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INTRODUÇÃO
' Doutoranda em
Educação (UFC). CV: htrp://bues.cnpq.b r/2296478093367208
-
Mestre em Educação (UFC). CV: hup://laues.cnpq.br/1335475821885974 _
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Doutorem Educação (UFC). P ro fe,sor 1\ssociado (UFC). CV: htrp://lacccs.cnpq.br/48845499488690,9
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MENTE DE PALHA, CORPO DE LATA: DA
MAGIA DE OZ À INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
INTRODUÇÃO
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maneira que perdi meu amor pela moça Munchkin e parei de achar que
me casar ou não faria alguma diferença." (BAUM, 2013, p. 101). Assim
como fez com o Espantalho, Dorothy convidou o Homem de Lata a
conhecer Oz, na esperança de que o mago lhe conceda um novo coração.
Cérebro e coração, órgãos que integram a estrutura biológica de mui
tos animais, conquistaram destaque cultural ao longo dos tempos. Supos
tamente antagônicos em relação ao que simbolizam, ambos representam
aspectos importantes da condição humana: o primeiro evoca a memória,
a racionalidade e a inteligência, o outro a paixão, as emoções14 e os afetos.
a modernidade, o cérebro, a razão e o sujeito se tornam pratica
mente um. Em meados do século XX, "numerosos discursos e práticas,
dentro e fora das disciplinas científicas e filosóficas, têm apresentado o
desenvolvimento da noção de ser humano como um 'sujeito cerebral'".
Assim, considera-se que o "ser" de cada indivíduo reside no cérebro,
"única parte do corpo que devemos possuir [ ...] para que sejamos nós
mesmos" (VIDAL, 2005, p. 169).
Admitir o cérebro como instância autônoma que governa o corpo
é urna leitura ainda dominante, a despeito dos avanços da neurociência
apontarem para um horizonte distinto:
A ideia de que o organismo inteiro, e não apena o corpo
ou o cérebro, interage com o meio ambiente é menospre
zada com frequência, se é que se pode dizer que chega a
ser considerada. No entanto, quando vemos, ouvimos,
tocamos, saboreamos ou cheiramos, o corpo e o cérebro
participam na interação com o meio ambiente. [... ) Ter
percepção do meio ambiente [ ... ] não é uma questão
de fazer com que o cérebro receba sinaj [... ] O orga
nismo altera-se ativamente de modo a obter a melhor
14 "Emo ção deriva do latim m,o,•ere, e111o/u.r - donde ro11111111ovtre. lnfiniti\ o e passado verbais referem-se a
um 'movimenro' energérico ou espirimal desde um ponto zero ou um pomo originário na direção de
um ourro, como consequência de uma cerca tensão, capaz de afetar ? rganicamente o corpo humano.
'Emorus' significa abalado, sacudido, post0 em movimenro." (SODRE, 2006, p. 29).
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coraçõe dos mortos. E o órgão que bombeia a vida
para toda pe soa era visto e considerado como sede da
abedoria e da inteligência, sendo associado à verdade
e à justiça.
16 "POR QUE TER.lA o coração razões que a própria razão desconhece? Biai se PascaJ (
1632-1662), que
formulou essa conhecida sentenç a, foi filósofo na acepção que antigamente se dava ao vocábulo, isto é,
além de filó ofo era cientista (precoce). [... ] Pascal em matéria biológica viveu sua época. Assim como
De cartes, no mesmo século, sem razão plausível, sediou, em De Homi11e, a alma na glândula p ineal,
Pascal teria aceito a crença de que o coração, um músculo, pudesse ter, além de sentimentos, razões. E,
até hoje, perdura essa ideia de que o órgão, uma escrurura apenas inervada, mas não nen·osa, possa gerar
sensações." (ME DES, 2001, p. 213).
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comprm·ação da Inteligência rti ficial estaria na confirmação de que a
máquina apresentou wn desempenho equivalente ao de um ser humano,
a ponto de confundir o interrogador.
Garry Ira parov, renomado en.'{adrista soviético, enfren tou desafios
contra computadores de envolvido pela IBM, em 1985, 1996 e 199 .
Contudo, para ele, a relação entre a humanidade e as máquinas não pode
er reduzida ao antagoni mo. 06 er a o enxadrista que, "da mitologia à
ficção científica, a dualidade entre humanos e máquinas tem sido retratada
como uma questão de vida ou morte". Porém, "o triunfo da máquina
é [de certa forma] o triunfo da humanidade, algo que normalmente
e quecemo ao sermo vencidos por nossas criações". Ele considera
ainda que "Máquinas possuem cálculos, nós possuímos compreensão.
fáquina po suem instruçõe , nós possuímos propósito. Máquinas pos
uem objetividade, nós possuímos paixão." (KASPAROV, 2017, [n. p.]).
despeito destas considerações, anos se passaram e novos "com
bate "foram empreendidos pela IB11 (bem como por outras empresas)
a fim de "testar" tecnologias mais avançadas. Das disputas realizadas
cabe citar: a participação da máquina IB 1-Watson em um programa de
TV de pergunta e respostas (G1, 2011), o confronto do IBM Project
Debater (2019) com Harish atarajan, recordista de competições de
debates. SaJvo melhor entendimento, tais eventos pouco contribuíram
para atestar "inteligências", resultando em nada muito além do que um
sofisticado e constrangedor "espetáculo de eficiência computacional".
O mundo contemporâneo insiste em considerar a petjom1a11ce como
fator universal determinante. Longe de menosprezar a importâ ncia da
técnica e o valor do útil, ocorre que a convivência humana orientada
à sustentabilidade planetária não é viável apenas em termos de ideais
produtivistas ancorados em critério de eficiência. 0 no com pararmo
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com as maqw criamos, nos tornamos objeto de nós mesrn os
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uma compreensão intrínseca da realidade.
REFERÊNCIAS
\ \'IGIL\(\TC do Amanhã: Ghost n de
i the Shell. Direção: Rupert Sanders. Produção
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P aramounc P.tcrures,· Dream\,,V 'ork·s P1crur . ers·' A d
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ALJT,\: Anjo de Combate. Direção: Rob x; Lighr·
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· u ez. rod uçao
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tu dios,. T G E-ntercatnment. � ados Un
Est . .rdos.
Ctntury Fox, 2019.
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