápido na além de traçar o perfil psicológico de
presença de outras crianças) jogadores de beisebol do Chicago
Cubs, publicando 25 artigos de
pesquisa sobre esta área de atuação.
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA ESPORTIVA

Período 3 (1935-1965) – Franklin Henry estabelece o primeiro


programa de graduação em Psicologia Esportiva na Universidade da
Califórnia. Em 1949, Warren Johnson avalia as emoções vivenciadas
por atletas antes das competições.
Em 1965 ocorre o primeiro Congresso Mundial de Psicologia do
Esporte em Roma.
No Brasil, em 1959, o Prof. João Carvalhaes é convidado para integrar a
Comissão Técnica da Seleção que disputou a Copa na Suécia. Reprovou
Garrincha no teste Psicotécnico. Mal-estar e desvalorização da
compreensão da ciência.
Período 4 (1966-1977) – A Período 5 (1978 até o presente) –
Psicologia Esportiva como disciplina reconhecimento de técnicos,
acadêmica. Ocorre a primeira dirigentes e atletas sobre a
conferência anual da North importância da atuação do psicólogo
American Society for the Psychology esportivo. Ampliação das pesquisas e
of Sport primeiras publicações na língua
portuguesa ( década de 90). .
Psicologia Ciências do
PSICOLOGIA DO ESPORTE Esporte

Esporte
PSICOLOGIA
DO
ESPORTE

Princípios Éticos para psicólogos do esporte e do exercício


1 – Competência: importante o conhecimento da ciência e da modalidade com que irá
atuar. É necessário entrar em contato com as formulações teóricas e práticas da
ciência.
2 – Integridade – informar a todo tempo os princípios que norteiam a atuação.
Seja ela na área do ensino, atuação ou consultoria.
3 – Responsabilidade pessoal e científica – proteger a linha de atuação e seu devido
desenvolvimento, estimulando atuações éticas e compromissadas com resultados
objetivos e reais.
4 – Respeito pelos direitos e pela dignidade das pessoas – garantia de
atuações sem preconceitos e estritamente sigilosas.
5 – Preocupação com o bem-estar – buscar sempre o equilíbrio e o bem-
estar de todos aqueles envolvidos numa competição ou prática de
exercício físico
6 – Responsabilidade Social – preocupação com fatores extra rendimento
e na formação de seres humanos íntegros e bem adaptados às demandas
sociais e ambientais.
PERSONALIDADE
DO ATLETA
DEFINIÇÕES DE PERSONALIDADE
A personalidade é a organização A personalidade é a forma única
dinâmica, no indivíduo, dos do indivíduo se expressar e
sistemas psicofísicos que reagir a determinado estímulo;
determinam seu comportamento é formada através dos anos a
e seu pensamento partir da estrutura básica
característicos, são as relações herdada geneticamente e que
do conjunto, corpo-mente que através das experiências de vida
interagem mutuamente e que pode se revelar de diferentes
motivam e influenciam seus formas, trazendo à tona ou
pensamentos e atos e será reprimindo tendências
determinante no processo de comportamentais
adaptação do indivíduo
PERSONALIDADE E ESPORTE
A importância da atividade física Assim algumas características
no desenvolvimento da como sociabilização,
personalidade á reconhecida estabilidade emocional e
tanto pelas ciências do esporte motivação para o rendimento
com para professores, esportivo se desenvolvem com a
treinadores e atletas. Pessoas prática esportiva e também para
com determinada estrutura da o rendimento esportivo serão
personalidade se interessam por necessárias características de
modalidades esportivas especiais personalidade como capacidade
ou por determinada forma de de liderança, dominância,
prática esportiva. extroversão e comunicação
social.
Para que a preparação
psicológica seja de qualidade
é preciso conhecer o grupo
em que se irá trabalhar, as
características individuais
dos atletas e parâmetros
psicológicos específicos dos
atletas de determinada
modalidade esportiva
PERSONALIDADE E ESPORTE
Segundo Samulski (1992) existem diferenças na
personalidade em atletas de diferentes modalidades
esportivas. O autor cita duas pesquisas que sustentam
esta idéia: Kane (1970) verificou que os sprinters e
lançadores são mais extrovertidos que atletas de meio
fundo, indicando que introversão aumenta quando a
distância aumenta, sendo os corredores de maratonas
em sua maioria introvertidos, surgindo claras diferenças
entre esportes individuais e coletivos e Ogilvie & Tutko
(1971) comprovaram que nas modalidades individuais
os atletas tendem mais à introversão, são menos
motivados para contatos sociais, tem um nível maior de
agressividade e parecem ser mais criativos do que os
esportistas de modalidades coletivas que tendem mais à
extroversão e são mais motivados para estabelecer
contatos sociais.
A grande divisão ou classificação
PERSONALIDADE poderia ser feita considerando aquelas
COMPETITIVA E PARA pessoas voltada para os esportes
REALIZAÇÃO PESSOAL competitivos e as outras, para os não-
competitivos. Entre essas atividades
esportivas teríamos ainda que
classificar pessoas voltadas para
esportes competitivos de esforço físico,
de resistência, de estratégia, etc. Assim
como, entre os não-competitivos,
teríamos aqueles voltados ao
condicionamento de resistência, de
força, de habilidade, de
persistência, etc.
A prática esportiva apresenta um
universo de atividades que atendem
perfis distintos de personalidade,
vocações e inclinações.

Apesar das dificuldades e da complexidade de pesquisas na relação


entre o esporte e a personalidade, o fator relevante na análise é o
traço da pessoalidade do esportista (e não sua patologia) – já que
tem sido muito comum a comparação entre personalidade de
atletas vitoriosos com aqueles que fracassam em suas jornadas.
Morgam (1987) diz que os atletas vitoriosos respondem, mais
frequentemente, ao perfil denominado iceberg profile
PERSONALIDADE E PERFIL ICEBERG
Esta característica iceberg de perfil não
se trata de uma pessoalidade
particularmente “fria”, mas de um
modelo definido por Morgam e
caracterizado por atitudes dirigidas para
se conseguir evitar, com sucesso,
momentos de neurose, depressão,
fatiga, confusão e ira, e de se manter
orientado por normas que dizem
respeito ao vigor, ao sucesso, à vitória e à
outros valores culturalmente
preconizados (conduta espartana –
“bélica, urgente e guerreira”).
Fala-se em iceberg porque todos os traços
negativos do teste POMS (Perfil dos Estados de
Humor) se encontram ocultos ou submersos,
enquanto sobressai um único traço positivo
(dirigidos à conduta vitoriosa e exemplar)
visivelmente por cima.
Os atletas que possuem este perfil costumam
estar mais concentrados que os outros em suas
metas, adaptam-se às circunstancias adversas
com maior facilidade, mantêm excelente nível
de autoconfiança, enfrentam eficazmente a
tensão e elaboram planos detalhados para a
conquista das metas.
PERSONALIDADE E PERFIL ICEBERG
Ommundsem (1999) estudou 136 atletas jovens e constatou que a percepção da
própria e boa capacidade esportiva diminui a ansiedade durante a competição.
Atletas mais autoconfiantes experimentaram menos ansiedade somática que aqueles
que duvidavam de suas próprias aptidões.

As eventuais consequências da pessoa iceberg profile seriam aquelas


relacionadas à frustração diante de sua não-vitória, frustrações diante da
não-vitória de seus alunos, filhos ou mesmo de seus ídolos.
Seriam ainda as frustrações (evidentemente, seguidas de depressão)
decorrentes do envelhecimento, já que ninguém consegue se manter
indefinidamente com a mesma vitalidade.
Gould (1988) e Hardy (1996)
consideram que os esportistas de alto
nível (profissionais) têm muitos e
complexos objetivos implicados na
vitória estabelecidos pelo ego, e suas
motivações podem se basear na
realização de uma satisfação narcisista.
Algumas vezes a busca desses
objetivos pode ser considerada como
uma estratégia adaptativa para
combater uma situação de ansiedade
determinada por um ego carente de
autoafirmação.
A PERSONALIDADE DO ATLETA
Formação
Núcleo psicológico – nível mais básico e
estável da personalidade.
Respostas típicas – formas como cada
um ajusta-se ao ambiente.
Comportamentos relacionados ao
desempenho de papéis – como a
pessoa age de acordo com sua
percepção ambiental e situacional.

É o aspecto mais variável


da personalidade
Abordagens da Abordagens da
personalidade personalidade
Psicodinâmica – aceita a Abordagem situacional –
atuação de determinantes o comportamento é
inconscientes de determinado em grande parte
comportamento – análise do pelo ambiente ou pela situação.
todo a partir de partes
isoladas. Abordagem interacional –
considera fatores pessoais
e situacionais
determinantes iguais de
comportamento.
A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE

Personalidade* é a soma
das características que
tornam uma pessoa única.
Ela é composta de três
níveis que estão em
constante relação:
AVALIAÇÃO DA
PERSONALIDADE
NO ESPORTE

Para medir a personalidade, os traços psicológicos (estilo de comportamento de um


indivíduo) e os estados psicológicos (efeitos da situação sobre comportamento) devem
ser avaliados em uma abordagem interacional. Embora escalas gerais de personalidade
forneçam algum informação útil sobre estados e traços de personalidade, medidas
específicas de situação (medidas específicas para o esporte) podem prever
comportamentos com segurança.
TESTES E FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO

Os testes devem ser usados de forma ética. Os usuários dos testes de


personalidade devem conhecer os princípios de testagem e os erros de
medição, além de conhecer as próprias limitações destas ferramentas e
suas devidas interpretações. Não se deve utilizar os testes de forma
isolada e sempre devem fornecer feedback aos atletas e assegurar sigilo.

Os testes podem ajudar a identificar as forças e fraquezas psicológicas


(tendências) de um atleta, e essa informação pode ser usada para
desenvolver um treinamento adequado em habilidades psicológicas.
AVALIAÇÃO DA PERSONALIDADE

Traços psicológicos + Estados Testes psicológicos – utilização de


psicológicos – análise de forma ética. Os aplicadores devem
caráter interacional (o ambiente conhecer os princípios científicos de
pode produzir comportamentos testagem e os possíveis erros de
mais fidedignos em termos de medição (desvios) – sabendo das
registros). limitações da ferramenta. O uso dos
testes não deve ser usado
isoladamente no processo de seleção
de atletas. O feedback é necessário,
assegurando sigilo das informações.
REGRAS NA TESTAGEM DE PERSONALIDADE

O que se deve fazer:

1-)Informe os participantes sobre o propósito do teste e como será usado.


2-)Permita somente indivíduos qualificados que tenham um entendimento dos
princípios de testagem e dos erros de avaliação para a administração dos testes.
3-)Integre os resultados dos testes com outras informações obtida sobre o atleta
(entrevista inicial e anamnese).
4-) Use testes específicos voltados ao esporte sempre que possível.
5-)Use medidas de personalidade de estado e traço (visão interacional)
6-)Ofereça feedback específico com relação aos resultados do teste.
REGRAS NA TESTAGEM DE PERSONALIDADE
O que não se deve fazer:

1-) Não utilizar testes de personalidade para prever comportamentos em situações


esportivas sem considerar outras fontes de informações, tais como dados de
observação e avaliações de desempenho.
2-) Não administre testes de personalidade sem o total conhecimento dos mesmos.
3-) Não use testes de personalidade para seleção de atletas ou programas
esportivos.
4-) Não use testes clínicos de personalidade que se focalizem em patologias
específicas para estudar uma população média de participantes de esporte e
exercício.
ESTRATÉGIAS MENTAIS USADAS POR ATLETAS BEM SUCEDIDOS

Ampliação da confiança – planos específicos para lidar com as adversidades


durante a competição.
Eles praticam várias rotinas para lidar com circunstâncias incomuns e distrações
antes e durante uma competição.
Eles se concentram completamente no desempenho imediato, bloqueando eventos
e pensamentos irrelevantes.
Eles usam diversas repetições mentais antes das competições.
Eles não se preocupam com outros competidores antes de uma competição,
focalizando-se, em vez disso, naquilo que é controlável. Eles desenvolvem planos
de competição detalhados.
Eles aprendem a regular a ativação e a ansiedade.
HABILIDADES PSICOLÓGICAS NAS ESTRATÉGIAS
COGNITIVAS DE SUCESSO

1-Enfrentamento das adversidades;


2-Desempenho sob pressão;
3-Estabelecimento de metas e preparação mental;
4-Concentração;
5-Isenção de preocupação;
6-Confiança e estímulo de realização;
7-Treinabilidade e equilíbrio de ativação nas competições;
8-Utilização de repetições mentais antes das competições;
9-Concentração voltada para o desempenho imediato, bloqueando eventos e
pensamentos irrelevantes;
10-Desenvolvimento de planos de competições detalhados.
PERSONALIDADE DO ATLETA:
caminhos para o entendimento
1.Considere tanto traços de personalidade quanto situações.
Para entender o comportamento de alguém, considere tanto a pessoa quanto seu
momento/ambiente/demandas situacionais.

2.Procure sempre se informar cada vez mais sobre o uso das ferramentas de
testagem. Para saber como e quando usar os testes de personalidade, entenda a
ética e as diretrizes para a utilização de tais testes.

3.Seja um bom comunicador. Embora o teste de personalidade formal


possa revelar muito sobre as pessoas, a comunicação sincera e aberta
também é um grande aliado neste processo. Fazer perguntas e ser um
bom ouvinte pode ajudar muito a estabelecer “rapport”
(início/recepção) e a descobrir sobre a personalidade e as preferências
de uma pessoa.
4.Seja um bom observador. Uma boa forma de obter informações valiosas sobre
as personalidades das pessoas é observar seus comportamentos em diferentes
situações. Se você combinar observação do comportamento de um indivíduo
com comunicação aberta, provavelmente você terá uma boa visão e
entendimento de sua personalidade.

5.Instrua-se sobre estratégias mentais. Há uma constelação de


estratégias mentais que facilitam a aprendizagem e o desempenho de
habilidades físicas. Esteja a par delas e execute-as em seus programas,
selecionando-as para beneficiar a personalidade de um indivíduo.
AVALIANDO A PERSONALIDADE

•Devemos considerar tanto situações quanto traços psicológicos para entender


e prever comportamentos e mapear as demandas.

•Podemos usar alguns instrumentos de avaliação da personalidade como os


testes e inventários psicológicos.

•Porém, os resultados não são absolutos ou irrefutáveis.

•Nenhum teste ou inventário é reconhecido pela confederação de psicologia do


esporte.


Exemplos de inventários:
•IFP(Inventário fatorial de personalidade)
•IHS(Inventário das habilidades Sociais)
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA PERSONALIDADE

O que se deve fazer:

•Informe os participantes sobre o propósito do teste de personalidade e como esse


teste será usado.

•Permita que somente indivíduos qualificados conheçam os princípios de testagem


e dos erros de avaliação administrem testes de personalidade.

•Use testes específicos voltados ao esporte e ao exercício sempre que possível.

•Ofereça aos participantes feedback.

•Compare os indivíduos em relação a seus próprios níveis basais, em vez de


compará-los com as normas.
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA PERSONALIDADE

O que não se deve fazer:

•Não use testes clínicos de personalidade que se focalizam em anormalidades.

•Não use testes de personalidade para decidir quem serve para o time ou
programa e quem não serve.

•Não administre ou interprete testes de personalidade, a menos que você esteja


qualificado por Organizações ou Associações registradas.

•Não use teste de personalidade para prever comportamentos em situações


de esporte e de exercício sem considerar outras fontes de informação, tais
como dados de observação e avaliações de desempenho.
ALGUMAS DAS DEFINIÇÕES RELEVANTES

Inteligência Emocional

•É um agregado de capacidades e competências que influenciam a habilidade da


pessoa em ter sucesso lidando com as exigências e pressão do ambiente.

Reuven Bar-on, PhD, 1997 (Psicólogo Israelita)


•É a habilidade de perceber emoções; acessar e gerar emoções para auxiliar os
pensamentos, entender emoções para promover crescimento intelectual e
emocional. Mayer e Salovey, 1997

•A capacidade de atingir suas metas por meio de sua interação com o ambiente.
Merlevede et all,1999
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

A definição mais elegante sobre a inter-relação Quociente Intelectual e


Inteligência Emocional vem de Merlevede, Bridoux e Vandamme (1999), nas 3
fases da estratégia de resolução de problemas:

•Definição do problema: coletar fatos para uma visão detalhada ao problema (QI)
•Resolução do problema: propor solução teórica que considere todos os detalhes
da descrição acima (QI e QE)
•Implantação da resolução: achar um modo de aplicar a solução (QE).

A diferença entre QI e QE é que a Inteligência Emocional pode ser


treinada com a prática de habilidades. Para esse desenvolvimento
a IE deve ser transformada em comportamentos observáveis.
A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL É
FUNDAMENTADA EM 5 ÁREAS:
1) Autoconsciência – conhecer as próprias emoções
•Conheço – me (Autoconsciência)
•Identificam o que sentem, consideram estes sentimentos quando fazem decisões,
tem confiança e avaliam suas habilidades de maneira realista (não subestimam, nem
superestimam).
Sabem se ver como os outros lhe vêem. Sem autoconsciência a pessoa tem poucas
chances de autogerenciamento ou de empatia.

2) Autogerenciamento – gerenciar as próprias emoções.


•Gerencio-me
•Regulam a administram suas próprias emoções, pensam antes de agir,
protelam gratificação para conseguir seus objetivos, tem resiliência para
se recobrar de frustrações emocionais e possuem maturidade
emocional.
3) Motivação – motivar-se
•Motivação
•Eu me motivo e Eu motivo os outros. São persistentes e tem paixão por seu
projetos, por razões intrínsecas, vão atrás de seus objetivos com energia

4) Empatia/Consciência Social – conhecer as emoções dos outros


•Conheço os outros (Empatia)
•Podem perceber o que os outros sentem, conseguem se conectar com tipos
diferentes de indivíduos, conseguem adaptar a comunicação para combinar com as
reações emocionais dos outros.

5) Habilidades Sociais – lidar com as emoções dos outros.


•Gerencio os outros (Habilidades Sociais)
•Sabem lidar com as emoções dos outros e interpretam os
relacionamentos e interações de forma correta, conseguindo
negociar e estabelecer padrão de cooperação.
SUGESTÕES DE PERGUNTAS PARA O AUMENTO DA
COMPETÊNCIA EMOCIONAL
Ajude o atleta a desenvolver diálogos internos construtivos.
Estas perguntas são para o atleta fazer para ele mesmo:

SUGESTÕES DE PERGUNTAS PARA O AUMENTO DA COMPETÊNCIA EMOCIONAL

1) Eu me conheço
- Qual é o desafio, neste momento, que está me levando a esta tensão
emocional? - Qual é a emoção que estou sentindo com esta situação?
- Quais seriam algumas maneiras novas de pensar e agir nesta situação?
- Quais seriam as vantagens de adorar estas novas maneiras de
agir/pensar?
- A expressão no meu rosto pode gerar qual reação nos outros?
2) Eu me gerencio
-Que pensamentos negativos estou tendo?
-Como eu poderia re-moldurar esse pensamento negativo para um pensamento
mais realista e útil?
-Qual seria um comportamento construtivo, agora, para um resultado melhor?
-Qual o objetivo que eu quero? (desmistifica o funcionamento da IE)
-Quais seriam um ou dois passos na prática para que eu atinja este objetivo?
3) Motivação
-O que eu preciso fazer para continuar em frente?
-A minha decisão é motivada pelo medo de perder ou pela esperança de ganhar?
4) Consciência dos outros
-Quem eu conheço que parece “ler” os outros bem?
(Escolher uma pessoa para espelhar-se que seja “emocionalmente
inteligente”).
-Como é conviver com essa pessoa?
-Qual ideia pré-concebida eu tenho da pessoa X?
5) Gerencio os outros/situação -Como o
meu mentor ou meu modelo de referência
responderia nesta situação? -Reflita sobre
algo importante que você quer comunicar.

•P: Pare
•R: Reflita “O que está por trás dessa
emoção”
•E: Escolha “um pensamento, sentimento
ou ação que para a situação esteja mais de
acordo com o seu desejo”

Objetivos
•P: gerenciar-se
•R: se conhecer
•E: se gerenciar e lidar com os outros mais
efetivamente
PERSONALIDADES FAMOSAS

Atletas que dificilmente se abalam emocionalmente e que não


oscilaram seu rendimento em competições:
•Senna
•Giba
•Pelé
•César Cielo
•Lance Armstrong
Como profissional do esporte, é imprescindível obter informações
sobre a personalidade das pessoas com as quais trabalha.
Especificamente, considere tanto traços de personalidade quanto
situações, seja um consumidor informado (para saber como e
quando usar testes de
personalidade), um bom comunicador (fazer perguntas e ser
um bom ouvinte), um bom observador (em diferentes
situações) e conheça as estratégias mentais.
PERSONALIDADES FAMOSAS
“A dor é apenas temporária. Pode durar um minuto, uma hora,
um dia ou um ano, mas, por fim, chega o momento em que
diminui e desaparece.
Porém, se eu desistir, ela dura para sempre, porque o ato de
entregar os pontos, por menor que seja, permanecerá sempre
comigo.
Por isso, quando sinto uma vontade doida de desistir, me faço a
seguinte pergunta: o que prefiro, viver com a dor ou com a
consciência torturante de que fui derrotado?
Diante de tal questão, sempre dou um jeito de seguir em frente, e
esse é o melhor prêmio, melhor do que qualquer título ou
troféu”.
(Lance Armstrong, 2000)

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