Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Otavio A. Flausino Jr
Ribeirão Preto
- 2006 -
1
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Otavio A. Flausino Jr
Ribeirão Preto
- 2006 -
2
FICHA CATALOGRÁFICA
83 p.; 30cm
3
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Ricardo Luiz Nunes de Souza, por ter aceitado a me orientar
etapas a serem cumpridas este trabalho não teria rendido tão bons resultados.
farmacêutica.
de fim de ano.
Hélia, pelo apoio técnico, sem o qual não teria resolvido muitos dos problemas
4
encontrados e por terem me ensinado muitas das técnicas utilizadas em
Karina, Pedro, Sabrina e Henrique, por terem estado comigo durante muitos
Laura, Andréia, Déco, Gabi, Edu, Lú, Tati e Fábio, por terem continuado a ser
5
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO
1.2.1 – Fitoquímica 5
1.4 – Ansiedade 11
2 – OBJETIVOS 18
3 – MATERIAL E MÉTODOS 19
3.1 – Fitoquímica 19
3.2 - Farmacologia 22
3.2.1 – Animais 22
6
3.4 – Análise espectrométrica e estatística 26
4 - RESULTADOS 28
4.2 - Farmacologia 33
5 - DISCUSSÃO 54
6 - CONCLUSÕES 64
7 - RESUMO 66
8 - ABSTRACT 67
9 - BIBLIOGRAFIA 68
7
“Meditai se só as nações fortes podem fazer ciência,
Oswaldo Cruz
8
1. INTRODUÇÃO
Japão (VOGEL, 1991; KANBA et al., 1998; WONG et al., 1998). Na Europa
que visavam controlar a comercialização dos produtos naturais, uma vez que
9
estudos sobre salicilina, um constituinte bioativo da Salix alba (SCHENKEL et
al., 2000).
canais iônicos, não teria atingido o grau de desenvolvimento atual se não fosse
(RATES, 2001).
10
RATES, 2001). Este fato deve-se ao moderno contexto social e econômico,
2001).
necessários para sua utilização (LAPA et al., 2000). No mesmo sentido, a OMS
11
expressivo das indústrias multinacionais no desenvolvimento de novas
segurança dos mesmo, uma vez que as grandes indústrias possuem recursos
totais das plantas e a relação entre a atividade dos diferentes constituintes com
podem ter sua ação potencializada ou seus efeitos colaterais mitigados por
2001).
planta arbórea (10 - 14 metros de altura) de floração vermelha que ocorre nas
12
espécies de Erythrina: E. mulungu, E. velutina, E. crita-galli, E. poeppigiana, E.
1.2.1 Fitoquímica
13
(substância extraída de Chondodendron tomentosum) (HARGREAVES et al.,
mostraram que a eritroidina era uma mistura de dois alcalóides isoméricos que
17 11
16 12 10
D C 9
15 13 N 8
14 5 B
4 6 7
A
3 1
2
14
Após o isolamento de α e β-eritroidina de E. americana, e as
al., 1953; TANDON et al., 1969; ITO et al., 1970; BARTON et al., 1970;
GHOSAL et al., 1970; GHOSAL et al., 1971; ITO et al., 1971; MIANA et al.,
1972; GHOSAL et al., 1972 a,b; BARTON et al., 1973; ITO et al., 1973, a,b,c,d;
1974; ITO et al., 1976; BARAKAT et al., 1977; EL-OLEMY et al., 1978; AHMAD
15
Protosinomenina, N-Norprotosinomenina, isoboldina, eribidina, scourelina,
1996; TANAKA et al., 1996, 1997a,b; 1998; 2001; OH et al., 1999; YENESEW
HIDER et al., 1986; GARÍN-AGUILAR, et al., 2000). Este efeito foi atribuído ao
16
serotonina plaquetária, uma das principais atividades dos antagonistas de
receptores 5-HT3.
500 e 1000 mg/Kg, v.o), indicando um efeito depressor sobre o SNC (CABRAL
tratamento agudo com a dose de 200 mg/Kg (v.o) apresentou efeito ansiolítico
17
compartimentos do modelo quanto no tempo de permanência no
nas doses de 50, 100 e 200 mg/Kg, tanto na tarefa de esquiva inibitória, quanto
Por outro lado, existe uma relativa escassez de ensaios pré-clínicos e estudos
2000).
18
1.4. Ansiedade
utilização dos modelos animais tem contribuído tanto para os estudos dos
BLANCHARD et al., 1993; RODGERS et al., 1997; LISTER, 1990; FILE, 1992;
19
1.4.1.1. Labirinto em cruz elevado (LCE)
1985). Por outro lado, tem sido proposto que o labirinto em cruz não é um
20
LCE tem sido considerado com um modelo misto de ansiedade (HANDLEY e
JR., 2002).
Por outro lado, o efeito ansiolítico na fuga dos braços abertos foi observado
21
somente após a inclusão de um novo parâmetro no procedimento do teste: a
Resultados recentes têm mostrado que o LTE também pode ser utilizado
2004).
Por outro lado, tem sido proposto que o comportamento dos camundongos
exibido durante a exposição aos braços abertos não representa uma resposta
22
de fuga na bateria de testes defensivos para camundongos (BTDC)
que as altas latências de saída do braço aberto do LTE podem ser devidas ao
23
uma diminuição desta latência pode ser considerada como um efeito
2003).
2003) são medidas que têm sido usados como índices de ansiedade.
24
BOURIN, 1998), bem como agonistas de receptores serotonérgicos do tipo 1A,
escuro (SANCHÉS, 1996; HENDRIE et al.; 1997; GRIEBEL et al.; 1998). Por
25
OBJETIVOS
desta planta.
26
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. FITOQUÍMICA
eritrínicos fosse otimizada (figura 3). Para isso, o extrato hidroalcoólico seco
Como o teste com o revelador Dragendorf foi positivo para alcalóides na F2,
onde apresentou atividade. Desta forma, esta fração foi selecionada para dar
27
3.1.3. Isolamento dos constituintes ativos
em fração A (FA – 136,2 mg) (1-27), fração B (FB – 93,4 mg) (28-50), fração C
(FC – 148,3 mg) (51-69), fração D (FD – 284,5 mg) (70-101) (figura 3). As
eritrartina (1) (48 mg), das frações C e D, a eritravina (2) (61 e 34,82 mg,
Varian Unit operando em 500 MHz. Foi utilizado como padrão interno o
28
EXTRATO BRUTO (120 g)
EtOH/H2O - 7:3
extração ácido-base
29
3.2. FARMACOLOGIA
3.2.1. Animais
administrados via oral (v.o) por gavagem. Como droga padrão foi utilizado o
cloreto de sódio 0,9% (0,9% NaCl) e sonicado por 15 minutos. O diazepam foi
30
3.2.3. Aparelhos e procedimento experimental
era vídeo gravado por cinco minutos para posterior análise. Foram analisadas
total de entradas nos braços fechados foi usado como medida de atividade
locomotora.
Para o teste do LTE (figura 4) foi utilizado um LCE com uma barreira na
tempo de saída deste braço era medido. O tempo máximo de permanência dos
aparelho era limpo com etanol 20% após a exposição de cada animal.
31
Figura 4 – Foto do aparelho utilizado para os experimentos com o
labirinto em cruz elevado e com o labirinto em T elevado (após a interrupção de
um dos braços fechados).
centro da caixa e sua atividade gravada em vídeo, por cinco minutos, para
32
Figura 5 – Foto da arena utilizada para as medidas da atividade
locomotora dos animais.
25 cm) dividida por uma barreira com uma passagem (7 x 7,5 cm ) através da
paredes brancas (27 x 37 x 25 cm) e iluminado por uma luz branca (1320 lux) e
outro de pareces pretas (17 x 37 x 25 cm) iluminado por uma luz vermelha (35
lux). Para a realização deste teste cada animal era colocado no centro do
animal era gravado em vídeo para análise do tempo gasto pelos animais no
compartimentos do modelo.
33
Figura 6 – Foto do modelo da transição claro-escuro.
34
tratamento se mostrava significativo os dados eram analisados através da
ANOVA de uma via seguida pelo teste post hoc de Duncan. Os resultados
35
4. RESULTADOS
alcalóide 2 foi isolado tanto a partir de FC, quanto de FD. A partir de FD foi
O espectro de RMN de 1H e 13
C em CDCl3 para as substâncias 1, 2 e 3
alcalóides eritrínicos (figura 2). Desta forma, foi possível identificar sinais de
olefínicos (singleto largo (sl), H-7; dubleto largo (dl), H-1; duplo dubleto (dd), H-
36
Tabela 1 – Valores dos deslocamentos químicos (δ, em ppm) e constantes de
acoplamento (J) da RMN de 1H (500 MHz) e 13C (125 MHz) (em CD3Cl) de
eritrartina, eritravina e 11-OH-eritravina.
37
Eritrartina
4,64 δ) e de 13
C (64,55 δ) e as correlações obtidas com o teste de HMQC.
OH
H3CO
N
H3CO
H3CO
38
Eritravina
H3CO
N
H3CO
HO
11-hidroxi-eritravina (11-OH-eritravina)
39
pela primeira vez na literatura, desta forma, a substância 3 foi reconhecida
como sendo um novo alcalóide eritrínico, ao qual foi dado o nome de 11-
OH
H3CO
N
H3CO
HO
40
4.2. FARMACOLOGIA
EXTRATO BRUTO
Labirinto em T elevado
(LB) (F(5,49) = 2,34; p = 0,056), esquiva 1 (E1) (F(5,49) = 3,97; p < 0,01),
esquiva 2 (E2) (F(5,49) = 3,75; p < 0,01); esquiva 3 (E3) (F(5,49) = 3,39; p =
0,01) e esquiva 4 (E4) (F(5,49) = 2,62; p < 0,05). Na figura 10 pode ser
de uma via mostrou que houve diferença significativa entre os grupos (F(5,49)
= 3,48; p < 0,01). O teste post-hoc de Duncan mostrou que esta diferença era
41
300
SALINA
DZP (2 mg/Kg)
250
EM (50 mg/Kg)
EM (100 mg/Kg)
EM (200 mg/Kg)
200 *
* EM (400 mg/Kg)
Latência (s)
* *
*
150
*
*
100 * *
*
*
50
* ** *
* *
*
0
LB E1 E2 E3 E4 FUGA
pelo tratamento agudo com nenhuma das doses do extrato bruto de EM (figura
42
300 SALINA
DZP (2 mg/Kg)
250 EM (50 mg/Kg)
EM (100 mg/Kg)
200 EM (200 mg/Kg)
Número
EM (400 mg/Kg)
150
100
50
0
CRUZAMENTOS LEVANTAMENTOS
Labirinto em T elevado
(F(4,40) = 7,00; p < 0,0001) e das tentativas (F(4,160) = 11,18; p < 0,0001),
0,112). A ANOVA de uma via mostrou que houve diferença significativa entre
43
A ANOVA de uma via mostrou que não houve diferença significativa
SALINA
DZP (2 mg/Kg)
300 F2 (3 mg/Kg)
F2 (6 mg/Kg)
250 F2 (10 mg/Kg)
F2 (17 mg/Kg)
200 F2 (30 mg/Kg)
Latência (s)
*
150
* *
*
*
100 * *
**
50 *
** * *
* * * **
0
LB E1 E2 E3 E4 FUGA
pelo tratamento agudo com nenhuma das doses da F2 (figura 13). A ANOVA
44
número de cruzamentos (F(4,40) = 0,30; p = 0,87), nem na medida do número
SALINA
300 DZP (2 mg/Kg)
F2 (3 mg/Kg)
250 F2 (6 mg/Kg)
F2 (10 mg/Kg)
200 F2 (17 mg/Kg)
Número
F2 (30 mg/Kg)
150
100
50
0
CRUZAMENTOS LEVANTAMENTOS
45
ERITRARTINA
Labirinto em T elevado
7,65; p < 0,001), das tentativas (F(4,124) = 18,38; p < 0,0001) e da interação
3,49; p < 0,05), mas não na latência basal (F(3,31) = 2,11; p = 0,11).
ANOVA de uma via mostrou que não houve diferenças significativas entre os
SALINA
300 DZP (2 mg/Kg)
1 (3 mg/Kg)
250
1 (10 mg/Kg)
Latência (s)
200
150
*
100 * *
50 *
* **
** *
0
LB E1 E2 E3 E4 FUGA
46
Atividade locomotora – Arena
alterou a atividade locomotora dos animais (figura 15). A ANOVA de uma via
15.
SALINA
300 DZP (2 mg/Kg)
1 (3 mg/Kg)
250 1 (10 mg/Kg)
200
Número
150
100
50
0
CRUZAMENTOS LEVANTAMENTOS
47
ERITRAVINA
Labirinto em T elevado
(F(3,55) = 13,40; p < 0,0001), das tentativas (F(4,220) = 44,23; p < 0,0001) e
48
300 SALINA
DZP (2 mg/Kg)
250 2 (3 mg/Kg)
2 (10 mg/Kg)
200
Latência (s)
150
*
*
100 *
*
50 ** *
*
*** *
0
LB E1 E2 E3 E4 FUGA
como pode ser observado na figura 17. A ANOVA de uma via não mostrou
49
300 SALINA
DZP (2 mg/kg)
250 2 (3 mg/kg)
2 (10 mg/kg)
200
Número
150
100
50
0
CRUZAMENTOS LEVANTAMENTOS
11-OH-ERITRAVINA
Labirinto em T elevado
(F(3,33) = 5,29; p < 0,01), E3 (F(3,33) = 5,29; p < 0,01) e E4(F(3,33) = 10,29; p
< 0,0001), mas não na latência basal (F(3,33) = 0,51; p = 0,67). A figura 18
50
Em relação à medida de fuga dos braços abertos a ANOVA de uma via
SALINA
300 DZP (2 mg/kg)
3 (3 mg/kg)
250 3 (10 mg/kg)
200
Latência (s)
150
*
100 *
*
50 * * *
* *
0
LB E1 E2 E3 E4 FUGA
atividade locomotora. A ANOVA de uma via mostrou que nenhuma das doses
51
300 SALINA
DZP (2 mg/kg)
250 3 (3 mg/kg)
3 (10 mg/kg)
200
Número
150
100
50
0
CRUZAMENTOS LEVANTAMENTOS
52
4.2.2. EXPERIMENTO 2 – Modelo da transição claro-escuro
EXTRATO BRUTO
iluminado (F(4,43) = 4,82; p < 0,01) (figura 20 A). O teste post hoc de Duncan
revelou um aumento desta medida nos grupos tratados com 100 mg/Kg e 200
53
Tempo (s) no compartimento iluminado
300
SALINA
250 DZP (2 mg/Kg)
EM (100 mg/Kg)
*
200 EM (200 mg/Kg)
* EM (400 mg/Kg)
150 *
100
50
0
Tratamentos
A
30
25
Número de transições
20
15
10
0
Tratamentos B
54
ERITRARTINA
ANOVA de uma via revelou efeito significativo na medida de tempo gasto pelos
Este efeito, de acordo com o teste de Duncan (p < 0,05), foi observado
55
Tempo (s) no compartimento iluminado
300 SALINA
DZP (2m/Kg)
250
1 (3 mg/Kg)
200 1 (10 mg/Kg)
*
150
100
50
0
Tratamentos A
30
Número de transições
25
20
15
10
0
Tratamentos
B
Figura 21 – Efeito (média e EPM) do tratamento agudo (v.o) com
eritrartina (1) sobre o tempo gasto pelos camundongos no compartimento
iluminado (A) e número de transições entre os dois compartimentos do modelo
da transição claro-escuro. N = 17 (salina), 12 (DZP), 12 (1 – 3 mg/Kg), 12 (1 –
10 mg/Kg) * p < 0,05 versus salina (Teste post hoc de Duncan)
56
ERITRAVINA
A). O teste post hoc de Duncan mostrou que o tempo gasto no compartimento
57
Tempo (s) no compartimento iluminado
300 SALINA
DZP (2 mg/Kg)
250 2 (3 mg/Kg)
2 (10 mg/Kg)
200
*
150 * +
100
50
0
Tratamentos A
30
25
Número de transições
20
15
10
0
Tratamentos B
Figura 22 – Efeito (média + EPM) do tratamento agudo (v.o) com
eritravina (2) sobre o tempo gasto pelos camundongos no compartimento
iluminado e número de transições entre os dois compartimentos do modelo da
transição claro-escuro. N = 12 (salina), 10 (DZP), 10 (2 – 3 mg/Kg), 10 (2 – 10
mg/Kg). * p < 0,05; + p = 0,06 versus salina (Teste post hoc de Duncan)
58
11-HIDROXI-ERITRAVINA
(figura 23 B). O teste post hoc de Duncan revelou que o DZP e a 11-hidroxi-
59
Tempo no compartimento iluminado
SALINA
300
DZP (2 mg/Kg)
250 3 (3 mg/Kg)
3 (10 mg/Kg)
200
150
* *
100
50
0
Tratamentos
A
30
*
Número de transições
25
20
15
10
0
Tratamentos B
Figura 23 – Efeito (média + EPM) do tratamento agudo (v.o) com a 11-
OH-eritravina sobre o tempo gasto pelos animais (A) e número de transições
entre os dois compartimentos do modelo da transição claro-escuro (B). N = 12
(salina), 12 (DZP), 9 (3 – 3 mg/Kg), 9 (3 – 10 mg/Kg). * p < 0,05 versus salina
(Teste post hoc de Duncan)
60
4.2.3. EXPERIMENTO 3 - Labirinto em cruz elevado
< 0,01) e de % de tempo gasto nos braços abertos (F(4,38) = 8,95; p < 0,001).
diferiu do grupo controle (teste post hoc de Duncan, p < 0,05). A ANOVA não
100 SALINA
90 DZP (2 mg/Kg)
80 EM (100 mg/Kg)
70 EM (200 mg/Kg)
EM (400 mg/kg)
60
50 *
40 *
30
20
10
0
% entradas nos % tempo gasto total de entradas
braços abertos nos braços nos braços
abertos fechados
61
5. DISCUSSÃO
eritrínicos ocorre nas posições dos carbonos C-3 e C-11, este resultado
62
esclarece mais uma etapa da biossíntese destes alcalóides. A formação da 11-
posição C-11. Sugere-se aqui que o próximo passo na rota biossintética desses
OH
H3CO
H3CO
eritravina N
H3CO N
H3CO 11-OH-eritravina
HO
HO
OH
H3CO
H3CO
N
erisotrina H3CO N
H3CO
eritrartina
H3CO (11-OH-erisotrina)
H3CO
OCH3
H3CO
N
H3CO eritristemina
H3CO
63
Os resultados do presente trabalho sugerem ser os alcalóides de E.
400 mg/Kg também prejudicou a fuga dos braços abertos do labirinto. Estes
agudo (200 mg/kg) e crônico (50, 100 e 200 mg/Kg) do extrato de E. mulungu,
diferença nos resultados obtidos com a medida da fuga pode ser explicada em
DE-SOUZA, 2004).
64
defensivos. Carvalho-Netto e Nunes-de-Souza (2004) mostraram que o
nas doses de 1,0 e 2,0 mg/Kg, diminuiu a latência de saída do braço aberto do
antiaversivo da fração.
65
mg/Kg) apresentaram efeito ansiolítico na medida da esquiva inibitória dos
efeito observado na medida de fuga dos braços abertos com o extrato brutos
entre suas atividades, ou até mesmo, ser devido ao efeito de outra substância
66
Com o propósito de se confirmar o efeito ansiolítico observado no o teste
e 400 mg/Kg) e crônico (50 mg/Kg) com o extrato bruto da planta aumentaram
modelo. Tem sido sugerido que um aumento nesta medida pode refletir
e HASCÖET, 2003). Por outro lado, alterações nesta medida podem estar
67
Desta forma, como os resultados obtidos no presente trabalho com a arena
(GRAEFF et al., 1993; VIANA et al., 1994; GRAEFF et al., 1998; CARVALHO-
68
comportamentos de defesa dos animais observados nestes modelos podem
generalizada (GRAEFF et al., 1993; VIANA et al., 1994; GRAEFF et al., 1998;
grupo controle (VASCONCELOS et al., 2004). Tem sido observado que drogas
1993; GRAEFF et al., 1993). Alguns autores têm atribuído estes resultados
69
presentes no extrato de Erythrina mulungu afetam a neurobiologia da
animais, mesmo com as doses mais altas, é plausível sugerir que não há
70
Apesar de muitos trabalhos mostrarem a participação dos sistemas de
(ROGER et al., 2001). Esse tem sido um modelo in vitro muito utilizado para se
menos em parte, pelos efeitos ansiolíticos desta planta, o que confirma sua
71
6. CONCLUSÕES
escuro, o que pode ser considerado como um efeito ansiolítico uma vez
arena.
resultados anteriores.
72
sensíveis ao efeito de ansiolíticos que atuam sobre os sistemas de
73
7. RESUMO
Resultados recentes mostraram efeito ansiolítico do extrato
apresentou efeito ansiolítico nas medidas de esquiva inibitória (100, 200 e 400
mg/Kg) e fuga (400 mg/Kg) dos braços abertos do LTE e na medida de tempo
medida de esquiva inibitória dos braços abertos. No TCE foi observado efeito
74
8. ABSTRACT
known erythravine (2), and erythrartine (1) from Erythrina mulungu were
isolated, and their structures were determined by spectral analysis. The relative
1
stereochemistry of the new alkaloid was determined mainly by H NMR
properties of the hydroalcoholic crude extract (CE) and of the alkaloids were
evaluated using the elevated plus-maze test (EPM), the elevated T-maze test
(ETM) and the light-dark transition model (LDTM) for mice. The CE showed
anxiolytic-like effects in the ETM, i.e., the doses 100, 200, and 400 mg/kg (po)
of CE impaired the inhibitory avoidance of the open arms of the maze. In the
LDTM, CE (100 and 200 mg/kg) increased the time spent by the animals in the
anxiety related responses in mice exposed to the EPM, we did not use this
the compounds 1, 2, and 3 also attenuated anxiety in the ETM, an effect that
was confirmed in the LDTM with the alkaloids 2 and 3. Taken in account, these
results strongly suggest that these erythrinian alkaloids are the compounds
responsible for the anxiolytic properties attributed to the crude extract and seem
75
9. BIBLIOGRAFIA
ANSELONI, V.Z.; MOTTA, V.; LIMA, G.; BRANDÃO, M.L. Behavioral and
874-880. 1973.
médico social dos transtornos ansiosos. In: Gentil, V.; Lotufo-Neto, F.; Bernik,
76
M.A. Pânico, fobias e obsessões. A experiência do projeto AMBAM. p.55.
(Swiss) mice: the mouse defense test battery. Physiol. Behav. v. 65, p. 201 -
209. 1998.
defense test battery: pharmacological and behavioral assays for anxiety and
pharmacology of fear and anxiety. Behav. Brain Res. v. 58, p. 155-165. 1993.
G.L.; AGNELLO, E.J. The structure of β-erythroidine and its derivatives. J. Am.
77
antidepressant activity in the forced swimming test. Planta Medica. v. 64, p.
maze to study anxiety in mice. Behav. Brain Res. 148, p. 119-132. 2004.
related effects of two diazepam and chlordiazepoxide in the rat light-dark and
78
CRUZ, A.P.M.; FREI, F.; GRAEFF, F.G. Ethnopharmacological analysis
1996.
The alkaloids of the flowers and seeds of Erythrina variegata. Lloydia. v. 41 (4),
p. 342-347. 1978.
479-483. 1993.
79
ERNST, E.; RAND, J.I.; STEVINSON, C. Complementary therapies for
FLAUSINO JR., O.A.; ZANGROSSI JR., H.; VIANA, M.B. Effects of acute
2002.
curare action, from Erythrina americana Mill. J. Am. Chem. Soc. v. 59, p. 1580.
1937.
80
GARCÍA-MATEOS, R.; SOTO-HERNANDEZ, M.; KELLY, D. Alkaloids
from six Erythrina species endemic to Mexico. Bioch. Syst. Ecol. v. 26, p. 545-
551. 1998.
2398. 1970.
2101-2103. 1972 b.
81
GRAEFF, F.G.; FERREIRA NETO, C.; ZANGROSSI JR., H. The
In: Biological Psychiatry. D’HAENE, H.; DEN BOER, J.A.; WILLNER, P. (eds.)
1953.
82
HARGREAVES, R.; JOHNSON, D.; MILLINGTON, D.; MONDAL, M.;
p. 231-234. 1986.
21-30. 1996.
alkaloid from Erythrina x bidwilli Lind. Chem. Pharm. Bull. v. 19 (7), p. 1509-
1511. 1971.
p. 1617. 1973 b.
83
ITO, K.; FURUKAWA, H.; HARUNA, M.; LU, S.T. Erythrina alkaloids. IV –
1973 c.
LADER, M.H. The nature and duration of treatment for GAD. Acta
196.
84
LIEBOWITZ, M.R. Antidepressants in panic disorders. Br. J. Psychiatry.
1992, vol. 1.
490-491. 1980.
Erythrina folkersii Krukoff and Moldenke and Erythrina salviiflora Krukoff and
MEYER, M.; van HEERDEN, F.R. Cytotoxic isoflavones from Erythrina indica.
85
NOGUEIRA, E.; ROSA, G.J.M.; HARAGUCHI, M.; VASSILIEF, V.
119-126. 1998.
NUTT, DJ. Anxiety and its therapy: today and tomorrow. In: Briley, M,
File, SE, editors. New concepts in anxiety. London: McMillan Press; 1991. p. 1-
12.
OH, W.K.; LEE, H.S.; AHN, S.C.; AHN, J.S.; MBAFOR, J.T.; WANDJI, J.;
FOMUM, Z.T.; CHANG, H.K.; KIM, Y.H. Prenylated isoflavonoids from Erythrina
responses in rats. Braz. J. Med. Biol. Res. v. 35, p. 473–477, 2002 (short
communication).
86
PELLOW, S.; CHOPIN, P.; FILE, S.E.; BRILEY, M. Validation of
1999.
2001.
Lankan Erythrina indica leaves has sedative but not analgesic activity.
anxiety: an ethological perspective. Braz. Jour. Med. Biol. Res. v. 30, p. 289-
304. 1997.
87
RODRIGUES, V.E.G.; CARVALHO, D.A. Indicação, parte e preparo de
IZQUIERDO, I.; MEDINA, J.H. Anxiolytic natural and synthetic flavonoid ligands
88
P.R. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 2ª ed. Porto Alegre,
TANAKA, H.; ETOH, H.; WATANABE, N.; SHIMIZU, H.; AHAMAD, M.;
RIZWANI, G.H. Erysubins C-F, four isoflavoids from Erythrina suberosa var.
TANDON, S.P.; TIWARI, K.P.; GUPTA, A.P. New alkaloid from the seeds
of Erythrina lithosperma. Nat. Acad. Sci. Ind. Sect A. vol. 39, p. 263-264. 1969.
2070. 1979 a.
89
TIWARI, K.P.; MASSOD, M. Alkaloids from pods of Erythrina
93. 2004.
VIANA, M.B.; TOMAZ, C.; GRAEFF, F.G. The elevated T-maze: a new
animal model of anxiety and memory. Pharm. Biochem. Behav. v.49, p. 549-
554. 1994.
WALSH, R.N.; CUMMINS, R.A. The open field test: a critical review.
90
WONG, A.H.; SMITH, M.; BOON, H.S. Herbal remedies in psychiatry
D.; PETER, M.G. Two isoflavonoids from the stem bark of Erythrina sacleuxii.
elevated T-maze, a new animal model of anxiety. Brain Res. Bull. v.44 (Suppl.
91