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Journal of Economic Literature 2014, 52(1), 5–44

http://dx.doi.org/10.1257/jel.52.1.5

A importância econômica da
alfabetização financeira:
Teoria e Evidência†
Annamaria Lusardi e Olivia S. Mitchell*

Este artigo realiza uma avaliação de um corpo de pesquisa econômica em rápido crescimento
sobre alfabetização financeira. Iniciamos com um panorama da pesquisa teórica, que elenca o
conhecimento financeiro como forma de investimento em capital humano. Endogenizar o
conhecimento financeiro tem implicações importantes para o bem-estar, bem como políticas
destinadas a aumentar os níveis de conhecimento financeiro na população em geral. Em seguida,
utilizamos pesquisas recentes para estabelecer quanto (ou quão pouco) as pessoas sabem e
identificamos os subgrupos populacionais com menos conhecimento financeiro. Isso é seguido
por um exame do impacto da alfabetização financeira na tomada de decisões econômicas nos
Estados Unidos e em outros lugares. Embora a literatura ainda seja jovem, conclusões podem
ser tiradas sobre os efeitos e consequências do analfabetismo financeiro e o que funciona para remediar essas lacu
Uma seção final oferece reflexões sobre o que resta a ser aprendido se os pesquisadores
quiserem informar melhor os modelos teóricos e empíricos, bem como as políticas públicas. (JEL
A20, D14, G11, I20, J26)

*Lusardi: George Washington University. Mitchell: 1. Introdução

Universidade da Pensilvânia. A pesquisa aqui relatada foi
realizada de acordo com uma concessão do TIAA–CREF
Institute; apoio adicional à pesquisa foi fornecido pelo Pension
Research Council e pelo Boettner Center da Wharton School
Os mercados
tornam-sefinanceiros em todo
cada vez mais o mundo
acessíveis aotêm
da Universidade da Pensilvânia.
Os autores agradecem a Janet Currie, Tabea Bucher-Koenen, “pequeno investidor”, à medida que novos
Pierre-Carl Michaud, Maarten van Rooij e Stephen Utkus produtos e serviços financeiros se difundem. No
pelas sugestões e comentários, e a Carlo de Bassa início da recente crise financeira, o crédito ao
Scheresberg, Hugh Kim, Donna St. Louis e Yong Yu pela
assistência na pesquisa. As opiniões e conclusões aqui consumidor e os empréstimos hipotecários haviam crescido.
expressas são exclusivamente dos autores e não representam As pessoas que tinham cartões de crédito ou
as opiniões ou políticas dos financiadores ou quaisquer
outras instituições às quais os autores sejam hipotecas subprime estavam na posição
afiliados. † Acesse http://dx.doi.org/10.1257/jel.52.1.5 para visitarhistoricamente
o incomum de poder decidir quanto
página do artigo e veja a(s) declaração(ões) de divulgação do(s) autor(es). queriam tomar emprestado. Alternativa financeira

5
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6 Jornal de Literatura Econômica, vol. LII (março de 2014)

serviços, incluindo empréstimos salariais, lojas de a capacidade das pessoas de processar informações
penhores, empréstimos para títulos de automóveis, econômicas e tomar decisões informadas sobre
empréstimos para restituição de impostos e aluguel planejamento financeiro, acumulação de riqueza,
para lojas próprias também se tornaram comuns.1 dívidas e pensões. A seguir, descrevemos pesquisas
Ao mesmo tempo, mudanças no cenário teóricas recentes que modelam como o
previdenciário estão aumentando cada vez mais a conhecimento financeiro pode ser considerado um
responsabilidade de poupar, investir e descumulando tipo de investimento em capital humano. Nessa
riqueza para trabalhadores e aposentados, enquanto estrutura, aqueles que desenvolvem conhecimento
no passado, os trabalhadores mais velhos dependiam financeiro podem obter retornos esperados acima
principalmente da Previdência Social e planos de da média em seus investimentos, mas ainda haverá
pensão de benefício definido (BD) patrocinados pelo algum nível ideal de ignorância financeira.
empregador na aposentadoria. Hoje, ao contrário, os Endogenizar o conhecimento financeiro tem
Baby Boomers têm principalmente planos de implicações importantes para o bem-estar, e essa
contribuição definida (CD) e Contas de Aposentadoria perspectiva também oferece insights sobre
Individual (IRAs) durante seus anos de trabalho. Essa programas destinados a aumentar os níveis de
tendência à desintermediação exige cada vez mais conhecimento financeiro na população em geral.
que as pessoas decidam quanto poupar e onde Outro de nossos objetivos é avaliar os efeitos da
investir e, na aposentadoria, assumam a alfabetização financeira em comportamentos
responsabilidade de uma cuidadosa descumulação para não perdurar seus
econômicos ativos enquanto
importantes. Fazemos isso baseando-
atender às suas nos em evidências sobre o que as pessoas sabem
necessidades.2 Apesar da rápida disseminação e quais grupos são os menos alfabetizados
de tais produtos financeiramente complexos para financeiramente. Além disso, a literatura nos
o mercado de varejo, incluindo empréstimos permite identificar o impacto da alfabetização
estudantis, hipotecas, cartões de crédito, contas de financeira na tomada de decisões econômicas nos
pensão e anuidades, muitos deles provaram ser Estados Unidos e no exterior, juntamente com os
difíceis para investidores sem sofisticação custos da ignorância financeira. Por se tratar de
financeira ter.3 Portanto, embora esses uma nova área de pesquisa econômica, concluímos
desenvolvimentos tenham suas vantagens, eles com reflexões sobre políticas para ajudar a
também impõem às famílias uma responsabilidade preencher essas lacunas; focamos no que resta a
muito maior de contrair empréstimos, poupar, ser aprendido para melhor informar modelos teóricos/empíricos e
investir e decumular seus ativos de forma sensata,
permitindo contratos financeiros sob medida e mais 2. Um Marco Teórico para
pessoas acessando o crédito. Assim, um dos
Alfabetização Financeira
objetivos deste artigo é oferecer uma avaliação de
quão bem equipadas as famílias de hoje estão O A abordagem microeconômico
para tomar essas decisões financeiras complexas. convencional para decisões de poupança e
Especificamente, nos concentramos na alfabetização financeira,
consumocom o que
postula queremos
que dizer totalmente
um indivíduo pessoas
racional e bem informado consumirá menos do que
sua renda em tempos de altos rendimentos,
1 Ver Lusardi (2011) e FINRA Investor Education poupando assim para sustentar o consumo quando
Fundação (2009, 2013). a renda cair (por exemplo, após a aposentadoria).
2 No início da década de 1980, cerca de 40% das contribuições
previdenciárias do setor privado dos Estados Unidos iam para os
Começando com Modigliani e Brumberg (1954) e
planos CD; duas décadas depois, quase 90% dessas contribuições Friedman (1957), o consumidor é colocado para
foram para contas de aposentadoria (principalmente planos 401(k); organizar seus padrões ótimos de poupança e
Poterba, Venti e Wise 2008).
3 Ver, por exemplo, Brown, Kapteyn e Mitchell (no prelo)
acumulação para suavizar a utilidade marginal ao
longo de sua vida. Muitos estudos mostraram como
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Lusardi e Mitchell: A importância econômica da alfabetização financeira
tal processo de otimização do ciclo de vida pode ser
moldado pelas preferências do consumidor (por
exemplo, aversão ao risco e taxas de desconto),
ambiente econômico (por exemplo, retornos
arriscados sobre investimentos e restrições de liquidez)
e benefícios da rede de segurança social (por exemplo,
disponibilidade e generosidade de regimes de bem-
períodos de poupança e alocação de carteira em
estar e benefícios da Segurança Social), entre outras características.4
Esses modelos microeconômicos geralmente
assumem que os indivíduos podem formular e
executar planos de poupança e gastos, o que exige
que eles tenham a capacidade de realizar cálculos
econômicos complexos e tenham experiência em lidar
com mercados financeiros. Como mostramos em
detalhes a seguir, porém, poucas pessoas parecem
ter muito conhecimento financeiro. Além disso, a
aquisição desse conhecimento provavelmente terá um
custo.
No passado, quando as pensões de aposentadoria
eram projetadas e implementadas pelos governos, os
trabalhadores individuais dedicavam muito pouca
atenção aos detalhes de seus planos. Hoje, ao
contrário, uma vez que poupança, investimento e
descumprimento para a aposentadoria estão
ocorrendo em um ambiente previdenciário cada vez
mais personalizado, vale a pena explorar as lacunas
entre modelagem e realidade, de modo a avaliar
melhor onde a teoria pode ser enriquecida e como os
esforços de política podem ser melhor direcionados.
Embora haja um substancial corpo de trabalho
teórico e empírico sobre a economia da educação,5
muito menos atenção tem sido dedicada à questão de
como as pessoas adquirem e utilizam a alfabetização
financeira. Nos últimos anos, no entanto, alguns
artigos começaram a
4 Para uma revisão mais antiga da literatura sobre economia,
ver Browning e Lusardi (1996); pesquisas recentes são fornecidas
por Skinner (2007) e Attanasio e Weber (2010). Uma lista muito
parcial da literatura que discute novos avanços teóricos inclui
Cagetti (2003); Chai et al. (2011); De Nardi, French e Jones
(2010); francês (2005); francês (2008); Gourinchas e Parker
(2002); Aguiar e Hurst (2005, 2007); e Scholz, Seshadri e
Khitatrakun (2006).
5 Glewwe (2002) e Hanushek e Woessmann (2008) revisam
os impactos econômicos da escolarização e do desenvolvimento
cognitivo.
7
examinar a decisão de adquirir alfabetização financeira
e estudar as ligações entre conhecimento financeiro,
poupança e comportamento de investimento
(Delavande, Rohwedder e Willis 2008; Jappelli e
Padula 2013; Hsu 2011; e Lusardi, Michaud e Mitchell
2013).6 Para Por exemplo, Delavande, Rohwedder e
Willis (2008) apresentam um modelo simples de dois
títulos seguros e ações de risco, permitindo a aquisição
de capital humano na forma de conhecimento
financeiro (à la Ben Porath 1967 e Becker 1975). Esse
trabalho postula que os indivíduos escolherão investir
em conhecimento financeiro para obter acesso a
ativos de maior retorno: esse treinamento os ajuda a
identificar ativos de melhor desempenho e/ou contratar
consultores financeiros que podem reduzir as
despesas de investimento. Hsu (2011) usa uma
abordagem semelhante em um ambiente intrafamiliar
onde os maridos se especializam na aquisição de
conhecimento financeiro, enquanto as esposas
aumentam sua aquisição de conhecimento financeiro
principalmente quando se torna relevante (como
pouco antes da morte de seus cônjuges). .
Jappelli e Padula (2013) também consideram um
modelo de dois períodos, mas adicionalmente
esboçam um modelo de ciclo de vida multiperíodo
com alfabetização financeira endogenamente
determinada. Eles preveem que a alfabetização
financeira e a riqueza estarão fortemente
correlacionadas ao longo do ciclo de vida, aumentando
até a aposentadoria e diminuindo depois disso. Eles
também sugerem que, em países com generosos
benefícios da Seguridade Social, haverá menos
incentivos para poupar e acumular riqueza e, por sua
vez, menos motivos para investir em educação financeira.
6 Outro estudo relacionado é o de Benitez-Silva, Demiralp e
Liu (2009), que usam um modelo de ciclo de vida dinâmico de
reivindicação ideal de benefício da Previdência Social, com o
qual comparam os resultados com aqueles gerados sob uma
estrutura de informação abaixo do ideal, em que as pessoas
simplesmente copiam aqueles ao seu redor ao decidir quando
reivindicar benefícios. Os autores, no entanto, não permitem a
aquisição endógena de informações.
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8 Jornal de Literatura Econômica, vol. LII (março de 2014)
Cada um desses estudos representa um avanço
teórico útil, mas nenhum incorpora características-
chave agora padrão em modelos teóricos de
poupança – ou seja, restrições de empréstimos,
risco de mortalidade, fatores demográficos,
retornos do mercado de ações e ganhos e choques
de saúde. Essas deficiências são corrigidas em
trabalhos recentes de Lusardi, Michaud e Mitchell
(2011, 2013), que calibram e simulam um modelo
de ciclo de vida dinâmico multiperíodo em que os
indivíduos não apenas selecionam investimentos
no mercado de capitais, mas também realizam
investimentos em conhecimento financeiro.
Essa extensão é importante porque permite que os
pesquisadores examinem as implicações do
modelo para a desigualdade de riqueza e bem-
estar. Duas tecnologias distintas de investimento
são consideradas: a primeira é uma tecnologia
simples
_ que paga uma taxa de retorno fixa baixa a
_
cada período ( R = 1 + r ), semelhante a uma conta
bancária, enquanto a segunda é uma tecnologia
mais sofisticada que fornece ao consumidor acesso
a um retorno estocástico esperado maior, R˜ ( f ), t
que depende de seu nível de conhecimento
financeiro acumulado. A cada período, o estoque
de conhecimento é relacionado ao que o indivíduo
tinha no período anterior menos um fator de
t+1 = f t
depreciação: assim f onde ÿ + eut ,
representa a depreciação do conhecimento (devido
à obsolescência ou decadência) e o investimento
bruto em conhecimento é indicado . o sto
t
com i retorno cástico da tecnologia sofisticada R˜ _
( ft+1)
nologia segue o processo R + r( ft+1) + ÿÿ =ÿt+1
a por escolaridade, subscrita por e. Os ativos no final
(onde ÿt é um choque N(0, 1) iid e ÿÿ refere-se ao
desvio padrão dos retornos da tecnologia
sofisticada). Para acessar esse retorno esperado
mais alto, o consumidor deve pagar um custo direto
(c) e um custo de tempo e dinheiro (ÿ) para construir
conhecimento.7
7 Supõe-se que essa função de custo seja convexa, embora os
autores também experimentem formulações alternativas, que não
alteram materialmente os resultados. Kézdi e Willis (2011) também
modelam a heterogeneidade nas crenças sobre o mercado de
ações, onde as pessoas podem aprender sobre o processo
estatístico que rege os retornos do mercado de ações, reduzindo transações
Antes da aposentadoria, o indivíduo ganha uma
renda de trabalho de risco (y) da qual pode consumir
ou investir para aumentar seu retorno (R) da
poupança (s) investindo em tecnologia sofisticada.
Após a aposentadoria, o indivíduo recebe benefícios
da Previdência Social, que são uma porcentagem
da renda pré-aposentadoria.8 Outras fontes de
incerteza incluem o retorno das ações, custos
médicos e longevidade.
A cada período, portanto, as variáveis de decisão
do consumidor são quanto investir no
mercado de capitais, quanto consumir (ÿ) e se
investir em conhecimento financeiro.
Assumindo uma taxa de desconto de ÿ e ÿo, ÿy
e ÿ, que se referem, respectivamente, a choques
nas despesas médicas, rendimentos do trabalho e
taxa de retorno, o problema assume a forma de
uma série de equações de Bellman com a seguinte
função de valor Vd (st) em cada idade enquanto o
indivíduo estiver vivo (pe,t > 0):
Vd (st) = máx. não,tu(ct /não,t)
ct,it,ÿt
+ ÿ pe,t ÿÿ ÿÿy ÿÿo V(st+1) dFe
× (ÿo) dFe (ÿy) dF(ÿ).
A função de utilidade é considerada estritamente
côncava no consumo e dimensionada usando a
função u(ct /nt ), onde nt é uma escala de
equivalência que captura o tamanho da família que
muda previsivelmente ao longo do ciclo de vida; e
do período (at+1 ) são iguais aos rendimentos do
trabalho mais os retornos da poupança do período
anterior mais a renda de transferência (tr), menos o
consumo e os custos de investimento em
conhecimento (desde que os investimentos sejam positivos; ou se
custos para investimentos. Aqui, no entanto, o custo de
investimento foi expresso como uma taxa fixa fixa simplificada por
pessoa, enquanto Lusardi, Michaud e Mitchell (2013) avaliam
funções mais complexas de custos de tempo e dinheiro para
investimentos em conhecimento.
8 Há também um piso mínimo de consumo; ver Lusardi,
Michaud e Mitchell (2011, 2013).
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Lusardi e Mitchell: A importância econômica da alfabetização financeira
De acordo,
at+1 = R˜ ÿ( f t+1 )(at + ye,t + trt ÿ ct
ÿ ÿ(i
t) ÿ cd I(ÿt > 0)).9
Depois de calibrar o modelo usando valores de
parâmetros plausíveis, os autores resolvem as
funções de valor para consumidores com níveis
educacionais baixo/médio/alto por recursão
reversa.10 Dados caminhos de consumo ótimo,
investimento em conhecimento e participação no
mercado de ações, eles então simule 5.000 ciclos de
vida permitindo choques de retorno, renda e despesas
médicas.11
Várias previsões importantes emergem deste
estudo. Primeiro, caminhos ótimos endogenamente
determinados para o conhecimento financeiro são
moldados ao longo do ciclo de vida. Em segundo
lugar, os consumidores investem em conhecimento
financeiro até o ponto em que seus custos marginais
de tempo e dinheiro são igualados aos seus benefícios
marginais; é claro que esse ótimo dependerá da
função de custo para aquisição de conhecimento
financeiro. Em terceiro lugar, os perfis de conhecimento
diferem entre os grupos educacionais por causa dos
diferentes perfis de renda do ciclo de vida das pessoas.
É importante ressaltar que este modelo também
prevê que a desigualdade na riqueza e no
conhecimento financeiro surgirá de forma endógena
sem ter que confiar em diferenças transversais
assumidas nas preferências ou outras mudanças graduados universitários também é estimado em
importantes na configuração teórica.12 Além disso, 56%. Essas estimativas são, obviamente, específicas
as diferenças na riqueza entre os grupos de educação para a calibração, mas a abordagem ressalta que os
também surgem de forma endógena ; ou seja, alguma população
consumidores se beneficiariam com a aquisição de
9 Os ativos devem ser não negativos a cada período e há uma
probabilidade de mortalidade diferente de zero, bem como uma duração
de vida finita.
10 Detalhes adicionais sobre calibração e métodos de solução
podem ser encontrados em Lusardi, Michaud e Mitchell (2011, 2013).
11 As condições iniciais para educação, rendimentos e ativos são
derivadas de entrevistados do Painel de Estudo de Dinâmica de Renda
(PSID) de 25 a 30 anos.
12 Essa abordagem poderia explicar a desigualdade de riqueza
“inexplicável” discutida por Venti e Wise (1998, 2001).
9
os subgrupos têm idealmente baixa alfabetização
financeira, particularmente aqueles que antecipam
uma renda líquida de segurança substancial na
velhice. Finalmente, o modelo implica que não se
deve esperar que os programas de educação
financeira produzam grandes mudanças
comportamentais para os menos educados, uma vez
que pode não valer a pena para os menos educados
incorrer em custos de investimento em conhecimento,
dado que suas necessidades de consumo são mais
bem asseguradas pela transferência. programas.13
Essa previsão é consistente com a sugestão de
Jappelli e Padula (2013) de que indivíduos menos
informados financeiramente serão encontrados em
países com benefícios de Seguridade Social mais generosos (ver ta
Apesar do fato de algumas pessoas optarem
racionalmente por investir pouco ou nada em
conhecimento financeiro, o modelo prevê que ainda
pode ser socialmente ideal aumentar o conhecimento
financeiro para todos no início da vida, por exemplo,
obrigando a educação financeira no ensino médio.
Isso ocorre porque, mesmo que os menos instruídos
nunca mais invistam e deixem sua dotação de
conhecimento se depreciar, eles ainda obterão
retornos mais altos em suas economias, o que gera
um aumento substancial de bem-estar.
Por exemplo, fornecer conhecimento financeiro pré-
mercado de trabalho para o grupo menos educado
melhora seu bem-estar em um valor equivalente a
82% de sua riqueza inicial (Lusardi, Michaud e
Mitchell 2011). O valor equivalente à riqueza para
conhecimento financeiro no início da vida, mesmo
que não fizessem novos investimentos posteriormente.
Em suma, uma literatura teórica pequena, mas
crescente, sobre alfabetização financeira fez progressos
13 Essas previsões contradizem diretamente pelo menos a suposição
de um advogado de que, “[n]um mundo idealizado como o primeiro
melhor, onde todas as pessoas estão muito acima da média, a educação
treinaria todos os consumidores para serem alfabetizados financeiramente
e motivaria todos os consumidores a usar essa alfabetização fazer boas
escolhas” (Willis 2008).
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10 Jornal de Literatura Econômica, vol. LII (março de 2014)
nos últimos anos, endogenizando o processo de
aquisição de conhecimento financeiro, gerando
previsões que podem ser testadas empiricamente e
oferecendo uma forma coerente de avaliar opções de
políticas. Além disso, esses modelos oferecem insights
sobre como os formuladores de políticas podem melhorar
o bem-estar, aumentando a dotação de conhecimentos
financeiros dos trabalhadores jovens. Na próxima
seção, passamos a uma revisão das evidências empíricas
sobre alfabetização financeira e como medi-la na prática.
Posteriormente, analisamos os estudos existentes sobre
como o conhecimento financeiro importa para o
comportamento econômico no campo empírico.
3. Medindo a Alfabetização Financeira
Vários conceitos fundamentais estão na base das
decisões de poupança e investimento, conforme
modelado no cenário do ciclo de vida descrito na seção
anterior. Três desses conceitos são: (i) numeracia e
capacidade de fazer cálculos relacionados a taxas de
juros, como juros compostos; (ii) compreensão da
inflação; e (iii) compreensão da diversificação de riscos.
Traduzi-los em métricas de alfabetização financeira
facilmente mensuráveis é difícil, mas Lusardi e Mitchell
(2008, 2011a, 2011c) elaboraram um conjunto padrão
de perguntas sobre essas ideias e as implementaram
em inúmeras pesquisas nos Estados Unidos e no
exterior.
Quatro princípios informaram o design dessas
perguntas. A primeira é a Simplicidade: as perguntas
devem medir o conhecimento dos blocos de construção
fundamentais para a tomada de decisão em um ambiente
intertemporal. A segunda é a Relevância: as perguntas
devem estar relacionadas a conceitos pertinentes às
decisões financeiras do dia a dia das pessoas ao longo
do ciclo de vida; além disso, eles devem capturar idéias
gerais, em vez de específicas do contexto. Em terceiro
lugar está a brevidade: o número de perguntas deve ser
curto para garantir a adoção generalizada; e o quarto é
a capacidade de diferenciar, o que significa que as
perguntas devem diferenciar o conhecimento financeiro
para permitir comparações entre as pessoas.
Esses critérios são atendidos pelas três questões de
alfabetização financeira elaboradas por Lusardi e
Mitchell (2008, 2011a), com a seguinte redação:
•Suponha que você tenha $ 100 em uma conta
poupança e a taxa de juros seja de 2% ao ano.
Após 5 anos, quanto você acha que teria na conta
se deixasse o dinheiro crescer: [mais de $102;
exatamente $ 102; menos de US$ 102; não sabe;
recuse-se a responder.] •Imagine que a taxa de
juros em sua conta poupança é de 1%
ao ano e a inflação é de 2% ao ano. Após 1 ano, você
seria capaz de comprar: [mais que, exatamente o
mesmo que, ou menos que hoje com o dinheiro
desta conta; não sabe; recuse-se a responder.]
•Você acha que a seguinte afirmação é verdadeira
ou falsa? “A compra de ações de uma única
empresa geralmente oferece um retorno mais
seguro do
que um fundo mútuo de ações.” [verdadeiro; falso;
não sabe; recusar-se a responder.]
A primeira questão mede o numeramento, ou seja, a
capacidade de fazer um cálculo simples relacionado à
composição de taxas de juros.
A segunda questão mede a compreensão da inflação,
novamente no contexto de uma simples decisão
financeira. A terceira questão é um teste conjunto de
conhecimento sobre “ações” e “fundos de ações” e de
diversificação de risco, pois a resposta a esta questão
depende de saber o que é uma ação e que um fundo
mútuo é composto por muitas ações. Como fica claro a
partir dos modelos teóricos descritos anteriormente,
muitas decisões sobre poupança para aposentadoria
devem lidar com os mercados financeiros. Nesse sentido,
é importante entender o conhecimento do mercado de
ações, bem como diferenciar os níveis de conhecimento
financeiro.
Naturalmente, qualquer conjunto de medidas de
alfabetização financeira pode apenas representar o que
os indivíduos precisam saber para otimizar o comportamento
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Lusardi e Mitchell: A importância econômica da alfabetização financeira 11

tabela 1
Padrões de Alfabetização Financeira nos Estados Unidos

Painel A. Distribuição das respostas às questões de alfabetização financeira

Respostas

Correto Incorreta DK Recusar

Juros compostos 67,1% 22,2% 9,4% 1,3%

Inflação 75,2% 13,4% 9,9% 1,5%
risco de estoque 52,3% 13,2% 33,7% 0,9%

Painel B. Probabilidades conjuntas de responder corretamente às questões de educação financeira

Todas as 3 respostas Apenas 2 respostas Apenas 1 resposta Sem respostas

correto correto correto correto

Proporção 34,3% 35,8% 16,3% 9,9%

Nota: NS = respondente indicou “não sei”.

Fonte: Cálculos dos autores de 2004 HRS Planning Module

em modelos intertemporais de tomada de decisão e apenas um terço conseguiu responder corretamente

financeira.14 Além disso, o erro de mensuração é
uma preocupação, bem como a possibilidade de que
as respostas possam não medir o conhecimento
financeiro “verdadeiro”. Essas questões têm
implicações para o trabalho empírico sobre
alfabetização financeira, que será discutido a seguir.
3.1 Evidências empíricas de alfabetização
financeira na população adulta As três
perguntas acima foram aplicadas pela primeira vez
a uma amostra representativa de entrevistados dos
EUA com 50 anos ou mais, em um módulo especial
do Estudo de Saúde e Aposentadoria de 2004
(HRS).15 Resultados, resumidos em tabela 1,
indicam que esta população mais velha dos EUA é
bastante analfabeta financeiramente: apenas cerca
de metade poderia responder ao cálculo simples de
2 por cento e sabia sobre a inflação,
14 Ver Huston (2010) para uma revisão da alfabetização financeira
medidas.
15 Para obter informações sobre o HRS, consulte http://hrsonline.
isr.umich.edu/.
às três perguntas (Lusardi e Mitchell 2011a). Esse
fraco desempenho não obstante o fato de que as
pessoas nessa faixa etária tomaram muitas decisões
financeiras e se envolveram em inúmeras transações
financeiras ao longo de suas vidas. Além disso, esses
respondentes passaram por dois ou três períodos de
alta inflação (dependendo da idade) e testemunharam
vários choques econômicos e do mercado de ações
(incluindo o fim da Enron), o que deveria ter fornecido
a eles informações sobre o risco do investimento. Na
verdade, a pergunta sobre risco é aquela em que os
entrevistados responderam desproporcionalmente
com “Não sei”.
Essas mesmas perguntas foram adicionadas a
várias outras pesquisas nos EUA posteriormente,
incluindo a Pesquisa Nacional Longitudinal da
Juventude (NLSY) de 2007–2008 para jovens
entrevistados (23–28 anos) (Lusardi, Mitchell e Curto
2010); o RAND American Life Panel (ALP) cobrindo
todas as idades (Lusardi e Mitchell 2009); e 2009 e
2012
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12 Jornal de Literatura Econômica, vol. LII (março de 2014)
Estudo Nacional de Capacidade Financeira (Lusardi e
Mitchell 2011d).16 Em cada caso, as constatações
reforçam e ampliam os resultados do HRS de que, para
todos os grupos, o nível de alfabetização financeira nos
EUA foi bastante baixo.
Conceitos adicionais e mais sofisticados foram
adicionados às medidas de alfabetização financeira.
Por exemplo, a Pesquisa Nacional de Capacidade
Financeira de 2009 e 2012 incluiu dois itens que medem
conceitos sofisticados, como precificação de ativos e
compreensão de hipotecas/pagamentos de hipotecas.
Os resultados revelaram lacunas adicionais no
conhecimento: por exemplo, os dados da onda de 2009
mostram que apenas uma pequena porcentagem de
americanos (21%) sabia sobre a relação inversa entre
os preços dos títulos e as taxas de juros (Lusardi
2011).17 Um conjunto de aprovação/ reprovação de 28
perguntas de Hilgert, Hogarth e Beverly (2003) cobria
conhecimento de crédito, padrões de poupança,
hipotecas e gestão financeira geral, e os autores
concluíram que a maioria das pessoas obteve uma
pontuação negativa nessas questões também.18
Lusardi, Mitchell , e Curto (no prelo) também examinam
um conjunto de questões que medem a sofisticação
financeira, além da alfabetização financeira básica, e
descobriram que a grande maioria dos entrevistados
mais velhos não é financeiramente sofisticada.
Pesquisas adicionais também examinaram o
conhecimento financeiro no contexto da dívida. Por
exemplo, Lusardi e Tufano (2009a, 2009b) examinaram
a “alfabetização da dívida” em relação à composição
de juros e descobriram
16 Informações sobre o Estudo Nacional de Capacidade
Financeira de 2009 e 2012 podem ser encontradas aqui: http://
www. usfinancialcapability.org/.
17 Outras medidas de conhecimento financeiro incluem
Kimball e Shumway (2006), Lusardi e Mitchell (2009), Yoong
(2011), Hung, Parker e Yoong (2009) e a revisão em Huston
(2010). Pesquisas relacionadas em outros países examinaram
conceitos semelhantes de alfabetização financeira (consulte a
Pesquisa domiciliar do banco central holandês, que investigou e
testou medidas de alfabetização financeira e sofisticação
financeira, Alessie, van Rooij e Lusardi 2011).
18 Descobertas semelhantes são relatadas para amostras
menores ou subgrupos populacionais específicos (ver Agnew e
Szykman 2011; Utkus e Young 2011).
que apenas um terço dos entrevistados sabia quanto
tempo levaria para a dívida dobrar se alguém tomasse
emprestado a uma taxa de juros de 20%.
Essa falta de conhecimento confirma as conclusões da
pesquisa de Moore (2003) com residentes do estado
de Washington, onde ela descobriu que as pessoas
frequentemente falhavam em entender a composição
de juros junto com os termos e condições de
empréstimos e hipotecas ao consumidor.
Estudos também analisaram diferentes medidas de
“alfabetização de risco” (Lusardi, Schneider e Tufano
2011). O conhecimento do risco e da diversificação do
risco permanece baixo mesmo quando as perguntas
são formuladas de maneiras alternativas (ver Kimball
e Shumway 2006; Yoong 2011; e Lusardi, Schneider e
Tufano 2011). Em outras palavras, todas essas
pesquisas confirmam que a maioria dos entrevistados
nos Estados Unidos não tem conhecimento financeiro.
3.2 Evidências empíricas de alfabetização
financeira entre os jovens
Conforme observado acima, seria útil saber o quão
bem informadas estão as pessoas no início de suas
vidas profissionais. Vários autores mediram a
alfabetização financeira de alunos do ensino médio
usando dados da Jump$tart Coalition for Personal
Financial Literacy e do National Council on Economic
Education. Como esses estudos incluíam uma longa
lista de perguntas, eles fornecem uma avaliação
bastante sutil do que os jovens sabem quando entram
no mercado de trabalho. Como vimos para seus colegas
adultos, a maioria dos alunos do ensino médio nos
Estados Unidos recebe uma nota negativa de
alfabetização financeira (Mandell 2008; Conselho
Nacional de Educação Econômica 2005). Achados
semelhantes são relatados para estudantes universitários
(Chen e Volpe 1998; e Shim et al. 2010).
3.3 Evidências Internacionais
sobre Alfabetização Financeira
As três perguntas mencionadas anteriormente e que
foram utilizadas em diversas pesquisas nos Estados
Unidos também foram utilizadas em diversas pesquisas
nacionais em outros países.
Machine Translated by Google
Lusardi e Mitchell: A importância econômica da alfabetização financeira
A Tabela 2 relata as descobertas dos doze países que
usaram essas perguntas e onde as comparações
podem ser feitas para a população total.19 Para
resumir, relatamos apenas a proporção de respostas
corretas e “não sei” para cada pergunta e para todas
as perguntas .
A tabela destaca algumas descobertas importantes.
Em primeiro lugar, poucas pessoas em todos os
países podem responder corretamente a três questões
básicas de alfabetização financeira. Nos Estados
Unidos, apenas 30 por cento podem fazê-lo, com
porcentagens baixas semelhantes em países com
mercados financeiros bem desenvolvidos (Alemanha,
Holanda, Japão, Austrália e outros), bem como em
nações onde os mercados financeiros estão mudando
rapidamente. à toa (Rússia e Romênia). Em outras
palavras, os baixos níveis de alfabetização financeira
encontrados nos Estados Unidos também prevalecem
em outros lugares, em vez de serem específicos de
no texto em 14 países. tenta em diferentes estágios
um determinado país ou estágio de desenvolvimento econômico.
Em segundo lugar, parte do que os entrevistados de desenvolvimento em quatro continentes, usando
adultos sabem está relacionado à experiência histórica
nacional. Por exemplo, alemães e holandeses são
mais propensos a saber a resposta para a questão
da inflação, enquanto muito menos pessoas sabem no
Japão, um país que experimentou a deflação. Países
que foram economias planejadas no passado (como
Romênia e Rússia) apresentaram o menor
conhecimento sobre inflação. Em terceiro lugar, das
questões examinadas, a diversificação do risco parece
ser o conceito que as pessoas têm mais dificuldade
em compreender.
19 O Banco Central da Áustria usou essas perguntas para
medir a alfabetização financeira em dez países da Europa Oriental
e relatamos os resultados para a Romênia, onde a alfabetização
financeira foi estudada em detalhes (Beckmann 2013). Essas
questões também foram abordadas no México e no Chile (Hastings
e Tejeda-Ashton 2008; Hastings e Mitchell 2011; Behrman et al.
2012), Índia e Indonésia (Cole, Sampson e Zia 2011). Eles também
foram usados para medir a alfabetização financeira entre os
empresários do Sri Lanka (de Mel, McKenzie e Woodruff 2011) e
uma amostra de migrantes de El Salvador baseados nos EUA
(Ashraf et al.
2011). Não relatamos as estimativas para esses países
porque nem sempre trabalham com amostras representativas
da população ou usam amostras que podem ser comparadas
com as estatísticas relatadas na tabela 2.
13
Praticamente em todos os lugares, uma grande parcela
de pessoas responde que 'não sabe' a resposta para
a questão da diversificação de risco. Por exemplo, nos
Estados Unidos, 34% dos entrevistados afirmam não
saber a resposta para a questão da diversificação de
risco; na Alemanha, 32% e na Holanda, 33%; e mesmo
nos países mais experientes em risco, como Suécia e
Suíça, 18% e 13%, respectivamente, relatam que não
sabem a resposta para a questão da diversificação de
risco.
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) foi pioneira em destacar a falta de
alfabetização financeira em todos os países. Por
exemplo, um relatório da OCDE em 2005 documentou
extenso analfabetismo financeiro na Europa, Austrália
e Japão, entre outros.20 Mais recentemente, Atkinson
e Messy (2011, 2012) confirmaram os padrões de
analfabetismo financeiro mencionados anteriormente
um conjunto harmonizado de alfabetização financeira
como nas três perguntas que foram usadas em muitos
países.21 O objetivo de avaliar o conhecimento
financeiro dos alunos em todo o mundo
entre os jovens (alunos do ensino médio) foi
recentemente foi adotado pelo Programa Internacional
de Avaliação de Estudantes (PISA) da OCDE,22 que
em 2012 adicionou um módulo sobre alfabetização
financeira à sua avaliação de proficiência em
matemática, ciências e leitura.
Assim, jovens de 15 anos em todo o mundo poderão
ser comparados em relação a
20 Pesquisadores também examinaram respostas a perguntas
sobre numeramento matemático na Pesquisa Longitudinal de
Envelhecimento da Inglaterra (ELSA; Banks e Oldfield 2007) e na
Pesquisa de Saúde, Envelhecimento e Aposentadoria na Europa
(SHARE; Christelis, Jappelli e Padula 2010 ).
21 A pesquisa usa oito perguntas sobre educação financeira e
se concentra em conceitos fundamentais, incluindo os três
principais conceitos discutidos anteriormente.
22 Para obter mais informações sobre a Estrutura de
Alfabetização Financeira no PISA, consulte: http://www.oecd.org/
pisa/ pisaproducts/46962580.pdf
 Observação:
*indica
perguntas
que
têm
redação
ligeiramente
diferente
das
perguntas
básicas
de
alfabetização
financeira
enumeradas
no
texto. Beckmann
(2013) Clapper
e
Panos
(2011) Arrondel,
Debbich
e
Savignac
(2013)
França Almenberg
e
Säve-
Söderbergh
(2011)
Suécia Fornero
e
Monticone
(2011) Brown
e
Graf
(2013) Crossan,
Feslier
e
Hurnard
(2011) Agnew,
Bateman
e
Thorp
(2013) Sobre
(2011) Bucher-
Koenen
e
Lusardi
(2011) Alessie,
VanRooij
e
Lusardi
(2011)
Holanda
2010 Lusardi
e
Mitchell
(2011d) Autores
Estatísticas
comparativas
sobre
respostas
a
perguntas
sobre
educação
financeira
em
todo
o
mundo
Romênia Rússia Itália Suíça Nova
Zelândia Austrália Japão Alemanha cervo
País
Ano
de
2011 2009 2011 2010 2007 2011 2009 2012 2010 2009 2009 dados
Correto
NS
Certo
NS
Correto
NS
41,3% 36,3%* 48,0%* 35,2%* 40,0%* 79,3% 86,0% 83,1% 70,5% 82,4% 84,8% 64,9%
Taxa
de
juro
34,4% 32,9%* 11,5%*
61,2% 15,6%*
59,5% 28,2%*
59,3%* 12,5% 11,0% 13,5%
2,8%* 4,0% 6,4% 8,9%
mesa
2
31,8%* 50,8%* 78,4% 81,0% 69,3% 58,8% 78,4% 76,9% 64,3%
Inflação
40,4%* 26,1%* 21,3% 16,5% 30,7%* 13,0% 28,6% 17,0% 13,5% 14,2%
4,2%* 5,0%
Diversificação
de
risco
14,7% 12,8%* 66,8%* 68,4% 52,2%* 73,5%* 27,0% 54,7% 39,5% 61,8% 51,9% 51,8%
63,5% 35,4%* 14,6* 18,4% 33,7%* 13,0%* 37,6% 56,1% 32,3% 33,2% 33,7%
2,0%*
Todas
as
3
corretas
30,9%*
33,4%* 21,4%*
34,7%* 24,9%*
44,9%* 50,1%*
16,9%* 24,0%* 42,7% 27,0% 53,2% 44,8% 30,2%
3,8%*
75,5%* 3,7%*
53,7%*
pelo
menos
1não
sei
41,3% 61,5% 37,0% 37,6% 42,4%
7,0%
Observações
Número
de
1.500
3.992
1.302
3.616
1.366
1.030 1.488
1.665
1.059
5.268
1.024
850
Jornal de Literatura Econômica, vol. LII (março de 2014) 14
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Lusardi e Mitchell: A importância econômica da alfabetização financeira
seus conhecimentos financeiros. Ao fazê-lo, o PISA assumiu a
posição de que a alfabetização financeira deve ser reconhecida
como uma habilidade essencial para a participação na
economia atual.
3.4 Medidas objetivas versus subjetivas de alfabetização
financeira Outra descoberta
interessante sobre alfabetização financeira é que muitas
vezes há uma incompatibilidade substancial entre o
conhecimento autoavaliado das pessoas e seu conhecimento
real, onde o último é medido por respostas corretas às questões
de alfabetização financeira colocadas. Como exemplo, várias
pesquisas incluem perguntas que pedem às pessoas que
indiquem seu conhecimento autoavaliado, conforme indicado
pela seguinte pergunta usada nos Estados Unidos e também
na Holanda e na Alemanha:
•Em uma escala de 1 a 7, onde 1 significa muito baixo e 7
significa muito alto, como você avaliaria seu conhecimento
financeiro geral?'
Embora os níveis reais de alfabetização financeira sejam
baixos, os entrevistados geralmente confiam bastante em seus
conhecimentos financeiros e, em geral, tendem a superestimar
o quanto sabem (tabela 3). Por exemplo, no Estudo de
Capacidade Financeira dos Estados Unidos de 2009, 70% dos
entrevistados deram a si mesmos uma pontuação de 4 ou mais
(de 7), mas apenas 30% da amostra conseguiu responder
corretamente às questões factuais (Lusardi 2011). Descobertas
semelhantes foram relatadas em outras pesquisas nos EUA
e na Alemanha e Holanda (Bucher-Koenen et al. 2012). Uma
exceção é o Japão, onde os entrevistados deram a si mesmos
notas baixas em conhecimento financeiro. Em outras palavras,
embora a alfabetização financeira real seja baixa, a maioria
das pessoas não tem consciência de suas próprias deficiências.
3.5 Alfabetização Financeira e Enquadramento
As respostas das pessoas às perguntas da pesquisa nem
sempre podem ser aceitas pelo valor de face, uma
15
ponto bem conhecido por psicometristas e estatísticos
econômicos. Uma razão, conforme observado acima, é que a
alfabetização financeira pode ser medida com erro,
dependendo da forma como as perguntas são formuladas.
Para testar essa possibilidade, Lusardi e Mitchell (2009) e van
Rooij, Lusardi e Alessie (2011) perguntaram aleatoriamente a
dois grupos de respondentes a mesma pergunta sobre risco,
mas randomizaram sua ordem de apresentação. Assim,
metade do grupo recebeu o formato (a) e a outra metade o
formato (b), da seguinte forma:
(a) A compra de ações de uma empresa geralmente
oferece um retorno mais seguro do que um fundo
mútuo de ações. Verdadeiro ou falso?
OU
(b) A compra de um fundo mútuo de ações geralmente
oferece um retorno mais seguro do que as ações de
uma empresa. Verdadeiro ou falso?
Eles descobriram que as respostas das pessoas eram, de fato,
sensíveis a como a pergunta foi formulada tanto no US
American Life Panel (Lusardi e Mitchell 2009) quanto no Dutch
Central Bank Household Survey (DHS; van Rooij, Lusardi e
Alessie 2011). Por exemplo, menos respondentes do DHS
responderam corretamente quando a redação era 'comprar
um fundo mútuo de ações geralmente oferece um retorno mais
seguro do que as ações de uma empresa'; inversamente, a
fração de respostas corretas dobrou quando apresentada a
redação alternativa: 'comprar ações de uma empresa
geralmente oferece um retorno mais seguro do que um fundo
mútuo de ações'. Isso não se devia simplesmente ao fato de
as pessoas usarem uma regra prática grosseira (como sempre
escolher a primeira como a resposta correta), pois isso geraria
uma porcentagem menor de respostas corretas para a versão
(a). Em vez disso, parecia que alguns entrevistados não
entenderam a pergunta, talvez porque não estivessem
familiarizados com ações, títulos e fundos mútuos. O que isso
significa é que algumas respostas consideradas “corretas”
podem, em vez disso,
 *Observe
que
a
questão
colocada
em
Lusardi
eMitchell
(2009)
é
diferente
epergunta
o
seguinte:
“Como
você
avaliaria
sua
compreensão
da
escala
de
1a
5
pontos
de
economia
(Sekita
2011). Nota:
Esta
tabela
relata
as
respostas
dos
entrevistados
à
pergunta:
“Em
uma
escala
de
1a
7,
onde
1significa
muito
baixo
e
7
significa
muito
alto,
como
você
avaliaria
seu
conhecimento
financeiro
geral?”
uma
escala
de
7
pontos;
1significa
muito
baixo
e
7
significa
muito
alto)?”
No
Japão,
os
entrevistados
foram
questionados
se
eles
acham
que
sabem
muito
sobre
finanças
em
um (em Sobre
(2011)* Bucher
Koenen,
Lusardi,
Alessie Bucher-
Koenen,
Lusardi,
Alessie
Holanda
DHS
2010 Cálculos
dos
autores
sobre
dados
de Lusardi
eTufano
(2009a) Lusardi
(2011) cálculos
dos
autores Autores
e
van
Rooij
(2012)
e
van
Rooij
(2012) Lusardi
e
Mitchell
(2009)*
Estatísticas
comparativas
sobre
respostas
à
alfabetização
financeira
autorreferida
Alemanha
SAVE
2009
Japão*
País
EUA*
EUA
TNS
Global
2007
4,9% cervo cervo
SLPS
2010* ALP
2009* NFCS
2009 NFCS
2012
conjunto
de
dados
71%*
8,3% 7,3% 5,3% 7,5% 3,9% 1–
2
Tabela
3
23,3%* 14,2% 10,9% 11,6%
7,7% 6,0% 5,2%
3
23,0% 23,0% 27,2% 19,5% 16,2% 14,9%
4
5,6%*
32,2% 32,0% 34,7% 31,9% 32,3% 33,2%
5
15,6% 23,4% 16,7% 18,9% 20,2% 26,1%
6
10,7% 17,5% 13,6%
6,8% 3,5% 4,4%
7
Média
pontuação
4.5 4.6 4.6 4.9 5 5.1
Jornal de Literatura Econômica, vol. LII (março de 2014) 16
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Lusardi e Mitchell: A importância econômica da alfabetização financeira
ser atribuído a adivinhação. Em outras palavras, a análise
das questões de alfabetização financeira deve levar em
consideração a possibilidade de que essas medidas
possam ser proxies ruidosas de verdadeiros níveis de
conhecimento financeiro. 23
4. Alfabetização financeira desagregada Para
extrair lições sobre quais pessoas mais carecem de
conhecimento financeiro, passamos a seguir uma avaliação
desagregada dos dados.
A seguir, revisamos brevemente as evidências por idade
e sexo, raça/etnia, renda e situação profissional e outros
fatores de interesse para os pesquisadores.
4.1 Padrões de Alfabetização Financeira por Idade
A estrutura teórica esboçada acima implica que o perfil
do ciclo de vida da alfabetização financeira será em forma
de corcunda, e os dados da pesquisa confirmam que a
alfabetização financeira é, de fato, mais baixa entre os
jovens e os idosos.24 Esta é uma descoberta que é
robusta em países e relatamos um conjunto selecionado
de países na figura 1.
É claro que, com dados transversais, não é possível
separar claramente a idade dos efeitos de coorte; portanto,
é necessária uma análise mais aprofundada para identificá-
los claramente e, abaixo, comentamos
23 No HRS de 2008, as questões de alfabetização financeira
foram modificadas para avaliar a sensibilidade das respostas das
pessoas à forma como as questões foram formuladas. Os resultados
confirmaram a sensibilidade à redação das perguntas, especialmente
para os conceitos financeiros mais sofisticados (Lusardi, Mitchell e
Curto, no prelo). Behrman et ai. (2012) desenvolveram um índice de
alfabetização financeira empregando uma abordagem de ponderação
em duas etapas, em que a primeira etapa ponderou cada questão
por dificuldade e a segunda aplicou a análise de componentes
principais para levar em conta as correlações entre as questões. As
pontuações resultantes indicavam o grau de alfabetização financeira
de cada indivíduo em relação à média e a perguntas específicas
feitas. Os resultados confirmaram que as questões básicas de
alfabetização financeira elaboradas por Lusardi e Mitchell (2011a)
recebem os maiores pesos.
24 Anteriormente, mencionamos a falta generalizada de
conhecimento financeiro e econômico entre os alunos do ensino
médio e superior. No outro extremo da vida profissional, a
alfabetização financeira também diminui com a idade, conforme
constatado no módulo HRS de 2004 sobre alfabetização financeira
para pessoas com mais de 50 anos e em muitos outros países (Lusardi e Mitchell 2011a, 2011c).
17
mais adiante neste ponto (figura 1a). No entanto, é
interessante que os idosos atribuam a si mesmos
pontuações muito altas em relação à sua própria
alfabetização financeira, apesar de pontuarem mal nas
questões básicas de alfabetização financeira (Lusardi e
Mitchell 2011a; Lusardi e Tufano 2009a) e não apenas
nos Estados Unidos, mas outros países também (Lusardi
e Mitchell 2011c). Da mesma forma, Finke, Howe e Huston
(2011) desenvolvem uma medida multidimensional de
alfabetização financeira para idosos e confirmam que,
embora a alfabetização financeira real diminua com a
idade, a confiança das pessoas em suas próprias
habilidades de tomada de decisão financeira na verdade
aumenta com a idade. A incompatibilidade entre
conhecimento real e percebido pode explicar por que
golpes financeiros são frequentemente perpetrados contra
os idosos (Deevy, Lucich e Beals 2012).
4.2 Diferenças de Alfabetização Financeira por Sexo
Uma característica marcante dos dados empíricos
sobre alfabetização financeira é a grande e persistente
diferença de gênero descrita na figura 1b.
Não apenas os homens mais velhos geralmente têm
mais conhecimento financeiro do que as mulheres mais
velhas, mas padrões semelhantes também aparecem
entre os entrevistados mais jovens (Lusardi, Mitchell e
Curto 2010; Lusardi e Mitchell 2009; Lusardi e Tufano
2009a, 2009b). Além disso, essas lacunas persistem tanto
nas questões de alfabetização básicas quanto nas mais
sofisticadas (Lusardi, Mitchell e Curto, no prelo; Hung,
Parker e Yoong 2009).
Uma reviravolta nas diferenças por sexo, no entanto,
é que, embora as mulheres sejam menos propensas a
responder perguntas de educação financeira corretamente
do que os homens, elas também são muito mais propensas
a dizer que "não sabem" uma resposta a uma pergunta,
um resultado que é surpreendentemente consistente em
todos os países (figura 1b).25 Essa consciência de sua própria
25 Enquanto as estatísticas são relatadas apenas para quatro
países na figura 1b, a prevalência de respostas “não sei” por
mulheres é encontrada em todos os doze países listados na tabela
2.
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18 Jornal de Literatura Econômica, vol. LII (março de 2014)

Painel 1A. Por faixa etária

— (porcentagem de respostas corretas para todas as três questões de alfabetização financeira)

70%
< 36 36–50 51–65 > 65
60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
cervo Alemanha Holanda Suíça

Painel 1B. Por sexo

— (porcentagem que fornece respostas corretas para todas as três questões de alfabetização financeira)

70%
62,0
Macho 59,6
60% 55.1
Fêmea
50% 47,5

38.3 39.3
40%
35,0

30%
22,5
20%

10%

0%
cervo Alemanha Holanda Suíça

— (porcentagem respondendo “não sei” pelo menos uma vez a qualquer uma das três questões
de alfabetização financeira)

60%

50,0
50% Macho
45,8 Fêmea
43.3

40%
34.3
29.9 29,0
30%
21.6
20%
11.8
10%

0%
cervo Alemanha Holanda Suíça

Figura 1. Alfabetização financeira em grupos demográficos (idade, sexo e escolaridade)

Machine Translated by Google

Lusardi e Mitchell: A importância econômica da alfabetização financeira 19

Painel 1C. Alfabetização financeira por grupo de educação

— (porcentagem de respostas corretas para todas as três questões de alfabetização financeira)

cervo
Holanda
70 63,8
80 69,8
60
50 44.3 60 54.4 55,4
40 41,7
31.3
30 40 35.1
28
19.2
20
12.6 20
10
0 0
Menos de HS Ensino médio Alguma faculdade Faculdade Pós-graduação primário Superior Universidade
Secundário inferior Secundário médio Secundário superiorvocacional

Suíça Alemanha
80 80 72
68,9 70.1
70 70
60 60 52.4 55
51.6
50 43.1 44,9 50
40 40
30 26.6 30
21.7
20 20
10 10
0 0
Primário ou secundário Terciário Mais baixo não-RPG Pós-secundário GDR Terciário
profissionalizante inferior Secundário superior secundário Secundário superior

Figura 1. Alfabetização financeira em grupos demográficos (idade, sexo e escolaridade) Continuação

a falta de conhecimento pode tornar as mulheres 2008).26 Outros pesquisadores que procuram explicar
alvos ideais para programas de educação financeira. as diferenças observadas entre os sexos concluíram
Como essas diferenças sexuais na alfabetização que as explicações tradicionais não podem explicar
financeira são tão persistentes e difundidas em totalmente a lacuna de conhecimento observada
pesquisas e países, vários pesquisadores tentaram entre homens e mulheres (Fonseca et al. 2012;
explicá-las. Consistente com o referencial teórico Bucher-Koenen et al. 2012). Fonseca e cols. (2012)
descrito anteriormente, Hsu (2011) propôs que sugeriram que as mulheres podem adquirir ou
algumas diferenças sexuais podem ser racionais, “produzir” literacia financeira de forma diferente dos
com a especialização do trabalho dentro do lar homens, enquanto Bucher-Koenen et al. (2012)
levando as mulheres casadas a construir apontaram para um papel potencialmente importante
conhecimentos financeiros apenas tarde na vida para a autoconfiança que difere por sexo. Brown e
(perto da viuvez). No entanto, esse estudo não Graf (2013) também mostraram que as diferenças entre os sexos nã
explicou por que a alfabetização financeira também
é menor entre as mulheres solteiras responsáveis por
suas próprias finanças. Estudos de alfabetização
financeira no ensino médio e na faculdade também 26 Pode ser possível, mas não testado até agora, que as
revelaram diferenças sexuais na alfabetização mulheres, por exemplo, as jovens, esperem ter alguém mais
tarde na vida (um marido ou companheiro) para cuidar de
financeira no início da vida (Chen e Volpe 2002; Mandell suas finanças.
Machine Translated by Google
20 Jornal de Literatura Econômica, vol. LII (março de 2014)
ao interesse diferencial em finanças e assuntos
financeiros entre mulheres e homens.
Para lançar mais luz sobre a alfabetização financeira
das mulheres, Mahdavi e Horton (2012) examinaram ex-
alunas de uma faculdade de artes liberais feminina
altamente seletiva nos Estados Unidos. Mesmo nesse
grupo talentoso e bem-educado, a alfabetização financeira
das mulheres era muito baixa. Em outras palavras, mesmo
mulheres muito instruídas não são especialmente
alfabetizadas financeiramente, o que pode significar que
as mulheres podem adquirir alfabetização financeira de
forma diferente dos homens. No entanto, esse debate está
longe de ser encerrado, e pesquisas adicionais serão
necessárias para entender melhor essas diferenças
observadas entre os sexos na alfabetização financeira.
4.3 Diferenças de Alfabetização por Educação e
Habilidade
Conforme ilustrado na figura 1c, existem diferenças
substanciais no conhecimento financeiro por educação:
especificamente, aqueles sem educação universitária têm
muito menos probabilidade de conhecer conceitos básicos
de alfabetização financeira, conforme relatado em várias
pesquisas nos EUA e entre países (Lusardi e Mitchell
2007a, 2011c). Além disso, o numeramento é especialmente
ruim para aqueles com baixa escolaridade (Christelis,
Jappelli e Padula 2010; Lusardi 2012).
Como interpretar a descoberta de um vínculo positivo
entre educação e conhecimento financeiro tem sido objeto
de algum debate na literatura econômica. Uma possibilidade
é que a correlação positiva pode ser impulsionada pela
capacidade cognitiva (McArdle, Smith e Willis 2009), o que
implica que é preciso controlar as medidas de capacidade
ao procurar analisar o impacto separado da alfabetização
financeira.
Felizmente, o NLSY incluiu medidas de alfabetização
financeira e de capacidade cognitiva (ou seja, a Bateria
de Aptidão Vocacional das Forças Armadas). Lusardi,
Mitchell e Curto (2010) encontraram uma correlação
positiva entre a alfabetização financeira e a capacidade
cognitiva entre os jovens respondentes do NLSY, mas
também mostraram que os fatores cognitivos
não explicam totalmente a variação na alfabetização
financeira. Em outras palavras, a heterogeneidade
substancial na alfabetização financeira permanece mesmo
após o controle dos fatores cognitivos.
4.4 Outros Padrões de Alfabetização
Existem inúmeras outras regularidades empíricas na
literatura de alfabetização financeira que são, novamente,
persistentes em todos os países.
O conhecimento financeiro varia de acordo com a renda
e o tipo de emprego, com indivíduos com salários mais
baixos se saindo menos e empregados e autônomos se
saindo melhor do que os desempregados (Lusardi e
Tufano 2009a; Lusardi e Mitchell 2011c). Vários estudos
também relataram diferenças marcantes por raça e etnia,
com afro-americanos e hispânicos exibindo o nível mais
baixo de conhecimento financeiro no contexto dos EUA
(Lusardi e Mitchell 2007a, 2007b, 2011b). Essas
descobertas se aplicam a faixas etárias e a muitas
medidas diferentes de alfabetização financeira (Lusardi e
Mitchell 2009). Aqueles que vivem em áreas rurais
geralmente pontuam pior do que seus equivalentes na
cidade (Klapper e Panos 2011). Essas descobertas podem
sugerir que a alfabetização financeira é mais facilmente
adquirida por meio de interações com outras pessoas, no
local de trabalho ou na comunidade.27 Da mesma forma,
também existem diferenças geográficas importantes na
alfabetização financeira; por exemplo, Fornero e Monticone
(2011) relatam uma substancial dispersão de alfabetização
financeira entre as regiões da Itália, assim como Beckmann
(2013) para a Romênia. Bumcrot, Lin e Lusardi (2013)
relatam diferenças semelhantes entre os estados dos EUA.
A literatura também aponta para diferenças na
alfabetização financeira por antecedentes familiares.
Por exemplo, Lusardi, Mitchell e Curto (2010) relacionaram
a alfabetização financeira de entrevistados do NLSY de
23 a 28 anos às características das famílias em que
cresceram,
27 Isso também pode ajudar a explicar as diferenças de sexo
mencionadas acima, já que em muitas culturas, os homens são mais
propensos do que as mulheres a interagir diariamente com indivíduos
com conhecimento financeiro.
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Lusardi e Mitchell: A importância econômica da alfabetização financeira
controlando um conjunto de características
demográficas e econômicas. A alfabetização
financeira dos entrevistados também foi
significativamente correlacionada positivamente
com a educação dos pais (em particular, a de suas
mães) e se seus pais tinham ações ou contas de
aposentadoria quando os entrevistados eram
adolescentes. Mahdavi e Horton (2012) relataram
uma conexão entre alfabetização financeira e
antecedentes parentais; neste caso, a educação dos
pais foi positivamente associada à alfabetização
financeira de suas filhas.28 Em outras palavras, a
alfabetização financeira pode muito bem começar
na família, talvez quando as crianças observam os
hábitos de poupança e investimento de seus pais,
ou mais diretamente recebendo educação financeira
dos pais (Chiteji e Stafford 1999; Li 2009; Shim et
al. 2009).
Outros estudos observaram uma lacuna de
nacionalidade na alfabetização financeira, com
cidadãos estrangeiros relatando menor alfabetização
financeira do que os nativos (Brown e Graf 2013).
Outros encontraram diferenças na alfabetização
financeira de acordo com a religião (Alessie, van
Rooij e Lusardi 2011) e opiniões políticas (Arrondel,
Debbich e Savignac 2013).
Essas descobertas também podem lançar luz sobre como
a alfabetização financeira é adquirida.
Para resumir, embora o analfabetismo financeiro
seja generalizado, ele também está concentrado em
subgrupos populacionais específicos na maioria
dos países estudados até o momento. Essa
heterogeneidade na alfabetização financeira sugere
que diferentes mecanismos podem ser apropriados
para rastrear as causas e possíveis consequências
dos déficits. Nos Estados Unidos, os que mais
enfrentam desafios são jovens e idosos, mulheres,
afro-americanos, hispânicos, os menos escolarizados
e os que vivem em áreas rurais.
Até o momento, essas diferenças não foram
totalmente explicadas, embora as teorias
28 Outros estudos que discutem a socialização financeira
dos jovens incluem Hira, Sabri e Loibl (2013) e as referências
aí citadas.
21
A estrutura descrita acima fornece diretrizes para
explicar alguns deles.
5. Qual a importância da alfabetização financeira?
Passamos a discutir se e como a alfabetização
financeira é importante para a tomada de decisões
econômicas.29 Visto que cada vez mais se pede
aos indivíduos que assumam responsabilidade
adicional por seu próprio bem-estar financeiro, ainda
há muito a aprender sobre esses fatos. E como
argumentamos acima, quando a alfabetização
financeira em si é uma variável de escolha, é
importante separar a causa do efeito. Por exemplo,
aqueles com alto patrimônio líquido que investem
em mercados financeiros também podem estar mais
propensos a se preocupar em melhorar seu
conhecimento financeiro, uma vez que têm mais
em jogo. A seguir, discutimos pesquisas que
relacionam alfabetização financeira com resultados
econômicos, levando em consideração também as
questões de endogeneidade.
5.1 Alfabetização Financeira e Econômica
Decisões
A literatura econômica inicial nessa área começou
documentando a ligação entre alfabetização
financeira e vários comportamentos econômicos.
Por exemplo, Bernheim (1995, 1998) foi um dos
primeiros a enfatizar que a maioria dos lares norte-
americanos carecia de conhecimento financeiro
básico e que também usavam regras práticas
grosseiras ao se envolverem em comportamentos
de poupança. Mais recentemente, Calvet, Campbell
e Sodini (2007, 2009) avaliaram as ações dos
investidores suecos que classificaram como “erros”.
Embora essa análise não incluísse nenhuma medida
direta de alfabetização financeira, os autores
relataram que as famílias mais pobres, menos
instruídas e imigrantes (atributos associados à
baixa alfabetização financeira, conforme observado
anteriormente) eram mais propensas a cometer
erros financeiros. Agarwal et ai. (2009) também se concentrou em
29 Para uma revisão do papel da alfabetização financeira no
literatura sobre comportamento do consumidor, ver Hira (2010).
Machine Translated by Google

22 Jornal de Literatura Econômica, vol. LII (março de 2014)

'erros' financeiros, mostrando que estes foram
mais prevalentes entre os jovens e os idosos,
grupos que normalmente apresentam os menores
conhecimentos financeiros.
Na esteira da crise financeira de 2008-09, o
governo federal dos EUA também começou a
expressar grande preocupação com outro caso
mais extremo de erros, ou seja, quando as pessoas
são vítimas de golpes financeiros. Como
frequentemente observado, os golpes tendem a
ser perpetrados contra os idosos, uma vez que
eles estão entre aqueles com menos conhecimento
financeiro e muitas vezes acumularam alguns
ativos.30 Uma pesquisa com tomadores de
decisões financeiras mais velhos (60 anos ou
mais) indicou que mais da metade dos eles
relataram ter feito um investimento ruim, e um em
cada cinco desses entrevistados sentiu que havia
sido enganado ou fraudado, mas não relatou a
situação (FINRA Investor Education Foundation
2006). À medida que os Baby Boomers
envelhecem, espera-se que esse problema cresça
(Blanton 2012), uma vez que esse grupo é um alvo potencialmente
Vários pesquisadores examinaram as relações
entre alfabetização financeira e comportamento
econômico. É muito mais difícil estabelecer um
nexo causal entre os dois, e discutiremos a
questão da endogeneidade e outros problemas
com mais detalhes abaixo. Hilgert, Hogarth e
Beverly (2003) descobriram uma forte correlação
entre alfabetização financeira e habilidades de
gerenciamento financeiro do dia a dia. Vários
outros estudos, tanto nos Estados Unidos quanto
em outros países, descobriram que os mais
numerados e alfabetizados financeiramente
também têm maior probabilidade de participar dos
mercados financeiros e investir em ações (Kimball e Shumway
2006; Christelis, Jappelli e Padula 2010; van Rooij,
Lusardi e Alessie 2011; Yoong 2011; Almenberg e
Dreber 2011; Arrondel, Debbich e Savignac 2012).
A alfabetização financeira também pode ser
vinculada à manutenção de poupanças preventivas
(de Bassa Scheresberg 2013).
Os mais experientes financeiramente também
são mais propensos a planejar a aposentadoria, e
aqueles que planejam também acumulam mais
riqueza (Lusardi e Mitchell 2007a, 2007b, 2011a,
2011d). Alguns dos primeiros estudos sobre os
efeitos da alfabetização financeira foram
relacionados aos seus efeitos no planejamento da
aposentadoria nos Estados Unidos. Esses estudos
foram replicados na maioria dos países cobertos
na tabela 2, mostrando que a correlação entre
alfabetização financeira e diferentes medidas de
planejamento de aposentadoria é bastante
robusta.31 Estudos que detalham componentes
específicos da alfabetização financeira tendem a
concluir que o que mais importa é o conhecimento
financeiro avançado (por exemplo, diversificação
de riscos) e lucrativo.
a capacidade de fazer cálculos
(Lusardi e Mitchell 2011b; Alessie, van Rooij e
Lusardi 2011; Fornero e Monticone 2011; Klapper
e Panos 2011; Sekita 2011).
Voltando-se para o lado do passivo do balanço
patrimonial da casa, Moore (2003) relatou que os
menos alfabetizados financeiramente também são
mais propensos a ter hipotecas caras. Campbell
(2006) apontou que aqueles com menor renda e
menor escolaridade (características fortemente
relacionadas ao analfabetismo financeiro) eram
menos propensos a refinanciar suas hipotecas
durante um período de queda nas taxas de juros.
Stango e Zinman (2009) concluíram que aqueles
incapazes de calcular corretamente as taxas de
juros de um fluxo de pagamentos acabaram tomando empréstim

30 Em 2011, os americanos apresentaram mais de 1,5 milhão de

reclamações sobre fraudes financeiras e outras, um aumento de 62% 31 A ligação entre alfabetização financeira e planejamento de
em apenas três anos; essas contagens também são provavelmente aposentadoria também é robusta para a medida de alfabetização
subavaliadas (FTC 2012). As perdas financeiras per capita devido à financeira usada (conhecimento financeiro básico versus sofisticado;
fraude também aumentaram ao longo do tempo: a perda média por Lusardi e Mitchell 2009, 2011b), como o planejamento é medido (Lusardi
e Mitchell
vítima aumentou de US$ 218 em 2002 para US$ 537 em 2011. Da mesma forma, os EUA2007a, 2009, 2011a; Alessie, van Rooij e Lusardi 2011) e
A SEC (2012) adverte sobre golpes e fraudes e outras quais controles estão incluídos na estimativa empírica (van Rooij, Lusardi
consequências potenciais de alfabetização financeira muito baixa, e Alessie 2011).
particularmente entre os grupos mais vulneráveis.
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Lusardi e Mitchell: A importância econômica da alfabetização financeira
mais e acumulando menos riqueza. Lusardi e Tufano
(2009a) confirmaram que os menos experientes
financeiramente incorreram em altos custos de transação,
pagando taxas mais altas e usando empréstimos de alto
custo. Em seu estudo, os menos informados também
relataram que suas cargas de dívida eram excessivas
ou que eram incapazes de julgar suas posições de
dívida. Da mesma forma, Mottola (2013) descobriu que
aqueles com baixa alfabetização financeira eram mais
propensos a se envolver em comportamento de cartão
de crédito caro, e Utkus e Young (2011) concluíram que
os menos alfabetizados também eram mais propensos
a tomar empréstimos contra seus 401 (k) e pensões.
contas.
Além disso, descobriu-se que tanto a autoavaliação
quanto a alfabetização real têm um efeito sobre o
comportamento do cartão de crédito ao longo do ciclo de
vida (Allgood e Walstad 2013). Um estudo particularmente
bem executado por Gerardi, Goette e Meier (2013)
comparou medidas individuais de capacidade numérica
com registros administrativos que fornecem informações
sobre pagamentos de titulares de hipotecas subprime.
Três descobertas importantes resultaram dessa análise.
Primeiro, a habilidade numérica foi um forte preditor de
inadimplência de hipotecas.
Em segundo lugar, o resultado persistiu mesmo após o
controle da capacidade cognitiva e conhecimento geral.
Em terceiro lugar, as estimativas foram quantitativamente
importantes, como será discutido em mais detalhes
abaixo, uma descoberta importante tanto para os
reguladores quanto para os formuladores de políticas.
Muitos métodos de empréstimo de alto custo
proliferaram ao longo do tempo, com efeitos negativos
para consumidores menos experientes . empréstimos de
título, reembolso de empréstimos antecipados e aluguel
para lojas próprias. Eles concluíram que os menos
alfabetizados financeiramente eram substancialmente
32 A indústria de serviços financeiros alternativos (AFS) experimentou
um tremendo crescimento nos Estados Unidos: em 2009, a Federal Deposit
Insurance Corporation estimou que a indústria vale pelo menos US$ 320
bilhões em termos de serviços transacionais (FDIC 2009).
23
mais propensos a usar métodos de empréstimo de alto
custo, uma descoberta que é particularmente forte entre
os jovens adultos (de 25 a 34 anos) (de Bassa
Scheresberg 2013). Embora a maior atenção tenha sido
dedicada ao lado da oferta, esses estudos sugerem que
também pode ser importante olhar para o lado da
demanda e a alfabetização financeira dos mutuários. O
grande número de inadimplência de hipotecas durante a
crise financeira também sugeriu a alguns que a dívida
e o gerenciamento da dívida são uma área fértil para
erros; por exemplo, muitos mutuários não sabem quais
taxas de juros foram cobradas em seus cartões de
crédito ou saldos de hipotecas (Moore 2003; Lusardi
2011; Disney e Gathergood 2012).33 É verdade que a
educação pode ser bastante influente em muitas dessas
áreas .
Por exemplo, a pesquisa mostrou que os universitários
são mais propensos a possuir ações e menos propensos
a usar empréstimos de alto custo (Haliassos e Bertaut
1995; Campbell 2006; Lusardi e de Bassa Scheresberg
2013). Da mesma forma, existe uma correlação positiva
muito forte entre educação e posse de riqueza (Bernheim
e Scholz 1993). Mas, para nossos propósitos, incluir
controles para a obtenção de educação em modelos
empíricos de posse de ações, acumulação de riqueza e
métodos de empréstimo de alto custo não diminui a
significância estatística da alfabetização financeira e, de
fato, muitas vezes a aumenta (Lusardi e Mitchell 2011a ;
Behrman et al. 2012; van Rooij, Lusardi e Alessie 2011,
2012; Lusardi e de Bassa Scheresberg 2013).
Evidentemente, o conhecimento geral (educação) e o
conhecimento mais especializado (alfabetização
financeira) contribuem para uma tomada de decisão
financeira mais informada. Em outras palavras, o
investimento em conhecimento financeiro parece ser
uma forma específica de capital humano, ao invés
33 Disney e Gathergood (2012) relataram que os clientes de crédito
ao consumidor do Reino Unido subestimaram sistematicamente o custo
do empréstimo, enquanto os menos alfabetizados financeiramente tinham
índices médios de dívida em relação à renda mais altos.
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24 Jornal de Literatura Econômica, vol. LII (março de 2014)
do que simplesmente estar associado a mais anos de
escolaridade. A alfabetização financeira também está
ligada à demanda por treinamento no trabalho (Clark,
Matsukura e Ogawa 2013) e à capacidade de lidar com
emergências financeiras (Lusardi, Schneider e Tufano
2011).
5.2 Custos da Ignorância Financeira
pré-aposentadoria
Na esteira da crise financeira, muitos se interessaram
pelos custos do analfabetismo financeiro, bem como
por seus impactos distributivos. Por exemplo, na
Holanda, van Rooij, Lusardi e Alessie (2012) estimam
que estar no 75º versus 25º percentil do índice de
alfabetização financeira equivale a cerca de € 80.000
em termos de patrimônio líquido diferencial (ou seja,
cerca de 3,5 vezes a renda disponível líquida de uma
casa mediana holandesa). Eles também apontam que
um aumento na alfabetização financeira do 25º para o
75º percentil para um indivíduo médio está associado a
uma probabilidade 17-30 pontos percentuais maior de
participação no mercado de ações e planejamento de
aposentadoria, respectivamente. Nos Estados Unidos,
simulações de um modelo de ciclo de vida que incorpora
alfabetização financeira mostram que a alfabetização
financeira por si só pode explicar mais da metade da
desigualdade de riqueza observada (Lusardi, Michaud e
Mitchell 2013). Esse resultado é obtido comparando-se
a relação riqueza/renda entre os grupos de educação
em modelos com e sem alfabetização financeira, o que
permite aos indivíduos obter retornos mais altos sobre
suas economias. Por esta razão, se os efeitos da
alfabetização financeira no comportamento financeiro
podem ser considerados causais, os custos da ignorância
financeira são substanciais.
Nos Estados Unidos, estima-se que os investidores
tenham renunciado a retornos substanciais de ações
devido a taxas, despesas e custos de negociação de
investimentos ativos, em uma tentativa de “vencer o
mercado”. French (2008) calcula que isso equivale a um
custo total anual de cerca de US$ 100 bilhões, o que
poderia ser evitado
por indexação passiva. Uma vez que é improvável que
os menos alfabetizados financeiramente sejam sensíveis
a taxas, eles provavelmente arcarão com esses custos.
Além disso, muitos dos analfabetos financeiros
demonstraram evitar o mercado de ações, o que Cocco,
Gomes e Maenhout (2005) sugeriram impôs perdas de
bem-estar no valor de quatro por cento da riqueza. O
custo econômico da subdiversificação calculado por
Calvet, Campbell e Sodini (2007) também é substancial:
eles concluíram que um investidor mediano na Suécia
experimentou uma perda de retorno anual de 2,9% em
uma carteira de risco, ou 0,5% da renda familiar
disponível . Mas para um em cada dez investidores,
esses custos anuais eram muito mais altos, 4,5% dos
gastos descartáveis
renda.
Os custos da ignorância financeira surgem não
apenas na área de poupança e investimento, mas
também influenciam a forma como os consumidores
gerenciam seus passivos. Campbell (2006) relatou que
o refinanciamento abaixo do ideal entre os proprietários
de imóveis nos Estados Unidos resultou em taxas de
juros de hipotecas de 0,5% a 1% ao ano mais altas ou,
no total, US$ 50 a 100 bilhões por ano. E, como
observado acima, os menos experientes financeiramente
têm menos probabilidade de refinanciar suas hipotecas.
Gerardi, Goette e Meier (2013) mostraram que a
habilidade numérica pode ter contribuído substancialmente
para a inadimplência maciça de hipotecas subprime na
recente crise financeira. De acordo com suas estimativas,
aqueles no grupo de habilidade numérica mais alta
tinham cerca de 20 pontos percentuais a menos de
probabilidade de inadimplência em suas hipotecas
subprime do que aqueles no grupo de numeramento
financeiro mais baixo.
Pode-se também vincular a “alfabetização da dívida”
em relação aos comportamentos do cartão de crédito
que geram taxas e cobranças de juros para pagar contas
com atraso, ultrapassar o limite de crédito, usar
adiantamentos em dinheiro e pagar apenas o valor mínimo devido.
Lusardi e Tufano (2009a) calcularam o “custo da
ignorância”, ou custos de transação incorridos pelos
americanos menos informados e o componente desses
custos relacionado à falta de conhecimento financeiro.
O cálculo deles
Machine Translated by Google

Lusardi e Mitchell: A importância econômica da alfabetização financeira 25

os custos esperados tinham dois componentes - a
probabilidade e os custos de vários comportamentos
do cartão de crédito. Essas probabilidades foram
derivadas diretamente de estimativas empíricas
usando os dados sobre o comportamento do cartão
de crédito, alfabetização da dívida e uma série de
controles demográficos que incluem renda. Eles
mostraram que, embora os indivíduos com menos
conhecimento constituam apenas 29% da população
de portadores de cartão, eles representavam 42%
dessas cobranças. Consequentemente, os menos
experientes financeiramente arcam com uma parcela
desproporcional dos custos associados aos comportamentos indutores de taxas.
De fato, as taxas médias pagas por aqueles com
baixo conhecimento foram 50% maiores do que
aquelas pagas pelo portador médio do cartão. E
desses quatro tipos de cobranças incorridas por
portadores de cartão menos informados, um terço
eram cobranças incrementais relacionadas à baixa
alfabetização financeira.
Outra maneira pela qual os analfabetos financeiros
gastam caro em serviços financeiros é por meio de
formas de empréstimo de alto custo, incluindo
empréstimos de dia de pagamento . mais tais
transações por ano (Ernst, Farris e King 2004).
Acontece que esses mutuários também frequentemente
não aproveitam outras oportunidades mais baratas
de contrair empréstimos.
Agarwal, Skiba e Tobacman (2009) estudaram
mutuários que também têm acesso a cartões de
crédito e descobriram que dois terços de sua amostra
tinham pelo menos $ 1.000 em liquidez de cartão de
crédito no dia em que fizeram seu primeiro
empréstimo. Isso aponta para um erro pecuniário:
dadas as cobranças médias de empréstimos
quantias substanciais — cerca de US$ 200 por ano
(e mais se contraírem empréstimos recorrentes).
Embora possa haver boas razões econômicas pelas
quais algumas pessoas podem querer manter abaixo
de seus limites de cartão de crédito, incluindo choques
inesperados, Bertrand e Morse (2011) determinaram
que os mutuários frequentemente trabalhavam sob
vieses cognitivos, semelhantes aos daqueles com
baixa alfabetização financeira (Lusardi e de Bassa
Scheresberg 2013).
5.3 Custos da Ignorância Financeira
na aposentadoria
O conhecimento financeiro impacta os principais
resultados, incluindo empréstimos, poupança e
decisões de investimento, não apenas durante a vida
profissional, mas também depois, na aposentadoria.
Tendo em vista que pessoas com mais de 65 anos
detêm mais de US$ 18 trilhões em riqueza,35 essa é
uma questão importante.
Acima, observamos que a alfabetização financeira
está associada a um maior planejamento de
aposentadoria e maior acúmulo de riqueza na
aposentadoria.36 Portanto, é lógico que os mais
experientes financeiramente provavelmente serão
mais bem dotados financeiramente quando se
aposentarem. Um ponto relacionado é que os mais
bem informados financeiramente também estão mais
bem informados sobre as regras do sistema
previdenciário, pagam taxas de investimento mais
baixas em suas contas de aposentadoria e diversificam seus ativos
35Ver, por exemplo, Laibson (2011).
36 Ver, por exemplo, Ameriks, Caplin e Leahy (2003); van Rooij,
Lusardi e Alessie (2012); e Lusardi e Mitchell (2007a, 2007b; 2009).
Vale ressaltar que a educação também desempenha um papel,
conforme apontado por Poterba, Venti e Wise (2013) que encontram
uma associação substancial entre a educação e a evolução dos ativos

consignados e cartões de crédito e considerando pós-aposentadoria.

Por exemplo, para famílias com duas pessoas, o crescimento dos
um empréstimo consignado de duas semanas de ativos entre 1998 e 2008 foi maior para graduados universitários
US$ 300, o uso de cartões de crédito teria economizado esses mutuários.
do que para aqueles com menos de um diploma de ensino
médio, produzindo mais de US$ 600.000 em ativos para o quintil
mais rico, para US$ 82.000 para o quintil de ativos mais baixo.
Tal como no modelo teórico descrito anteriormente, os agregados
34 Os americanos pagaram cerca de US$ 8 bilhões em encargos familiares com diferentes níveis de escolaridade irão investir em
financeiros para tomar emprestados mais de US$ 50 bilhões de diferentes ativos, permitindo-lhes obter diferentes taxas de
credores em 2007; as taxas de juros anuais desses empréstimos retorno. Resta saber se isso se deve a investimentos diferenciados
costumam ser muito altas, acima de 400%. Ver Bertrand e Morse em educação financeira ou simplesmente ao conhecimento geral
(2011) e as referências nele contidas. adquirido por meio da educação.
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26 Jornal de Literatura Econômica, vol. LII (março de 2014)
melhor (Arenas de Mesa et al. 2008; Chan e
Stevens 2008; Hastings, Mitchell e Chyn 2011).37
Até o momento, no entanto, relativamente pouco
se aprendeu sobre se adultos mais velhos
financeiramente também são mais bem-sucedidos
no gerenciamento de seus recursos na
aposentadoria, embora a presença de golpes
entre os idosos sugira que esse tópico seja
altamente relevante para as políticas.
Este é um conjunto particularmente difícil de
decisões que exige que os aposentados olhem
para um futuro incerto ao fazer escolhas irrevogáveis
com consequências de longo alcance.
Por exemplo, as pessoas devem prever suas
probabilidades de sobrevivência (e de seus
parceiros), retornos de investimentos, renda de
pensões e despesas médicas e outras. Além disso,
muitas dessas decisões financeiras são eventos
únicos na vida, incluindo quando se aposentar e
reivindicar a pensão e os benefícios da Previdência
Social. Assim, não seria surpreendente se a
alfabetização financeira aumentasse a capacidade
das pessoas de tomar essas decisões importantes
e consequentes.
Essa questão é especialmente relevante quando
se trata de decidir se os aposentados adquirem
fluxos de renda vitalícios com seus ativos, pois, ao
fazê-lo, eles se protegem contra a falta de renda
na velhice.38 No entanto, apesar do fato de que
essa forma de renda a proteção da longevidade é
muito valiosa em teoria, relativamente poucas
anuidades de pagamento são adquiridas na prática
em praticamente todos os países (Mitchell, Piggott
e Takayama 2011). Novas pesquisas apontam para
a importância do enquadramento e dos efeitos
default neste processo de decisão (Agnew e
Szkyman
37 Gustman, Steinmeier e Tabatabai (2010) observam que o conhecimento
financeiro não é a mesma coisa que o funcionamento cognitivo, uma vez que este
último não está associado a um maior conhecimento das regras do plano de
aposentadoria.
38Diversos autores têm também associado a literacia
financeira ao conhecimento sobre a poupança para a reforma.
Por exemplo, Agnew et al. (2007) mostram que os funcionários
com menos conhecimento financeiro tinham 34% menos
probabilidade de participar voluntariamente e 11% menos
probabilidade de serem inscritos automaticamente no plano 401(k) de sua empresa.
2011; Brown, Kapteyn e Mitchell em breve). Esta
conclusão foi corroborada por Brown et al. (2011),
que demonstrou experimentalmente que as pessoas
valorizavam menos as anuidades quando lhes era
oferecida a oportunidade de comprar fluxos de
renda adicionais, e valorizavam mais as anuidades
se lhes fosse oferecida a chance de trocar seus
fluxos de anuidades por um montante fixo.39
Importante para o presente propósito , os
financeiramente experientes forneceram respostas
mais consistentes em formas alternativas de obter
preferências. Em contraste, os menos alfabetizados
financeiramente apresentaram resultados
inconsistentes e responderam a sugestões
irrelevantes quando apresentados ao mesmo
conjunto de escolhas. Em outras palavras, a
alfabetização financeira parece ser altamente
influente em ajudar as famílias mais velhas a se equiparem com p
aposentadoria.
Muito mais deve ser aprendido sobre como as
habilidades de tomada de decisão financeira das
pessoas mudam com a idade e como elas estão
relacionadas à alfabetização financeira. Por
exemplo, Agarwal et al. (2009) relataram que os
idosos pagam muito mais do que os de meia-idade
por 10 produtos financeiros ; velhos. Ainda não se
sabe como os padrões podem variar de acordo
com a alfabetização financeira, mas pode ser que
aqueles com maior conhecimento financeiro básico
sejam mais capazes de lidar com as decisões
financeiras à medida que avançam para a segunda
metade de suas vidas.41
39 Essas descobertas não são atribuíveis a diferenças nas expectativas
subjetivas de vida dos indivíduos, taxas de desconto, aversão ao risco, restrições de
empréstimos, risco político ou outras explicações convencionais (Brown et al. 2011).
40 Estes incluem transferências de saldo de cartão de crédito; empréstimos
imobiliários e linhas de crédito; empréstimos para automóveis; taxas de juros de
cartão de crédito; hipotecas; cartões de crédito para pequenas empresas; taxas de
atraso de pagamento de cartão de crédito; taxas de cartão de crédito acima do limite;
e taxas de adiantamento em dinheiro do cartão de crédito.
41 Isso pode ser particularmente importante na medida em que Korniotis e
Kumar (2011) concluem que o declínio cognitivo é mais rápido com a idade para os
menos educados, os que ganham menos e os grupos raciais/étnicos minoritários.
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Lusardi e Mitchell: A importância econômica da alfabetização financeira
5.4 Lidando com Endogeneidade
e Erro de Medição
Apesar de um importante conjunto de fatos
sobre a alfabetização financeira, relativamente
poucos analistas empíricos explicaram a
endogeneidade potencial da alfabetização
financeira e o problema de erro de medição na
alfabetização financeira mencionado acima. Nos
últimos cinco anos, no entanto, vários autores
implementaram estimativas de variáveis
instrumentais (IV) para avaliar o impacto da
alfabetização financeira no comportamento
financeiro, e os resultados tendem a ser bastante
convincentes. Para ilustrar a engenhosidade dos
instrumentos utilizados, a tabela 4 lista vários
estudos juntamente com os instrumentos utilizados
em sua análise empírica. Algumas das evidências
descritivas sobre alfabetização financeira
discutidas anteriormente podem explicar por que
esses instrumentos podem prever a alfabetização financeira.
É útil oferecer alguns comentários sobre alguns o efeito da alfabetização financeira no planejamento
dos artigos com instrumentos particularmente
fortes. Christiansen, Joensen e Rangvid (2008)
usaram a abertura de uma nova universidade em
uma área local – sem dúvida uma das variáveis
mais exógenas que se pode encontrar – como
instrumento de conhecimento e concluíram que a
educação em economia é um importante
determinante do investimento em ações. Seguindo
esse exemplo, Klapper, Lusardi e Panos (2012)
usaram o número de universidades públicas e
privadas nas regiões russas e o número total de
jornais em circulação como instrumentos de
alfabetização financeira. Eles descobriram que a
alfabetização financeira afetou uma variedade
de indicadores econômicos, incluindo ter contas
bancárias, usar crédito bancário, usar crédito
informal, ter capacidade de gastar e disponibilidade medição graves, mas, por outro lado, parece claro
de renda não gasta. Lusardi e Mitchell (2009)
instrumentaram a alfabetização financeira usando
o fato de que diferentes estados dos EUA
obrigaram a educação financeira no ensino médio
em diferentes pontos no tempo e interagiram
esses mandatos com os gastos do estado em
27
Educação. Behrman et ai. (2012) empregou vários
instrumentos, incluindo a exposição a um novo
sistema de vouchers educacionais no Chile, para
isolar os efeitos causais da alfabetização
financeira e escolaridade sobre a riqueza.
Seus resultados de IV mostraram que tanto a
alfabetização financeira quanto a escolaridade
estavam positiva e significativamente associadas
aos níveis de riqueza.
Van Rooij, Lusardi e Alessie (2011)
instrumentaram a alfabetização financeira com as
experiências financeiras de irmãos e pais, uma
vez que estes não estavam sob o controle dos
entrevistados, para avaliar rigorosamente a
relação entre alfabetização financeira e participação
no mercado de ações. Os autores relataram que
a instrumentação aumentou muito o impacto
positivo medido da alfabetização financeira na
participação no mercado de ações. Esses
instrumentos também foram usados recentemente
por Agnew, Bateman e Thorp (2013) para avaliar
da aposentadoria na Austrália. Bucher-Koenen e
Lusardi (2011) usaram atitudes políticas em nível
regional na Alemanha como um instrumento,
argumentando que apoiadores orientados para o
livre mercado têm maior probabilidade de serem
alfabetizados financeiramente, e a suposição é
que os indivíduos podem aprender com os outros
ao seu redor. O estudo de Arrondel, Debbich e
Savignac (2013) também mostra algumas
diferenças na alfabetização financeira entre filiações políticas.
Curiosamente, em todos esses casos, as
estimativas de alfabetização financeira IV sempre
se mostram maiores do que as estimativas de
mínimos quadrados comuns (tabela 4). Pode ser
que as pessoas afetadas pelos instrumentos
tenham respostas amplas ou que haja erros de
que as estimativas não instrumentadas de
alfabetização financeira podem subestimar o
verdadeiro efeito.
Apesar desses avanços, pode-se temer que
outras variáveis omitidas ainda possam influenciar
as decisões financeiras de forma a influenciar os
resultados. Por exemplo, inobserváveis como
 Agnew,
Bateman
e Arrondel,
Majdi,
e Behrman,
Mitchell, Clapper,
Lusardi,
pato Alessie,
Van
Rooij
e Van
Rooij,
Lusardi, Sobre
(2011) Bucher-
Koenen
e Fornero
e Lusardi
e
Mitchell Christiansen,
Schroeter Autores
Thorp
(2013) Savignac
(2012) Soo
e
Bravo
(2012) Panos
(2012) Lusardi
(2011) e
Alessie
(2012) Lusardi
(2011) Monticone
(2011) (2009) (2008) Jonsen
e
Rangvid
Holanda Holanda
Austrália Alemanha Os
autores
instrumentam
a
sofisticação
financeira
usando
a
abertura
de
uma
universidade
como
Dinamarca
1997-2001
País Variável
Instrumental
(IV)
Estimativa
do
Efeito
da
Alfabetização
Financeira
no
Comportamento
França
Rússia
Chile Japão
Itália cervo
Ano
de
2012
Os
autores
instrumentam
a
sofisticação
financeira
usando
as
experiências
financeiras
dos
entrevistados
dados
Maior
que
irmãos
e
pais. alfabetização
financeira
e
controle
de
herança
potencial
de
carteiras
financeiras. choque
exógeno
que
induz
mais
graduados
do
ensino
médio
no
condado
vizinho
a
escolher
uma
educação
econômica.
Tabela
4
instrumentos
Maior
que
Maior
que
variável
obrigatória
com
a
idade
para
discernir
se
o
efeito
cresce
ao
longo
do
ciclo
de
vida.
conhecimento
e
informações
sociais.
Especificamente,
eles
usam
informações
sobre
se
um
membro
da
família
é
formado
em
economia
ou
se
um
membro
da
família
usa
um
computador
(em
casa,
no
trabalho
ou
em
outro
lugar).
na
educação
financeira
do
ensino
médio
e
nos
gastos
do
estado
com
a
educação.
Eles
também
interagem
em
2009
Os
autores
instrumentam
a
sofisticação
financeira
usando
informações
sobre
os
mandatos
dos
estados
EUA
2006
Os
autores
instrumentam
a
sofisticação
financeira
usando
o
custo
de
aprendizado
e
aquisição
de
finanças Maior
que
Tamanho
do
efeito
para
OLS
comparado
OLS OLS OLS OLS OLS OLS
Maior
que
Maior
que
Maior
que
Maior
que
Maior
que
Maior
que
Maior
que
outros
na
mesma
região
como
um
instrumento
de
alfabetização
financeira.
Especificamente,
eles
usam
atitudes
políticas
no
nível
regional,
pois
espera-
se
que
estejam
ligadas
ao
conhecimento
financeiro.
cificamente,
o
autor
constrói
dois
instrumentos
sobre
as
seguintes
informações:
rank
em
e
japonês
o
utilizam
como
instrumento
de
sofisticação
financeira.
Especificamente,
eles
usam
informações
sobre
quanto
de
sua
educação
foi
dedicado
à
economia
(muito,
pouco,
pouco
ou
quase
nada).
irmãos
e
pais.
nacional)
e
o
número
total
de
universidades
por
região
de
dois
dígitos
(públicas
e
privadas).
fatores
e
traços
de
personalidade
do
respondente.
Por
exemplo,
eles
usam
a
exposição
dos
entrevistados
para
nível
de
escolaridade
e
alfabetização
financeira.
aula
de
idiomas
quando
oentrevistado
tinha
15
anos
de
idade
e
habilidade
média
no
idioma
na
prefeitura
onde
o
entrevistado
mora.
mudanças
na
política
nacional
de
vouchers
escolares
eesforços
de
marketing
fundos
de
pensão
para
instrumentar
2009
Os
autores
instrumentam
a
sofisticação
financeira
usando
a
exposição
ao
conhecimento
financeiro
de
2010
O
autor
usa
o
nível
de
habilidade
no
idioma
como
japonês
um
instrumento
para
alfabetização
financeira.
Spe
2005
Os
autores
usam
informações
sobre
aeducação
financeira
que
os
entrevistados
adquiriram
na
escola
2010
Os
autores
instrumentam
a
sofisticação
financeira
usando
as
experiências
financeiras
dos
entrevistados
2006
Os
autores
usam
três
conjuntos
de
instrumentos:
variáveis
dependentes
da
idade,
antecedentes
familiares
2011
Os
autores
avaliam
os
entrevistados
sofisticação
financeira
usando
informações
sobre
os
pais
2008-2009
Os
autores
usam
o
número
de
em
jornais
circulação
por
região
de
dois
dígitos
(tanto
regional OLS OLS OLS OLS
estatisticamente
IV
significativo
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Jornal de Literatura Econômica, vol. LII (março de 2014) 28
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Machine Translated by Google
Lusardi e Mitchell: A importância econômica da alfabetização financeira
como taxas de desconto (Meier e Sprenger 2013),
QI (Grinblatt, Keloharju e Linnainmaa 2011) ou
habilidades cognitivas podem influenciar decisões
de poupança e escolha de portfólio (Delavande,
Rohwedder e Willis 2008; Korniotis e Kumar 2011).
Se estes não puderem ser controlados, os impactos
estimados da alfabetização financeira podem ser
tendenciosos. No entanto, o trabalho de Alessie, van
Rooij e Lusardi (2011) usando dados de painel e
regressão de efeitos fixos, bem como estimativa de
IV, confirmou o efeito positivo da alfabetização
financeira no planejamento da aposentadoria, e
vários estudos, como mencionado anteriormente
(Gerardi, Goette e Meier 2013), representam
explicitamente a capacidade cognitiva.
No entanto, eles mostram que o numeramento tem
um efeito acima e além da capacidade cognitiva.
Uma maneira diferente de analisar os efeitos da
alfabetização financeira nos resultados econômicos
é usar um experimento de campo no qual um grupo
de indivíduos (o grupo de tratamento) é exposto a
um programa de educação financeira e seu
comportamento é então comparado ao de um
segundo grupo não expostos (o grupo de controle).
No entanto, mesmo em países com mercados
financeiros e sistemas de pensões menos
desenvolvidos, os impactos da literacia financeira
são semelhantes aos encontrados ao examinar o
efeito da literacia financeira no planeamento da
reforma e na participação em pensões (Lusardi e
Mitchell 2011c). Por exemplo, Song (2011) mostrou
que aprender sobre composição de juros produz um
aumento considerável nas contribuições previdenciárias naProgramas
Estudos experimentais randomizados no México e
no Chile demonstraram que indivíduos mais
alfabetizados financeiramente eram mais propensos
a escolher contas de pensão com taxas
administrativas mais baixas (Hastings e Tejeda-
Ashton 2008; Hastings e Mitchell 2011; Hastings,
Mitchell e Chyn 2011). Indivíduos financeiramente
mais sofisticados no Brasil também foram menos
afetados pelas escolhas de seus pares em suas
decisões financeiras (Bursztyn et al. 2012).
A crise financeira também forneceu um laboratório
para estudar os efeitos da alfabetização financeira
em um cenário de choques econômicos.
29
Por exemplo, quando os mercados de ações caíram
drasticamente em todo o mundo, os investidores
ficaram expostos a grandes perdas em suas carteiras.
Isso, combinado com um desemprego muito maior,
tornou ainda mais importante ser experiente na
gestão de recursos limitados.
Bucher-Koenen e Ziegelmeyer (2011) examinaram
as perdas financeiras sofridas pelas famílias alemãs
durante a crise financeira e confirmaram que os
menos alfabetizados financeiramente eram mais
propensos a vender ativos que haviam perdido valor,
bloqueando assim as perdas.42 Na Rússia, Klapper ,
Lusardi e Panos (2012) descobriram que os mais
alfabetizados financeiramente eram significativamente
menos propensos a relatar ter experimentado
diminuição da capacidade de gastar e ter mais
poupança disponível. Além disso, estimativas de
diferentes períodos de tempo indicaram que a
alfabetização financeira prepara melhor os indivíduos
para lidar com choques macroeconômicos.
Dada essa evidência sobre os resultados
negativos e os custos do analfabetismo financeiro,
nos voltamos para os programas de educação
financeira para remediar essas deficiências.
6. Avaliação dos efeitos dos programas de
alfabetização
financeira Outra forma de avaliar os efeitos da
alfabetização financeira é observar as evidências
dos programas de educação financeira cujas metas
e objetivos são melhorar o conhecimento financeiro.
China. de educação financeira nos Estados
Unidos e em outros lugares foram implementados ao
longo dos anos em vários ambientes diferentes: em
escolas, locais de trabalho e bibliotecas, e às vezes
subgrupos populacionais foram visados. Como
exemplo, vários estados dos EUA obrigaram a
educação financeira no ensino médio em diferentes
momentos, gerando “experimentos naturais” utilizados
por Bernheim, Garrett e Maki (2001), um dos
primeiros estudos nesta literatura. De forma similar,
42 Parte desse comportamento também pode ser devido a
restrições de liquidez.
Machine Translated by Google
30 Jornal de Literatura Econômica, vol. LII (março de 2014)
a educação financeira nas escolas de ensino médio
foi examinada recentemente no Brasil e na Itália
(Bruhn, Legovini e Zia 2012; Romagnoli e Trifilidis
2013). Em alguns casos, grandes empresas
americanas lançaram programas de educação
financeira (Bernheim e Garrett 2003, Clark e
D'Ambrosio 2008 e Clark, Morrill e Allen 2012a,
2012b). Freqüentemente, a intenção do empregador
é aumentar a poupança e a participação em planos
de pensão de benefícios definidos (Duflo e Saez
2003, 2004; Lusardi, Keller e Keller 2008; Goda,
Manchester e Sojourner 2012). Programas também
foram adotados para grupos especialmente
vulneráveis, como aqueles em dificuldades
financeiras (Collins e O'Rourke 2010).
Apesar da popularidade dos programas, apenas
alguns autores realizaram avaliações cuidadosas
do impacto dos programas de educação financeira.
Em vez de detalhar ou revisar a literatura existente,43
aqui chamamos a atenção para as principais
questões que os futuros pesquisadores devem levar
em consideração ao avaliar a eficácia dos programas
de educação financeira.44 Também destacamos
pesquisas recentes importantes não revisadas em
pesquisas anteriores.
Uma preocupação enfatizada acima na seção 2
é que os estudos de avaliação às vezes foram
conduzidos sem uma compreensão clara de como
o conhecimento financeiro é desenvolvido.
Ou seja, se definirmos alfabetização financeira como
uma forma de investimento em capital humano, é
lógico que alguns acharão ótimo investir em
alfabetização financeira, enquanto outros não.
Assim, se um programa fosse julgado com base em
mudanças comportamentais específicas
43 Veja, por exemplo, Collins e O'Rourke (2010); Gale,
Harris e Levine (2012); Hastings, Madrian e Skimmyhorn
(2012); Hathaway e Khatiwada (2008); Lusardi e Mitchell
(2007b); Lyons et ai. (2006); e Martin (2007). Hira (2010)
fornece uma ampla visão geral da pesquisa sobre educação
financeira durante um longo período de tempo.
44 Duas boas discussões de Fox, Bartholomae e Lee (2005)
e Lyons e Neelakantan (2008) destacam as limitações das
avaliações de programas de educação financeira existentes.
como aumentar a poupança para a aposentadoria
ou a participação em contas de aposentadoria, deve-
se reconhecer que é improvável que o programa,
tanto teórica quanto praticamente, mude o
comportamento de todos da mesma maneira.45 Por
exemplo, um resultado desejado de um programa
de educação financeira pode ser para aumentar a poupança.
No entanto, para alguns, pode não ser ideal
economizar; para outros, pode ser racional reduzir a
dívida. Portanto, a menos que um avaliador se
concentre no problema da carteira familiar, incluindo
medidas de poupança mais amplas, um programa
pode (incorretamente) ser considerado um fracasso.
Uma preocupação relacionada é que, uma vez
que uma parcela tão grande da população não tem
conhecimento financeiro nem mesmo sobre os
conceitos básicos de composição de juros, inflação
e diversificação de risco, é improvável que uma
curta exposição ao treinamento em alfabetização
financeira cause grande impacto. na proeza de
tomada de decisão dos consumidores. Por esse
motivo, oferecer alguns seminários de aposentadoria
ou enviar funcionários a uma feira de benefícios
pode ser bastante ineficaz (Duflo e Saez 2003, 2004).
Além disso, poucos estudos realizaram uma análise
cuidadosa de custo-benefício, o que deve ser uma
alta prioridade para pesquisas futuras.
As evidências relatadas anteriormente também
mostram que há heterogeneidade substancial tanto
na alfabetização financeira quanto no comportamento
financeiro, de modo que os programas direcionados
a grupos específicos provavelmente serão mais
eficazes do que os programas de educação
financeira de tamanho único. Por exemplo, Lusardi,
Michaud e Mitchell (2013) mostram teoricamente
que há heterogeneidade substancial no
comportamento individual, o que implica que nem
todos ganharão com a educação financeira.
Consequentemente, a poupança será otimamente
zero (ou negativa) para alguns, e programas de
educação financeira, neste caso, não deveriam
mudar esse comportamento. Em outras palavras, deve-se
45 Além disso, as discussões dos profissionais geralmente se referem à
“capacidade financeira”, um termo frequentemente identificado com mudança
de comportamento em vez de conhecimento.
Machine Translated by Google
Lusardi e Mitchell: A importância econômica da alfabetização financeira
não espere uma taxa de participação de 100% em
programas de educação financeira. Nesse sentido,
o modelo traz uma importante previsão: para mudar
o comportamento, os programas de educação
financeira devem ser direcionados a grupos
específicos da população, já que as pessoas têm
diferentes preferências e condições econômicas.
circunstâncias.
Como em outros campos da pesquisa econômica,
as avaliações de programas também devem ser
rigorosas se quiserem estabelecer de forma
persuasiva a causalidade e a eficácia. Conforme
observado por Collins e O'Rourke (2010), a “regra
de ouro” da avaliação é a abordagem experimental
em que um grupo de “tratamento” exposto à
educação financeira é comparado com um grupo de
“controle” que não é (ou que é exposto a um
tratamento diferente). Até agora, como observado
acima, poucos programas educacionais financeiros
foram concebidos ou avaliados com esses padrões
em mente, tornando difícil fazer inferências. Um
ponto relacionado é que os fatores de confusão
podem influenciar os impactos estimados, a menos
que a avaliação seja cuidadosamente estruturada.
Como exemplo, apontamos o debate sobre a
eficácia do ensino de alfabetização financeira no
ensino médio, discussão que certamente será
alimentada pelo novo módulo de alfabetização
financeira do PISA 2012 mencionado acima. Alguns
argumentaram contra a educação financeira na
escola (por exemplo, Willis 2008), com base nas
conclusões da Jump$tart Coalition for Personal
Financial Literacy (Mandell 2004, 2008).
Os estudos da Jump$tart concluíram que os alunos
não obtiveram melhores resultados nos testes de
alfabetização financeira, mesmo que frequentassem
escolas em estados com educação financeira; na
verdade, em alguns casos, Mandell (1997, 2008)
descobriu que eles obtiveram pontuações ainda
piores do que os estudantes em estados que
carecem desses programas. No entanto, análises
subsequentes (Walstad, Rebeck e MacDonald
2010) apontaram que essa pesquisa estava
incompleta, pois não levava em conta o conteúdo
do curso, a medição do teste, a preparação do
professor e a quantidade de instrução. Esses pontos foram
31
Nguyen (2001), que revisitou os dados do Jump$tart
examinando mais de perto os requisitos de
educação do estado para a educação em finanças
pessoais. Eles concluíram que quando os alunos
foram obrigados a fazer um curso de educação
financeira, eles tiveram um desempenho muito
melhor do que os alunos em estados sem mandatos
de finanças pessoais. Consequentemente, há
razões para acreditar que a obrigatoriedade da
educação em finanças pessoais pode, de fato, ser
eficaz para aumentar o conhecimento do aluno –
mas apenas quando requer uma exposição
significativa aos conceitos de finanças pessoais.
Da mesma forma, é arriscado fazer inferências
sem conhecer a qualidade do ensino nesses cursos.
Por exemplo, Way e Holden (2009) examinaram
mais de 1.200 professores K-12, futuros professores
e professores de formação de professores
representando quatro regiões censitárias dos EUA,
juntamente com as respostas dos professores a
perguntas sobre seus antecedentes pessoais e
educacionais em educação financeira. Quase todos
os professores reconheceram a importância e a
necessidade da educação financeira, mas menos
de um quinto afirmou estar preparado para ensinar
qualquer um dos seis conceitos de finanças
pessoais normalmente incluídos nas rubricas
educacionais. Além disso, os futuros professores
sentiram-se menos competentes nos tópicos mais
técnicos, incluindo gestão de riscos e seguros, bem
como poupança e investimento.
Curiosamente, esses também são os conceitos com
os quais a população adulta em geral luta, conforme
observado acima. Esse estudo concluiu que os
mandatos educacionais do estado pareciam não ter
efeito sobre se os professores faziam cursos de
finanças pessoais, ministravam os cursos ou se
sentiam competentes para ministrar tal curso,
consistente com o fato de que os estados que
obrigam a educação financeira do ensino médio não
forneciam necessariamente ou promover a formação
de professores na área.
Também seria valioso investigar mais se as
pontuações de conhecimento realmente medem o
que foi ensinado na escola e se os alunos se auto-
selecionam
empor Tennyson e
enfatizados
Machine Translated by Google
32 Jornal de Literatura Econômica, vol. LII (março de 2014)
as aulas de educação financeira. Walstad, Rebeck e
MacDonald (2010) usaram uma configuração quase
experimental para avaliar um curso de vídeo bem
projetado, cobrindo vários conceitos fundamentais para
alunos e professores. O teste que eles empregaram
estava alinhado com o que era ensinado na escola e
media os níveis iniciais de compreensão dos alunos
sobre finanças pessoais, de modo a captar melhorias
no conhecimento financeiro. Os resultados indicaram
um aumento significativo no conhecimento de finanças
pessoais entre os alunos “tratados”, sugerindo que
experimentos cuidadosamente elaborados podem
detectar melhorias importantes no conhecimento. Esta
é uma área que se beneficiaria de uma pesquisa
avaliativa cuidadosa adicional (Collins e O'Rourke 2010).
Em comparação com a pesquisa sobre escolaridade,
avaliar a educação financeira no local de trabalho
parece ainda mais desafiador. Há evidências de que
os funcionários que participaram de um seminário de
aposentadoria eram muito mais propensos a poupar e
contribuir para suas contas de pensão (Bernheim e
Garrett 2003). No entanto, aqueles que participaram de
tais seminários poderiam ser um grupo auto-selecionado,
uma vez que a participação era voluntária; ou seja,
eles podem já ter uma tendência a economizar.
Outra preocupação é que os pesquisadores
geralmente têm pouca ou nenhuma informação sobre o
conteúdo e a qualidade dos seminários no local de
trabalho. Alguns autores mediram o conteúdo das
informações dos seminários (Clark e D'Ambrosio 2008;
Lusardi, Keller e Keller 2008) e conduziram pré e pós-
avaliações para detectar mudanças comportamentais
ou intenções de mudar o comportamento futuro. Suas
descobertas, incluindo entrevistas aprofundadas e
análises qualitativas, são inestimáveis para esclarecer
como tornar os programas mais eficazes. Um
experimento recente notável envolveu a exposição de
uma amostra representativa da população dos EUA a
vídeos curtos explicando vários conceitos fundamentais,
incluindo o poder da composição de juros, inflação e
risco.
diversificação – todos os tópicos que a maioria das
pessoas não consegue compreender (Heinberg et al. 2010).
Em comparação com um grupo de controle que não
recebeu tal educação, aqueles expostos aos vídeos
informativos eram mais capazes de conhecimento e
mais capazes de responder a perguntas hipotéticas
sobre decisões de salvamento.46 Embora mais
pesquisas desse tipo sejam necessárias, quando os
pesquisadores visam conceitos usando experimentos
cuidadosamente planejados, eles são mais propensos
a detectar mudanças no conhecimento e comportamento
crítico para a tomada de decisões financeiras.
Um desafio relacionado é que pode ser difícil avaliar
empiricamente como o comportamento dos
trabalhadores reais muda após um tratamento
experimental do tipo que acabamos de discutir. Goda,
Manchester e Sojourner (2012) perguntaram se as
decisões dos funcionários de participar e contribuir para
o plano de aposentadoria da empresa eram afetadas
por informações sobre a correlação entre poupança
para aposentadoria e renda pós-aposentadoria. Como
o cálculo envolve relacionamentos complexos entre
contribuições, retornos de investimento, idade de
aposentadoria e longevidade, essa é uma decisão
inerentemente difícil. Nesse estudo, os funcionários
foram designados aleatoriamente para grupos de
controle e tratamento; o grupo de tratamento recebeu
uma intervenção informativa enquanto nada foi enviado
ao grupo de controle. A intervenção continha projeções
do saldo adicional da conta e da renda de aposentadoria
que resultariam de valores hipotéticos de contribuição
adicional, customizados para a idade atual de cada
funcionário. Os resultados mostraram que os membros
do grupo de tratamento eram mais propensos do que o
grupo de controle a aumentar seus
46 A diferença no conhecimento da diversificação do risco,
benefícios fiscais das contas de aposentadoria e benefícios das
correspondências dos empregadores entre os dois grupos (medida
pela proporção de respostas corretas) foi da ordem de 10 pontos
percentuais. Embora esses vídeos tenham sido direcionados a
adultos jovens, os entrevistados mais velhos que os assistiram
também aumentaram o conhecimento e a capacidade de
responder corretamente a perguntas sobre decisões de economia
(Heinberg et al. 2010).
Machine Translated by Google
Lusardi e Mitchell: A importância econômica da alfabetização financeira
contribuições previdenciárias e taxas de
contribuição; o aumento foi um adicional de 0,17
por cento do salário. Além disso, o grupo de
tratamento sentiu-se mais bem informado sobre o
planejamento da aposentadoria e tinha mais
chances de saber quanto economizar. Esse
experimento é notável por ilustrar rigorosamente a
eficácia das intervenções — mesmo as informativas
de baixo custo — para aumentar a participação e
as contribuições
previdenciárias.47 Trabalhos muito promissores
avaliando os efeitos da alfabetização financeira
também começaram a surgir nos países em
desenvolvimento. Freqüentemente, os analistas se
concentram em pessoas com alfabetização
financeira muito baixa e em subgrupos vulneráveis
que podem ter mais a ganhar. Muitos desses
estudos também usaram o método experimental
descrito acima, agora padrão na pesquisa de
economia do desenvolvimento. Esses estudos
contribuem para a compreensão dos mecanismos
que impulsionam a alfabetização financeira, bem
como os avanços econômicos para os participantes
de programas de educação financeira. Um exemplo,
por Carpena et al. (2011), procurou desvendar
como os programas de alfabetização financeira
influenciam o comportamento financeiro. Os autores
usaram um experimento randomizado em famílias
urbanas de baixa renda na Índia que passaram por
um programa abrangente de educação financeira
baseado em vídeo de cinco semanas com módulos
sobre poupança, crédito, seguro e orçamento.
Eles concluíram que a educação financeira nesse
contexto não aumentava o numeramento dos
respondentes, talvez não surpreendentemente,
visto que apenas quatro por cento dos entrevistados
tinham educação secundária. No entanto, a
educação financeira influenciou positivamente a
conscientização e as atitudes dos participantes em relação
Em um estudo relacionado, Cole et al. (2013)
descobriram que a demanda por seguro de chuva
era maior em aldeias onde os indivíduos eram
47 Uma discussão sobre estratégias bem-sucedidas para melhorar
a alfabetização financeira e os programas de educação financeira é
fornecida em Crossan (2011)
33
mais alfabetizados financeiramente. Cai, de Janvry
e Sadoulet (2013) mostraram que a falta de
educação financeira era um grande obstáculo à
demanda por seguro meteorológico na China rural
e que o treinamento financeiro poderia melhorar
significativamente as taxas de aceitação. Além
disso, Song (2011) mostrou que quando os
agricultores chineses aprenderam sobre composição
de juros, isso produziu um aumento considerável
nas contribuições previdenciárias.48 Isso é
encorajador, dada a evidência, mesmo em países
em desenvolvimento, de falta de conhecimento
sobre composição de juros e a resultados
preliminares sobre o ensino deste conceito usando vídeos.
Em suma, embora muito esforço tenha sido
dedicado a examinar a eficácia dos programas de
educação financeira em uma variedade de cenários,
relativamente poucos estudos foram informados
por um modelo teórico adequado ou por uma
abordagem empírica cuidadosamente projetada. E
como a teoria prevê que nem todos investirão em
conhecimento financeiro, não é razoável esperar
que todos os 'tratados' por um programa mudem
drasticamente seu comportamento. Além disso, é
improvável que um programa curto que não seja
adaptado às necessidades de grupos específicos
faça muita diferença. Por essas razões, os futuros
analistas fariam bem em emular os experimentos
de campo rigorosos mais recentes que traçam
como as mudanças de conhecimento e
comportamento resultam de informações financeiras
e treinamento adicionais projetados para fins
específicos.
7. Implicações e discussão Como
mostramos, um conjunto relativamente
parcimonioso de questões que medem conceitos
básicos
como composição
a produtos financeiros ede juros, inflação
ferramentas e
de planejamento finance
diversificação de risco tornou-se agora o ponto de
partida para avaliar os níveis de alfabetização
financeira em todo o mundo.
48 Para uma perspectiva mais ampla sobre como os programas de
educação financeira podem ser mais eficazes nos países em
desenvolvimento, ver Holzmann (2011).
Machine Translated by Google
34 Jornal de Literatura Econômica, vol. LII (março de 2014)
Usando essas perguntas, os pesquisadores
demonstraram que baixos níveis de conhecimento
financeiro são generalizados, sugerindo que será
bastante desafiador fornecer as ferramentas para
ajudar as pessoas a funcionar com mais eficiência
em mercados financeiros e de crédito complexos
que exigem uma tomada de decisão financeira sofisticada.
Embora a pesquisa neste campo continue a se
espalhar, parece claro que provavelmente haverá
benefícios importantes de um maior conhecimento
financeiro, incluindo poupança mais inteligente e
decisões de investimento, melhor gerenciamento
de dívidas, mais planejamento de aposentadoria,
maior participação no mercado de ações, e maior
acúmulo de riqueza. Embora seja desafiador
estabelecer um vínculo causal entre alfabetização
financeira e comportamento econômico, tanto as
variáveis instrumentais quanto as abordagens
experimentais sugerem que a alfabetização
financeira desempenha um papel em influenciar a
tomada de decisões financeiras, e a causalidade
vai do conhecimento ao comportamento.
Muito trabalho ainda precisa ser feito.
Muito importante, não houve nenhuma análise de
custo-benefício cuidadosamente elaborada
indicando quais tipos de programas de educação
financeira são mais apropriados e menos
dispendiosos para quais tipos de pessoas. Algumas
pesquisas de países em desenvolvimento abordam
esse ponto, comparando tratamentos educacionais
com outras abordagens, como a simplificação de
decisões (Cole, Sampson e Zia 2011; Drexler,
Fischer e Schoar 2010), mas essa continua sendo
uma área de alta prioridade. De qualquer forma,
os custos agregados estimados do analfabetismo
financeiro apontam para retornos possivelmente
elevados, especialmente nas áreas de dívida do
consumidor e gestão da dívida.
Uma questão relacionada tem a ver com quais
tipos de problemas são mais adequados para
remediar por meio da educação financeira, em vez
de remover completamente as opções de escolha
dos cardápios dos consumidores ou simplificar as
opções que as pessoas enfrentam. Nesse sentido,
Thaler e Sunstein (2010) enfatizaram a importância
de dedicar atenção cuidadosa ao design do
ambientes nos quais as pessoas fazem escolhas,
ou a chamada “arquitetura de escolha”. Um
exemplo importante surge no contexto das pensões
fornecidas pelo empregador, que no passado
deixavam para os empregados individualmente
decidir se deveriam poupar e como investir suas
contribuições de contribuição definida. Quando os
empregadores inscrevem automaticamente os
trabalhadores nesses planos, em vez de deixá-los
optar por eles, isso pode aumentar drasticamente
a participação nas pensões (de menos de 40%
para quase 90%, conforme relatado em um dos
trabalhos seminais nessa área, ou seja, Madrian e
Shea 2001). Vários outros estudos também
observam que a inscrição automática leva a
aumentos grandes e persistentes na participação
em pensões (Choi, Laibson e Madrian 2004; Choi
et al. 2006; Thaler e Benartzi 2004) e carteiras
mais diversificadas (Mitchell e Utkus 2012).
Além disso, na sequência da recente crise
financeira, a atenção tem sido cada vez mais
dedicada aos métodos de proteção das pessoas
contra o seu próprio analfabetismo financeiro e
incapacidade de tomar decisões financeiras
informadas. O fato de consumidores não
sofisticados não apreciarem e aproveitarem as
muitas oportunidades oferecidas por mercados
financeiros complexos os deixa à mercê de golpes
(Deevy, Lucich e Beals 2012) e, por sua vez, deu
origem a uma legislação protetora.
Por exemplo, a Lei Dodd–Frank de 2010,
estabelecendo o US Consumer Financial Protection
Bureau, tinha como objetivo principal o
desenvolvimento de uma entidade governamental
que pudesse proteger melhor os consumidores e
especificar padrões uniformes para produtos
financeiros.49 Campbell et al . (2011) revisou
recentemente a literatura teórica e empírica de
proteção ao consumidor, defendendo a
regulamentação financeira do consumidor. Como
observaram, em um sistema de responsabilidade individual em q
49
Entre outras coisas, o mandato do Bureau é promover a educação
financeira e monitorar os mercados financeiros em busca de novos riscos
para os consumidores; consulte http://www.consumerfinance. gov/the-
bureau/.
Machine Translated by Google
Lusardi e Mitchell: A importância econômica da alfabetização financeira
os indivíduos devem tomar decisões econômicas
importantes em vez de governos e empregadores
fazerem isso de forma centralizada, será importante
reduzir os custos de pesquisa, por exemplo, por meio
de informações padronizadas e centralizadas.
Da mesma forma, para contratos ou decisões em que
as pessoas se envolvem com pouca frequência (como
comprar uma casa ou economizar para a aposentadoria)
e onde há poucas chances de aprender com a
experiência, pode ser útil estruturar as informações
fornecidas e torná-las facilmente compreensíveis.
O debate sobre o papel da regulação versus
educação financeira ainda está em curso. Em nossa
opinião, seria útil aumentar a fertilização cruzada entre
a economia comportamental e seu foco na arquitetura
de escolha e o grupo que se propõe a educar as
pessoas sobre os fundamentos financeiros; ou seja,
não precisa ser uma escolha “ou/ou”. Da mesma forma,
a regulamentação e a educação financeira não são
necessariamente substitutas, pois também podem se
complementar . estão influenciando em mente.” Além
disso, expandir a inscrição automática para a fase de
descumprimento, implementando anuitização automática
de pensões na aposentadoria (um tópico do debate
político atual) pode ser prejudicial para aqueles que
têm que cortar o consumo durante suas vidas
profissionais e tornar alguns inelegíveis para programas
de benefícios do governo após a aposentadoria. (como
Medicaid ou Supplemental Security Income). Da mesma
forma, os patrocinadores de planos de pensão tendem
a estabelecer metas de poupança muito baixas em
seus acordos de inscrição automática padrão, temendo
que os funcionários possam não participar de seus
planos se as taxas de contribuição padrão forem altas.
Por exemplo, taxas de contribuição de inscrição
automática para novos
50 Por exemplo, o diretor do Consumer Financial Protection Bureau, Richard
Cordray, tem sido um forte defensor da educação financeira no ensino médio e
no local de trabalho.
35
as contratações no artigo de Madrian e Shea (2001)
mencionado anteriormente, foram fixadas em três por
cento do salário, enquanto uma taxa de contribuição
de seis por cento daria direito aos trabalhadores de
receber uma equiparação de 50 por cento do
empregador. Nesse cenário, a baixa taxa de poupança
inadimplente não estimulou os trabalhadores a tirar o
máximo proveito da correspondência do empregador.51
Além disso, a inadimplência de três por cento
estabelecida pela empresa foi tomada pelos funcionários
como um sinal de um nível de poupança de “meta
sugerida”, uma vez que muitos deles reduziram suas
contribuições para três por cento, mesmo que tivessem
economizado mais anteriormente. Exemplos adicionais
de pessoas que tratam a inadimplência como uma meta
endossada pelo empregador incluem Beshears et al.
(2012), que mostraram que os trabalhadores tendiam a
manter a inadimplência “errada” por longos períodos de
tempo. Curiosamente, aqueles com probabilidade de
fazê-lo eram de renda desproporcionalmente baixa e
menos educados, provavelmente os menos alfabetizados financeirame
A abordagem do capital humano para a alfabetização
financeira sugere que haverá heterogeneidade
substancial tanto no conhecimento financeiro quanto
no comportamento econômico, portanto, é improvável
que qualquer taxa ou ambiente de inadimplência
melhore o bem-estar de todos. Assim, se os
trabalhadores tiverem dívidas de cartão de crédito ou
hipotecas com juros altos, pode ser mais sensato
pagar essas dívidas do que aumentar suas contribuições
previdenciárias. Da mesma forma, tomar emprestado
de um plano 401(k) pode ser mais econômico para
proprietários de imóveis com dificuldades financeiras,
em vez de contrair dívidas de custo mais alto em outro
lugar (Lu, Mitchell e Utkus 2010).
E, claro, apenas cerca de metade da força de trabalho
dos EUA está empregada em empresas que oferecem
pensões, de modo que os vários milhões de funcionários
restantes sem pensões não se beneficiariam da
inscrição automática.
51 Observe, no entanto, que, quando deixados por conta própria, muitos
funcionários simplesmente não conseguem se inscrever nas pensões e, portanto,
não conseguem explorar a correspondência do empregador, se ou quando houver
uma disponível.
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36 Jornal de Literatura Econômica, vol. LII (março de 2014)
Se, como argumentado anteriormente, as decisões
de poupança são muito complexas, uma maneira de
ajudar as pessoas a economizar pode ser encontrar
maneiras de simplificar essas decisões. Por exemplo,
pode ser útil encontrar maneiras de levar as pessoas
à ação. Tal estratégia é analisada por Choi, Laibson
e Madrian (2004), que estudaram os efeitos do Quick
Enrollment, um programa que deu aos trabalhadores
a opção de se inscrever no plano de poupança
fornecido pelo empregador, optando por uma taxa de
contribuição padrão predefinida e ativos alocação.
Aqui, e diferentemente do cenário padrão, os
trabalhadores tinham a opção de se inscrever ou não,
mas a decisão era muito simplificada, pois não
precisavam definir suas taxas de contribuição ou
decidir como alocar seus bens.
Outra abordagem projetada para simplificar a
decisão de economizar e, além disso, motivar os
funcionários a fazer uma escolha ativa envolve um
auxílio de planejamento distribuído aos novos
contratados durante a orientação dos funcionários
(Lusardi, Keller e Keller 2008). Este auxílio de
planejamento dividiu o processo de inscrição na
previdência complementar em várias pequenas
etapas, descrevendo aos participantes o que eles
precisavam fazer para poder se inscrever online. Ele
também forneceu várias informações para ajudar a
superar as barreiras à poupança, como descrever o
baixo valor mínimo de renda que os funcionários
podem contribuir (além do máximo) e indicar o fundo
padrão que o empregador escolheu para eles (um
fundo vitalício fundo de ciclo). Embora a avaliação do
programa não tenha sido realizada em um ambiente
experimental, o estudo forneceu vários insights úteis.
Os dados qualitativos coletados revelam importante
heterogeneidade entre os funcionários, mesmo dentro
da mesma empresa. Os resultados também mostraram
que os incentivos econômicos, como incentivos fiscais apenas uma pequena fração das famílias atualmente
ou incentivos fiscais, não precisam esgotar a lista de consulta consultores financeiros, banqueiros,
opções para induzir as pessoas a poupar.
Os autores também concluíram que os funcionários
eram mais propensos a tomar decisões em alguns
momentos do que em outros. Por exemplo, começar
um novo emprego é um bom momento para pensar
em economizar, muitas vezes porque as pessoas precisaminvestimento profissional, dois terços afirmam que provavelmente im
tomar decisões sobre suas contribuições
previdenciárias.
No contexto dos países em desenvolvimento,
também é necessário mais trabalho para avaliar se
a simplificação pode ajudar indivíduos sem instrução
a tomar melhores decisões financeiras. Isso pode
incluir o uso de instrumentos financeiros simples,
como contas correntes, até contratos mais complexos,
como seguros, e decisões relacionadas a atividades
empresariais. Pesquisas anteriores foram
promissoras: Drexler, Fischer e Schoar (2010)
mostraram que um programa simplificado de
treinamento de regras práticas melhorou as práticas
de negócios e os resultados entre os
microempreendedores na República Dominicana.
Kast, Meier e Pomeranz (2012) também descobriram
que grupos de autoajuda e mensagens de texto
impulsionaram os padrões de poupança dos
funcionários no Chile.
Um método alternativo de melhorar o desempenho
das pessoas em um mundo financeiramente cada
vez mais complexo pode ser terceirizar o trabalho,
confiando em consultoria financeira. Alguns
argumentaram que não é viável ou mesmo desejável
fazer com que todos sejam especialistas financeiros
(Willis 2008, 2011). É claro que programas de
educação financeira não transformam consumidores
comuns em especialistas, assim como cursos de
literatura não transformam estudantes em escritores profissionais.
Além disso, os indivíduos devem tomar muitas
decisões financeiras que não requerem
aconselhamento profissional, desde a abertura de
contas correntes até o pagamento de cartões de
crédito. No entanto, algumas decisões, como poupar
para a aposentadoria e fazer escolhas de investimento,
exigem um conhecimento bastante sofisticado,
portanto, recorrer a consultores pode ser desejável
nesses casos. Nos Estados Unidos, pelo menos,
contadores públicos certificados ou outros profissionais
de consultoria, com a maioria ainda contando com
fontes informais de aconselhamento (Mitchell e
Smetters 2013). Mesmo entre aqueles que indicam
que podem estar dispostos a usar consultoria de
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Lusardi e Mitchell: A importância econômica da alfabetização financeira
recomendações que estavam de acordo com suas
próprias ideias (Employee Benefit Research Institute
2007). Em outras palavras, a assessoria financeira
pode não ter um grande impacto se os indivíduos
deixarem de buscar e agir de acordo com as
recomendações de seus consultores.
Além disso, existem muitos tipos diferentes de
credenciais de “profissionais de consultoria”, cada uma
regulamentada por diferentes entidades do setor
privado e/ou público. Consequentemente, pode ser
difícil ou mesmo impossível para os consumidores
determinar se a qualidade do aconselhamento fornecido
é precisa, adequada e consistente com seus próprios
objetivos. Por exemplo, as estruturas de remuneração
dos conselheiros às vezes não estão bem alinhadas
com os interesses da família. E aqueles com menos
probabilidade de ter conhecimento também podem
enfrentar obstáculos na identificação de boas fontes de
aconselhamento: por exemplo, Collins (2011) e Finke
(2013) argumentaram que a alfabetização financeira e
o aconselhamento financeiro são complementos e não
substitutos.52 Sabe-
se relativamente pouco sobre os efeitos de
aconselhamento financeiro e se pode melhorar a
tomada de decisões financeiras. Algumas evidências
preliminares sugerem que o aconselhamento financeiro
pode ser eficaz na redução dos níveis de endividamento
e taxas de inadimplência (Agarwal et al. 2011; Collins
e O'Rouke 2010; Elliehausen, Lundquist e Staten 2007;
e Hirad e Zorn 2002). Na prática, porém, a maioria das
pessoas continua contando com a ajuda de familiares
e amigos para suas decisões financeiras.
8. Conclusões e Questões Remanescentes Após a
crise financeira global, os formuladores de políticas
em todo o mundo expressaram profunda preocupação
com a falta generalizada de conhecimento financeiro.
Esforços também estão em andamento para preencher
essas lacunas com programas específicos para
“identificar os indivíduos que mais precisam de
educação financeira e o melhor
52 Uma análise detalhada das questões que envolvem
conselhos aparecem em Mitchell e Smetters (2013).
37
formas de melhorar essa educação” (OCDE 2005). O
Conselho Consultivo do Presidente dos EUA sobre
Alfabetização Financeira (PACFL 2008) observou que
“muitos americanos não têm as habilidades financeiras
básicas necessárias para desenvolver e manter um
orçamento, para entender o crédito, para entender os
veículos de investimento ou para tirar proveito de
nossos serviços bancários sistema. É essencial fornecer
educação financeira básica que permita às pessoas
navegar melhor em uma crise econômica como esta.”
O ex-presidente do Conselho do Federal Reserve dos
EUA, Ben Bernanke (2011: 2), opinou de forma
semelhante:
Em nosso mercado financeiro dinâmico e complexo,
a educação financeira deve ser uma busca ao longo
da vida que permita que os consumidores de todas as
idades e posições econômicas permaneçam
sintonizados com as mudanças em suas necessidades
e circunstâncias financeiras e aproveitem os produtos
e serviços que melhor atendam às suas necessidades.
metas. Consumidores bem informados, que podem
atuar como seus próprios advogados, são uma das
melhores linhas de defesa contra a proliferação de
produtos e serviços financeiros inadequados,
desnecessariamente caros ou abusivos.
Apesar do acordo político sobre a necessidade de
preencher essas lacunas, analistas e formuladores de
políticas têm muito a aprender sobre as formas mais
econômicas de construir conhecimento financeiro na
população em geral. A literatura até o momento mostrou
que muitas pessoas ao redor do mundo são
financeiramente analfabetas, como esboçamos aqui.
Modelos e experimentos econométricos contribuíram
muito para confirmar o impacto causal da alfabetização
financeira na tomada de decisões econômicas e para
identificar separadamente esse efeito de outros
fatores, incluindo educação e capacidade cognitiva.
Pesquisas sobre esforços para aumentar a
alfabetização financeira sugerem que algumas
intervenções funcionam bem, mas trabalho experimental
adicional é crítico para controlar a endogeneidade e
confirmar a causalidade.
Várias tarefas importantes permanecem. Primeiro,
os modelos teóricos de tomada de decisões financeiras
e de poupança devem ser enriquecidos para incorporar
Machine Translated by Google
38 Jornal de Literatura Econômica, vol. LII (março de 2014)
o fato de que o conhecimento financeiro é uma forma de
capital humano. Em segundo lugar, os esforços para
medir melhor a educação financeira provavelmente serão
recompensados, incluindo a coleta de informações sobre
professores, programas de treinamento e material coberto.
Em terceiro lugar, os resultados além do que foi estudado
até o momento provavelmente serão interessantes,
incluindo empréstimos para empréstimos estudantis,
investimento em saúde, padrões de hipoteca reversa e
quando reivindicar benefícios da Seguridade Social -
decisões que têm um impacto econômico de longo
alcance. consequências. Pesquisas experimentais
adicionais seriam úteis para aprender mais sobre as
direções de causalidade entre o conhecimento financeiro
e o bem-estar econômico, embora os primeiros resultados
aqui oferecidos sejam promissores.
Embora os custos de aumentar a alfabetização financeira
provavelmente sejam substanciais, também o são os
custos de ser limitado pela liquidez, superendividado e
pobre.
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