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SÚMARIO
O nome • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
A vida antes de conhecer a região • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
O descobrimento • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
A Descrição • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
A Colônia de Parsana • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
A incursão gigante • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
Colônia da jovem, do velho e do audaz • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
Assentamento do capturado, sobrevivente ou conspirador • • • • • • • • • • • • • •
As tribos • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
A colônia da rainha • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
Colônia Prisional • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
Doenças • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
Relatos de aventuras • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
O Nome.
O descobrimento.
No fim dessa Era se inicia as primeiras navegações e com isso, navios
exploravam novas oportunidades de escravos e especiarias, novas terras e
novas ilhas eram tudo muito alienígena para os homens comuns da época,
quando Papirito fora descoberto pensaram ser nada mais que uma ilha com
nativos para o ramo escravagista, não demorou muito para aos poucos
notarem o tamanho dessa suposta ilha, mas ninguém explorou mata a dentro
por conta de nuvens de peste que comiam de dentro para fora os aventureiros
e patrulheiros que tentavam desbravar o território. E por anos essa “ilha” foi
esquecida.
A Descrição.
No extremo canto do mundo conhecido, além das águas quentes do
arquipélago do verão, se encontra a misteriosa região de Papirito, sendo a
única parte de Todo Continente que não se encontra conectada aos demais
registrado na cidadela. Continente vasto, formado primariamente por uma
densa floresta tropical pouquíssimo explorada, de clima quente e húmida,
gigantes selvas densas, desertos áridos, poços de lama e doenças exóticas.
Uma terra onde as pedras nascem em árvores e os galhos enforcam aqueles
que se distraem. a região abriga alguns dos seres mais misteriosos e
ameaçadores do mundo. Ao redor da região existem pedregulhos retorcidos
polvilhados por toda a margem da costa.
A Colônia de Parsana.
Conforme as Eras passaram foram se criando formas melhores de explorar
lugares de difícil acesso, ilhas por todo o mundo conhecido foram levantadas
colônias. O Império Basterlinus que viria a tentar colonizar toda North se
interessou primeiro do que todos por Papirito, numa época onde ninguém se
importava com aquela suposta ilha, eles já chegaram com força sob as praias
do continente. Uma frota de dez barcos acostou na costa, está nas
documentações que um terço fora destruído em rochas e tempestades antes
mesmo de chegar a avistar a terra, indicando que antes haviam quinze deles.
Montaram a Cidade Parsana, que viria a ser uma espécie de base capital em
próximos assentamentos, ficaram cerca de três anos, construindo casas,
fortalezas, igrejas, etc. Nesse meio tempo mais cem navios chegaram para
auxiliar, pois a terra era muito maior do que se imaginava, uma extensão onde
mesmo com barcos traçando ao redor da costa não foram capazes de dar a
volta no continente. Dentre os navios da nova frota grande parte eram próprios
ao combate.
Durante o primeiro ano sofreram muitos ataques de nativos ali, o que antes
pensavam ser apenas tribos descobriram comunidades de milhares deles. Os
nativos foram conhecidos como Homens Tigrados, pois seus corpos eram
malhados com listras brancas e vermelhas. Um povo primitivo e hostil que
habitam a densa mata tropical e costuma atacar qualquer forasteiro que tente
se estabelecer em sua terra, viriam a descobrir que são extremamente
perigosos, dizem ser esfoladores e inclusive canibais. Alguns deles costumam
ser ocasionalmente capturados por traficantes de escravos e vendidos como
gladiadores em arenas de combate, pelo que dizem são fortes e rápidos,
porém lentos de raciocínio.
Os reforços de cem navios obviamente não vieram todos de uma só vez,
durante os três anos foram chegando de pouco a pouco, totalizado pelo menos
quatorze mil estrangeiros que passaram pela Colônia de Parsana. Os ataques
dos nativos ocorriam principalmente nas matas fechadas por meio de ataques
de guerrilha e emboscada. Pelo menos três mil dos colonos pereceram apenas
em conflitos com Tigrados, dos homens que chegaram nos primeiros dez
navios não sobreviveram até final dos três anos. Sem contar as doenças que
corroíam os homens tal qual o ferro na maresia salgada, no fim das contas, dez
mil dos colonos foram infectados. Ao final de três anos a colônia de uma hora
para a outra foi deixada pelos exploradores que restaram, Parsana fora
abandonada. Muitos ainda viriam a morrer de estranhas doenças na viagem de
volta. Quando seus navios atracaram em Arabor do Norte o rei da época,
Eddoard Primeiro, mandou queimar os sete navios que retornaram, como
condição de acolher os sobreviventes da incursão. Parsana não viria a se
manter viva novamente, seus prédios em ruinas permanecem vazios. Todas as
tentativas de repopular a cidade terminaram em tragédia, incluindo a expedição
Varredura Cintilante, parte da frota de cem mil navios de Vanessa que tentou
se estabelecer ali, mas foi atacada e destruída por demônios listrados. Diz a
lenda que as palavras de Vanessa ao ver Parsana foram: “Tão amaldiçoada
que nem mesmo a floresta ousou entrar para retomar seu lugar...”.
A incursão gigante.
Os principais nomes para esse evento são o gigante das nuvens Ligrard
Sevenia e suas duas esposas Luciana Sevenia e Sabugrid Sevenia, que
diferente do primeiro assentamento que não restaram nomes para se registrar.
Esses três irmãos, entretanto, foram e voltaram do grande continente. Eram
capitães de navios flutuantes, e navegaram por entre os céus com cada um
dos três capitaneando o seu próprio barco, juntamente com mais outros seis
sob seus comandos. As intemperes começaram ainda no percurso, quando
dois navios tombaram sob um grande tufão em mar aberto. Ao chegarem a
sobrevoar Papirito o navio de Luciana estranhamente começou a perder
altitude, simplesmente encalhou numa ravina sob a floresta tropical. Ligrard
tinha o objetivo de registrar até onde se estendia o tal continente. Ficaram
cerca de sete meses nessa busca, construíram um forte flutuante para minar
ataques aos navios e residir com mais tranquilidade no continente, porém, no
fim Ligrard retornou a Cordilheira do Tarrasque, morada gigante, dizendo para
todos que nada encontrou além de florestas densas, montanhas e desertos
áridos. E sem chegar a uma costa, jurando que o continente era pelo menos do
tamanho ou maior que Balatuh. Uma terra sem fim.
As tribos.
Temos diversas tribos conhecidas, mas temos ciência que são menos da
metade das que existem. Lembrando que tais registros tem séculos de vida,
tribos podem já terem sido desmanteladas ou mudarem suas características.
Por fim todas as tribos conhecidas possuem a característica de serem um povo
primitivo na idade da pedra, são hostis a forasteiros e não os permitem em sua
terra, assim como a maioria dos selvagens.
Papirions: possivelmente a maior e mais avançada organização do continente.
Sua quantidade total de membros é desconhecida, mas estimativas feitas por
meu amigo pessoal e colega de laboratório o Acólito Jabuslino, segundo ele
baseado em diversos apanhados de relatos haviam pelo menos onze mil deles
na Terceira Era. Em vista que dessa época não há império que sobreviveu até
hoje na Quarta Era temos grandes dúvidas se até hoje eles existem. Seus
costumes na época envolviam sacrifícios de animais e provavelmente de
inimigos. Eles pintavam seus corpos de vermelho e branco, tendo variantes de
cores mais frias como azul. Essas cores em listras têm haver com variantes de
guerreiros e heróis dentro da tribo. Não foram registradas mulheres nas lutas
então apenas guerreiros homens são comuns nessa tribo. Muito agressivos
contra estrangeiros.
Jafonos: aparentemente um pequeno grupo aliados aos Papirions, pois só
foram citados uma vez nos registros, uma tribo nadadora e furtiva, seus
apelidos são de fantasmas aquáticos. Agressivos contra estrangeiros.
Luggenos: grande tribo nos arredores mais ao centro do continente. Possuem
escudos de ossos coloridos com listras e padrões retangulares sobrepostos um
sobre os outros. Arremessam boleadeiras, indicando que talvez prefiram pegar
as presas/inimigos vivos ao invés de mata-los de imediato. Seus costumes ou
tradições são desconhecidas, talvez as cores em seus escudos indicam
hierarquias dentre eles.
Seturns: tribo rica em cores, seus corpos possuem diversas penas de animais
sobre seus corpos, não uma das únicas tribos que escondem todo o corpo,
incluindo o rosto. Criaram um círculo simbiótico com feras grandes de tamanho
e pequenas de compaixão, ao que tudo indica são nômades com pontos
religiosos fixos, as penas sobre o corpo podem indicar cultura caçadora e
mente mais evoluída, ao terem o dom da vergonha. São hostis a forasteiros e
possuem costumes de arena.
Molarions: são descritos como bárbaros de cabeça invertida sobre o dorso, são
os únicos registrados com ilustrações precisas de suas feições e construções,
os desenhos os mostram de pelagem negra e abastada com braços longos
segurando lanças em posição de ataque, pronto para arremessa-la, o nativo no
desenho possui o topo da nuca no local do pescoço e visse e versa, ele está
sob uma praia com choupanas de um só cômodo ao fundo, na divisa entre mar
e praia, empoleiradas a um metro e meio do chão por estacas altas sobre a
areia. Essa tribo é obviamente litorânea e não parecem haver mais que vinte
casas na imagem, sugerindo que apesar do conhecimento de arquitetura não
eram uma tribo muito numerosa. Seus números exatos são desconhecidos,
seus costumes são ainda mais obscuros, embora saibamos que o estranho
jeito de suas cabeças serem invertidas deva ter algo haver com sua
religiosidade ou cultura. Á discussões sobre a veracidade dos desenhos, no
sentido de não ser claro se são representações da realidade ou metáforas,
embora certamente aja um motivo para os desenhos serem feitos assim,
muitos pensam que só alimenta mais as superstições do local, por conta de ser
o único desenho que retrata a face dos nativos com realismo. Outra indicação
que o rosto do nativo não é de cabeça pra baixo de fato como no desenho, é
que certamente quem o desenhou não estava na posição que deveria se estar
para pegar aquele ângulo, mostrando aí a liberdade criativa do ilustrador.
A colônia da rainha.
Zargor só seria invadida na virada da Quarta Era quando Vanessa Talerian, a
rainha aranha, moveu seu comboio, o chamado reino sob rodas, para o grande
continente, a rainha aranha era conhecidamente nômade por todo o mundo,
ela, e junto a sua horda de vinte mil navios formava o que ficou conhecido por
piratas e navegadores como a Varredura Cintilante, e iam de ponta a ponta por
todo o Golfo Amarc, hoje conhecido como Mar das Estrelas Caídas, algo que
futuramente teria grande impacto com Vanessa, obviamente como todos
conhecemos.
Após todos os conflitos que permeiam a guerra das nações em Balatuh,
e o cataclisma demoníaco em Amarc, que àquela altura era eminente, a
relação entre reinos ficou abalada quando a Tétrades do Poente tornou-se
Cavaleiros do Apocalipse e declaram guerra contra todo e qualquer reino
menor que não se aliassem a causa deles, contra os seres obscuros das
trevas, como diziam. Sendo tudo uma grande jogada de poder, Vanessa
avistara o golpe e junto a toda sua esquadra quase infinita de navios rumaram
para longe das grandes nações e terras desoladas, regiões bálticas de Balatuh
pareceram boa ideia até que sessenta mil Leandros cruzaram o mar para os
enfrentar em batalha, ela fugiu sem lutar, disse ela que não mataria um só
Leandro se quer para não favorecer Marco Orélio de forma alguma. Como
todos conhecem Vanessa se tornou uma das maiores exploradoras do mar que
se tem notícia, ela e seu povo foram fundo ao plano da água buscar refúgio,
por lá tornaram-se rapidamente influentes na superfície, porém dizem que
Vanessa ansiava por um lugar para chamar de seu, e então, ao retornarem ao
plano material buscaram a colonização de diversos locais nos anos que se
viriam. Com seus navios submarinos, tecnologia exclusiva forjada no plano da
água, fundaram no subterrâneo das áreas profundas a sua cidade capital,
sendo ela a maior e mais completa construção subaquática que se tem
registro, há quem suspeite da veracidade se essa cidade de fato existiu, ou
mesmo se ela era uma construção do plano material ou o da água, mais ainda,
há quem diga que era uma cidade com setores tanto em um como em outro
plano. Certamente não há limite para lendas populares que afirma até mesmo
terem passagens ao plano do fogo por entre as correntezas que levavam os
navios submarinos a cidade subaquática.
O império de Vanessa botaria os seus olhos em Papirito ao surgirem
lendas sobre os mistérios daquelas terras e abundancias de alimentos e
riquezas inimagináveis, bastando apenas que destemidos heróis alcançassem
o coração da ilha, para eles o continente não passava de uma ilha grande e
esse fato só os incentivou. A essa altura a rainha aranha, já havia teias por
todo o mundo, ela detinha o quíntuplo de navios que tinha em sua
adolescência, e rumou pessoalmente com uma frota de nada mais que dez mil
navios. O reino sobre rodas virou um grande reino fixo, aportam em dois pontos
diferentes, o primeiro próximo a cidade Parsana, e nela tentaram reavivar a
capital. A poucos dias de viagem à barco da cidade amaldiçoada foi construído
numa baía de argila carmesim sob cada lado do leito de um rio, os Portões do
Inferno Verde, nome dado ao centro da floresta. O rio se chama Estrada Ciana,
de águas esverdeadas e lentas, ele segue em linha reta por grandes áreas,
desagua no mar e sua nascente é nas terras desconhecidas no interior da mata
densa. Os Portões do Inferno Verde são dois castelos gêmeos construídos a
margem cada um de um lado do rio, são ligados por uma ponte alta que cruza
o rio, sobre a ponte há todo um sistema de portão em grade levadiço. As
laterais de cada um dos castelos se comprimem em uma muralha alta de pedra
negra que barra toda e qualquer floresta numa área de quilômetros, tornando
por conta dos portões, ele a única passagem possível, sendo a via de barco,
pois quem quer que se atreva a nadar na Estrada Ciana é consumido por suas
criaturas ferozes, que não deixam nem os ossos de suas vítimas.
Dois terços da população moravam em Parsana, junto a sua rainha. O
um terço restante ficou em áreas litorâneas protegidos atrás das muralhas
negras, morando em casebres ou fortalezas menores sobre rochas frente ao
mar. Os Portões do Inferno Verde em si serviam apenas como fortaleza e
meios de defesa, e apenas por ali rumavam para mais dentro do continente
desconhecido. Exploradores e batedores que eram enviados no começo, mas
não demorou para esses voltarem – quando voltavam – com informações de
tribos e assentamentos na margem do rio, mais ao longe. E em questão de
pouco tempo, soldados eram o que começaram a ser enviados. Barcos
grandes conseguiam entrar no canal com folga, porém os nativos dificultavam
colocando obstáculos e criando diques, obrigavam os soldados a reverem suas
estratégias e a irem por terra, quando chegava a isso, dificilmente retornavam.
Sempre que os portões se abriam uma nova campanha militar se iniciava.
Vanessa adorava tomar a frente nas incursões, e era comum encontrar outros
governando sua corte em sua ausência de Parsana, a bem da verdade é que a
própria nunca gostou daquele lugar. Pois lendas de maldições a outros que
tentaram dominar ali e desgraças ocasionadas a estadia daquelas ruinas a
deixava incomodada pelo que se diz os relatos. Ela preferia estar à beira da
morte de cara a cara com Demônios Tingidos.
Tantas incursões rumo ao centro do continente, o chamado coração da
ilha naquela época, apenas uma dessas incursões tem registro de ter efetuado
uma vitória inegável a todos. Missão após missão, avançando sobre tribos,
trincheiras, territórios de caça de animais selvagens, finalmente conseguiram
forçar a entrada no território Papirions e chegar na tão endeusada cidade de
Zargor dos povos tribais. A rainha pessoalmente guiou os soldados até
encontrarem com grandes dificuldades os portões altos e ferrosos da cidade,
era tão alto que mal se via o que lá havia. Entraram pelo portão central, num
cenário de luta extrema, destruíram tantos selvagens quanto puderam, mas a
custa de muitos aliados. A rainha avistou em cima da mais alta pirâmide
dourada (como diziam nas lendas anteriores) um cetro de ouro maciço fincado
no cume, ela pegou para si como troféu, retornaram vitoriosos para Os Portões
do Inferno Verde, porém pagaram um alto preço em homens na incursão, e
apenas Vanessa sobreviveu, ela usou o cetro como marca de suas conquistas
como governante pelos próximos anos que se seguiram.
Parsana foi devastada em algum momento, dessa vez não pelos nativos,
e sim por uma invasão pirata por toda a costa, saquearam e sequestraram
centenas como cativos para serem vendidos como escravos. Da mesma forma
súbita que surgiram, desapareceram, e não houveram rastros para se seguir ou
pistar para investigar. A maré de azar estava permeando por aquelas terras,
pois num período de tempo bem próximo, a rainha, que estava novamente fora
da cidade em missão durante a invasão pirata, foi acertada e ferida em uma
campanha de luta no Pântano Pegajoso, um lugar fétido, ela e outros lutavam -
ou mais precisamente - resistiam e tentavam sobreviver a ataques
coordenados em onda, por inimigos que flutuavam por entre cipós de arvore
em arvore atirando projeteis, informações raras que comumente são resumidas
ao seu desfecho em relatórios padrões. Dizem as lendas que os poucos
catálogos arbóreos e bestiários que temos hoje são providos pela rainha
aranha, pois dizem que ela era bem minuciosa nesse aspecto, mal podemos
imaginar os conhecimentos perdidos desta época em Parsana. Fato é, após
uma detalhada cena de dar pesadelos a homens comuns, com uma situação
bem especifica que deixarei apenas um trecho registrado nesse compilado de
relatos, essas palavras dizem as lendas vieram da própria Vanessa:
“dos sessenta e quatro membros da guarda que vieram comigo buscar o cálice
dourado de Gysseth apenas doze restaram, mal chegamos à metade do caminho. Nos
encontramos num pantanal, uma transição do Estrada Ciana com a floresta de Luh,
seguíamos enfileirados numa trilha fina e alta que cortava um charco ao meio, arvores
cobertas de musgo e cogumelos de raízes retorcidas que começavam no caule eram o
que nos cercavam por todos os lados, mas não eram apenas as arvores que nos
cercavam. Atacantes vieram de todas as direções, voando das arvores e mergulhando
na água pútrida, éramos um grupo grande, desajeitado. Minhas ordens não
alcançariam o fim da linha mesmo que me esforçasse, os ataques vieram das laterais
nos partindo e impedindo qualquer fuga de maneira fácil. O charco não era tão fundo,
de modo que incentivou alguns mais desesperados a cogitarem a ideia de se
espalharem para evitar serem alvos fáceis das lanças dos nativos, mas criaturas como
crocodilos e piranhas deixaram claro para os demais que ir pela água era sentença de
morte. Os nativos sabiam das feras e passavam balançando por cipós derrubando
guardas nas águas, jacarés vieram para o banquete, flechas voaram, guerreiros a pé
comiam pelas beiradas, arvores previamente cortadas cederam pelos nativos e caiam
na trilha, bloqueando o caminho e consequentemente esmagando qualquer um tolo o
bastante para tentar fugir. Em questão de dez minutos que pareceram segundos toda
nossa aramada fora devastada. Foram momentos onde a honra dos sobreviventes
seria contestada por aqueles que não conheceram o terror de quinhentas vespas
gigantes, mil monstros aquáticos e mil humanoides armados de estratégias e
armadilhas lhe atacando ao mesmo tempo. Uma vespa da estatura de um alce
enfincou seu ferrão do tamanho de uma espada longa em meu ombro direito,
inutilizando-me” [...]
Relatos de aventuras.
São os últimos vagos relatos que se tem registro. A colônia prisional de
Tugghon IV foi a última tentativa registrada de colonizar o continente. Daí em
diante apenas pequenos assentamentos rústicos e lamacentos surgiram, onde
aventureiros, criminosos, navegadores e desterrados de outras regiões vão em
busca de oportunidades. E onde traficantes de escravos vão atrás de
mercadoria. Quanto ao que o continente esconde em suas profundezas pouco
e ainda menos é sabido, e não existem muitos registros na Cidadela. Os
Arabores acreditam que Papirito é pelo menos do tamanho do arquipélago de
North, Long Mar, enquanto os nascidos em Angel acreditam que o continente é
maior que Balatuh e Amarc juntos. Mas apenas um povo pode conter a
resposta para essa pergunta: os Sabugos Vermelhos, seus navios de açúcar
são famosos por navegarem muito além dos mares já mapeados pelos homens
comuns, por isso especula-se que eles detenham o conhecimento sobre o
tamanho real de Papirito e que talvez já tenham mesmo navegado em torno
dele, mas a verdade permanece desconhecida já que eles não dividem o
conhecimento cartográficos com estrangeiros.