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ASPECTOS PSICOLOGICOS E
COMPORTAMENTAIS NA NUTRIÇÃO
Nome: Elizandra Gorcziczak D`Ávila
Gabriel Antônio Giordani de Carvalho
Prof. Orientador: Cristiane Dalla Costa Comerlato
Centro Universitário da Vinci - UNIASSELVI
Curso (Nutrição) – Paper
23/05/2022
RESUMO
Uma alimentação saudável é baseada nas necessidades orgânicas, isto é, a ingestão dos nutrientes
necessários para manter as funções corpóreas em plena atividade. No entanto, muitos fatores
influenciam o momento de tomar decisões e o comportamento alimentar também influencia nesta
escolha, pois o ato de comer está intimamente ligado, não apenas ao cognitivo, mas às emoções do
indivíduo, ao aspecto social e também com a situação econômica e cultural, dentre outros. Há
certa facilidade em encontrar informações sobre hábitos alimentares saudáveis, devido aos meios
de comunicação. Observa-se, porém, que isto não tem sido o suficiente para que as pessoas mudem
o comportamento. Estas informações nem sempre persuadem o indivíduo o suficiente, a ponto de
gerar uma mudança de hábitos. A aplicação dos conhecimentos de psicologia colabora com o
nutricionista, pois este se encontra em uma posição favorável para motivar a mudança nos hábitos
alimentares do paciente. O processo de mudança é árduo e em muitos casos longo também, pois a
pessoa pode até saber o que comer, mas se sente muitas vezes, incapaz de fazê-lo. Então, se o
profissional de nutrição tem a sensibilidade de entender quais são as razões que levam o paciente a
ter determinado comportamento alimentar, isto pode ajudá-lo a lidar com as mudanças propostas.
A motivação, no entanto, não é o único recurso no processo de adaptação às mudanças, por isso é
preciso deixar explícito que para ter sucesso no tratamento é necessária à adesão do paciente e que
este tenha consciência da responsabilidade sobre suas atitudes, para que ele entenda que por mais
demorado e cansativo seja o processo com o tempo o resultado vai aparecer. Este trabalho se
apresenta como revisão de literatura, tendo como objetivo salientar a importância da relação do
profissional de nutrição no tratamento do paciente, com base nos conhecimentos de psicologia.
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nos dias atuais, há uma necessidade das pessoas se encaixarem em um padrão de beleza,
que geralmente costuma ser magro, definido, etc.
Com essa supervalorização da imagem, as pessoas começam a querer uma
mudança de comportamento alimentar que muitas vezes vem associado a
distúrbios de imagem corporal. Em muitos casos onde buscam estar dentro dos
padrões exigidos pela mídia acabam não procurando ajuda de um profissional
da área, causando assim um longo caminho de distúrbios alimentares.
(NUNES, SANTOS E SOUZA, 2017).
Esses Transtornos de Comportamento Alimentar têm como causa diversos fatores, que se
caracterizam por comportamentos alimentares distorcidos, além do excesso de preocupação com a
imagem corporal.
Os transtornos alimentares surgem nas primeiras décadas de vida, como
infância e adolescência, trazendo complicações na saúde geral do indivíduo, que
na maioria das vezes são mulheres, podendo ressaltar que a anorexia nervosa
(AN) tem apresentado um alto índice de mortalidade devido aos problemas
físicos gerados, como também um alto índice de suicídio. (Nunes, Santos,
Souza 2017).
Mentais, (DSM-V, 2014) os transtornos são diferentes uns dos outros em relação ao curso clínico,
desfecho e tratamento, mesmo apresentando comportamentos em comum. Como visto
anteriormente, os mais conhecidos transtornos alimentares são a anorexia nervosa e a bulimia. Mas
existem outros transtornos alimentares que merecem atenção, estudos e aprofundamento no tema.
A nutrição comportamental não é de fato uma especialidade, ela se justifica como uma
abordagem inovadora, que inclui aspectos sociológicos, sociais, culturais e emocionais da
alimentação, abrindo espaço para a atuação do nutricionista, que viu a necessidade de um algo a
mais para tratar pacientes que apresentavam transtornos alimentares e dificuldades em seguir dietas
padrão ou orientações nutricionais tradicionais.
Sendo assim, espera-se que, a mudança de comportamento ocorra de fato e
esses pacientes se sintam incentivados a dar continuidade ao tratamento e assim
alcançar seus objetivos e que continuem buscando melhorias para a saúde física.
(ALVARENGA, 2016).
Com esta afirmação, nota-se que o comportamento alimentar envolve muitos outros fatores,
como por exemplo, fatores emocionais e culturais, independente de apenas saciar a fome. As
sensações que sentimos no ato de comer, o local onde são realizadas as refeições, as circunstâncias
externas, o porquê comemos, e até mesmo o pensamento no momento em que estamos comendo,
influencia nesse comportamento.
De acordo com Alvarenga et al. (2016)
O ato de comer envolve outras razões além das necessidades biológicas. A comida desperta
sensações e prazer, e este comportamento relacionado à comida está diretamente ligado a identidade
social do indivíduo. Nesse contexto, o comportamento alimentar reflete todos os aspectos
relacionados ao indivíduo, sejam eles psicológicos fisiológicos ou fatores externos.
Quando se fala de mudança de comportamento alimentar, segundo Ferreira 2018.
O Mindful Eating, ou “atenção plena ao comer”, está inserido dentro do Mindfullness. Nessa
técnica, o indivíduo deve estar totalmente atento ao ato de comer, sentir sabor, odor e textura dos
alimentos, sem distrações, e assim, saber reconhecer seu corpo e saber quando estiver satisfeito,
sem utilizar a fome emocional, os estudos mostram que o Mindful Eating é uma boa estratégia para
redução da escolha impulsiva de alimentos, podendo auxiliar na perda de peso. (FERREIRA
Uningà, vol.55, pag.169-176, 2018).
O Comer Intuitivo (CI), ou Intuitive Eathing é uma abordagem que se baseia em evidências
ensinando as pessoas a terem uma boa relação com a comida, conhecendo seu próprio corpo. Tem
como objetivo, fazer com que o indivíduo possua uma verdadeira sintonia com a comida, mente e
corpo. Essa abordagem possui três pilares que são: permissão incondicional para comer; comer para
entender as necessidades fisiológicas e não emocionais e apoiar-se nos sinais internos de fome e
saciedade para determinar o que, quanto e quando comer. (TRIBOLE, 2017).
A consciência introspectiva é a capacidade de perceber sensações físicas que
surgem de dentro do corpo, mediada diretamente pelo cérebro. Sendo assim,
comedores intuitivos tem maior consciência intuitiva. A capacidade de sintonia
mente-corpo fornece ao indivíduo uma poderosa ferramenta para identificar
suas necessidades, por exemplo: sonolência, bexiga cheia, fome, ou seja, o
corpo envia mensagens de acordo com as necessidades físicas e psicológicas.
Então, quando há regras, como fazer uma dieta, há uma confusão entre a mente
e o corpo. (TRIBOLE et al., 2017).
Estudos mostram que dieta e restrição alimentar para fins de perda de peso levam o mais
ganho de peso, o comer intuitivo é uma abordagem baseada em evidências, a qual ajudam pessoas a
seguir seus sinais internos de fome e comer o que escolhe, sem sentir culpam, sem julgamentos e
sem viver um problema ético e é composta por dez princípios. O foco é na “não dieta” e deve ser
visto como um programa no qual a ordem em que são trabalhados os dez princípios não é fixa,
devendo ser adaptada para cada indivíduo. (TRIBOLE, pag. 93-100, 2017).
Sendo assim, a EM possui etapas que vai desde o primeiro contato do TN com o paciente
até a finalização do atendimento. Corroborando com Alvarenga os autores Figlies e Guimarães
(2014)
3 JUSTIFICATIVA
Este estudo tem como intuito entender mais sobre os transtornos alimentares e quais as
formas de tratamento que possam auxiliar no tratamento aos pacientes que possuem doenças
relacionadas ao excesso de peso, ou por questões emocionais e de autoestima, possam se sentir
excluídos e fora dos “padrões de beleza” impostos pela mídia e pela sociedade de um modo geral.
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Mediante este padrão de beleza estabelecido, um dos maiores impactos gerados no nosso estilo de
vida foi sobre a maneira como o indivíduo se relaciona com a comida.
Sabemos que a grande maioria das pessoas sofre com pressão da estética provocada por
padrões sociais e a mídia, o marketing da indústria alimentícia, o terrorismo nutricional e a busca
individual pela perfeição que tanto querem seguir. Nunca se falou tanto em dieta, nunca tivemos
tanta informação como hoje. Ao mesmo tempo em que o índice de transtornos alimentares e
obesidade só aumentam, por conta do padrão de beleza que a mídia muitas vezes nomeia como
perfeito.
Em meio a diversas pesquisas bibliográficas percebemos que a crença de que “apenas fechar
a boca” e praticar exercícios não é suficiente para responder todas as dificuldades enfrentadas no
emagrecimento e reeducação alimentar em busca de melhorias na saúde. Por isso a necessidade de
ajuda da psicologia para tratar questões alimentares focando os aspectos comportamentais e suas
implicações na alimentação.
A Psicologia do comportamento alimentar é uma área de conhecimento que une duas
grandes ciências da saúde, Psicologia e a Nutrição, tendo como objetivo trabalhar de forma
transdisciplinar e integrativa a maneira como o indivíduo se relaciona com a comida e com o seu
corpo. Essa visão vai contramão de dietas restritivas, buscando promover mudanças nos hábitos
alimentares de forma sustentável e permanente.
Assim como os estudos demonstram, acreditamos também que com foco no comportamento,
abrangendo no tratamento os aspectos emocionais, cognitivos, biológicos e sociais envolvidos na
alimentação do indivíduo, podemos ter um grande avanço na mudança dos hábitos alimentares da
população em geral.
4 MÉTODOLOGIA
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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Analisamos nas pesquisas feitas que para os autores em questão, todos tem o ponto de vista
parecido sobre os aspectos psicológicos e comportamentais na nutrição, então pudemos estar
juntando as ideias e informações dos autores para desenvolvimento do trabalho.
Para Nunes, Santos e Souza (2017).
Os transtornos alimentares ainda fazem parte de uma realidade crescente
principalmente na faixa etária de jovens e adultos. A nutrição comportamental
surgiu recentemente como uma abordagem cientifica e inovadora que objetiva
construir de forma gradual um planejamento alimentar para aquele indivíduo.
(NUNES, SANTOS, SOUZA, 2017).
Essa proposta inclui um trabalho global em seus aspectos fisiológicos, sociais e emocionais
da alimentação, atuando para que o paciente se sinta motivado no processo de mudança do
comportamento alimentar. Apesar de se tratar de um assunto recente e com pouco material
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científico publicado, os poucos estudos com esse tipo de intervenção mostram resultados positivos
em relação a essa abordagem.
Nos estudos encontrados feitos por Almeida (2017).
O comer intuitivo é uma ferramenta significativa, pois aparece como uma
possibilidade que realmente funciona para atribuir no lugar das dietas
tradicionais que não são tão eficientes e orientar as pessoas de uma maneira
geral a confiarem em seu próprio corpo e seguirem sua intuição ao comer,
sendo o maior objetivo é fazer com que o indivíduo mantenha uma sintonia com
a comida, a mente e o corpo. (ALMEIDA, 2017).
Sobre a “Comer em Atenção Plena” aponta ser uma estratégia boa, que ajuda a manter o
controle e evitar um comportamento indesejado ou impensado. Pois, o praticante torna-se um
observador curioso de sua própria experiência, sem julgamentos ou crítica, podendo evitar exageros
e compulsões. Para SILVA; MARTINS, 2017.
O “comer com atenção plena” nos imerge nas cores, texturas, aromas, sabores e
até mesmo sons do comer e beber. Permite que sejamos curiosos e até lúcidos
enquanto investigamos nossas respostas à comida e nossos sinais internos de
fome e saciedade, mas impõe que o comer com atenção plena não é direcionado
por tabelas ou guias alimentares e tampouco por experts em alimentação. O
comer com atenção plena deve ser direcionado pela experiência interna do
indivíduo, que é única. Aqueles que comem com essa atenção não são
julgadores e estão atentos ao sabor, textura e processo do comer. (SILVA,
MARTINS, 2017).
Essa técnica é muito mais ampla que simplesmente comer devagar, prestando atenção ao
que se está comendo.
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Podemos perceber em nosso trabalho que existe um consenso entre os autores que
relataram suas experiências de estudos sobre comportamento alimentar e os demais temas
abrangentes nesse trabalho.
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, C.; FURTADO, C. Comer Intuitivo. UNILUS Ensino e Pesquisa, vol. 14, n. 37, 2017.
ALVARENGA, M. et. al. Nutrição Comportamental. 1 ed. digital. São Paulo. Ed. Manole, 2016.
Alvarez, T. S., & Zanella, M. T.(2009). Impacto de dois programas de educação nutricional sobre o
risco cardiovascular em pacientes hipertensos e com excesso de peso. Revista de Nutrição
(Campinas), 22, 71-79.
NUNES, L.; SANTOS, M.; SOUZA, A. Fatores de risco associados ao desenvolvimento de bulimia
e anorexia nervosa em estudantes universitários: uma revisão integrativa. HU Revista, vol. 43, n. 1,
pag. 61-69, 2017.
Perez, G. H., & Romano, B. V., (2004). Comportamento alimentar e síndrome metabólica: aspectos
psicológicos. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, 4, 546-547.
Souza, J. M., Castro, M. M., Maia, E. M., Ribeiro, A. N., Almondes, K. M., & Silva, N. G. (2005).
Obesidade e tratamento: desafio comportamental e social. Revista Brasileira de Terapia Cognitiva,
1(1), 59-67.