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Investigação, 14(1):39-65, 2015

Revisão de Literatura | Anestesiologia Veterinária


CONTENÇÃO
Revista FARMACOLÓGICA EM
INVESTIGAÇÃO FELINOS SILVESTRES
PHARMACOLOGIC RESTRAINT IN
medicina veterinária WILD FELID

1. Pós-graduanda, Departamento de Anestesiologia, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP, Botucatu, SP, Brasil
Sofia de Amorim Cerejo1
2. Professor do Progar, Universidade de Franca, UNIFRAN, Franca, SP, Brasil – Av. Dr. Armando Salles Oliveira, 201, Pq.
Ewaldo de Mattos Junior2
Universitário, 14404600, Franca, SP, Caixa Postal 82. E-mail: ewaldomattos@hotmail.com

RESUMO ABSTRACT
A contenção química é necessária para o manejo de animais silvestres, pois somente com ela é possível Chemical restraint is necessary for wildlife management, because only with that is possible the handling
a manipulação e transporte dos animais, permitindo também a realização de procedimentos cirúrgicos and transportation of animals, also allowing the performing of minimally invasive surgical procedures,
pouco invasivos, indução para anestesia inalatória, exame físico, coleta de materiais e realização de the inhalation anesthesia induction, physical examination, collection of samples and diagnostic tests. In
exames diagnósticos. Na contenção das mais diversas espécies de felinos silvestres, são empregados the chemical restraint of the majority of diverse species of nondomestic felids, dissociative anesthetics,
anestésicos dissociativos normalmente associados a agonistas alfa 2-adrenérgicos, benzodiazepínicos e alpha 2 agonists, benzodiazepines and opioids were employed in different combinations with varying
opioides com efeitos variados com cada associação. Além desses fármacos, vários estudos avaliaram os effects. In addition to these drugs, several studies have evaluated the permorfance of antagonistic
efeitos de fármacos antagonistas na reversão dos efeitos dos sedativos e tranquilizantes. Foi verificada drugs in reversing the effects of sedatives and tranquilizers. Were verified that the ketamine-xylazine
que a associação cetamina-xilazina foi a mais empregada, produzindo indução e recuperação suaves association was the most frequently used combination, producing both smooth induction and recovery
na maior parte dos estudos; os principais efeitos adversos relatados foram convulsões, regurgitação, in most studies; the main adverse effects reported were seizures, regurgitation, ataxia, respiratory
ataxia, depressão respiratória e hipertermia; o período de latência na maioria das espécies foi de 5 a depression, and hyperthermia; the latency period in most species was 5-20 minutes, but the anesthetic
20 minutos, mas o tempo hábil e as dosagens apresentaram ampla variação interespécies. O emprego time and dosages presented considerable interspecies variation. The use of antagonists was shown to be
de antagonistas mostra-se importante para a recuperação, tornando-a mais rápida e suave na maioria important for recovery from anesthesia, making it faster and smoother in most studies, with atipamezole
dos estudos, sendo o atipamezole o mais utilizado. Baseado nos resultados da revisão pode-se concluir being the most commonly used drug. Based on results of review can be concluded that all protocols
que todos os protocolos devem ser escolhidos baseados na espécie de felino, e fica evidente que é should be selected based on the felid species, and it is clear that the use of dissociative anesthetics is
imprescindível o emprego de anestésicos dissociativos, que apresentam melhores efeitos sinérgicos recommended due the desirable sinergistic effects that result from the association with alpha 2 agonists.
quando associados à agonistas alfa 2-adrenérgicos. Keywords: alpha 2 agonists; benzodiazepines; dissociatives anesthetics; Felidae; opiods.
Palavras-chave: agonistas alfa 2-adrenérgicos; anestésicos dissociativos; benzodiazepínicos; Felidae; opioides.
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INTRODUÇÃO REVISÃO DE LITERATURA
A contenção farmacológica é necessária para o manejo de A pesquisa foi realizada nas bases de dados Portal Capes, Contenção física e farmacológica
animais silvestres, pois permite a manipulação e a realização Pubmed, Scielo e Science Direct, durante o período de 1972
Embora a contenção seja essencial, alguns critérios devem ser
de procedimentos terapêuticos ou diagnósticos, tendo sido a 2013, sendo encontrados 64 trabalhos; destes, 49 artigos
respeitados, semelhante ao que ocorre com animais domésticos.
empregada para indução da anestesia inalatória (SCHRADER completos são descritos resumidamente nas tabelas 1, 2 e 3,
No entanto, a principal limitação para escolha do protocolo
et al. 2012), exame físico (FIORELLO et al. 2007) e/ou coleta de com destaque para as espécies de felinos manipuladas e os
anestésico mais adequado para cada situação é a impossibilidade
amostras biológicas (WENGER et al. 2010). respectivos fármacos e dosagens empregados.
da realização do exame físico, restringindo-se a observação do
Usualmente, em felinos silvestres, são empregados fármacos Características taxonômicas e hábitos dos felinos silvestres animal, sendo o restante do referido exame realizado após a
anestésicos dissociativos, agonistas alfa 2-adrenérgicos, sedação ou anestesia (EPSTEIN et al. 2002).
benzodiazepínicos e/ou opioides em diferentes associações ou Os felinos silvestres estão incluídos na família Felidae (CHEIDA
et al. 2006) e são distribuídos em 2 subfamílias: Felinae e Em animais de cativeiro, é essencial instituir jejum alimentar de
isoladamente nas mais diversas espécies. A escolha do protocolo
Pantherinaem que contam com 14 gêneros e 37 espécies 12 a 24 horas, para evitar êmese e aspiração durante a indução e
mais adequado está ligada a diversos fatores, como espécie,
(GUNKEL & LAFORTUNE, 2007), sendo animais de pequeno, recuperação da anestesia (WAELBERS et al. 2007; LARSSON et al.
idade, condições clínicas do animal, habitat (cativeiro ou vida
médio e grande porte, com peso variando de 2,5 kg (gato-do- 2008). A instituição do jejum hídrico é discutível, pois há autores
livre), condições do ambiente de captura e disponibilidade
mato-pequeno) a 300 kg (tigre). Esta família é uma das mais relatando que mantiveram os animais com água ad libitum e
comercial dos fármacos. Os efeitos colaterais comumente
especializadas à carnivoria, pois os animais possuem potentes não verificaram intercorrências (SELMI et al. 2004; LARSSON et
encontrados são redução da frequência cardíaca (ROCKHILL et
dentes caninos e o 4º pré-molar superior bem desenvolvido e al. 2008).
al. 2011), depressão respiratória (GOODRICH et al. 2001), rigidez
muscular, convulsões (GRASSMAN et al. 2004), ataxia (FAHLMAN especializado em cortar (CHEIDA et al. 2006). A aplicação dos fármacos é feita, geralmente, com o uso de
et al. 2005), hipotermia (WAELBERS et al. 2007), hipertermia Em geral, possuem hábitos noturnos ou crepusculares; a maioria zarabatanas, bastão com seringas, rifles ou pistolas. Em muitas
(SONTAKKE et al. 2009) e sialorreia (BELSARE & ATHREYA, 2010). é terrestre, mas alguns são escansoriais, como o gato-do-mato- situações, é necessária a prévia contenção física do animal com
pequeno (CHEIDA et al. 2006); muitos são encontrados em o uso de gaiolas e jaulas de prensa (DEEM, 2004) e felinos de
Da mesma forma que a contenção, a recuperação compreende
grandes áreas com vegetação aberta, mas alguns vivem em pequeno e médio porte podem ainda ser contidos com puçá
um período delicado no manejo, pois intervenções neste
diversos biomas, como a jaguatirica e a suçuarana (OLIVEIRA & e caixas de contenção envolvidas com saco plástico para a
momento são impraticáveis, e o animal, principalmente o
CASSARO, 2005). Suas distribuições geográficas são variadas, indução da anestesia com anestésicos inalatórios via máscara
de vida livre, deve ter uma recuperação rápida (EPSTEIN et al.
podendo estar presentes em apenas alguns países do continente facial (GUNKEL & LAFORTUNE, 2007). No entanto, as principais
2002). Assim sendo, o emprego de antagonistas farmacológicos
americano, como a jaguatirica e onça-pintada (CHEIDA et al. desvantagens da contenção física prévia são o risco de lesões e
também foi alvo de diferentes estudos nestas espécies animais.
2006) ou em todo o continente, como a suçuarana. Outras o aumento do estresse, levando a necessidade do incremento
O objetivo do presente trabalho foi o de relatar, de maneira espécies, como o tigre e leão estão restritas ao continente das doses de fármacos e, devido ao maior tônus simpático, pode
retrospectiva, mediante revisão da literatura já publicada, os asiático e africano, respectivamente (IUCN, 2013). haver maiores complicações cardiovasculares e metabólicas
aspectos da contenção farmacológica em felinos silvestres, (GUNKEL & LAFORTUNE, 2007).
tendo como objetivo específico identificar quais os protocolos
A escolha dos dardos e agulhas são pontos fundamentais na
mais adequados para estas espécies animais.
contenção de felinos silvestres. Estão disponíveis 3 tipos básicos
de agulhas: com colarinho, farpada ou simples. A agulha com
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colarinho (Figura 2) é bastante utilizada, pois permanece fixada A administração de soluções cristalóides é necessária em motora e sensibilidade ao toque (GUNKEL & LAFORTUNE, 2007;
no ponto de inserção e garante injeção total do fármaco. A situações de contenção prolongada e hipovolemia constatada, LI, 2007).
agulha simples (Figura 2) é recomendada para animais que sendo a taxa de 5 a 10 mL/kg/h suficiente para manter a
A cetamina, o principal representante dos dissociativos, pode
permanecem em árvores antes da contenção, pois causa menos volemia (SCHRADER et al. 2012). Na suspeita ou na hipoxemia
ser administrada pela via intramuscular (IM), possui período
trauma ao tecido, porém é pouco utilizada, pois permanece constatada, deve-se realizar a suplementação de oxigênio a
de latência curto, alta biodisponibilidade, acessibilidade e
menos tempo fixo ao ponto de injeção, podendo haver perda do 100% com máscara facial, tubo nasal ou endotraqueal (GUNKEL
compatibilidade farmacológica com outros agentes (LI, 2007;
volume total (DEEM, 2004). Já a agulha farpada (Figura 2) é umas & LAFORTUNE, 2007) com fluxo de 1 a 5 L/min conforme o porte
ROCKHILL et al. 2011). No entanto, tem como limitações a não
das mais utilizadas, pois apesar de poder causar sérias lesões da espécie.
existência de antagonista e a sua disponibilidade comercial
teciduais, ela garante a injeção total do fármaco e a segurança
Protocolos anestésicos em baixas concentrações, o que leva à necessidade de grandes
de todos os envolvidos (DEEM, 2004). A região mais adequada
volumes para imobilização de felinos de grande porte (LI, 2007).
para as aplicações é o membro pélvico, recomendando-se O protocolo anestésico empregado para a contenção dos
aplicar no aspecto mais caudal do músculo bíceps femoral, felinos silvestres deve proporcionar indução anestésica rápida Em espécies domésticas, os efeitos cardiovasculares mais
evitando, dessa forma, o fêmur e o nervo ciático. Aplicações nos e tranquila, estabilidade cardiovascular, possuir antagonista observados são aumento da FC, PA, resistência vascular
membros torácicos são contra-indicadas devido à proximidade farmacológico específico e possibilitar recuperação sem eventos sistêmica (RVS) e resistência vascular pulmonar (PROMMER,
ao tórax e cabeça (DEEM, 2004). tempestuosos (WENGER et al., 2010; ROCKHILL et al., 2011). 2012) e, sobre o sistema respiratório são pouco frequentes, mas
em doses elevadas, ocorre redução da FR com respiração do tipo
Após a sedação é indispensável a monitoração do ritmo cardíaco,
Anestésicos dissociativos apnêustica (EVANS et al. 1972; HASKINS et al. 1985). Raramente
frequências cardíaca (FC) e respiratória (FR), temperatura
este fármaco é empregado de maneira isolada em felinos
corporal, coloração das mucosas, tempo de reperfusão capilar e Os fármacos mais empregados na contenção de felinos silvestres
silvestres, no entanto, foi utilizado desta maneira em algumas
grau de depressão do sistema nervoso central (SNC) (MILLER et são os anestésicos dissociativos, como a cetamina e a tiletamina
espécies para coleta de sêmen por eletroejaculação (WILDT et
al. 2003; FAHLMAN et al. 2005; ROCKHILL et al. 2011). Quando (SHINDLE & TEWES, 2000). O termo anestesia “dissociativa”
al. 1988); em tigres, para avaliação dos efeitos sedativos deste
possível, outras variáveis devem ser monitoradas, como a é utilizado para descrever um estado onde há depressão das
fármaco (GOODRICH et al., 2001); e em leões, para comparação
pressão arterial (PA), saturação de oxigênio na hemoglobina funções neuronais do eixo córtico-talâmico e do núcleo central
entre três protocolos, que continham como medicação pré-
(SO2), e gases e eletrólitos sanguíneos (FAHLMAN et al. 2005; do tálamo, com estimulação simultânea de partes do sistema
anestésica a cetamina isoladamente (EPSTEIN et al., 2002).
GUNKEL & LAFORTUNE, 2007). límbico, como o hipocampo, induzindo a um estado cataléptico,
Os autores relataram sucesso na contenção sem associá-la a
com manutenção dos reflexos palpebrais (LI, 2007).
Além do monitoramento, é importante manter o animal em outros fármacos, mas apontam como principal efeito adverso a
decúbito lateral, usar colchões ou cobertas térmicas para Dentre as vantagens destas substâncias, incluem a efetividade presença de convulsões catatônicas.
previnir hipotermia (LOGAN et al. 1986), posicionar a cabeça em grande variedade de espécies, alto índice terapêutico,
A tiletamina está disponível comercialmente em associação
em um nível abaixo do pescoço para favorecer o escoamento mínimos efeitos respiratórios em doses recomendadas e
com o benzodiazepínico zolazepam, em concentrações
da saliva e evitar a aspiração (DEEM, 2004) e aplicar pomada analgesia somática (LI, 2007). E como desvantagens, relata-
indênticas, na forma de pó (Zoletil® 50 ou 100 mg/mL – Virbac
oftálmica precavendo o ressecamento da córnea e conjuntiva. se a rigidez muscular, convulsões, aumento da pressão
– Saúde Animal – Brasil. Telazol® 100 mg/mL – Fort Dodge
Afim de evitar estímulos visuais e sonoros, os olhos devem intracraniana, sialorreia, indução e recuperação tempestuosas
Saúde Animal Ltda – Brasil) (FAHLMAN et al., 2005). Nesta
ser cobertos e deve ser inserido algodão no conduto auditivo com presença de ataxia, hiperreflexia, aumento da atividade
apresentação, há possibilidade de ser reconstituída em soluções
(DEEM, 2004).
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mais concentradas, requerendo baixos volumes na aplicação os autores supracitados concluíram que a tiletamina-zolazepam prolongando, com isso, o tempo de recuperação em até 30%
e facilitando a contenção de grandes felinos (FAHLMAN é um protocolo de contenção eficaz que deve ser considerado (VALADÃO, 2010).
et al. 2005; LI, 2007). Esta associação promove indução como uma alternativa a cetamina-xilazina, e que pode haver
Para minimizar alguns dos efeitos deletérios dos anestésicos
anestésica rápida, ampla margem de segurança e poucos relação dose-dependente no tempo de recuperação.
dissociativos e, principalmente, para promover relaxamento
efeitos cardiorrespiratórios (FAHLMAN et al. 2005; GUNKEL
Grassman et al. (2004) compararam a associação cetamina- muscular, eles são comumente associados aos agonistas alfa
& LAFORTUNE, 2007). No entanto, pode levar a recuperações
xilazina com a tiletamina-zolazepam, em diversos felinos 2-adrenérgicos, benzodiazepínicos, fenotiazínicos ou a opioides
prolongadas e agitadas, além de não possuir antagonista
incluindo gato-leopardo, leopardo-nebuloso, gato-bravo- (SHINDLE & TEWES, 2000; LI, 2007). Apesar de apresentarem
específico e causar dor intensa no local de aplicação.
dourado-da-ásia e gato-marmorado, e observaram que nos indicação em associações para felinos silvestres, não foi
Em tigres, há relatos que, em altas doses, essa associação pode animais anestesiados com o segundo protocolo, o período encontrado nenhum relato da utilização de fenotiazínicos na
causar alterações neurológicas, como convulsões, ataxia e de latência foi menor, porém o período hábil anestésico e o contenção farmacológica destes animais.
induzir ao óbito, geralmente, 2 a 4 dias após a anestesia; desta tempo de recuperação foram semelhantes. Assim, os autores
forma indica-se cautela com essas substâncias nesta espécie concluíram que os dois protocolos foram satisfatórios para Agonistas alfa 2-adrenérgicos
(CURRO, 2002; WACK, 2003). induzir à rápida e suave anestesia com tempo de recuperação Os agonistas alfa 2-adrenérgicos são amplamente empregados
razoável. na contenção de felinos silvestres por promoverem potente
Em felinos silvestres, essa associação foi empregada em
diversas espécies, com variados objetivos, como coleta de Barone et al. (1994) e Swanson et al. (2003) ainda empregaram depressão do SNC, com sedação dose-dependente, importante
sêmen através da eletroejaculação em suçuaranas (BARONE et a tiletamina-zolazepam em associação com cetamina para relaxamento muscular e, principalmente, pelo fato de possuírem
al. 1994), onças-pintadas, jaguatiricas, gatos-maracajás, gatos- intensificar o grau da anestesia na contenção de suçuaranas antagonistas específicos (LEMKE, 2007; BELSARE & ATHREYA,
do-mato-pequenos, gatos-do-mato-grandes e gatos-palheiros para realização de laparoscopia ou coleta de sêmen por 2010; WENGER et al. 2010; ROCKHILL et al. 2011; SCHRADER et al.
(SWANSON et al. 2003). Estes autores não relataram efeitos eletroejaculação, e não verificaram efeitos adversos. 2012), permitindo com isso recuperação anestésica mais rápida.
adversos, e concluíram que a associação farmacológica permitiu Os representantes farmacológicos são a clonidina, detomidina,
Não há dados na literatura sobre o perfil farmacocinético dos dexmedetomidina, medetomidina, romifidina e xilazina. A
a realização do procedimento proposto.
anestésicos dissociativos em espécies silvestres, porém, em principal diferença entre essas substâncias é a especificidade da
Shindle & Tewes (2000) administraram em 9 jaguatiricas, 5 mg/ gatos domésticos, a biotransformação ocorre principalmente ligação com os receptores alfa1 e alfa2 (LEMKE, 2007). Quanto
kg de tiletamina-zolazepam para coleta de materiais biológicos no fígado, produzindo alguns subprodutos com atividade maior a ligação com o receptor alfa2, mais específico e mais
e inspeção geral, e observaram que o período de latência foi anestésica de até 1/3 da molécula “mãe” (norcetamina) e potente é o efeito sedativo, como é o caso da medetomidina,
em média de 3,7 minutos, sendo inferior ao verificado quando apenas pequena amostra é excretada sem ser biotransformada que apresenta relação alfa2:alfa1 de 1620:1, enquanto a da
animais desta mesma espécie foram tratadas com cetamina- (VALADÃO, 2010). Mesmo assim, credita-se a esse fato a xilazina é 160:1 (LEMKE, 2007; ROCKHILL et al. 2011).
xilazina (média de 11,2 minutos) (BELTRAN & TEWES, 1995) recuperação prolongada em animais com disfunção renal
ou tiletamina-zolazepam-romifidina (média de 7 minutos) (GUNKEL e LAFORTUNE, 2007; LI, 2007). Além disso, a associação Os alfa 2-adrenorreceptores estão distribuídos em todo
(SELMI et al. 2004). Já o tempo médio do período hábil foi 67,4 com outros fármacos que utilizam a mesma via metabólica, o organismo, possuindo afinidade, principalmente, ao
minutos, sendo este superior quando comparado ao estudo como benzodiazepínicos, pode estender a meia-vida destes neurotransmissor noradrenalina. Podem ser encontrados na pré
de Beltran & Tewes (1995) (40,3 minutos), porém inferior aos anestésicos, devido a competição com enzimas hepáticas, e pós-sinapse neuronal e também em outros tecidos não ligados
relatos descritos por Selmi et al. (2004) (109,2 minutos). Todos ao SNC (LEMKE, 2007). O mecanismo de ação dos agonistas
alfa 2-adrenérgicos consiste na ligação a esses receptores
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localizados, especialmente na ponte cerebral (locus ceraleus), leões (LARSSON et al. 2008), tigres (GOODRICH et al. 2001), As complicações relatadas pelos autores foram convulsões em
produzindo os efeitos sedativos, ansiolíticos e modulando o jaguatiricas (BELTRAN & TEWES, 1995) e linces (ROCKHILL et al. 2 animais tratados com cetamina-xilazina após a reversão com
impulso nociceptivo descendente, e no corno dorsal da medula 2011), pois são fármacos facilmente encontrados no mercado, ioimbina e em 1 leão do grupo CD e CP; observaram também que,
espinhal, produzindo os efeitos analgésicos (LEMKE, 2007). possuem preço acessível e produzem uma indução rápida e quando manipulados, os animais do grupo CX aparentemente
suave, com boa analgesia e sobrepõe os efeitos catalépticos estavam em plano anestésico profundo, com menores valores
Em virtude da variada localização desses receptores, estes
e hipertensores da cetamina (LI, 2007; SONTAKKE et al. 2009). de FC comparativamente a CD e CP. Os autores concluíram
fármacos induzem também a diferentes efeitos adversos, que
Apesar disso, essa associação pode levar à depressão respiratória que os 3 protocolos produziram indução e recuperação suaves
incluem depressão respiratória, bradicardia, arritmias cardíacas,
(LOGAN et al. 1986; GOODRICH et al. 2001) e à recuperação e protocolos com propofol podem ser importantes para a
aumento na RVS, alterações na PA, êmese e maior risco de
prolongada (SONTAKKE et al. 2009; ROCKHILL et al. 2011), que anestesia de animais debilitados, idosos, com hepatopatias e/
aborto em fêmeas no terço final da gestação (LEMKE, 2007).
pode ser reduzida mediante o emprego de um antagonista alfa ou nefropatias.
Alguns animais podem ser refratários aos efeitos destas 2-adrenérgico (EPSTEIN et al. 2002; SONTAKKE et al., 2009).
Logan et al. (1986) anestesiaram 46 suçuaranas utilizando
substâncias, principalmente em situações de estresse, medo,
Swanson et al. (2003) e Sontakke et al. (2009) empregaram a a associação cetamina-xilazina e relataram que 22 animais
excitação ou dor. Isso ocorre, pois, nestas condições, os níveis de
associação cetamina-xilazina em gatos-mouriscos, leopardos, necessitaram de uma dose adicional da associação para serem
catecolaminas endógenas estão elevados, o que pode interferir
tigres e leões para coleta de sêmen por eletroejaculação e manipulados de maneira segura. Verificaram também, rigidez
na redução de liberação de neurotransmissores excitatórios
relataram que o protocolo permitiu a realização do procedimento, muscular, depressão respiratória e discreto efeito antinociceptivo
induzida por esses fármacos. Baseado nessas condições, que
no entanto, hipertermia foi observada em 2 leopardos e 1 tigre (ausência de reação à dor na marcação por tatuagem na orelha)
são relativamente comuns em animais silvestres, a sedação
(SONTAKKE et al. 2009). e concluíram que este protocolo anestésico produziu adequada
com esta classe de substâncias pode induzir a diferentes efeitos
imobilização em suçuaranas, permitindo manejo seguro e
depressores (LEMKE, 2007). Herbst et al. (1985) avaliaram os efeitos da associação cetamina-
adequado para coleta de dados e materiais biológicos.
xilazina para a captura de 19 leões de vida livre, sendo necessária
Os agonistas alfa 2-adrenérgicos mais empregados para a
dose suplementar de cetamina em 14 animais. Como efeitos Beltran & Tewes (1995) avaliaram a contenção química causada
sedação de felinos silvestres são a xilazina (LOGAN et al. 1986;
colaterais, os autores relataram que 1 animal apresentou por esta mesma associação em jaguatiricas (n=10) e linces
LARSSON et al. 2008; ROCKHILL et al. 2011) e a medetomidina
excitação e 6 apresentaram êmese, e concluíram que a (n=21) para procedimentos de coleta de material biológico
(WAELBERS et al. 2007; WENGER et al. 2010; SCHRADER et al.
associação resultou em imobilização satisfatória com período e colocação de brincos marcadores, e destes, 6 jaguatiricas
2012), sendo a detomidina (KOLATA, 2002; FYUMAGWA et al.,
razoável, variando de 22 a 92 minutos. e 5 linces necessitaram de segunda dose de cetamina para
2012), a dexmedetomidina (BATISTA-ARTEAGA et al, 2011;
completa imobilização. Os períodos de latência médio foram de
RAHAL et al. 2012; WHITON et al. 2013) e a romifidina (SELMI et Epstein et al. (2002) analisaram a contenção farmacológica
11,2 minutos e o hábil de 40,3 minutos. Os autores não relataram
al. 2004), ainda pouco exploradas nestas espécies. em 17 leões distribuídos em três grupos: CX (xilazina por via
nenhuma complicação anestésica e concluíram que este é um
IM e 6 minutos após, foi aplicada a cetamina pela mesma via),
Apesar de causar importantes alterações sobre o sistema protocolo confiável para imobilização destes felinos, porém
CD (cetamina IM e, quando os animais podiam ser manejados
cardiorrespiratório, a xilazina é amplamente empregada para recomendam doses um pouco diferentes das empregadas no
de forma segura, cetamina-diazepam intravenosa - IV) e CP
a contenção destes animais, principalmente em associação estudo, sendo elas de 10 a 15 mg/kg de cetamina e 1 mg/kg de
(inicialmente sedados com cetamina e quando podiam ser
à cetamina. Esta associação já foi empregada na contenção xilazina.
manejados de forma segura, foi aplicado propofol por via IV).
de suçuaranas (LOGAN et al. 1986), leopardos (SONTAKKE
et al. 2009), onças-pintadas (MCBRIDE JR & MCBRIDE, 2007),
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Goodrich et al. (2001) avaliaram os efeitos sedativos da cetamina- baseia-se nas altas doses de cetamina empregadas neste estudo 2007; DESMARCHELIER et al. 2009; HETTLICH et al. 2010), sendo
xilazina em 27 tigres de vida livre, em 32 eventos anestésicos. (26,5 mg/kg). inclusive indicada como substituto deste primeiro, pois reduz
Em 9 eventos, a contenção foi realizada somente com cetamina a dose do agente dissociativo e, consequentemente, o volume
Em linces de vida livre, Rockhill et al. (2011) analisaram dois
por falha na injeção da xilazina. As complicações descritas total a ser injetado e, devido à sua maior especificidade, induz à
protocolos anestésicos, cetamina-xilazina (CX) e cetamina-
foram convulsões (78%) e depressão respiratória (11%), sendo sedação mais potente.
medetomidina-butorfanol (CMB), e observaram que os períodos
tais efeitos atribuídos às doses mais elevadas da cetamina.
hábil e de latência dos animais tratados com CX foram menores, Quando se almeja efeitos analgésicos, pode-se ainda associar
Outro estudo desenvolvido com tigres foi realizado por Curro promovendo também manutenção da FC nos primeiros 20 um opioide a cetamina-medetomidina (WAELBERS et al. 2007;
et al. (2004) que compararam a sedação destes animais com minutos de anestesia. ROCKHILL et al. 2011) ou buscando sinergismo sedativo, um
cetamina-xilazina-midazolam (CXM) e cetamina-medetomidina- benzodiazepínico (CURRO et al. 2004; SCHRADER et al. 2012).
A associação cetamina-xilazina também foi analisada em
midazolam (CMM). Os animais foram inicialmente sedados com
55 leopardos, aonde 26 animais receberam protocolo fixo Há diversas citações sobre o emprego da associação do
a associação do agonista alfa 2-adrenérgico e midazolam e
independente do peso (150 mg de cetamina e 50 mg de anestésico dissociativo a este agonista alfa 2-adrenérgico,
após 10 minutos, foi aplicada a cetamina. Dos 7 tigres sedados,
xilazina), e o restante com doses baseada no peso estimado, principalmente quando se almeja a instituição de anestesia
2 animais do grupo CXM apresentaram sinais de sedação antes
havendo eficácia da associação para a contenção de 80% nos geral inalatória com isofluorano para a manutenção anestésica
da aplicação da cetamina, no entanto nenhum adotou decúbito.
dois métodos de cálculo, e também melhores resultados no (WAELBERS et al. 2007; HETTLICH et al. 2010; SCHRADER et al.
Verificaram que todos os animais apresentaram hipertensão,
tocante de necessidade de reaplicações. Como complicações 2012). É delicado analisar os resultados destes estudos, pois
4 animais do grupo CXM hipertermia severa; 2 animais do
desta associação nesta espécie verificaram-se regurgitação e foram diferentes procedimentos com tempos de anestesia
grupo CXM e 4 do grupo CMM hipoxemia (com necessidade
convulsões (BELSARE & ATHREYA, 2010). também variados, mas de maneira geral, não foram verificadas
de suplementação de oxigênio) e 2 animais do grupo CXM
complicações severas mediante o emprego desta associação.
convulsão. Além disso, todos os animais apresentaram ataxia Larsson et al. (2008) avaliaram os efeitos sobre o ritmo cardíaco
na recuperação após reversão com atipamezole ou ioimbina. de 27 leões e 13 tigres após a contenção com cetamina-xilazina Tomizawa et al. (1997) analisaram a eficácia da associação
e observaram ritmos e parâmetros considerados fisiológicos cetamina-medetomidina-atropina na contenção de 5 leões,
Grassman et al. (2004) compararam dois protocolos em felinos
aos animais domésticos. os quais receberam inicialmente medetomidina-atropina e
de pequeno e médio porte (gato-leopardo, leopardo-nebuloso,
quando foi observada sedação, foi administrada cetamina
gato-bravo-dourado-da-ásia e gato-marmorado); os animais Por possuir maior seletividade, a medetomidina possui maior
(IM.) Os autores concluíram que esta associação foi eficaz para
foram tratados com cetamina-xilazina ou tiletamina-zolazepam. potência sedativa (LEMKE, 2007; ROCKHILL et al. 2011). Seu
imobilização, ressaltando boa analgesia e relaxamento muscular
Os autores observaram que o período de latência quando os período de latência tende a ser menor após administração
em 80% dos animais.
gatos-leopardos foram anestesiados com tiletamina-zolazepam IM quando comparada a xilazina; pode causar alterações
foi menor quando comparado a cetamina-xilazina, porém sem cardiovasculares semelhantes a outros agentes deste grupo, Em tigres, a associação de cetamina-medetomidina, foi estudada
diferença no período hábil e no tempo de recuperação. Relataram porém possui menores efeitos adversos sobre o sistema em 6 animais anestesiados 17 vezes para procedimentos eletivos
ainda rigidez muscular na maioria dos gatos-leopardos e respiratório (LEMKE, 2007). (ovariohisterectomia e avalição clínica), e notaram que o período
leopardos-nebulosos sedados com cetamina-xilazina, e um de latência foi curto, sendo também efetivo para a manipulação
Da mesma forma que a xilazina, é amplamente empregada em
gato-leopardo apresentou convulsão; os autores alavancaram e preparação dos animais para serem submetidos a anestesia
associação com a cetamina (MILLER et al. 2003; FIORELLO et al.
que uma das razões para a alta frequência de rigidez muscular geral inalatória (MILLER et al. 2003). Nesta mesma espécie (n=7),

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Curro et al. (2004) compararam a cetamina-xilazina-midazolam recuperação suave, tendo ainda como vantagens o pequeno produz sedação, analgesia e relaxamento muscular com
(CXM) e cetamina-medetomidina-midazolam (CMM), sendo volume necessário, período hábil anestésico previsível e intensidade semelhante à xilazina, mas com período hábil maior
os animais inicialmente tranquilizados com a associação do possibilidade de reversão. Baseado nestes resultados os autores (LEMKE, 2007). A latência é curta quando administrada por via
agonista alfa 2-adrenérgico e midazolam e após 10 minutos, recomendam as doses de 0,4 mg/kg de tiletamina-zolazepam e IM ou IV e assim como os outros agonistas alfa 2-adrenérgicos,
foi aplicada a cetamina; 4 animais do grupo CXM apresentaram 0,03 mg/kg de medetomidina para ambos os sexos (FAHLMAN também produz alterações cardiovasculares dose-dependentes,
hipertermia severa, 2 animais tratados com CXM e 4 com CMM et al. 2005) e Jacquier et al. (2006) concluíram que quando no entanto, produz poucos efeitos sobre a função pulmonar
necessitaram de suplementação de O2, devido a hipoxemia; associada à medetomidina, a dose efetiva de tiletamina- (LEMKE, 2007).
além disso, 2 animais do grupo CXM apresentaram convulsão zolazepam reduz de 4 a 5 mg/kg para 1,8 mg/kg.
Poucos trabalhos relataram o uso deste fármaco em felinos
e todos apresentaram hipertensão durante o procedimento e
Embora escassos estudos estejam disponíveis, a associação silvestres, mas Kolata (2002) anestesiaram 5 leoas para
ataxia após reversão com atipamezole e ioimbina.
medetomidina-butorfanol-midazolam parece ser uma opção realização de ovariohisterectomia e histerectomia através de
Na contenção de linces de vida livre com os protocolos anestésicos promissora para a contenção farmacológica em felinos laparoscopia, empregando como pré-medicação em um dos
cetamina-xilazina (CX) ou cetamina-medetomidina-butorfanol silvestres, principalmente os de grande porte. Partindo desse animais a associação cetamina-detomidina (IM), seguido de
(CMB), este último proporciona eficácia analgésica semelhante pressuposto, ela foi analisada por Wenger et al. (2010) em 33 intubação e manutenção com isofluorano. Os autores não
ao primeiro (para procedimentos minimamente invasivos), mas leões para coleta de amostras biológicas e realização de exames observaram nenhum efeito adverso e relataram que os animais
determina menor tempo de recuperação mediante a reversão laboratoriais, onde verificaram, nas condições do experimento, apresentaram comportamento normal 24 horas após a cirurgia.
com atipamezole (ROCKHILL et al. 2011). que a associação possui período de latência menor que 8 minutos
Torina et al. (2007) empregaram a associação tiletamina-
com período hábil mínimo de 45 minutos, com bons escores
A medetomidina pode ainda ser empregada em associação a zolazepam-detomidina para a sedação de leões com o objetivo
de sedação permitindo a realização de todos os procedimentos
tiletamina-zolazepam (FAHLMAN et al. 2005; JACQUIER et al. de colocar implantes anticoncepcionais, realizar exame físico
propostos. No entanto, ocorreu hipertensão, hipoventilação,
2006). Quando associados a este agonista alfa 2-adrenérgico, e coletar amostras de sangue; não foram relatados efeitos
hipoxemia, acidose metabólica, hipo e hipertermia, além de
a dose de tiletamina-zolazepam pode ser reduzida em 75%, adversos. Já Fyumagwa et al. (2012) compararam os efeitos
bradiarritmias em 5 animais.
determinando recuperação mais rápida, principalmente de dois protocolos em 32 leões: cetamina-medetomidina e
quando o atipamezole é empregado (JACQUIER et al. 2006). A romifidina, um fármaco derivado da clonidina, foi inicialmente cetamina-detomidina. Os autores não observaram diferenças
desenvolvida para promover sedação e analgesia em equinos estatísticas nos parâmetros cardiopulmonares, período de
Fahlman et al. (2005) e Jacquier et al. (2006) utilizaram esta
(LEMKE, 2007), mas, devido a sua melhor seletividade (alfa2:alfa1 latência e tempo de recuperação e concluíram que as duas
associação de tiletamina-zolazepam-medetomidina para a
= 340:1), vem sendo estudada na contenção de felinos silvestres associações são efetivas e produzem anestesia de boa qualidade,
contenção de leões de vida livre. Os animais foram distribuídos
(SELMI et al. 2004). Selmi et al. (2004) empregaram a associação mas a associação com detomidina é 5 vezes mais barata quando
em grupos aonde receberam doses fixas de acordo com o sexo e
tiletamina-zolazepam-romifidina-atropina para contenção de 8 comparada à com medetomidina.
notaram que, em um dos trabalhos, nenhum animal necessitou
jaguatiricas, e notaram que o período de latência médio foi de 7
de dose adicional e apenas 3 animais tiveram a dose superior a A dexmedetomidina (seletividade alfa2:alfa1 de 1620:1) é o
minutos e o período hábil anestésico de 109,2 minutos.
1 mg/kg de tiletamina-zolazepam (FAHLMAN et al. 2005), mas isômero ativo da medetomidina que embora esteja disponível
3 leões receberam dose adicional devido ao prolongamento A detomidina foi desenvolvida pra uso em equinos e bovinos para a utilização em pacientes veterinários desde 1996 na
do procedimento (JACQUIER et al. 2006). Os autores relataram e, apesar de não possuir alta seletividade (alfa2:alfa1 = 260:1), Europa e 1999 nos EUA (HALL et al. 2001), ainda são poucos os
indução rápida e tranquila, bom relaxamento muscular e relatos do seu emprego em felinos silvestres. Muitos estudos
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já demonstram seus potentes efeitos sedativos, analgésicos e felinos silvestres o diazepam (EPSTEIN et al. 2002; FIORELLO et (SHINDLE & TEWES, 2000; SWANSON et al. 2003; GRASSMAN et
miorrelaxantes em felinos domésticos quando administrado al. 2007), midazolam (CURRO et al. 2004; FIORELLO et al. 2007; al. 2004).
isoladamente ou em combinação com opioides (SELMI et al. DESMARCHELIER et al. 2009; SCHRADER et al. 2012) e zolazepam
Fiorello et al. (2007) relataram um caso de procedimentos
2003; NAGORE et al. 2012). Apesar de apresentar os efeitos (SHINDLE & TEWES, 2000; FAHLMAN et al. 2005), sendo este
anestésicos recorrentes (para o transporte do animal, para
colaterais clássicos dos agonistas alfa 2-adrenérgicos como último comercializado apenas em associação à tiletamina
o animal se recupera lentamente e com segurança e para
redução da FC e hipertensão, esses são mais brandos (PYPENDOP (LEMKE, 2007).
administração de fluidoterapia IV e subcutânea - SC) em uma
et al. 2011; NAGORE et al. 2012).
A associação de cetamina aos benzodiazepínicos, não é suçuarana para tratamento de edema pulmonar pós-obstrutivo
Batista-Arteaga et al. (2011) anestesiaram uma leoa para usualmente empregada, devido ao efeito sedativo menos empregando cetamina-midazolam-diazepam, com doses
realização de cesárea, empregando para sedação a associação potente, principalmente, quando comparada aos agonistas suplementares de cetamina-midazolam quando necessário,
de dexmedetomidina-buprenorfina, seguida de indução com alfa 2-adrenérgicos (EPSTEIN et al. 2002; FIORELLO et al. 2007). tendo o animal recuperação suave, e sem descrição de efeitos
propofol e manutenção com isofluorano. Os autores relataram Desta forma, é comum o emprego de anestésicos dissociativos adversos.
que este protocolo produziu relaxamento muscular e função associados a um benzodiazepínico e a um agonista alfa
Em leões, a cetamina aplicada IM, seguida de administração da
cardiovascular satisfatórios no intra e no pós-operatório, no 2-adrenérgico (CURRO et al. 2004; FIORELLO et al. 2007; WENGER
associação de cetamina-diazepam por via IV, demonstra boa
entanto o animal apresentou sinais de recuperação apenas 60 et al. 2010; SCHRADER et al. 2012).
eficácia obedecendo este delineamento, para a manipulação
minutos após a extubação e assumiu a posição quadrupedal
Seu mecanismo de ação consiste na modulação do GABA, um dos animais pelo tempo médio de 60 minutos (EPSTEIN et
após 6 horas.
neurotransmissor inibitório que age em receptores presentes al. 2002). No entanto, Kolata (2002) relata que o emprego da
Alguns estudos empregaram a dexmedetomidina como nas membranas celulares da maioria dos neurônios do SNC associação de cetamina-midazolam para sedação de leoas
sedativo pré-operatório ou para realização de exames e nos gânglios autonômicos (LEMKE, 2007). Ao modularem necessita de doses complementares para manipulação mais
diagnósticos. Rahal et al. (2012) anestesiaram um tigre com a o GABA, esses fármacos podem causar efeitos sedativos, agressivas, como intubação orotraqueal.
associação de cetamina-dexmedetomidina, seguido de indução anticonvulsivantes, ansiolíticos e miorrelaxantes (LEMKE, 2007).
com propofol e manutenção com isofluorano para exames Opioides
O diazepam tem alta solubilidade lipídica e, por isso, é
físico e diagnóstico; e Whiton et al. (2013) anestesiaram uma O termo opioide é utilizado para classificar todos os fármacos
rapidamente distribuído pelo organismo, mas não se recomenda
suçuarana e um guepardo com cetamina-dexmedetomidina e derivados quimicamente do ópio (LAMONT & MATHEWS,
a administração por via IM, devido à irritação e dor intensa no
cetamina-dexmedetomidina-midazolam, respectivamente, e 2007). São pouco estudados em felinos silvestres, mas
local da aplicação. Já o midazolam é hidrossolúvel, não causa
manutenção com isofluorano, para exames físico e diagnóstico. alguns trabalhos empregando alguns destes fármacos como
esses efeitos locais e tem melhor absorção por esta via quando
Em ambos relatos não há descrição dos efeitos específicos do adjuvantes demonstram efeitos interessantes (WAELBERS et al.
comparado ao diazepam (LEMKE, 2007), além disso, possui
fármaco em questão. 2007; WENGER et al. 2010; ROCKHILL et al. 2011).
maior afinidade pelos receptores benzodiazepínicos e por
Benzodiazepínicos conta disto, maiores efeitos sedativos na maioria das espécies Seu mecanismo de ação consiste na interação com seus
(LEMKE, 2007). receptores opioides específicos (μ, κ, σ e δ) em diversas
Como opção para contrabalancear os efeitos da hipertonia
São escassos os trabalhos que empregaram benzodiazepínicos localizações do SNC, como região supraespinhal, espinhal
muscular induzido pela cetamina e também potencializar
isolados ou mesmo em associação a anestésicos dissociativos e periférica. Os efeitos analgésicos são produzidos a partir
a sedação, os benzodiazepínicos podem ser empregados,
da inibição direta da transmissão ascendente do estímulo
havendo na literatura descrições do uso para a contenção de
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nociceptivo no corno dorsal da medula espinhal e da ativação de como benzodiazepínicos e agonistas alfa 2-adrenérgicos, há mesmo à distância, até o animal levantar e voltar para a mata,
circuitos de controle da dor descendentes da medula espinhal potencialização da analgesia e, principalmente, da sedação afim de evitar traumas induzidos por outros animais (EPSTEIN
(LAMONT & MATHEWS, 2007). (LAMONT & MATHEWS, 2007; ROCKHILL et al. 2011). et al. 2002).
O efeito colateral clássico das substâncias dessa classe é a Em linces de vida livre, a associação do butorfanol a cetamina- Assim, devido ao fato da variação do tempo da recuperação
depressão respiratória, mas, frequentemente, observa-se medetomidina, não proporcionou melhores efeitos analgésicos em relação ao fármaco utilizado, espécie animal, duração
excitação e aumento da atividade locomotora em função da para a realização de biópsia de pele, quando comparado a da anestesia, temperatura corporal e variação individual,
midríase e estimulação do SNC, fato observado, principalmente, cetamina-xilazina, verificado principalmente pela presença de muitas vezes é imprescindível o emprego de antagonistas
em doses excessivas; hipo ou hipertermia pelas alterações no movimentos no momento de maior estimulação nociceptiva farmacológicos (GUNKEL & LAFORTUNE, 2007). No entanto,
sistema termorregulatório, além de êmese e variados efeitos (ROCKHILL et al. 2011). essas substâncias devem ser utilizadas seguindo um rigoroso
cardiovasculares (GUNKEL & LAFORTUNE, 2007; LAMONT & critério, uma vez que o fármaco alvo da reversão pode apresentar
Wenger et al. (2010) avaliaram a sedação produzida pela
MATHEWS, 2007). baixa biodisponibilidade em função da sua biotransformação,
combinação de medetomidina-butorfanol-midazolam em
ocasionando assim fenômenos excitatórios, descompensação
A buprenorfina é um opioide semi-sintético, agonista parcial de 33 leões, porém a pesquisa não foi do tipo comparativa,
cardiorrespiratória ou mesmo dor nas situações de antagonismo
receptores μ muito empregado em felinos domésticos, devido comprometendo a análise do efeito do butorfanol. No entanto,
dos opioides (GUNKEL & LAFORTUNE, 2007). Até o presente
a sua maior analgesia (ROBERTSON, 2008) e período hábil de 6 os autores enfatizaram que a associação do opioide as outras
momento, não há estudos sobre a farmacocinética destes
a 12 horas (LAMONT & MATHEWS, 2007). substâncias pode ter potencializado o efeito sedativo de
fármacos em felinos silvestres, não nos permitindo fixar um
maneira significativa.
Kolata (2002) e Waelbers et al. (2007) empregaram a tempo para a biotransformação dos mesmos e o correto
buprenorfina como analgésico adjuvante nos protocolos Recuperação momento para se realizar a reversão farmacológica.
de anestesia cetamina-midazolam, cetamina-detomidina,
cetamina-xilazina e cetamina-medetomidina utilizado para Este período é considerado crítico na contenção de felinos Antagonistas farmacológicos
a realização de ovariohisterectomia em 5 leoas e para o silvestres. Por questões de segurança, as intervenções são
Estão disponíveis comercialmente os antagonistas alfa
diagnóstico e tratamento de fratura de mandíbula de uma onça- geralmente dificultosas nesse período e por isso, o animal e a
2-adrenérgicos (iombina e atipamezole), dos receptores
pintada melânica. Batista-Arteaga et al. (2011) empregaram a área de recuperação devem ser cuidadosamente preparados
benzodiazepínicos (flumazenil) e opioides (naltrexona)
buprenorfina em associação à dexmedetomidina para a sedação (WAELBERS et al. 2007). Após o fim do procedimento, o animal
(MCKINNEYet al. 2009; SONTAKKE et al. 2009; WENGER et al.
de uma leoa submetida a anestesia geral para realização de deve ser mantido em uma sala ou jaula escura (BELSARE &
2010).
cesárea. Em todos os estudos supracitados, não são relatados ATHREYA, 2010), posicionado em decúbito lateral ou esternal,
ou discutidos os efeitos deste opioide. com o pescoço estendido e a cabeça virada para a porta (GUNKEL Em função dos agonistas alfa 2-adrenérgicos serem amplamente
& LAFORTUNE, 2007). Em animais de cativeiro, o retorno ao grupo empregados em felinos silvestres, é mais frequente o emprego
O butorfanol é um opioide sintético classificado como agonista- deve ocorrer apenas quando estiver totalmente consciente, da ioimbina e atipamezole. Estes fármacos são utilizados para
antagonista, possuindo efeito agonista em receptores k, e e água e comida podem ser oferecidas algumas horas após reverter os efeitos sedativos e cardiovasculares, e são escolhidos
antagonista em receptores μ (GUNKEL & LAFORTUNE, 2007; a completa recuperação (GUNKEL & LAFORTUNE, 2007). Em baseando-se na seletividade por estes receptores (GUNKEL &
LAMONT & MATHEWS, 2007). Quando utilizado isoladamente, este animais de vida livre, preconiza-se protocolos que permitam LAFORTUNE, 2007).
fármaco causa sedação e discreta analgesia com curta duração a recuperação mais rápida, sendo necessário a monitoração,
de ação (1 a 2 horas), mas quando associado a outros fármacos,
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Os antagonistas alfa 2-adrenérgicos podem causar diversos adversos, como hipotensão e taquicardia, não é recomendado empregaram o atipamezole, flumazenil e naltrexona após a
efeitos adversos quando administrados, principalmente, em que seja administrado pela via IV (LAMONT & MATHEWS, 2007). realização do procedimento proposto, relatando que 87%
altas doses como excitação, tremores, hipotensão, taquicardia e dos animais se recuperaram após 5 minutos da aplicação
Em suçuaranas e tigres a recuperação anestésica foi tranquila
salivação. Para a captura de animais de vida livre, o volume final dos antagonistas, 36,7% dos animais apresentaram uma
e sem o surtimento de outros efeitos colaterais em animais
é calculado baseado num peso estimado; assim sendo, para recuperação muito abrupta e das 30 recuperações avaliadas,
que receberam a associação cetamina-medetomidina e o
contornar o surtimento dos efeitos colaterais destas substâncias, 56,7% foram consideradas excelentes.
atipamezole como antagonista (MILLER et al. 2003; CURRO et
pode-se empregar como base de cálculo a quantidade inicial
al. 2004; MCKINNEY et al. 2009).
de agonista (LAMONT & MATHEWS, 2007).
Fahlman et al. (2005) e Jacquier et al. (2006) analisaram CONCLUSÕES
A ioimbina possui a relação alfa2:alfa1 de 40:1 e o atipamezole de
a recuperação de leões anestesiados com cetamina-
8526:1, conferindo a este último melhores efeitos antagônicos Baseado nas informações encontradas pode-se concluir que
medetomidina e tiletamina-zolazepam-medetomidina após a
(LAMONT & MATHEWS, 2007). Embora a ioimbina possua essa embora estes animais pertençam à mesma Família, cada
reversão com atipamezole e verificaram que as recuperações
baixa relação é um potente antagonista utilizado para reverter espécie apresenta comportamento distinto após a aplicação
foram tranquilas, sem intercorrências; já Tomizawa et al. (1997)
os efeitos da xilazina (GUNKEL & LAFORTUNE, 2007; LAMONT & de um mesmo fármaco ou associações farmacológicas. A
notaram que essa substância induziu êmese nesta mesma
MATHEWS, 2007). administração de associações tende a maiores benefícios,
espécie.
Sontakke et al (2009) observaram os efeitos da ioimbina na pois há importante sinergismo por potencialização e com isso
Os antagonistas benzodiazepínicos possuem grande afinidade redução das doses dos fármacos utilizados e também dos seus
reversão da contenção de leões, tigres e leopardos anestesiados
pelos receptores GABA, mas não possuem nenhuma atividade efeitos colaterais.
com cetamina-xilazina, e relataram que as recuperações
intrínseca e são relativamente livres de efeitos adversos
anestésicas foram suaves e sem eventos excitatórios, porém A tiletamina-zolazepam destaca-se, principalmente, pela alta
(LAMONT & MATHEWS, 2007). Seu principal representante é o
alguns leopardos apresentaram convulsões. Semelhante a concentração de sua formulação, necessitando de baixo volume
flumazenil, fármaco pouco estudado até o presente momento
estas espécies, tigres anestesiados com cetamina-xilazina- para injeção em grandes felinos, além de alto índice terapêutico,
em felinos silvestres (WENGER et al. 2010).
midazolam, apresentam melhores escores de recuperação porém, o período de recuperação é longo e também deve-se
quando a ioimbina é empregada (Curro et al. 2004). Os antagonistas opioides possuem afinidade pelos receptores ter cautela para utilização em tigres.
μ e k, revertendo todos os efeitos induzidos pelos agonistas,
Em contraste aos autores supracitados, Rockhill et al. (2011) A associação da cetamina com agonistas alfa 2-adrenérgicos
inclusive a analgesia (GUNKEL & LAFORTUNE, 2007). A naltrexona
observaram recuperações prolongadas após a aplicação da são as mais empregadas, com destaque para a associação
é um destes antagonistas puros, que tem como vantagem em
ioimbina e com qualidade variável em linces anestesiados com cetamina-xilazina, que demonstra vantagens, principalmente,
relação à naloxona, o maior período hábil (1 a 2 horas) (LAMONT
cetamina-xilazina; e em leões anestesiados com esta mesma sobre o tempo de recuperação e período hábil mais curtos e
& MATHEWS, 2007) e da mesma forma que o flumazenil, é pouco
associação, este fármaco foi responsável pelo desencadeamento também com amplo índice terapêutico nas mais variadas
estudado nas espécies silvestres.
de convulsões (EPSTEIN et al. 2002). espécies de felinos.
O estudo clássico da efetividade e da relevância do emprego
Em função da sua maior seletividade, o atipamezole é, Verificou-se que o emprego de antagonistas farmacológicos é
de antagonistas farmacológicos, foi elaborado por Wenger
geralmente, utilizado para reverter os efeitos da medetomidina uma opção de importância, principalmente quando se associa os
et al. (2010), aonde tranquilizaram leões com sucesso,
(JACQUIER et al. 2006; LAMONT & MATHEWS, 2007; WENGER et agonistas alfa 2-adrenérgicos aos protocolos, proporcionando
com a associação butorfanol-medetomidina-midazolam e
al. 2010). Devido ao potencial em causar efeitos cardiovasculares
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recuperações anestésicas mais rápidas e tranquilas, sendo os Curro, T.G. et al. 2004. Xylazine–midazolam–ketamine versus medetomidine– Hettlich, B.F. et al. 2010. Gastroesophageal intussusception in a leopard (Panthera
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Tabela 1: Revisão da literatura da contenção farmacológica de felinos silvestres.

Dose (mg/kg) Preço+ e


Finalidade da
Espécie Fármaco disponibilidade no Amostra Observações Referência
contenção
(IM)* Brasil (R$
Alguns animais apresentaram
rigidez muscular e depressão
Suç+A1:H151) Cetamina + Xilazina 11 + 1,8 3,80/mL – D + 9,30/mL – D Avaliação tempo hábil. 46 respiratória. LOGAN et al, 1986
Tempo hábil: 12-103 minutos.
Dose complementar de
Coleta de sangue e sêmen por cetamina (5-7 mg/kg, IV),
Suçuarana (Puma concolor) Cetamina 15,4 3,80/mL – D 7 quando necessário WILDT et al, 1988
eletroejaculação.
Convulsões catatônicas.
Indução para anestesia
Tiletamina-zolazepam 2,7-1,4 30,00/mL – D
inalatória.
Tiletamina-zolazepam 30,00/mL – D + Indução para anestesia
Suçuarana (Puma concolor) 6,6-14,2 + 3,8-6,5 BARONE et al, 1994
Cetamina 3,80/mL – D inalatória.
Coleta sêmen por
Tiletamina-zolazepam 4,5-10,1 30,00/mL – D
eletroejaculação.
3,80/mL – D + Tiletamina-zolazepam aplicado
Cetamina + Tiletamina- Coleta sêmen por
Suçuarana (Puma concolor) 8-10 + 2-3 35 10-15 minutos após aplicação de SWANSON et al, 2003
zolazepam 30,00/mL – D eletroejaculação.
cetamina.
Suçuarana Cetamina + 3,80/mL – D + Recuperação violenta após
Indução para anestesia
2,3 + 0,02 1 reversão com atipamezole 30
(Puma concolor coryi) Medetomidina 43,00/mL - ND inalatória.
minutos após a pré-medicação.
Cetamina + Midazolam + 3,80/mL – D +
6,2 + 0,08 + 0,04 (IV) Facilitar transporte. 1 FIORELLO et al, 2007
Diazepam 0,60/mL – D + 0,60/mL – D
Cetamina + Medetomidina + 3,80/mL – D + 43,00/mL – ND
3,8 + 0,08 + 0,08
Midazolam + 1
0,60/mL – D
Cetamina + Medetomidina 2 + 0,075 3,80/mL – D + 43,00/mL – ND Exame físico. 1
Suçuarana (Puma concolor) Cetamina + Medetomidina + 3,80/mL – D + 43,00/mL – ND Indução para anestesia DESMARCHELIER et al, 2009
5 + 0,04 + 0,1 1
Midazolam + 0,60/mL – D inalatória.
3,80/mL – D + Colocação colares de Recuperação após reversão com
Suçuarana (Puma concolor) Cetamina + Medetomidina 4 + 0,08 16 MCKINNEY et al. 2009
43,00/mL – ND rastreamento. atipamezole.
3,80/mL – D + Indução para anestesia Animal veio à óbito durante
Suçuarana (Puma concolor) Cetamina + Dexmedetomidina 3 + 0,01 1 WHITON et al. 2013
60,00/mL - D inalatória. procedimento.
Gato-mourisco (Puma Coleta sêmen por
Cetamina + Xilazina 8-10 + 0,2-2 3,80/mL – D + 9,30/mL – D 21 SWANSON et al. 2003
yaguaroundi) eletroejaculação.

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Dose (mg/kg) Preço+ e


Finalidade da
Espécie Fármaco disponibilidade no Amostra Observações Referência
contenção
(IM)* Brasil (R$
Dose complementar de
Leopardo (Panthera pardus Coleta de sangue e sêmen por cetamina (5-7 mg/kg, IV),
Cetamina 14,8 3,80/mL – D 13 quando necessário. WILDT et al. 1988
japonensis) eletroejaculação.
Convulsões catatônicas.
Indução tranquila, rápida e
profundo plano de anestesia,
com boa analgesia e bom
relaxamento muscular em 15-25
Coleta sangue, sêmen por minutos.
Leopardo (Panthera pardus) Cetamina + Xilazina 2,32 + 1,16 3,80/mL – D + 9,30/mL – D eletroejaculação e pequenas 55 SONTAKKE et al. 2009
2 animais apresentaram
cirurgias (vasectomia).
hipertermia.
Alguns animais apresentaram
convulsão na recuperação após
ioimbina.
6 animais apresentaram
regurgitação.
Leopardo (Panthera pardus 3 animais apresentaram
Cetamina + Xilazina 5 + 1,4 3,80/mL – D + 9,30/mL – D Avaliação tempo hábil. 55 convulsões. BELSARE & ATHREYA, 2010
fusca)
Recuperação tranquila.
Tempo hábil: 20-151 minutos.
Indução para anestesia
Leopardo (Panthera pardus) Cetamina + Medetomidina 2,9 + 0,03 3,80/mL – D + 43,0/mL – ND 1 Recuperação tranquila. HETTLICH et al. 2010
inalatória.
Coleta sêmen por
Onça-pintada (Panthera onca) Tiletamina-zolazepam 05/out 30,0/mL – D 21 SWANSON et al. 2003
eletroejaculação.
Recuperação tranquila e
Exame físico, coleta de amostras
rápida (45-60 minutos após
Onça-pintada (Panthera onca) Cetamina + Xilazina 11 + 1,1 3,80/mL – D + 9,30/mL – D de pelos e ectoparasitas e 19 MCBRIDE JR & MCBRIDE, 2007
imobilização), sem agentes
colocação colar.
reversores.
Cetamina + Medetomidina + 2,5 + 0,06 + 0,0075 (IV) + 3,80/mL – D + Boa analgesia pós-operatória.
Recuperação tranquila após
43,0/mL – ND + 15,0/mL – ND Exame físico prévio e indução reversão com atipamezole após
Onça-preta (Panthera onca) Buprenorfina + 0,175 (IV) 1 WAELBERS et al. 2007
+ para anestesia inalatória. 45 minutos do fechamento do
isofluorano.
Meloxicam 3,0/mL – D

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Dose (mg/kg) Preço+ e


Finalidade da
Espécie Fármaco disponibilidade no Amostra Observações Referência
contenção
(IM)* Brasil (R$
6 animais necessitaram de 2ª
3,80/mL – D + Pesagem, mensurações, coleta dose de cetamina (6,2 ± 0,5
Jaguatirica (Leopardus pardalis) Cetamina + Xilazina 14,1 + 1,1 de sangue, exame físico e 10 mg/kg). BELTRAN & TEWES, 1995
colocação de brinco. Tempo hábil: 40,3 ± 2,8
9,30/mL – D
minutos.
1 animal apresentou
Pesagem, mensurações e coleta hipertermia.
Jaguatirica (Leopardus pardalis) Tiletamina-zolazepam 5,05 30,0/mL – D de amostras de sangue, fezes e 9 SHINDLE & TEWES, 2000
ectoparasitas. Tempo hábil: 67,4 ± 19,8
minutos.
Coleta sêmen por
Jaguatirica (Leopardus pardalis) Tiletamina-zolazepam 05/out 30,0/mL – D 38 SWANSON et al. 2003
eletroejaculação.
3,4 + 0,04 + 30,0/mL – D + 30,0/mL - ND Diminuição da FC e temperatura.
Tiletamina-zolazepam +
Jaguatirica (Leopardus pardalis) Avaliação tempo hábil. 8 SELMI et al. 2004
Romifidina + Atropina Tempo hábil: 109,2 ± 27,9
0,03 + 1,30/mL - D
minutos.
Gato-maracajá (Leopardus Coleta sêmen por
Tiletamina-zolazepam 05/out 30,0/mL – D 27 SWANSON et al. 2003
wiedii) eletroejaculação.
Gato-do-mato-pequeno Coleta sêmen por
Tiletamina-zolazepam 05/out 30,0/mL – D 17 SWANSON et al. 2003
(Leopardus tigrinus) eletroejaculação.
Gato-do-mato-grande Coleta sêmen por
Tiletamina-zolazepam 05/out 30,0/mL – D 24 SWANSON et al. 2003
(Leopardus geoffroyi) eletroejaculação.
Gato-palheiro (Leopardus Coleta sêmen por
Tiletamina-zolazepam 05/out 30,0/mL – D 2 SWANSON et al. 2003
colocolo) eletroejaculação.
5 animais necessitaram de 2ª
3,80/mL – D + dose de cetamina (7,4 ± 0,9
Pesagem, mensurações, coleta mg/kg).
Lince (Lynx spp.) Cetamina + Xilazina 13,3 + 1,2 de sangue, exame físico e 21 Alguns animais apresentaram BELTRAN & TEWES, 1995
9,30/mL – D
colocação de brinco. hipertermia.
Tempo hábil: 50,0 ± 3,3
minutos.

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Dose (mg/kg) Preço+ e


Finalidade da
Espécie Fármaco disponibilidade no Amostra Observações Referência
contenção
(IM)* Brasil (R$
Recuperação prolongada
9,61-13,89 + 3,80/mL – D + (33-103 minutos) mesmo com
Cetamina + Xilazina Avaliação tempo hábil. 5 reversão com ioimbina.
0,71-1,05 9,30/mL – D Tempo hábil: 3,0-21,0 minutos.
1 convulsão após reversão com
Cetamina + 3,29-9,91 + 3,80/mL – D +
Lince (Lynx rufus) atipamezole. ROCKHILL et al. 2011
Animais mais responsivos
Avaliação tempo hábil. 6 aos estímulos do ambiente e
Medetomidina + 0,03-0,05 + 43,00/mL – ND + 37,00/mL – D
excitaram parcialmente com a
realização de biópsia.
Butorfanol 0,33-0,52 Tempo hábil: 13,0-38,0 minutos.
Tigre Siberiano (Panthera Dose complementar de
tigris altaica) e Tigre-de- Coleta de sangue e sêmen cetamina (5-7 mg/kg, IV),
Cetamina 11,2 3,80/mL – D 13 quando necessário. WILDT et al. 1988
bengala (Panthera tigris por eletroejaculação.
tigris) Convulsões catatônicas.
Recuperação não observada
Cetamina + 10,1 + 3,80/mL – D +
após reversão com ioimbina.
Alguns animais
Xilazina 0,81 9,30/mL – D Exame físico, pesagem,
24 apresentaram convulsões.
mensurações.
3 animais apresentaram
Tigre Siberiano (Panthera
intensa depressão GOODRICH et al. 2001
tigris altaica)
respiratória.
Recuperação não observada
Cetamina Exame físico, pesagem, após reversão com ioimbina.
12,6 3,80/mL – D 9
mensurações. Alguns animais
apresentaram convulsões.
6 animais necessitaram de
Cetamina + 1,66 + 3,80/mL – D + 2ª dose de cetamina (100 a
200mg).
Indução para anestesia 2 animais apresentaram
Tigre (Panthera tigris) Medetomidina 0,025 43,00/mL – ND 17 MILLER et al. 2003
inalatória. hipertermia.
Recuperação tranquila,
com mínima ataxia, após
reversão com atipamezole.

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Dose (mg/kg) Preço+ e


Finalidade da
Espécie Fármaco disponibilidade no Amostra Observações Referência
contenção
(IM)* Brasil (R$
Cetamina aplicada 10
Cetamina + 9,68 + 3,80/mL – D + minutos após a pré-
medicação.
4 animais apresentaram
Xilazina + 0,49 + 9,30/mL – D +
hipertermia.
Animais apresentaram
Midazolam 0,099 0,60/mL – D
hipertensão.
Exame físico e testes
7 2 animais apresentaram
diagnósticos.
convulsões.
2 animais necessitaram de
suplementação de oxigênio.
Recuperação tranquila após
reversão com ioimbina
Tigre Siberiano (Panthera após 60 minutos da pré-
CURRO et al. 2004
tigris altaica) medicação.
Cetamina aplicada 10
Cetamina + 2,47 + 3,80/mL – D + minutos após a pré-
medicação.
43,00/mL – ND + 0,60/mL Animais em decúbito lateral
Medetomidina + 0,046 +
–D após pré-medicação.
Animais apresentaram
Midazolam 0,099 Exame físico e testes
7 hipertensão.
diagnósticos.
4 animais necessitaram de
suplementação de oxigênio.
Recuperação tranquila após
reversão com atipamezole
após 60 minutos da pré-
medicação.
10 + 3,80/mL – D +
Avaliação
Tigre (Panthera tigris) Cetamina + Xilazina 13 LARSSON et al. 2008
2 9,30/mL – D eletrocardiográfica.

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Dose (mg/kg) Preço+ e


Finalidade da
Espécie Fármaco disponibilidade no Amostra Observações Referência
contenção
(IM)* Brasil (R$
Indução tranquila e
rápida e profundo
plano de anestesia, com
2,32 + 3,80/mL – D +
boa analgesia e bom
Coleta sangue, sêmen por relaxamento muscular em
Tigre (Panthera tigris) Cetamina + Xilazina eletroejaculação e pequenas 16 15-25 minutos. SONTAKKE et al. 2009
cirurgias (vasectomia). 1 animal apresentou
1,16 9,30/mL – D
hipertermia.
Recuperação tranquila e
suave após reversão com
ioimbina.
Cetamina + 3+ 3,80/mL – D +
Dexmedetomidina + Indução para
Tigre (Panthera tigris) 0,002 + 1 (IV) 60,00/mL – D + 1 RAHAL et al. 2012
Propofol anestesia inalatória.
0,40/mL - D
Cetamina + 1,85 + 0,031 3,80/mL – D +
Medetomidina + Alguns animais
Tigre Siberiano (Panthera 0,031 43,00/mL - ND Indução para anestesia
Midazolam + Meloxicam 1 apresentaram taquicardia e SCHRADER et al. 2012
tigris altaica) inalatória.
0,2 + hipertermia.
0,60/mL – D + 3,0/mL – D
14 animais necessitaram
de dose adicional de
cetamina para início total da
anestesia.
1 animal apresentou
Leão (Panthera leo) Cetamina + Xilazina 3,8-16,7 + 0,46-1,17 3,80/mL – D + 9,30/mL – D Avaliação tempo hábil. 19 excitação na indução. HERBST et al. 1985
6 animais apresentaram
êmese durante a indução.
Tempo hábil: 21-159
minutos.

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Dose (mg/kg) Preço+ e


Finalidade da
Espécie Fármaco disponibilidade no Amostra Observações Referência
contenção
(IM)* Brasil (R$
Cetamina aplicada
Cetamina + 1,9-5,7 + 3,80/mL – D + após sedação com pré-
medicação.
Adequada imobilização, boa
43,00/mL – ND + 1,30/
Medetomidina + Atropina 0,0476-0,0584 + analgesia e relaxamento
mL - D
Exame físico, coleta de muscular em 4 animais.
Leão (Panthera leo) 5 TOMIZAWA et al. 1997
sangue e pesagem. 3 animais apresentaram
0,026-0,035
êmese na recuperação.
Recuperação tranquila após
reversão com atipamezole
após 1 hora da pré-
medicação.

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Dose (mg/kg) Preço+ e


Finalidade da
Espécie Fármaco disponibilidade no Amostra Observações Referência
contenção
(IM)* Brasil (R$
Cetamina aplicada 6
Cetamina +
minutos após a xilazina.
Exame físico e testes 2 animais apresentaram
10 + 1 3,80/mL – D + 9,30/mL – D 6
diagnósticos. convulsão após a reversão
Xilazina
com ioimbina após 15
minutos da pré-medicação.
Cetamina + diazepam
Exame físico e testes aplicados assim que animal
Cetamina + 10 + 3,80/mL – D +
diagnósticos. sedou após a pré-medicação
com cetamina.
Os procedimentos duraram 1 animal apresentou
Cetamina + Diazepam 2 (IV) + 0,2 (IV) 3,80/mL – D +
1 hora. convulsão.
5 2 animais necessitaram
de uma dose adicional
de cetamina (2mg/kg)
0,60/mL – D
+ diazepam (0,2mg/kg)
Leão (Panthera leo) durante os primeiros 15 EPSTEIN et al. 2002
minutos de monitoração.
Recuperação com leve
ataxia.
Propofol aplicado assim que
Exame físico e testes
animal sedou após a pré-
diagnósticos.
medicação com cetamina.
1 animal apresentou
Os procedimentos duraram
convulsão antes da
1 hora.
aplicação de propofol.
Cetamina + Propofol 10 + 1 (IV) 3,80/mL – D + 0,40/mL – D 6
4 animais necessitaram
de uma dose adicional
de propofol (0,5mg/kg)
durante os primeiros 15
minutos de monitoração.
Recuperação tranquila.

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Dose (mg/kg) Preço+ e


Finalidade da
Espécie Fármaco disponibilidade no Amostra Observações Referência
contenção
(IM)* Brasil (R$
Indução foi suplementada
com cetamina (1-2 mg/kg)
IM ou IV
Indução para anestesia
Cetamina + Midazolam 2,5 + 0,085 3,80/mL – D + 0,60/mL – D 1 Foi administrado
inalatória.
buprenorfina (0,02 mg/kg)
ou butorfanol (0,1-0,2 mg/
kg) IM ou IV como analgesia.
Foi administrado
Indução para anestesia buprenorfina (0,02 mg/kg)
Cetamina + Detomidina 2,5 + 0,06 3,80/mL – D + 39,0/mL – D 1
inalatória. ou butorfanol (0,1-0,2 mg/
Leão (Panthera leo) kg) IM ou IV como analgesia. KOLATA, 2002
Indução foi suplementada
com cetamina (1-2 mg/kg)
IM ou IV
Anestesia foi revertida com
Indução para anestesia
Cetamina + Xilazina 1,8 + 2,68 3,80/mL – D + 9,30/mL - D 3 ioimbina.
inalatória.
Foi administrado
buprenorfina (0,02 mg/kg)
ou butorfanol (0,1-0,2 mg/
kg) IM ou IV como analgesia.
Indução tranquila com leve
30,0/mL – D +
ataxia.
1 animal apresentou mímica
43,0/mL – ND
de vômito.
Exame físico, colocação de Recuperação tranquila após
Tiletamina-zolazepam + colares ou brincos, teste reversão com atipamezole
Leão (Panthera leo) 0,38-1,32 + 0,027-0,055 21 FAHLMAN et al. 2005
Medetomidina de tuberculose e coleta de após 46-140 minutos da
amostras de sangue. pré-medicação.
Autor recomenda 0,4
mg/kg de tiletamina-
zolazepam + 0,03 mg/kg de
medetomidina.

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Dose (mg/kg) Preço+ e


Finalidade da
Espécie Fármaco disponibilidade no Amostra Observações Referência
contenção
(IM)* Brasil (R$
Indução e recuperação
1,8 + tranquilas após reversão
com atipamezole.
Analgesia e relaxamento
Exame físico, coleta muscular adequados para
Tiletamina-zolazepam + 0,07 30,0/mL – D + 43,0/mL –
Leão (Panthera leo) de sangue e tecidos e 6 pequenos procedimentos JACQUIER et al. 2006
Medetomidina ND cirúrgicos.
tratamentos de ferida.
1 animal apresentou
depressão respiratória.
Tempo hábil: 53,8 ± 18,4
minutos.
Avaliação
Leão (Panthera leo) Cetamina + Xilazina 10 + 2 3,80/mL – D + 9,30/mL – D 27 LARSSON et al. 2008
eletrocardiográfica.
Indução tranquila,
rápida e profundo
plano de anestesia, com
Coleta sangue, sêmen por boa analgesia e bom
Leão-asiático (Panthera leo relaxamento muscular em
Cetamina + Xilazina 2,32 + 1,16 3,80/mL – D + 9,30/mL – D eletroejaculação e pequenas 52 SONTAKKE et al. 2009
persica) 15-25 minutos.
cirurgias (vasectomia).
Recuperação tranquila e
suave após reversão com
ioimbina.

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Dose (mg/kg) Preço+ e


Finalidade da
Espécie Fármaco disponibilidade no Amostra Observações Referência
contenção
(IM)* Brasil (R$
8 animais permaneceram
em decúbito esternal e
43,0/mL - ND+
o restante apresentou
decúbito lateral.
5 animais apresentaram
37,0/mL - D+ 0,60/mL - D
bradiarritmias.
1 animal apresentou êmese.
Coleta de amostras de Alguns animais
Medetomidina + Butorfanol
Leão (Panthera leo) 0,052 + 0,31 + 0,21 sangue e tecidos e teste de 33 apresentaram hipoxemia. WENGER et al. 2010
+ Midazolam
tuberculose. Alguns animais tiveram
recuperações consideradas
excelentes e outras foram
muito abruptas após
reversão com atipamezole,
naltrexone e flumazenil
45-60 minutos após a pré-
medicação.
Sinais de recuperação 60
Dexmedetomidina + 60,0/mL – D +
minutos após extubação.
Indução para anestesia BATISTA-ARTEAGA et al.
Leão (Panthera leo) 0,02 + 0,01 + 1 (IV) 15,00/mL – ND + 0,40/mL 1 Tempo para levantar: 5-6
Buprenorfina + inalatória. 2011
–D horas.

3,80/mL – D + 43,0/mL – Exame físico e tratamentos Anestesia foi revertida com


Cetamina + Medetomidina 2,5 + 0,07 16
ND de ferida. atipamezole após 1 hora.
Leão (Panthera leo) FYUMAGWA et al. 2012
Exame físico e tratamentos Anestesia foi revertida com
4-5 + 0,05 3,80/mL – D + 39,0/mL – D 16
de ferida. atipamezole após 1 hora.
Dose complementar de
Guepardo (Acinonyx jubatus Coleta de sangue e sêmen cetamina (5-7mg/kg, IV),
Cetamina 14,2 3,80/mL – D 15 quando necessário. WILDT et al. 1988
jubatus) por eletroejaculação.
Convulsões catatônicas.

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Dose (mg/kg) Preço+ e


Finalidade da
Espécie Fármaco disponibilidade no Amostra Observações Referência
contenção
(IM)* Brasil (R$
Cetamina +
Dexmedetomidina + 3,80/mL – D +
Guepardo (Acinonyx jubatus Indução para anestesia
3,5 + 0,012 + 0,06 1 Animal foi eutanasiado WHITON et al. 2013
jubatus) inalatória.
Midazolam 60,00/mL – D +
0,60/mL – D
Alguns animais
Cetamina + apresentaram rigidez
27,42 + 1,93 3,80/mL – D + 9,30/mL – D Avaliação tempo hábil. 19 muscular e convulsão.
Gato-leopardo (Prionailurus Tempo hábil: 92,6 ± 52,6
Xilazina GRASSMAN et al. 2004
bengalensis) minutos.
Tempo hábil: 67,0 ± 30,6
Tiletamina-zolazepam 12,3 30,00/mL – D Avaliação tempo hábil. 25
minutos.
Animais apresentaram
3,80/mL – D +
Cetamina + Xilazina 19,25 + 1,55 Avaliação tempo hábil. 3 rigidez muscular.
Leopardo-nebuloso (Neofelis
9,30/mL – D GRASSMAN et al. 2004
nebulosa)
Tempo hábil: 124,7 ± 11,4
Tiletamina-zolazepam 10,1 30,0/mL – D Avaliação tempo hábil. 3
minutos.
Gato-bravo-dourado-da-
Cetamina + Xilazina 29,61 + 2,1 3,80/mL – D + 9,30/mL – D Avaliação tempo hábil. 2 Tempo hábil: 252 minutos. GRASSMAN et al. 2004
ásia (Catopuma temminckii)
Gato-marmorado (Pardofelis
Cetamina + Xilazina 24,86 + 1,74 3,80/mL – D + 9,30/mL – D Avaliação tempo hábil. 1 Tempo hábil: 280 minutos. GRASSMAN et al. 2004
marmorata)

*As doses apresentadas foram calculadas a partir do peso real dos animais, na maioria dos trabalhos.
+ Preços consultados no ano de 2014 no mercado Brasileiro
D – disponível no mercado Brasileiro
ND – não disponível no mercado Brasileiro

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Tabela 2: Revisão da literatura da reversão da contenção química em felinos silvestres com ioimbina.

Espécie Protocolo Dose ioimbina (mg/kg) (IM)* Amostra Observações Referência


Alguns leopardos apresentaram convulsões
após a reversão.
Leopardo (Panthera pardus) Cetamina + Xilazina 0,1-0,15 (IV) 40 SONTAKKE et al, 2009
Tempo para animal se levantar após
reversão: 11,6 ± 3,2 e 10,8 ± 3,5 minutos.
Recuperação prolongada e variável.
Lince (Lynx rufus) Cetamina + Xilazina 0,18-0,28 5 Tempo para recuperação total após reversão: ROCKHILL et al, 2011
33-103 minutos.
Tigre-siberiano (Panthera tigris altaica) Cetamina + Xilazina 0,07 33 Recuperação não observada. GOODRICH et al, 2001
Recuperação tranquila.
Tigre-siberiano (Panthera tigris altaica) Cetamina + Xilazina + Midazolam 0,111 7 Tempo para animal se levantar após CURRO et al, 2004
reversão: 40 ± 6 minutos.
Recuperação tranquila e suave.
Tigre (Panthera tigris) Cetamina + Xilazina 0,1-0,15 (IV) 11 Tempo para animal se levantar após SONTAKKE et al, 2009
reversão: 10,3 ± 1,5 e 7,7 ± 1,6 minutos.
Cetamina + 2 animais apresentaram convulsões após a
Leão (Panthera leo) 0,1 (IV) 6 EPSTEIN et al, 2002
Xilazina reversão 15 minutos após a indução.
Leão (Panthera leo) Cetamina + Xilazina 0,22 (IV) 3 KOLATA, 2002
Recuperação tranquila e suave.
Leão-asiático (Panthera leo persica) Cetamina + Xilazina 0,1-0,15 (IV) 37 Tempo para animal se levantar após SONTAKKE et al, 2009
reversão: 5,9 ± 1,0 e 4,7 ± 1,0 minutos.

*As doses apresentadas foram calculadas a partir do peso real dos animais, na maioria dos trabalhos.

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Tabela 3: Revisão da literatura da reversão da contenção química em felinos silvestres com atipamezole.

Dose atipamezole (mg/kg)


Espécie Protocolo Amostra Observações Referência
(IM)*
Recuperação violenta após reversão 30
Suçuarana (Puma concolor coryi) Cetamina + Medetomidina 0,15 + 0,08 1 FIORELLO et al. 2007
minutos após a pré-medicação.
Suçuarana (Puma concolor) Cetamina + Medetomidina 0,3 16 Recuperação tranquila. MCKINNEY et al. 2009
Aplicada 10 minutos após a intubação para
Suçuarana (Puma concolor) Cetamina + Dexmedetomidina 0,05 1 WHITON et al. 2013
melhorar performance cardiopulmonar
10 minutos após aplicação do atipamezole,
Cetamina + Medetomidina + Buprenorfina +
Onça-preta (Panthera onca) 0,125 1 animal começou a responder a estímulos WAELBERS et al. 2007
Meloxicam
sonoros.
1 animal apresentou convulsão após a
Cetamina +
reversão.
Lince (Lynx rufus) 0,20-0,26 6 ROCKHILL et al. 2011
Tempo para recuperação total após reversão:
Medetomidina + Butorfanol
9-37 minutos.
Recuperações suaves com mínima ataxia.
Tigre (Panthera tigris) Cetamina + Medetomidina 0,1291 17 Tempo para decúbito esternal após reversão: MILLER et al. 2003
14.2 ± 5,8 minutos.
Recuperação tranquila.
3 animais apresentaram êmese na
Leão (Panthera leo) Cetamina + Medetomidina + Atropina 0,1905-0,2338 5 recuperação. TOMIZAWA et al. 1997
Tempo para animal andar após reversão: 41-
82 minutos.
Animal agindo normalmente 24 horas após
Leão (Panthera leo) Cetamina + Detomidina 0,3 1 KOLATA, 2002
cirurgia.
Recuperação tranquila.
Metade da dose IV e a outra metade SC
Leão (Panthera leo) Tiletamina-zolazepam + Medetomidina 2,5 a 5 vezes a dose da medetomidina 21 FAHLMAN et al. 2005
Tempo para animal se levantar após reversão:
8-109 minutos.
Recuperação tranquila, com dose mais baixa
Tiletamina-zolazepam +
0,3 ± 0,1 (3 a 5,8 vezes a dose da sendo suficiente.
Leão (Panthera leo) 6 JACQUIER et al. 2006
medetomidina) Tempo para animal se levantar após reversão:
Medetomidina
134,7 ± 133,1 minutos.

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Dose atipamezole (mg/kg)


Espécie Protocolo Amostra Observações Referência
(IM)*
Alguns animais tiveram recuperações
consideradas excelentes e outras foram muito
abruptas.
Flumazenil e naltrexona também foram
Leão (Panthera leo) Medetomidina + Butorfanol + Midazolam 0,26 (5 vezes a dose da medetomidina 33 WENGER et al. 2010
utilizados para reversão do midazolam e do
butorfanol, respectivamente.
Tempo para animal se levantar e caminhar
após reversão: 4,4 ± 4,3 minutos.
Cetamina + Tempo de recuperação após reversão: 31 ±
ND 16
Medetomidina 1,468 minutos.
Leão (Panthera leo) FYUMAGWA et al. 2012
Tempo de recuperação após reversão: 26 ±
Cetamina + Detomidina ND 16
0,579 minutos.

ND – dado não disponível


*As doses apresentadas foram calculadas a partir do peso real dos animais, na maioria dos trabalhos.

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