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Moçambique
Sumário
Esta artigo cientifico e baseado no meu trabalho de conclusão de curso, o mesmo examina as
implicações políticas da cooperação internacional para o desenvolvimento de Moçambique em
dois momentos: (i) o contexto da cooperação tradicional Norte-Sul; (ii) a experiência (re)
emergente da Cooperação Sul-Sul. Nossa incursão analítica mostra que foram cerca de 40 anos
de cooperação internacional que permitiram uma série de transformações em nível político,
econômico e social, e que construíram um país como um autêntico artefato de intervenção
externa. Nesse sentido, analisam-se os efeitos políticos provocados pelas três propostas
sugeridas de cooperação na esfera doméstica de Moçambique. Por um lado, constata-se que a
cooperação internacional acaba por constituir-se em projecto de poder que afecta a produção
de políticas públicas, a construção da autonomia e, mais recentemente, o processo de
democratização em curso. Por outro, evidencia-se que os actores internacionais que actuam no
campo da cooperação para o desenvolvimento em Moçambique agem imbuídos de seus
respectivos interesses e agendas de política externa. Na relação entre os distintos actores e o
Estado moçambicano, identificam-se alguns factores-chave, tais como a fraca capacidade
estatal, a existência de enormes assimetrias entre Moçambique e seus parceiros, o vício em
receber cooperação que transforma essa relação em uma das principais fontes de manutenção
do Estado, bem como a preservação das elites políticas tradicionais – fatores que limitam o
alcance dos objetivos reais de desenvolvimento que as distintas formas e modalidades de
cooperação internacional prometem e buscam promover.
Vale com isso dizer que, de forma alguma, isso implicou que o Estado moçambicano não
possuísse agência ou capacidade de acção perante tais posicionamentos, mas deixou sempre
evidente que o grau de assimetria existente propiciava a uma submissão e embaraços que
transformavam os actores moçambicanos em objectos de seu próprio destino. Como lembra o
pensador Wallerstein (1984:25), a inserção no Sistema Mundo, por parte dos países mais
pobres, depende das lógicas e vontades de atuação dos países mais ricos. Isso significa que as
diferenças econômicas e políticas em que determinadas nações industrializadas se situam são
determinantes para o domínio e manipulação do sistema econômico global.
CONTEXTUALIZAÇÃO
Desde da sua criação com o fim do apartheid, a SADC elevou a esperança dos líderes regionais
unidos numa ideia de uma economia regionalmente forte acente na democracia, liberdade e
prosperidade. No entanto, apesar deste ideal, que foi forjado no anos de luta política pela
independência e liberdade, parece que sob o ponto de vista económico existe muitas
divergências que levam os países a buscarem maior cooperação e integração fora da região,
principalemnte com paises semergentes como e o caso da China e India. Aliás, no caso da Africa
do Sul, é notório que a desconfiança económica em relação a este Estado não tenha passado.
Isto deve-se em parte pelo facto do sistema de apartheid ter criando condições económicas
capazes de suplantar qualquer competitividade regional conjunta. Esta desconfiança torna as
acções da SADC menos enérgicas. Diante deste actos urge questionar até que ponto os
projectos de cooperação na SADC promovem o desenvolvimento em Mocambique?
Objectivos da Pesquisa