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2 GESTÃO FINANCEIRA
2.1 FINANÇAS PESSOAIS
O conceito de finança foi criado nos anos de 1950 através de um artigo
escrito por Harry Markwitz, alguns autores a definem como o estudo de como as
pessoas aplicam seus recursos ao longo do tempo, outros explicam que finanças
além de uma ciência é uma profissão da gestão do dinheiro, sua área de estudo são
as instituições e mercados financeiros, o funcionamento dos sistemas financeiros,
além do mercado financeiro local ou domiciliar (BODIE E MERTON, 2002).
Pires (2007, p. 13) define desta forma finanças pessoais:
O Brasil durante muitos anos de sua curta história, impossibilitou que seus
moradores pudessem realizar qualquer tipo de planejamento financeiro, devido aos
sucessivos planos econômicos e descontrolada inflação. A década de 1980 à 1990 é
a mais emblemática, entre os anos marcados por essas características, anos
inclusive apelidados de década perdida (GREMAUD, 1696 ).
Por causa da inflação galopante, em que o preço dos produtos eram
remarcados duas, três ou mais vezes por dia, além do perigo dos investimentos
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serem aprisionados por decretos governamentais, as pessoas não se sentiam
estimuladas a terem seus parcos recursos em qualquer outro lugar que não seja
embaixo do colchão (ACCIOLY, 2011).
Esse cenário sofre uma alteração profunda, a partir do plano real em meados
da década de 1990, onde o cenário macroeconômico passa a ser bem mais
previsível, os agentes econômicos (as empresas, a indústria, o comércio e os
indivíduos) passam a realizar planejamento financeiro, indicando o quanto vão
investir, os gastos com maior precisão. O governo por sua vez, cria metas de
inflação, controle de gastos públicos e planos de investimento, essas condições
criaram o ambiente necessário para o crescimento econômico, o aumento do poder
aquisitivo da população e consequentemente, a diminuição das incertezas das
pessoas, quanto ao quadro macroeconômico. O que por sua vez influencia
diretamente o quadro microeconômico, ou seja, as finanças pessoais e o
planejamento financeiro pessoal (BRESSER – PEREIRA, 2002).
As famílias dependem do ambiente macroeconômico o mais previsível
possível, pois dele dependem para saberem o quanto terão de ganhos e quanto
poderão gastar, investir ou poupar. Como bem afirma Meurer e Samohyl (2001) o
cenário macroeconômico é de vital importância e influencia diretamente as decisões
tomadas pelos indivíduos.
Meurer e Samohyl (2001, p. 07) afirmam o seguinte:
A tomada de decisões econômicas por empresas e indivíduos é parte
inerente à vida, embora isto nem sempre seja percebido porque pode ser
um processo intuitivo. Estas decisões microeconômicas são fortemente
influenciadas por aquilo que está acontecendo ou virá a acontecer no
ambiente macroeconômico. Em decorrência disso, o conhecimento sobre o
que está acontecendo no ambiente mais amplo da economia do país e do
mundo pode ter efeitos benéficos sobre as tomadas de decisão, tanto por
reduzir as chances de erro como pela avaliação das consequências
possíveis em diferentes situações.
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De acordo com Accioly (2007), ainda não existe de fato no Brasil a prática da
educação financeira; não se aprende a lidar com o dinheiro na escola, muito menos
em casa.
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Frankenberg (1999) afirma que é preciso haver uma conscientização por
parte das pessoas para que as mesmas saibam o que é necessário para a vida, em
comparação com os objetivos, e planos de curto, médio e longo prazo. Na maioria
das vezes, aquele dinheiro gasto com coisas supérfluas poderia ser poupado para
investir numa capacitação profissional, o que poderia significar uma melhoria na
condição financeira, contribuindo para o bem-estar pessoal.
A variável educação tem fator importantíssimo na formação de indivíduos
mais conscientes de suas finanças, como afirma Nakata (2010) ao pontuar que:
“com a educação financeira, as pessoas passaram a conhecer melhor os produtos
financeiros disponíveis no mercado, a fazer escolhas inteligentes com aquilo que
ganham”. O autor defende que a busca pelo conhecimento sobre planejamento
financeiro pode proporcionar ao indivíduo o alívio de “anos e anos de sacrifício e
trabalho duro”.
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3 QUALIDADE DE VIDA
4 METODOLOGIA
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A presente pesquisa trata-se de um estudo descritivo - quantitativa, pois se
propõe a descrever e a quantificar os fatos e fenômenos da realidade, tendo como
instrumento para o levantamento de dados, para fim de comparação estatística, a
aplicação de um questionário. Hair e Junior (2005, p. 85), salientam que a pesquisa
descritiva “[...] tem seus planos estruturados e especificamente criados para medir
as características descritas em uma questão de pesquisa. As hipóteses derivadas da
teoria, normalmente servem para guiar o processo e fornecer uma lista do que
precisa ser mensurado.”
De acordo com Freitas (2010) pode-se classificar esta pesquisa com corte-
transversal, na qual a coleta dos dados ocorre em um só momento, pretendendo
descrever e analisar o estado de uma ou várias variáveis em um dado momento.
Os procedimentos adotados para a realização deste estudo foram uma
pesquisa bibliográfica, com o objetivo de juntar material sobre o tema planejamento
financeiro e qualidade de vida, além de uma pesquisa de campo entre os
funcionários da Empresa Comercial de Variedades, a qual atua há mais de 20 anos
no ramo de produtos de cama, mesa e banho. A sede onde foi realizada a pesquisa
de campo encontra-se no bairro de Santo Antônio, no centro do Recife-PE.
O instrumento de coletas de dados/questionário formulado para a coleta de
dados contém itens que abrangem a identificação das pessoas entrevistadas e a
intenção de sua aplicação além de garantir aos entrevistados o anonimato. As
perguntas estão divididas em 2 (duas) categorias: em relação à qualidade de vida e
ao planejamento financeiro, participaram 22 pessoas da coleta de dados, as quais
aceitaram espontaneamente. No apêndice A encontra-se o questionário formulado
durante a elaboração deste trabalho.
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