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MARINHA DO BRASIL

DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS


ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO

CURSO DE OPERAÇÃO DE
GUINDASTE DE TERRA

Manual do aluno

1ª edição

Rio de Janeiro
2003
© 2003 direitos reservados à Diretoria de Portos e Costas

________ exemplares

Diretoria de Portos e Costas


Rua Teófilo Otoni, nº 4 - Centro
Rio de Janeiro, RJ
20090-000
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secom@dpc.mar.mil.br

Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto nº 1825, de 20


de dezembro de 1907

IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL


Sumário

DISCIPLINA I: GUINDASTES ELÉTRICOS DE PÓRTICO

1 Tipos e modelos de guindastes de pórtico e suas


características ........................................................................ 5
1.1 Tipos e modelos de guindastes elétricos de pórtico ................. 5
1.2 Considerações ambientais de funcionamento do guindaste ... 17
1.3 Áreas perigosas e regras de segurança especiais.................. 18
1.4 Operação com o guindaste .....................................................20
1.5 Portêiner .................................................................................22
1.6 Transtêiner ..............................................................................22
1.7 O guindaste e seus componentes ...........................................24

2 Principais componentes de um guindaste elétrico de pórtico . 25


2.1 Sistema de translação.............................................................25
2.2 Truck, bitola e pórtico ..............................................................25
2.3 Sistema de giro dos guindastes ..............................................26
2.4 Raio de lança e sistema de basculamento. .............................27
2.5 Sistema de elevação da lança e da carga ..............................27
2.5.1 Acessórios utilizados para auxílio no içamento de cargas ......29
2.6 Capacidade de carga do guindaste .........................................30
2.7 Instrumentos e comandos existentes na cabine .....................30

3 Procedimentos e normas de operação ...............................32


3.1 Normas operacionais dos guindastes elétricos de pórtico ......32
3.1.1 Regras gerais de segurança ...................................................32
3.1.2 Sinais de segurança ...............................................................34
3.2 Procedimentos iniciais da operação ........................................37
3.2.1 Sinais manuais padrão para o controle de operação do guindaste 40
3.3 Deveres do guindasteiro .........................................................41
3.4 Procedimentos ao término da operação .................................41
3.5 Normas para o estacionamento do guindaste .........................42

4 Convenções de sinalização .................................................43


4.1 Sinalização na operação com os equipamentos de elevação ..43
4.2 Sinalização relativa aos movimentos de translação, giro e elevação
da lança ..................................................................................43
4.3 Sinalização relativa aos movimentos de içar/baixar a carga ...44
4.4 Principais sinais para orientação dos movimentos do guindaste . 44
4.5 Posicionamento correto do sinaleiro ou do portaló a bordo ....45

Bibliografia ....................................................................................46
Guindastes elétricos de pórtico
5

DISCIPLINA I – GUINDASTES ELÉTRICOS DE PÓRTICO

1. Tipos e modelos de guindastes de pórtico e suas características

1.1 Tipos e modelos de guindastes elétricos de pórtico

O guindaste elétrico de pórtico portuário móvel foi concebido


para executar os trabalhos de um guindaste e de levantamento,
aprovados pelo fabricante. Deve ser utilizado unicamente para levantar
cargas dentro dos valores limites estabelecidos na tabela de carga
correspondente podendo se movimentar sobre trilhos ou pneus na faixa
do cais, para fazer o embarque e desembarque de cargas nos navios.

Os tipos de guindastes
que se movimentam sobre
trilhos são equipados com
motores elétricos, fazendo o
movimento de translação para
se deslocarem de um lado para
outro.

Existem ainda modelos


de guindastes que se
movimentam sobre pneus,
equipados com motores
elétrico-hidráulicos. São mais
versáteis, pois além de
trabalharem nos costados dos
navios podem ainda ser
instalados em pátios com a
finalidade de auxiliar na
movimentação de cargas.

Denomina-se guindaste de pórtico a máquina de guindar ou de


descer grandes pesos e transportá-los por uma distância horizontal
limitada, enquanto os mantêm suspensos. Tem, geralmente, um braço
(lança) de aço fixo a uma base giratória que é sustentada por colunas
ou pilares, em cujas bases têm conjunto de rodas férreas que
possibilitam o seu deslocamento sobre os trilhos fixos do cais, ou em
outros locais que sejam instalados.

Os guindastes são fabricados por diferentes indústrias nacionais


e estrangeiras para atenderem aos mais diversificados tipos de cargas
e pesos, podendo esses variar de 1.5 a 40 toneladas.
Guindastes elétricos de pórtico
6

Os guindastes de pórtico realizam os seguintes movimentos


básicos:
• movimento de rotação - gira a cabine para a direita e para a
esquerda em 360º ;
• movimento de translação – desloca o guindaste para a direita
ou esquerda;
• movimento de lança – levanta e baixa; e
• movimento de carga – iça e arria.

Para fazer a movimentação de granéis sólidos utilizamos


guindastes equipados com caçambas automáticas (grabs).

Os vários tipos e modelos de guindastes elétricos de pórtico


que movimentam granéis serão demonstrados por meio de
características e imagens que veremos a seguir.

Nos portos brasileiros, desde a década de 40, foram sendo


adquiridos vários tipos de guindastes. Entre eles, podemos citar modelos
que ainda hoje são utilizados na movimentação de cargas tipo: Villares
com capacidade para 6.3 ton, o Kranbau Eberswalde com capacidade
de 6.3 e de 10 tons.

As autoridades que gerenciavam os portos brasileiros, prevendo


um avanço na demanda das importações/exportações, entenderam que
a solução seria investir em aquisição de novos equipamentos para
agilizar a movimentação de cargas e mercadorias que viessem a ser
manuseadas nos portos. Dessa forma, os portos receberam guindastes
elétricos de vários fabricantes. Citamos como exemplo os fabricante
Stothert & Pitt, Kranbau Eberswalde, Torque, Bardella e Villares.

Na década de 40 foram adquiridos guindastes que variavam a


sua capacidade de elevação de carga em 1,5 e 6,0 toneladas.
Guindastes elétricos de pórtico
7

• Características do guindaste Stothert & Pitt de 1,5


toneladas (mais conhecido como cinturinha):

Capacidade de carga 1,5 ton


P e so 63 ton
Raio de ação mínima 6.7 m
Raio de ação máxima 20 m
Altura de elevação 25 m
Cabo de aço/diâmetro 5/8"
Comprimento do cabo
121 m
d e a ço
Cabo de tomada 3x4
Comprimento do cabo
40 m
de tomada
Bitola 4.065 m
Motores
Elevação 33 K w
Rotação 10 K w
Translação 2 x 7,5 Kw
Lança 7,5 Kw
Velocidade
Elevação 72 m/min
Rotação 1,5 rpm
Translação 24 m/min
Lança 36 m/min
Guindastes elétricos de pórtico
8

O guindaste de 1,5 ton é limitado por conta de sua capacidade


de elevação de peso. Podemos considerar como vantagem a agilidade
e velocidade na movimentação de cargas. Mas a sua desvantagem
consiste em não poder ser utilizado para movimentar cargas a granel
com o acessório denominado grab.

Grab também conhecido como caçamba automática é um


aparelho mecânico constituído de duas mandíbulas ou ainda de garras
(também chamadas de aranha) podendo ser de aço, ferro ou zinco que
se fecham ou abrem ao comando do operador, podendo esse
fechamento ser hidráulico ou mecânico quando utilizado nas operações
de embarque ou descarga de qualquer tipo de granéis sólidos.
Guindastes elétricos de pórtico
9

• Características do guindaste Stothert & Pitt de 6 toneladas


(mais conhecido como cinturão):

Capacidade de carga 6,0 ton


P e so 128 ton
Raio de ação mínima 6.7 m
Raio de ação máxima 20 m
Altura de elevação 25 m
Cabo de aço/diâmetro 3/4"
Comprimento dos cabos
2 x 143 m
d e a ço
Cabo de tomada 3 x 2/0
Comprimento do cabo
40 m
de tomada
Bitola 4.65 m
Motores
Elevação 2 x 65 K w
Rotação 18 K w
Translação 2 x 10 K w
Lança 10 K w
Velocidade
Elevação 72 m/min
Rotação 1,5 rpm
Translação 24 m/min
Lança 36 m/min
Guindastes elétricos de pórtico
10

O guindaste de 6,0 ton, construído na mesma década, além de


movimentar carga geral até a sua capacidade nominal ainda tem a
vantagem de ser utilizado com o grab, para movimentar cargas a granel.
Porém, com o uso deste acessório, o guindaste fica limitado a
movimentar aproximadamente 3,0 ton do produto.

Nas décadas de 40 e 50 foram utilizados nos portos brasileiros


guindastes com capacidades de movimentação de cargas de no máximo
6.0 ton. Mais adiante, por volta da década de 60, os guindastes variavam
de 6.0 até 16 toneladas.

• Características do guindaste Kranbau Eberswalde de 6,3


toneladas:

Capacidade de carga 6,3 ton


P e so 162 ton
Raio de ação mínima 7m
Raio de ação máxima 25 m
Altura de elevação 20 m
Cabo de aço/diâmetro 3/4"
Comprimento dos cabos
4 x 82 m
d e a ço
Cabo de tomada 4 x 120
Comprimento do cabo
60 m
de tomada
Bitola 4m
Motores
Elevação 2 x 53 K w
Rotação 16,5 Kw
Translação 8 x 3.2 Kw
Lança 2 x 7,4 Kw
Velocidade
Elevação 63 m/min
Rotação 1,25 rpm
Translação 25 m/min
Lança 38 m/min
Guindastes elétricos de pórtico
11

O guindaste de 6,3 ton, adquirido nessa década, além de


movimentar carga geral até a sua capacidade nominal ainda tem a
vantagem de ser utilizado com o grab para movimentar cargas a granel.
Porém, com o uso deste acessório, dependendo também do produto
movimentado, este equipamento ficará limitado a movimentar
aproximadamente 3,0 ton. Tem como vantagem em relação aos modelos
anteriores possuir comandos diferenciados na cabine.

• Características do guindaste Kranbau Eberswalde de 16,0


toneladas:

Capacidade de carga 16,0 ton


P e so 192 ton
Raio de ação mínima 7m
Raio de ação máxima 24 m
Altura de elevação 20,5 m
Cabo de aço/diâmetro 1 1/4"
Comprimento dos cabos
2 x 83,5 m
d e a ço
Cabo de tomada 3 x 2/0
Comprimento do cabo
60 m
de tomada
Bitola 8,7 m
Motores
Elevação 125 K w
Rotação 2 x 15,4 Kw
Translação 8 x 13.3 Kw
Lança 2 x 11,6 Kw
Velocidade
Elevação 63 m/min
Rotação 1,25 rpm
Translação 25 m/min
Lança 38 m/min
Guindastes elétricos de pórtico
12

Por conta da sua capacidade de elevação de peso, podemos


considerar como vantagens a utilização deste tipo de guindaste:
• na movimentação de carga geral tais como caixarias, veículos
em auto-partes, sacarias, maquinários e cargas de projeto; e
• na movimentação de contêineres desde que não ultrapasse
a sua capacidade de peso.

Tem como desvantagem, por não ser equipado com grab, não
movimentar granéis sólidos.

Na década de 80, alguns guindastes com capacidades


diferenciadas foram adquiridos para movimentarem cargas diversas.
Citamos como exemplo o Kranbau Eberswalde com capacidade de 10
ton, o Torque e o Bardella ambos com capacidade de 3,2 ton e o Villares,
com capacidade de 6,3 ton.
Guindastes elétricos de pórtico
13

• Características do guindaste Bardella – 3,2 toneladas:

Capacidade de carga 3,2 ton


P e so 83 ton
Raio de ação mínima 8m
Raio de ação máxima 25 m
Altura de elevação 22,5 m
Cabo de aço/diâmetro 3/4"
Comprimento dos cabos
131 m
d e a ço
Cabo de tomada 3 x 70/35
Comprimento do cabo
120 m
de tomada
Bitola 4,65 m
Motores
Elevação 67 K w
Rotação 16 K w
Translação 4 x 5 Kw
Lança 2 x 10 K w
Velocidade
Elevação 63 m/min
Rotação 1,25 rpm
Translação 25 m/min
Lança 38 m/min

O guindaste acima não foi projetado para trabalhar com grab.


Dessa maneira, sua atuação fica limitada a trabalhar somente com
volumes.
Guindastes elétricos de pórtico
14

• Características do guindaste Villares - 6.3 toneladas:

Capacidade de carga 6,3 ton


P e so 140 ton
Raio de ação mínima 7m
Raio de ação máxima 25 m
Altura de elevação 20 m
Cabo de aço/diâmetro 3/4"
Comprimento dos cabos
2 x 87,5 m
d e a ço
Cabo de tomada 3 x 40
Comprimento do cabo
50 m
de tomada
Bitola 8,7 m
Motores
Elevação 2 x 53 K w
Rotação 16,5 Kw
Translação 44,5 Kw
Lança 2 x 7,4 Kw
Velocidade
Elevação 63 m/min
Rotação 1,25 rpm
Translação 25 m/min
Lança 38 m/min

As vantagens do Villares são trabalhar com grab, carga “seca” e


ter o dobro da capacidade do Bardella, fabricado no mesmo ano.
Guindastes elétricos de pórtico
15

• Características do Eberswalde -10 toneladas:


Capacidade de carga 10 ton
P e so 240 ton
Raio de ação mínima 7m
Raio de ação máxima 27 m
Altura de elevação 20 m
Cabo de aço/diâmetro 15/16"
Comprimento dos cabos
58 m
d e a ço
Cabo de tomada 3 x 40
Comprimento do cabo
58 m
de tomada
Bitola 8,0 m
Motores
Elevação 2 x 80 K w
Rotação 37 K w
Translação 6 x 5,9 Kw
Lança 2 x 13,5 Kw
Velocidade
Elevação 63 m/min
Rotação 1,6 rpm
Translação 25 m/min
Lança 66 m/min
O modelo da Eberwalde de 10 ton, também chamado de
“canguru” possui um funil em sua estrutura que se assemelha a um
depósito (moega), cujo propósito é facilitar a operação da carga a granel
quando em operação com grab.

A vantagem desse guindaste, além da sua maior capacidade no


transporte de carga, quando equipado com grab pode fazer a descarga
do produto diretamente do porão do navio para a moega. Esse sistema
permite que o produto seja transportado através de esteiras que estejam
diretamente ligadas a pátios a céu aberto ou a armazéns de estocagem
de granéis. Por outro lado, pode ele ainda conduzir pela mesma esteira
o produto descarregado do navio diretamente para caminhões ou
vagões. Quando aplicado esse método de trabalho, teremos como
Guindastes elétricos de pórtico
16

vantagem um ganho de tempo na movimentação do produto em


comparação com esse mesmo equipamento, se trabalhando no giro ou
por outro tipo de guindaste.

Ainda nessa época, a Eberwalde construiu um guindaste de 40


toneladas, que até hoje é utilizado em alguns portos brasileiros. Esse
guindaste trabalha somente com carga “seca” e contêineres.

Tipos mais modernos de guindastes de pórtico são utilizados


desde a década de 90. Um modelo sobre rodas, fabricado pela empresa
Liebherr, de origem austríaca, muito utilizado nos dias atuais em portos
como Santos, Paranaguá, Itajaí, São Francisco, Rio Grande, Itaqui,
Rio de Janeiro, Sepetiba, São Luiz e Tubarão. Esse tipo de guindaste
tem capacidade e alcance de lança variados. Tomemos como exemplo
o tipo LHM 400 com capacidade para 104 t e com raio de lança de
48m.
1
2
6
7
5

3 4 8
9

10

11
12

Carretel de alimentação dos


Cabos de elevação
1 2 dispositivos eletro-hidráulicos
(2 cabos)
de levantamento
Cabeça giratória de
3 4 Lança do guindaste
levantamento de carga
5 Cabina da torre 6 Torre
Cilindro hidráulico de
7 8 Barras de fixação
levantamento
9 Contrapeso 10 Plataforma giratória
Cabina de operação
11 12 Chassis
da plataforma giratória
Guindastes elétricos de pórtico
17

A grande vantagem deste equipamento é que, além de sua


enorme capacidade, pode ser trasladado do costado do navio para o
pátio possibilitando assim uma movimentação mais eficiente com sua
utilização em pátio, quando houver necessidade de deslocamento de
cargas como transformadores, locomotiva, barcos, contêineres, etc.

Para melhores esclarecimentos, passamos a descrever, em


linhas gerais, como é o funcionamento deste equipamento.

1.2 Considerações ambientais de funcionamento do guindaste

Como tem todo o seu comando computadorizado numa cabine,


é absolutamente necessário assegurar-se das condições ambientais
em que a máquina seja utilizada está de acordo com os regulamentos.
Por isso deve ser verificado:
• O solo deve ser plano e nivelado horizontalmente, pois se
existirem fendas profundas ou uma via acidentada colocarão em risco
a estabilidade do guindaste.
• Controle escrupulosamente e sem erros a área de
estabilização para assegurar que as sapatas de apoio estejam
totalmente apoiadas ao solo. A queda da estabilização devido a um
solo não resistente pode ocasionar efeitos desastrosos.

Se o guindaste necessitar ser deslocado, o trajeto de viagem


deverá ser controlado previamente. Além disto, deve-se ter um cuidado
especial como largura das passagens, especialmente nas curvas.
Guindastes elétricos de pórtico
18

A largura mínima de uma passagem para os objetos imóveis e os


elementos do guindaste deverá ser de 1 metro e para prevenir danos no
guindaste ou objetos durante este trajeto prestar atenção a altura das
passagens com cabos elétricos de alta voltagem.

Atenção! É proibido:

• levantar uma carga que se situa fora dos limites prescritos nas
tabelas de cargas;
• levantar cargas sem utilizar as sapatas de apoio;
• arrancar ou tirar cargas suspendidas lateralmente;
• utilizar o guindaste como veículo de reboque;
• transportar pessoas ou pessoal de serviço; e
• deslocar o guindaste com cargas fora do limite prescrito.

1.3 Áreas perigosas e regras de segurança especiais


I - área de trabalho, raio mínimo de trabalho = 10 metros
I - área de trabalho raio máximo de trabalho = 48 metros
III - raio de trabalho de segurança dado através de oscilação da
carga

10,0 m
I
II 48,0 m
III

58,0 m
Guindastes elétricos de pórtico
19

Regras Especiais de Segurança

• esteja certo de que todas as tampas e portas estejam fechadas;


• depois de entrar no guindaste, limpe as janelas da cabina,
feche as portas e janelas, ajuste o assento do operador, os
controles e os espelhos retrovisores;
• familiarize-se com os pontos onde os extintores de incêndio
estão montados e com o seu funcionamento;
• aqueça o motor e o sistema de óleo hidráulico até a
temperatura de trabalho;
• controle o funcionamento de todos os acessórios (garras,
mandíbulas, cabeça giratória etc);
• nunca abandone o guindaste com o motor a óleo diesel em
funcionamento;
• esteja consciente da existência de cabos subterrâneos,
tubulação de gás e tubos de água encanada. Não se aproxime
de linhas de alta tensão.
• não movimentar o guindaste sem se estabelecer contato visual
com outro operador autorizado do lado de fora do guindaste;
• observe que os valores da tabela de carga incluem o peso
dos acessórios (mandíbula acionada por motor, garra acionada
por quatro cabos, gancho, cabeça giratória etc.)
• caso não seja possível estacionar o guindaste em um lugar
plano, utilize os calços para escorar as rodas.
• quando estacionar o guindaste, nunca bloqueie o acesso de
entradas, saídas, rampas, hidrantes, etc...
Guindastes elétricos de pórtico
20

1.4 Operação com o guindaste

As seguintes operações podem ser pré-selecionadas:

Operação do gancho com carga normal

Nessa operação a cabeça giratória não é conectada com o cabo


de carretel de enrolamento do cabo elétrico. Isso significa que a
operação de rotação não é possível.

Operação do gancho com carga pesada

Durante a operação de carga pesada o


rotor de carga não está conectado com o cabo
do carretel. Isso significa que a operação de
rotação não é possível.

Operação do dispositivo de rotação de


carga normal

A operação com a cabeça giratória é


conectada com o cabo elétrico do carretel de
enrolamento. Isso significa que a cabeça
giratória permite a rotação da carga suspensa
no gancho ou nas garras acionadas por quatro
cabos.

Os modos de operação “movimento livre de rotação disponível”


ou “movimento livre automático de rotação” podem ser executados.

Explanação dos dois modos de operação:

• Movimento livre de rotação disponível – neste modo de


operação a cabeça giratória pode ser girada para o lado direito
ou para o lado esquerdo. Adicionalmente o movimento de “giro
livre”pode ser pré-selecionado, pressionando o botão na
alavanca de comando quando não existe um movimento de
“giro livre”durante a operação normal.
• Movimento livre automático de rotação – neste modo de
operação a cabeça giratória pode ser girada para o lado direito
e para o lado esquerdo. Adicionalmente o movimento de “giro
livre”pode ser interrompido, pressionando o botão na alavanca
de comando quando existe um movimento contínuo de “giro
livre”durante a operação normal.
Guindastes elétricos de pórtico
21

Operação com as garras expansoras

Generalidades: antes de montar as garras expansoras, as quais


não fazem parte do equipamento do guindaste, controlar se esse
equipamento funciona diretamente com este guindaste.

As garras expansoras devem ser montadas na cabeça giratória.

Função das garras prendedoras – o controle das garras


expansoras foi projetado para garras com quatro prendedores, um em
cada ponta. As garras podem ser operadas individualmente para o
movimento de descer as garras ou simultaneamente para o movimento
“subir todas as garras”.

Função das travas giratórias – o controle das garras expansoras


foi projetado para garras com luzes piloto sobre as garras para sinalizar
a posição das travas.

Função de compensação de gravidade – as garras expansoras


são dotadas de um dispositivo de compensação do centro de gravidade.
Quando uma carga em contêiner não está balanceada é necessário
reposicionar o ponto de suspensão das garras para que o contêiner
esteja suspenso em equilíbrio.

Operação de deslocamento do guindaste

Função – a operação de deslocamento pode ser operado de


qualquer cabine superior ou inferior. O deslocamento do guindaste é
realizado por motores hidráulicos com freios múltiplos a disco que são
soltos quando pressurizados durante a operação da alavanca de
comando.

Deslocamento lateral – Para uma aplicação especial o guindaste


pode ser deslocado lateralmente, isso significa que todas as rodas se
movimentam paralelamente.

ALERTA!

A operação só será permitida se o guindaste estiver seguramente


apoiado e se:
• todos os braços de apoio estiverem estendidos
completamente;
• todas as sapatas de apoio estiverem firmadas com segurança
sobre um solo firme;
• o guindaste estiver nivelado; e
• as rodas estiverem completamente levantadas do solo.
Guindastes elétricos de pórtico
22

1.5 Portêiner

É um equipamento que contém um aparelho levantador suportado


por um carrinho que se desloca sob um trilho suspenso, também
conhecido como “lança”. Esse conjunto é sustentado por colunas ou
pilares, cujas bases têm conjuntos de rodas férreas que proporcionam o
seu deslocamento sobre trilhos fixos. Foi especialmente construído para
movimentar contêineres, sendo também conhecido pelo nome de porta-
contêiner.

1.6 Transtêiner

É um guindaste com estrutura de pórtico, utilizado exclusivamente


para a movimentação de contêineres. Sua estrutura permite uma menor
Guindastes elétricos de pórtico
23

ocupação dentro dos pátios de armazenagem, bem como imprime uma


maior facilidade no transporte, empilhamento e arrumação da carga,
assegurando uma ótima performance no sistema modal e logístico onde
é empregado.

Os transtêineres podem ser caracterizados pelo seu sistema de


deslocamento, ou seja, podem realizar sua translação sobre trilhos ou
sobre pneus.
Guindastes elétricos de pórtico
24

1.7 O guindaste e seus componentes

Numa comparação com um veículo automotor, por exemplo, um


carro de passeio, cujos componentes podemos trocar como motor, caixa
de câmbio e até a lataria, mas nunca o chassis, pois é ele que
proporciona uma vida útil ao carro. Assim também é o chassis do
guindaste, principal componente que deve ser robusto o suficiente
para suportar variados esforços de levantar, descarregar e posicionar
cargas, obviamente dentro dos valores limites estabelecidos na tabela
de carga correspondente.

Com o objetivo de evitar esforços excessivos, muitos modelos


são equipados com dispositivos de proteção contra a sobrecarga. As
condições de trabalho do guindaste devem coincidir com as suas
possibilidades de trabalho, no que diz respeito aos ângulos de inclinação,
eixos e pressões adequadas que devem ser mantidas sem risco. Numa
concepção de conjunto, o bom funcionamento das partes elétrica e
mecânica, aliadas a capacitação e a eficiência da operação do
equipamento por parte do trabalhador portuário, são fatores
consideráveis para elevar o tempo de vida útil deste equipamento.
Portanto, o tempo de vida útil do guindaste está diretamente relacionado
com o uso devido e a manutenção que lhe é aplicado.

Os seus componentes têm funções específicas como o sistema


de translação, sistema de rotação, sistema de lança, a cabine de
comando, como veremos a seguir.
Guindastes elétricos de pórtico
25

2 Principais componentes de um guindaste elétrico de pórtico

2.1 Sistema de translação

É um sistema que utiliza motores


elétricos para movimentar o guindaste no
cais, onde, na maioria das vezes, há
tomadas a cada 25 metros para servir o
aparelho.

Os principais componentes desse


sistema são eixo cardan, engrenagem
aberta, freio eletro-mecânico e redutores.

Freio mecânico do sistema de translação.


2.2 Truck, bitola e pórtico

Truck – é um conjunto de rodas férreas preso ao pórtico por


meio de pinos pivotados. Em seu interior existem componentes tais
como o motor elétrico que aciona o cardan, que por sua vez aciona o
sistema de redução com engrenagens de dentes retos que
proporcionarão o deslocamento do guindaste sobre os trilhos numa
velocidade ideal.
Guindastes elétricos de pórtico
26

Bitola – é a largura
entre os trucks dos
guindastes, variando de 4.0
a 8.7 m.

Pórtico – é a estrutura
composta por traves horizontais
soldadas ou aparafusadas em
outras verticais, sobre as quais
se sustentam os aparelhos de
içar ou arriar carga.

2.3 Sistema de giro dos guindastes

O sistema é composto de um motor elétrico de 440V que gira


em um conjunto de engrenagens na caixa redutora movimentando assim
uma cremalheira que orienta o giro do guindaste até 360º. Esse giro é
feito para a “esquerda” e para a “direita”, obedecendo aos comandos
da cabine, realizados pelo operador do guindaste. Essa cabine está
instalada e fixada por um eixo no centro do pórtico onde possibilita
desenvolver a operação de embarque ou descarga de produtos dos
navio.
Motor de giro e freio

Área de giro no guindaste


Guindastes elétricos de pórtico
27

2.4 Raio de lança e sistema de basculamento

O raio de lança é a distância entre o guindaste e a extremidade


de sua lança, que varia de acordo com o tipo de guindaste a ser utilizado.
Na maioria dos guindastes utilizados na faixa do cais, construídos antes
dos anos 90, o raio mínimo de trabalho é 7 metros (a lança toda
recolhida) e o raio máximo é 25 metros ( a lança toda arriada).

Existem modelos de guindaste em que a lança pode ser fixa ou


articulada. Quando articulada, seu sistema de basculamento aplica-se
quando se divide em duas partes. A parte móvel contrabalançada é
utilizada para você obter o raio máximo e mínimo de ação da lança.

2.5 Sistema de elevação da lança e da carga

Os componentes do sistema de elevação da lança são:


• roldana da ponta da lança
• freio eletro-mecânico
• redutor
• chave de limite (interloque)
• contrapeso da lança
• motor elétrico, com pinhão e cremalheira reta.

O motor fará o movimento de


inclinação da lança (braço mecânico)
para frente ou para trás, ao ser
acionada a alavanca de comando pelo
operador de guindaste.

Cabo de elevação da lança

Os componentes do sistema de elevação da carga são:


• motor elétrico;
• freio eletro-mecânico;
• cabos de aço enrolados no “tambor” na casa de máquina do
guindaste;
• roldana;
• moitão;
• gancho.

O sistema de elevação da carga


se dará quando o operador do
guindaste utilizar a alavanca de
controle desse sistema.
Freio eletromecânico de elevação da carga
Guindastes elétricos de pórtico
28

1
2

1 - motor de elevação da carga


2 - segundo motor de elevação da carga
3 - motor de elevação da lança
Guindastes elétricos de pórtico
29

2.5.1 Acessórios utilizados para auxílio no içamento de cargas

Os acessórios mostrados a seguir são os mais utilizados nos


portos brasileiros para auxiliar o içamento de cargas.

Laços Lingas

Olhal

Spreader

Moitão

Manilhas Ganchos
Guindastes elétricos de pórtico
30

2.6 Capacidade de carga do guindaste

A localização do centro de gravidade é um aspecto importante


para a estabilidade do guindaste sobre rodas. Sendo o centro de
gravidade definido como o ponto onde há o equilíbrio do objeto, é
necessário que sua localização seja tal que permita a movimentação
vertical ou horizontal da carga sem perigo de tombamento do
equipamento.

Entretanto, não devemos esquecer que a carga a ser


transportada também tem o seu centro de gravidade. Quando a carga
está sendo suportada pelo guindaste surge um terceiro ponto, resultado
da combinação dos dois primeiros centros de gravidade e conhecido
como centro de gravidade combinado e que vai variar de acordo com a
movimentação feita com a carga, ou seja, quando se eleva ou se inclina
a lança o centro de gravidade muda de posição.

A localização desse ponto é que dará maior ou menor estabilidade


ao conjunto guindaste-carga e o cumprimento das orientações do
fabricante sobre os limites de capacidades transportes e de volumes
da carga será fundamental para a utilização do equipamento com
segurança.

Quanto ao guindaste sobre trilhos a capacidade de carga desse


tipo não é variável de acordo com o ângulo e raio de lança, pois se a
capacidade de carga do guindaste é para 10 toneladas, por exemplo,
a carga não poderá exceder a este peso
a qualquer raio de lança, não implicando
assim na variação de ângulo e grau. Isso
2
se deve a um contra-peso localizado na
parte traseira da cabine. Entretanto, caso
seja ultrapassado o limite da capacidade
desse guindaste, haverá desligamento
automático por um dispositivo chamado 1
“fim de curso do peso”.

1 Contrapeso do guindaste
2 Contrapeso da lança

2.7 Instrumentos e comandos existentes na cabine

Há de se notar que alguns guindastes localizados em portos


brasileiros não possuem todos os instrumentos e comandos necessários
em suas cabines. Isso se deve ao sucateamento e à falta de
investimentos e de reposição de peças. Durante um longo tempo
algumas reformas foram sendo feitas, porém alguns dispositivos foram
Guindastes elétricos de pórtico
31

retirados, ficando somente aqueles imprescindíveis na operação tipo:


botões liga-desliga e de emergência e as alavancas de comando.

Contudo, para uma operação segura, uma cabine deve possuir


pelo menos os seguintes instrumentos funcionando: voltímetro,
amperímetro e indicador de basculamento.

Amperímetro e indicador de basculamento

Na cabine existem as seguintes alavancas:

• de levantar e arriar a carga - 1 e 2 simultaneamente


• de acionamento do fechamento de Grab - 1
• de translação do guindaste - 3
• de levantar e arriar a lança - 4

3
4
2

Existem ainda na cabine de comando o botão liga-desliga e a


buzina de advertência.
Guindastes elétricos de pórtico
32

3 Procedimentos e normas de operação

3.1 Normas operacionais dos guindastes elétricos de pórtico

Durante o trabalho de
utilização do guindaste o operador
está exposto a um grande perigo,
seguir determinadas normas é um
aspecto muito importante para a sua
segurança no trabalho. O operador do
guindaste deve gozar de perfeitas
condições de saúde mental e física a
fim de compreender e utilizar as
normas de segurança para o trabalho
com o guindaste. Ele também deve
estar em condições de julgar e decidir
em situações especiais, de maneira
a reagir adequadamente em
situações não previstas.

Operação de guindaste com grab em


descarga de trigo

Em geral, as regras de segurança devem ser respeitadas e


seguidas. Entretanto, essas regras não podem englobar todas as
situações possíveis durante o trabalho com o guindaste. O operador
deve ser capaz, no caso de situações inesperadas, de julgar e
complementar as regras de segurança baseado na sua experiência e
observação.

3.1.1 Regras gerais de segurança

1- Inspecione o guindaste antes de utilizá-lo. Não opere um


guindaste avariado ou sem manutenção. Preste particular
atenção aos acessórios e cabos.

2- Use as duas mãos para subir a escada do guindaste.

3- Use sempre luvas, capacete e bota.

4- Certifique-se de que existe espaço adequado para operação


do guindaste, da lança e da carga. Não balance, ice ou arrie a
carga sem primeiro ter certeza de que não há ninguém no
caminho. Se sua visão estiver bloqueada, localize o sinaleiro,
Guindastes elétricos de pórtico
33

de modo que você possa vê-lo e ele possa ver as áreas que
você não vê. Siga seus sinais. Tenha certeza de que você e o
sinaleiro entendem os sinais um do outro.

5- Teste o freio do guincho içando a carga por alguns centímetros


e mantendo-a içada.

6- O cabo de içamento deve estar na vertical quando começar a


içar, senão a carga sofrerá um balanço ao ser retirada do chão.

7- Não permita que as cargas passem sobre a cabeça das


pessoas ou coloque em perigo a segurança delas. Remova todos
os objetos soltos. Todas as pessoas não envolvidas na operação
devem deixar a área em torno do guindaste.

8- Não deixe também a lança descansar sobre a carga ou atingir


outros objetos. Se a lança for atingida ou avariada por qualquer
coisa, PARE!

9- Evite partidas e paradas súbitas. Ice, gire, abaixe e deposite


a carga com cuidado.

10- Um sinal que deve ser obedecido, venha de quem vier, é o


de parar.

11- Mantenha o guindaste limpo e ajustado, óleo e graxa podem


causar quedas

12- Mantenha o extintor de CO2 ou pó químico na cabine ou


nas suas imediações, todo o tempo.

13- O operador não deve comer, ler, ou fazer qualquer outra


coisa que requeira sua atenção enquanto opera o equipamento.

14- Tenha cuidado ao trazer a lança para o raio mínimo. Esteja


preparado para parar o movimento da lança.

15- Sempre que o operador deixar o guindaste por alguma razão


ele deve fazer o seguinte:
a) baixar a carga para uma superfície firme;
b) desligar a máquina. Nunca confiar no freio do guincho para
manter uma carga suspensa.
Guindastes elétricos de pórtico
34

3.1.2 Sinais de segurança

a) Sinais de proibição

Proibido fumar, produzir Não opere esta chave


fogo ou faísca. elétrica.

Entrada proibida a Proibido para pessoas


pessoal não autorizado. com marca-passo.

b) Sinais de aviso

Carga suspensa Campo eletro-


magnético

Alta voltagem Perigo de queda


Guindastes elétricos de pórtico
35

Cuidado com Perigo de


as baterias escorregar

Superfície quente

c) Sinais mandatórios

Use óculos de Use luvas de Use máscara de


proteção. segurança. proteção de face.

Use capacete Use botas de Use proteção


de segurança. segurança. auditiva.
Guindastes elétricos de pórtico
36

Siga as instruções Desligue a energia Use dispositivos


constantes no do equipamento. de segurança.
manual de instru-
ções e de operação
do veículo.

d) Sinais de salvamento

Primeiros Extintor de Médico


Socorros incêndio
Guindastes elétricos de pórtico
37

3.2 Procedimentos iniciais da operação

Antes de qualquer início de operação com o guindaste, o operador deverá


fazer os seguintes procedimentos de segurança:

Verificação

• cabo de alimentação – se estão


em boas condições, sem
apresentar cortes;

• escadas/corrimões – boas
condições dos degraus, não
apresentando sujeiras, óleos e
corrosão;

• cabine – boas condições de uso, não


apresentando falta de vidros ou vidros
sujos que dificultem a visão do operador;
não apresentar corrosão no piso;
existência de porta que separe o
compartimento do operador do
compartimento dos motores para
diminuição dos ruídos;

• assento do operador – boas condições


anatômicas, não apresentando ferragens
expostas nem forração com buracos;

• sistema de freio – ter um seguimento compatível com a


segurança do trabalho, para que não haja aquecimento da
sapata do freio;

• extintor – estar carregado e dentro da


data de validade;

• cabos de aço – boas condições, não


apresentando farpas e nem fios
rompidos;

• refletores – não apresentar falta de


lâmpadas, estando bem direcionados;
e

• casa de máquinas – não apresentar derramamento de óleo


no piso e ter boa iluminação.
Guindastes elétricos de pórtico
38

• instalações elétricas – boas condições, não apresentando


fios desencapados e painéis sem tampas de proteção;

Antes de colocar o guindaste em serviço, verifique ainda:

• Certifique-se de que não há ninguém preso na casa de


máquinas do guindaste;
• quando algum trabalho de manutenção é feito durante a
operação do guindaste, é essencial haver o contato visual e
auditivo entre o operador do guindaste e o operário
responsável pela manutenção;
• subir no guindaste, ligar a chave selecionadora e o disjuntor
geral. Após este procedimento, liberar os freios do mecanismo
de giro e verificar se todos os aparelhos de comando se
encontram na posição zero;
• ligar o contator geral do guindaste e a chave principal de
iluminação, se for à noite.

Os mecanismos desses procedimentos devem ser ligados uma


vez e sem carga, por curto espaço de tempo; e qualquer irregularidade
deve ser comunicada para que seja reparada, antes de iniciar a
operação.

Procedimentos para colocar o guindaste em serviço

Após ter realizado a vistoria do guindaste, e ter feito as demais


verificações o operador deve dirigir-se à cabine para dar a partida e
colocar o guindaste em serviço.

O passo seguinte é apertar o botão verde “start” ou partida que


acionará os motores; em seguida, posiciona-se o guindaste da melhor
maneira para a realização da faina e dá início a operação.

Procedimentos durante a operação

• usar sempre velocidade baixa para iniciar qualquer movimento;


• descer a carga reduzindo a velocidade gradativamente a
medida em que for se aproximando do piso;
• em caso de falta de energia, posicionar todos os combinadores
(alavancas) na posição zero e desligar a iluminação;
• são proibidos a tração oblíqua de cargas e o arranque com
cargas presas;
• evitar dar balanço demasiado, colocando a carga em risco de
avaria; e
• parar os serviços quando perceber qualquer falha no sistema
de freio do guindaste.
Guindastes elétricos de pórtico
39

Procedimentos para paralisação do guindaste

• recolher a lança até o seu limite;


• posicionar todos os combinadores ( alavancas) no ponto zero;
• por motivo de segurança deve-se desligar o contator geral;
• travar na posição central o comutador;
• qualquer paralisação do serviço motivado diretamente pelo
equipamento, deverá ser comunicado ao encarregado da
operação para que tome as providências devidas.
Guindastes elétricos de pórtico
40

3.2.1 Sinais manuais padrão para o controle de operação do


guindaste

Içar a Arriar a Levantar


carga carga a lança

Baixar a Movimentar Girar a


lança devagar lança

Parar em Parar todos os


emergência movimentos
Guindastes elétricos de pórtico
41

3.3 Deveres do guindasteiro

A função de guindasteiro só deve ser exercida por trabalhador


portuário avulso qualificado, isto é, aqueles que possuem o certificado
de habilitação expedido pela Diretoria de Portos e Costas.

Cabe ao guindasteiro:
• operar os aparelhos mecânicos, hidráulicos e elétricos
utilizados para a arrumação de carga, observando suas
características de operação a fim de evitar avarias;
• examinar, obrigatoriamente, o aparelho em que vai trabalhar,
antes de iniciar o serviço, comunicando qualquer anomalia ao
encarregado da operação;
• permanecer no seu posto de trabalho, não se ausentando sem
permissão;
• não movimentar lingadas sem ordem do portaló;
• a responsabilidade, juntamente com o portaló, pelo percurso
da lingada até o cais ou até o porão;
• sempre que tiver carga suspensa no gancho do guindaste, o
operador não deverá abandonar a cabine;
• observar a carga com o guindaste em serviço e não passar
com cargas por cima das pessoas;
• em caso de perigo ou quando se fizer necessária a
comunicação com a equipe de trabalho, faça uso do aviso
sonoro;
• sempre que constatar algum tipo de defeito no equipamento
que possa resultar em acidente de trabalho, deverá o
guindasteiro recusar-se a operá-lo, devendo comunicar
imediatamente ao encarregado da operação;
• não executar trabalhos que lhe pareçam duvidosos e discutíveis
quanto ao risco e segurança da operação e se for o caso, tomar
imediatamente providências dando ciência ao encarregado da
operação; e
• manter o seu local de trabalho e aparelho sempre em boas
condições de higiene.

3.4 Procedimentos ao término da operação

Ao término da operação do guindaste obedeça a seqüência


abaixo:
• não mantenha cargas suspensas;
• vire a plataforma giratória até ela estar paralela com o chassis;
• pare todos os movimentos do guindaste (todas as alavancas
de comando na posição neutra);
• desligue os motores pressionando o botão “ligar / desligar”; e
• ao descer desligue a chave geral e o cabo de tomada.
Guindastes elétricos de pórtico
42

3.5 Normas para o estacionamento do guindaste

Os seguintes procedimentos deverão ser adotados:

Quando se tratar de guindastes sobre pneus:


• estacione o guindaste sobre terreno firme e nivelado;
• caso não seja possível estacionar o guindaste em lugar plano,
utilize os calços para escorar as rodas;
• quando estacionar o guindaste, nunca bloqueie o acesso de
entradas, saídas, rampas, hidrantes, etc...
• quando o motor a óleo diesel for desligado, siga as instruções
do fabricante.

Quando se tratar de guindaste sobre trilhos:


• após ter recolhido a lança do guindaste até o seu limite, o
guindasteiro deverá ainda : antes de paralisá-lo, certificar-se
que o guindaste está numa posição segura para que não venha
impedir manobras nos paus-de-carga, ou possibilitar
abalroamento do navio com o guindaste numa possível
desatracação;
• fixar as garras do mesmo aos trilhos para impedir que se
movimente em virtude de ventos ou possível acidente com
veículos pesados; e
• em seguida, desconectar “a tomada ou cachimbo” da energia
elétrica que alimenta o guindaste.

Em todos os modelos de guindaste - desligue o motor, retire as


chaves, feche a cabine do operador e a casa das máquinas, a fim de
proteger o guindaste contra vandalismo e uso não autorizado.
Guindastes elétricos de pórtico
43

4 Convenções de sinalização

4.1 Sinalização na operação com os equipamentos de elevação

A importância da sinalização com equipamentos de elevação


prende-se ao fato de que o operador deve guiar-se unicamente por
sinais convencionais transmitidos pelo portaló, exceto quando a
obediência puder resultar em acidente. O sinal de pare em emergência
é o único que, dado por qualquer pessoa, deve ser prontamente
obedecido pelo operador. Sempre que o operador tiver dúvida quanto
ao sinal, ele deve aguardar sua repetição pelo portaló.

4.2 Sinalização relativa aos movimentos de translação, giro e


elevação da lança

Sinal Descrição Mensagem A çã o

Braço estendido
na posição
horizontal, o
punho fechado e Eleve a lança.
o polegar
apontando para
cima.

Braço estendido
na posição
horizontal, o
punho fechado e Abaixe a lança.
o polegar
apontando para
baixo.

Braço estendido
na posição
horizontal e o Gire a lança no
dedo indicador sentido indicado.
apontando o
sentido do giro.

Punhos fechados
em frente ao
Estenda a lança
corpo e os
(lanças
polegares
telescópicas).
apontando para
fora.

Punhos fechados
em frente ao
corpo e os Recolha a lança
polegares (lanças
apontando um telescópicas)
para o outro
(para dentro).
Guindastes elétricos de pórtico
44

4.3 Sinalização relativa aos movimentos de içar/baixar a carga

Sinal Descrição Mensagem A çã o

Antebraço na
vertical e dedo
indicador
apontando para
cima, movimente Eleve a carga.
a mão em
pequenos
círculos
horizontais.

Braço
estendidopara
baixo e o dedo
indicador
apontando para
o solo, Abaixe a carga.
movimente a
mão em
pequenos
círculos
horizontais.

4.4 Principais sinais para orientação dos movimentos do guindaste

Para se transmitir mensagens que eleve a lança e abaixe a carga


é necessário: com o braço estendido na horizontal e o polegar apontando
para cima, abra e feche o punho enquanto comandar o movimento.

Para abaixar a lança e elevar a carga é necessário: com o braço


estendido na horizontal e o polegar apontado para baixo, abra e feche o
punho enquanto comandar o movimento.

Na movimentação de cargas a granel com grabs devemos utilizar


os seguintes sinais: para abrir o grab estender os braços na horizontal e
com as mãos abertas fazer movimentos de dentro para fora; para fechar,
devemos estender os braços na horizontal e fazer com que as palmas
das mãos voltadas para cima se toquem uma na outra em movimentos
intermitentes até que o grab esteja totalmente fechado. A seguir, faça o
movimento para içar.
Guindastes elétricos de pórtico
45

4.5 Posicionamento correto do sinaleiro ou do portaló a bordo

É obrigação do portaló apresentar-se ao operador do guincho


ou guindaste pessoalmente antes do início da jornada de trabalho. Caso
o operador já se encontre na cabine do equipamento, o portaló deverá
se posicionar para o trabalho fazendo um sinal convencional similar ao
de continência, isto é, braço esquerdo junto ao corpo e mão direita na
testa, certificando ao operador que ele é o responsável, a partir de então,
pela sinalização necessária, e que somente dele deverá o operador
aceitar os sinais para a movimentação do equipamento, excetuando-se
o sinal de parar imediatamente que qualquer trabalhador poderá dar ao
detectar um perigo iminente, antes do portaló o fazer.

O que define qual o local onde se posicionará o portaló é o tipo


de equipamento que será utilizado e a operação a ser realizada. O
portaló deverá estar em local seguro e onde o operador do equipamento
possa vê-lo perfeitamente, sob qualquer hipótese (chuva, neblina,
período noturno, contra luz solar intensa, etc.).

Também o portaló terá que ter o maior ângulo de visão possível


do local de origem e do destino da carga, incluindo todo o pessoal
envolvido na operação, sejam os operários em terra, sejam os de bordo.

Nestas situações é comum o portaló mover-se durante todo o


período de trabalho conforme o giro do equipamento, para manter-se
sob o ângulo de visão do operador. Neste leque de opções, o portaló
terá que sob qualquer situação usar o bom senso sempre de modo
seguro no convés do navio.

A NR-29 destaca no item:


• 29.3.3.6 - Os conveses devem oferecer boas condições de
visibilidade aos operadores dos equipamentos de içar,
sinaleiros, e outros, a fim de que não sejam prejudicadas as
manobras de movimentação de carga.
• 29.3.6.5 – O sinaleiro deve ser facilmente destacável das
demais pessoas na área de operação pelo uso de coletes de
cor diferenciada.
• 29.3.6.5.1 – Nas operações noturnas o mesmo deverá portar
luvas de cor clara e colete, ambos com aplicações de material
refletivo.
46

Bibliografia

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and Related Equipment – Classification – Part 4. Jib Cranes. ISO
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INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION.


Controls – Layout and Characteristics – Part 4. Jib Cranes. ISO
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INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Cabins


– Part 4. Jib Cranes. ISO 8566-4. Nova York: ISO, 1998.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Cranes


– Training of Drives – Part I. General. ISO 9926 – 1. Nova York: ISO,
1990.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Cranes


– Inspections – Part I. General. ISO 9927 – 1. Nova York: ISO, 1994.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Cranes


- Driving Manual – Part I. General. ISO 9928 – 1. Nova York: ISO,
1990.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Cranes


- Safe Use – Part I. General. ISO 12480 – 1. Nova York: ISO, 1997.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION . Cranes


- Condition Monitoring – Part I. General. ISO 12482 – 1. Nova York:
ISO, 1995.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Cranes


– Competency Requirements for Crane Drives (Operators),
Slingers, Signalers and Assessors. ISO 15513. Nova York: ISO, 2000.

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Appliances Classification – Part 2. Mobile Cranes. ISO 4301-2. Nova
York: ISO, 1985.

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