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Inspeção e Comissionamento

Dispositivos para Movimentação de Carga

A estocagem da matéria-prima, o processo de fabricação, o transporte e a montagem


dos produtos envolvem sempre uma grande movimentação de carga.

Essa movimentação é quase sempre dificultada pelo grande tamanho e peso dos
produtos e pelos seus formatos irregulares.
Para transportar essas cargas mais racional e economicamente, a indústria conta uma
série de aparelhos, máquinas, acessórios e utensílios aqui denominados elementos de
deslocação.

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Os elementos de deslocação necessitam de uma série de elementos de fixação para


que possam realizar os trabalhos.

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Os produtos e equipamentos exigem uma intensa e dificultosa movimentação de


cargas. Fatores econômicos e de segurança obrigam à racionalização constante do
processo de movimentação dessas cargas.
Macaco

Macaco mecânico
Existem vários tipos e modelos de macaco mecânico. Os mais usados ficam dentro dos
seguintes parâmetros: (figura abaixo)
 Capacidade: 1,5 até 20t;
 Altura: 400 até 800mm;
 Peso: 12 até 75kg;
 Curso: entre 190 e 350mm;
 Relação de força: geralmente 5kg para cada tonelada levantada;
 Diâmetro da rosca: entre 35 e 90mm;
 Movimentos: até 4 sentidos.

Talha

As talhas, devido ao seu largo uso no levantamento e deslocamento de carga, são


fabricadas em diversos modelos para proporcionarem versatilidade.

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Talha simples manual


Os elementos básicos da talha são polias e a corda.

As talhas comuns possuem travamento automático em todas as posições.

A força Z para o levantamento de cargas é calculada em função do fator f e da força-


peso Q. (Z = f x F(N)

Números de roldanas Fator f


2 0,54
3 0,37
4 0,28
5 0,23
6 0,20
7 0,17
8 0,15

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Talha manual de trole


 Capacidade: até 20000N (= 2t)
 Elevação: motorizada
 Translação: manual

Talha elétrica de corrente


 Tipo: estacionária (fixa por parafusos ou
ganchos);
 Acionamento: motor de elevação acionado
por botoeira;
 Motor de elevação: com rotor e freios cônicos
que dispensam regulagem posterior;
 Proteção: contra sobrecarga e limitação de
curso alta e baixa.

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Talha elétrica de trole


 Capacidade: modelo comum até 2t:
 Elevação: motorizada com proteção de
sobrecarga;
 Translação: motorizada com proteção de
fim de curso;
 Elementos de içamento: Cabo de Aço.

As talhas elétricas de trole apresentam várias alternativas de construção, dependendo


do fabricante e dos modelos oferecidos. Normalmente as características e dimensões
para as talhas com capacidade entre uma e quarenta toneladas ficam dentro de
parâmetros conforme a figura a seguir.

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Como há diversos tipos de talhas no mercado, devem-se considerar para uma escolha
correta:
 Peso das cargas que deverão ser movimentadas nas suas instalações;
 Altura de elevação da carga;
 Altura que será suspensa a talha;
 Velocidade de elevação requerida;
 Movimentação da carga – vertical ou também horizontal;
 Energia elétrica disponível;
 Condições de operação da talha (carga máxima, estado de solicitação,
funcionamento, etc).

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Ponte rolante

A ponte rolante tem seus movimentos longitudinal, transversal e vertical motorizados.


Dependendo de seu tamanho e potência, tem os seus movimentos comandados por
um operador na cabina, ou por botoeira ao nível do piso.

O movimento longitudinal esquerdo ou direito é feito pelas rodas sobre os trilhos. O


transversal esquerdo ou direito é feito pelo carro sobre a ponte. O vertical ascendente
ou descendente é feito pelo enrolamento ou desenrolamento do cabo de aço ou
corrente.

A – movimento transversal
B – movimento longitudinal
C – movimento vertical

Os tipos de pontes rolantes variam em função dos fabricantes e são grandes opções
oferecidas. De forma geral, as pequenas têm uma potência de carga até 30000N (3t) e
as grandes podem chegar até 1200000N (120t).

As pontes rolantes podem ser montadas em pequenos vãos, de aproximadamente 8m,


até em grandes vãos que chegam a 30m.

Convencionou-se dividir as pontes em grupos, em função da capacidade de carga. O


grupo leve engloba as pontes de 30000 a 150000N (3 a 15t); o grupo médio, as de
200000 a 500000N )20 a 50t) e o grupo pesado, as de 500000 a 1200000N (50 a 120t).

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Os grupos médios e pesados são equipados com gancho auxiliar no carro, que permite
maior versatilidade no levantamento da carga.

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Pórtico e semipórtico

Pórticos e semipórticos são equipamentos de uma ou duas vigas, com ou sem trave
em balanço.

Possuem comando desde o piso, por botoeiras ou cabina, podendo esta ser fixa na
viga ou móvel junto ao carro.

As velocidades de elevação e translação são de acordo com as necessidades. Sua


capacidade de carga chega atingir 800kN e seu vão chega atingir 40m.

O pórtico, devido a seu tipo de construção, não precisa de nenhum apoio como o
semipórtico, para ser montado, por isso é a solução ideal para o transporte de materiais
em espaços livres ou em prédios que não foram dimensionados para este fim.

O pórtico ou semipórtico deslocam-se longitudinalmente sobre trilhos, à esquerda ou à


direita. Transversalmente, à esquerda ou à direita, sobre a ponte e, verticalmente,
ascendente ou descendente, através do enrolamento dos cabos de aço.

Guindaste

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Guindaste é um equipamento de elevação e transporte de carga, fabricado para várias


aplicações.

Tipos de guindastes

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Observação
Em comparação com a ponte rolante e com o pórtico rolante, a carga máxima
suportada pelo guindaste é menor, por causa do braço livre.

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Corrente

As correntes são importantes elementos de elevação de cargas.

Tabela: Corrente de aço redondo de elo curto soldado


Características:
 Boa flexibilidade;
 Preço baixo;
 Alta resistência mecânica;
 Necessidade de pequenos diâmetros
das polias;
 Pouca elasticidade
 Peso elevado;
 Sensibilidade e choque e a sobrecarga;
 Vida útil limitada.

Carga de trabalho
Dimensões Peso por
Classe
metro
D B A BC AC AL
mm polegada mm mm kN kN kN kg
9,5 3/8 46 31 8,5 14 17 2,0
12,7 1/2 62 44 15 25 30 3,6
15,9 5/8 77 54 24 39 47 5,7
19,0 3/4 96 67 34 56 68 8,1
22,2 7/8 110 77 46 77 92 11,0
25,4 1 125 87 60 101 121 14,4
28,6 1 1/8 134 94 77 - - 18,7
31,8 1 1/4 158 112 95 - - 22,6
34,9 1 3/8 173 122 114 - - 27,3
38,1 1 1/2 187 132 136 - - 32,7
44,4 1 3/4 216 152 185 - - 44,6
50,8 2 245 172 243 - - 58,3

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Cabo de aço

O cabo de aço é formado por vários cabos menores chamados pernas, torcidos sobre
um núcleo chamado alma.

A alma pode ser de fibra ou de aço. A alma de aço pode ser formada por uma perna ou
por cabo independente. Um cabo com alma de aço apresenta um aumento de 7,5% na
resistência à tração e de 10% no peso por metro, em relação a um cabo com alma de
fibra de mesma bitola e construção.

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A torção do cabo pode ser regular ou longa, à esquerda ou à direita.

No cabo de torção regular, os fios de cada perna são torcidos no sentido oposto ao das
próprias pernas, e no cabo de torção longa, no mesmo sentido das pernas.

Com isso, a torção longa aumenta a resistência à abrasão e à flexibilidade do cabo, e a


torção regular confere-lhe maior estabilidade.

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Gancho

Existem vários tipos de ganchos que variam em função da sua utilização. É importante
conhecer sua função, dimensões principais e capacidade de carga.

Gancho olhal

Características:
 Usado para facilitar a ajustagem de corrente ou linga;
 Fabricação em aço forjado de alta resistência;
 Coeficiente de segurança quatro ;
 A classe varia em função do material e do tratamento térmico;
 Admite também a trava de segurança.

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Gancho giratório

Características:
 Usado para manter a corrente ou o cabo de aço sempre distorcidos;
 Fabricado em aço forjado de alta resistência;
 Coeficiente de segurança quatro;
 Admite também trava de segurança

Gancho de haste

Características:
 Usado em guindaste, moitões, talhas, etc;
 Fabricado em aço de alta resistência;
 Coeficiente de segurança quatro;
 Admite também trava de segurança.

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Gancho garfo

Características:
 Usado para facilitar o engate em corrente, elo ou argola;
 Fabricado em aço de alta resistência;
 Coeficiente de segurança quatro.

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Gancho corrediço

Características:
 Usado para amarração de carga por laçada;
 Fabricado em aço forjado de alta resistência.

Parafuso e porca olhal de suspensão

Características:
 São usados para transporte de motores elétricos, redutores, máquinas e
equipamentos pesados.
 São fabricados em aço forjado de alta resistência.

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Soquete e terminal

O soquete é usado para ligações rápidas e seguras dos cabos de aço.

Argola, elo ou anel, anilha, tornel e anelão

Características:
 São usados como alça de levantamento em patolas, lingas de correntes e
 Cabos de aço;
 São fabricados de aço de alta resistência mecânica.

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Manilha

Características:
 São usadas para unir correntes e cabos de aço;
 Normalmente são retas ou curvas (tipo âncora);
 São forjadas e tratadas termicamente;
 Possuem coeficiente de segurança quatro;

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Linga

Características:
 São usadas para o levantamento de cargas pesadas com uma ou até quatro peças;
 São de aço de alta resistência.

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Balanço

Os tipos de balanços existentes são normalmente projetados para atender a trabalhos


constantes de elevação e deslocação de peças compridas (barras, tubos, perfilados,
etc.).

Eles apresentam a vantagem de manter um perfeito equilíbrio da carga dentro de um


sistema seriado de trabalho.

Garras

As garras são dispositivos especiais de auto-aperto ou vácuo, apropriadas para


elevação e transporte de chapas.

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Amarração de carga

Amarração de carga com corda


Os nós a serem realizados devem apertar e travar cordas durante a manobra e,
entretanto, devem ser fáceis de serem desamarrados.

Os nós são o resultado da combinação de anéis ou meio-anéis, cujo deslizamento é


impedido pela pressão da corda esticada sobre a corda não esticada.

Tipos de nós

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A figura a seguir mostra a utilização de uma corda sem fim, com costura e dois tipos de
corte duplo e com espaçador de madeira para manter o nó da carga aberto.

O nó tem a grande função de travar a carga no momento do transporte.

A figura a seguir mostra um levantamento errado. A corda tende a se juntar, colocando


em perigo o equilíbrio da carga.

Errado

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A figura a seguir mostra a maneira correta de levantar a carga, utilizando


opcionalmente uma ou outra laçada.

Certo

Amarração de carga com corrente


A corrente apresenta a vantagem de ser mais resistente que a corda, mas, por outro
lado, ela é mais escorregadia e mais agressiva com a carga.

A figura a seguir mostra uma carga pesada levantada com duas lingas de corrente e
com proteção no ponto de agarramento.

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A figura a seguir mostra a possibilidade de se formar também, com corrente sem fim,
um nó de segurança em gancho simples e uma amarração com corrente aberta, em
gancho duplo e proteção nos cantos.

As figuras a seguir mostram que a utilização das correntes geralmente é acompanhada


de utensílios como garras, argolas, balanços, etc. tais utensílios facilitam o
agarramento e evitam deslizamentos e agressões à carga.

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A figura a seguir mostra um levantamento errado. A corrente tende a deslizar,


colocando em perigo o equilíbrio da carga.

Errado

A figura a seguir mostra o levantamento correto, onde é eliminada a possibilidade de


escorregamento.

Certo

A figura a seguir mostra outro exemplo de levantamento com gancho simples.

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As figuras a seguir mostram a necessidade do uso de calços nos cantos das cargas.

Errado

Certo

Amarração de carga com cabo de aço


O cabo de aço antes de ser usado na amarração de carga, necessita de uma
preparação que lhe proteja de desfiamento, esmagamento, etc.

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É desaconselhável qualquer tipo de nó ou dobra. O cabo de aço é normalmente


utilizado enrolado nos tambores das talhas, pontes rolantes e pórticos. Na amarração
de carga, ele pode ser usado com gancho corrediço ou com laçadas sem cantos vivos.

Resistência de cargas dos cabos de aço de 1/4” (6,5mm) até 2 1/2” (64mm)
Capacidade de carga (kN)

Peso do Comprimento mínimo


cabo Kg/m dos laços mm

“Choker” “Choker” Prática


Perna Dobrado Simples Duplo
Simples Duplo mm

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0,156 400 4 10 5 8 3,8 7,6 6,5


0,351 500 10 24 12 20 9 18 10,0
0,625 750 16 40 20 32 15 30 13,0
0,982 800 25 60 30 50 23 46 16,0
1,413 1 000 34 84 42 68 32 64 20,0
1,919 1 400 50 120 60 100 45 90 22,5
2,500 1 500 60 150 75 120 57 114 26,0
3,913 1 800 100 240 120 200 90 180 32,0
5,625 2 000 150 360 180 300 140 280 39,0
7,664 3 000 200 460 230 400 180 360 45,0
8,800 3 500 220 520 260 440 200 400 48,0
10,000 3 800 250 600 300 500 230 460 51,0
12,700 5 000 350 800 400 700 300 600 58,0
17,200 6 000 430 1000 500 860 380 760 64,0

Movimentação de carga

A movimentação de carga por meio de talha, ponte rolante ou pórtico é precedida pela
fixação de um cabo na carga e amarração da carga no gancho.

Condições a respeitar
A linha vertical configurada pela corrente de talha deve passar pelo centro de gravidade
da carga e cair no interior do polígono formado pelos cabos ou pelas cordas.

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Método geral de movimentação


Trazer a talha acima da carga; verificar, lendo as informações que figuram na talha, se
sua força é suficiente.

Escolher o cabo; proceder á fixação e à amarração; caso necessário, fixar na carga um


cabo que permitirá orientá-la convenientemente em certos momentos da manobra.

Levantar muito lentamente a carga até 0,20m do solo por meio da talha. Controlar o
comportamento dos cabos e da amarração, assim como a proteção da carga.

A carga, bem equilibrada, deve manter-se na horizontal; caso contrário, descer o


conjunto e fazer as correções necessárias.

Levantar a carga até a altura desejada, transportá-la e pousá-la lentamente. Em


nenhum caso, a carga deve ter movimento de oscilação, que provocaria no cabo um
esforço excessivo e poderia causar sua ruptura.

Ao usar vários cabos (ou pernas), seu comprimento deve ser suficiente para ter
 = 30º. Cada um é disposto de modo que a carga não possa deslizar, desequilibrar-se
e provocar a ruptura do cabo em conseqüência de sobrecarga local. Caso a amarração
comporte nós, estes não devem nem deslizar, nem se desapertar durante a manobra.

No levantamento com uma perna, o esforço F suportado pelo cabo pode ser calculado
aproximadamente através da seguinte fórmula:

F  P . 10 (N)

Exemplo

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P = 2000Kg  P = 20000N

No levantamento com duas pernas paralelas, F 1 e F2 podem ser calculadas com as


seguintes fórmulas:

P . l1 P . l1
F1 = F2 =
L L

Exemplos

P = 2000Kg = 20000N P = 2000Kg = 20000N


l1 = 300mm l2 = 700mm
L = 1000mm L = 1000mm

P . l1 P . l1
F1 = F2 =
L L

20000N . 300mm 20000N . 700mm


F1 = F2 =
1000mm 1000mm

F1 = 6000N F2 = 14000N

No levantamento com duas pernas oblíquas, os esforços F3 e F4 suportados pelos


respectivos cabos podem ser calculados com as seguintes fórmulas:

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F1 F2
F3 = F4 =
cos  1 cos  2

P = 2000Kg P = 2000Kg
L1 = 300mm l2 = 700mm
L = 1000mm L = 1000mm
 = 14º  = 30º

F1 F2
F3 = F4 =
cos 1 cos 2

6000 14000N
F3 = F4 =
cos 1 cos 2

6000N 14000N
F3 = F4 =
0,97030 0,86603

F3 = 6183N F4 = 16165N

Segurança

Nos trabalho industriais, é comum o transporte de cargas pesadas, durante o processo


de fabricação e montagem.

Para tanto, a empresa com equipamentos especialmente projetados para essa


finalidade.

Compete ao operador usar esse equipamento com responsabilidade e bom senso,


porque o menor imprevisto pode trazer conseqüências graves aos equipamentos,
cargas e pessoas.

A seguir, encontram-se alguns cuidados de caráter geral:

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 Elementos de amarração (cabo de aço, corrente, gancho, corda de cânhamo, etc.)


devem ser dimensionados com bastante segurança.
 Operador deve verificar no momento da utilização a qualidade dos elementos de
transporte e eliminar os danificados.
 Nunca aplicar os elementos de transporte sem conhecer o peso da carga.
 Evitar ângulos muito abertos nos cabos de amarração.

 Proteger os cantos das cargas e colocar espaçadores quando for necessário.


 Peças soltas da carga devem se retiradas ou fixadas de tal maneira que não caiam.
 Não subir na carga com a intenção de contrabalancealá-la.
 Não ficar em baixo de cargas suspensas.

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Cuidados no uso de correntes

O metal das correntes oxida-se e endurece; os elos desgastam-se.

Cada corrente, identificada por um número e carga máxima indicados no anel ou no


gancho, deve ser recozida semestralmente e invertida quando todo o seu comprimento
não for utilizado. Os elos gastos devem ser trocados.

As correntes não utilizadas devem ser untadas com graxas e suspensas.

Sob condições desfavoráveis, as correntes não podem ser submetidas a cargas


máximas.

Sobrecarga ou solavancos podem provocar prolongamento dos elos. Quando isso


ocorre, as correntes não podem ser usadas.

Se houver diminuição de 20% do diâmetro do corpo do elo nos pontos de atrito,


significa que a corrente terminou sua vida útil e deve ser substituída.

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Devem-se verificar periodicamente as correntes.

Cuidados no uso de cabos de aço

Os fios de aço dos cabos oxidam-se e quebram-se. Portanto, os cabos são untados
com graxa e, em seguida, enrolados num tambor com grande diâmetro, evitando a
formação de anéis que iniciam a ruptura dos fios.

Do mesmo modo que nas cordas, uma proteção em cada extremidade impede a
distorção do cabo.

O cabo de aço deve ser trocado quando, num comprimento igual a trinta vezes o seu
diâmetro, 10% dos arames estejam quebrados, ou quando apresentarem deformações
no perfil.

O cabo de aço só deve ser usado quando o trabalho a ser realizado o recomenda.

Nunca se deve utilizar o cabo acima das solicitações máximas permitidas.

O cabo deve ser examinado antes e após o uso. Em caso de dúvida quanto ao seu
estado, o melhor é eliminá-lo.

Cuidados no uso de cordas de cânhamo

O cânhamo dos cordames desgasta-se (a parte exterior é arrancada), ou mofa ( o


interior torna-se pó), o que torna obrigatória uma substituição.

As cordas são enroladas e suspensas para serem protegidas da umidade e dos


vapores ácidos, devendo ser evitado o seu atrito com os ângulos vivos.

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O mofo é impedido pela imersão das cordas novas numa solução a 10% de sulfato de
cobre.

As cordas devem ser conservadas em lugar de boa ventilação e periodicamente


testadas.

A corda não aceita solavanco e seu rompimento é instantâneo; devido a isso, o


operador deve estar sempre atento à tabela de resistência em função do diâmetro e ao
coeficiente de segurança de 7 – 8 para compensar o envelhecimento.

Cuidados no uso de pontes rolantes

Das máquinas de transporte interno, a operação mais complexa é a da ponte rolante


com operador. Todas as recomendações aqui expostas servem para operação da ponte
rolante e parte delas para a utilização de talhas, pórticos e guinchos.
O uso da ponte rolante está sujeito a acidentes a acidentes que somente o
conhecimento, o bom senso e o cuidado podem evitar.

O uso da ponte rolante está sujeito a acidentes que somente o conhecimento, o bom
senso e o cuidado podem evitar.

É impossível prever certas condições inseguras de operação, devendo permanecer,


portanto, com responsabilidade do operador, antecipar e evitar quaisquer condições de
insegurança.

São requisitos principais e necessários para um operador de pontes rolantes:


 Estar devidamente treinado e autorizado a manusear o equipamento de maneira
segura.
 Estar em boas condições de saúde.
 Manter-se sempre calmo e atento.
 Evitar problemas que não fazem parte do seu trabalho, procurando o encarregado
em caso de dúvidas.
 Ter consciência da responsabilidade que lhe foi atribuída em relação ao trabalho,
ao equipamento e aos colegas.
 Conhecer a capacidade e limitações da ponte rolante e acessórios.
 Conhecer o código de sinais convencionais.

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Inspeção e Comissionamento

O operador de ponte rolante deve:


 Verificar se:
 a sirene está funcionando perfeitamente;
 os cabos não estão apresentando ruptura ou arames soltos;
 os ganchos não estão com abertura excessiva ou com trincas.
 o freio da ponte, em movimento, está funcionando perfeitamente;
 a chave-limite está funcionando, levando para isso o gancho até ela.
 Colocar o trole exatamente sobre a carga antes de acionar o guincho, evitando o
balanço da lingada.
 Não movimentar a ponte ou o trole enquanto a carga estiver no piso.
 Deixar no mínimo três voltas de cabo de aço no dromo, quando for necessário que
este continue se soltando após o gancho ter tocado o piso.
 Ao levantar o gancho, com ou sem carga, prestar especial atenção para que a
chave-limite não seja atingida.
 Não levantar carga além da capacidade dos estropos, correntes ou cabos de aço.
 Levantar a carga a uma altura suficiente, para não atingir homens ou equipamentos
no piso.
 Evitar transportar carga sobre os homens do piso. Usar a buzina, para avisá-lo de
sua aproximação.
 Não aplicar reversão ao motor antes de pará-lo totalmente, salvo em caso de
emergência para evitar acidentes.
 Nunca tentar reparar o equipamento elétrico ou fazer quaisquer serviços de
manutenção em sua ponte. Em caso de defeitos, comunicar ao encarregado.
 Não aplicar bruscamente o freio de pé. Os calos das rodas resultam da patinação
da ponte.
 Ao levantar qualquer carga próxima à capacidade nominal da ponte, elevá-la alguns
centímetros e testar os freios do gancho antes do levantamento completo.

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Inspeção e Comissionamento

O balanço da carga

O balanço da carga é resultado da conexão


flexível entre a ponte e a carga (cabo de aço
da ponte).

Quando se liga o motor da ponte, ela


imediatamente se movimenta, porém a carga
fica ligeiramente para trás, com o cabo
formando um ângulo com a perpendicular.

O mesmo acontece quando a ponte tem sua marcha diminuída, sendo que, nesse
caso, o impulso da carga exerce um puxão na ponte.

Um operador experimentado sabe aproveitar esse balanço avançado da carga, para


evitar que o gancho sofra um impulso, quando a ponte estiver plenamente parada.

Em lugar de permitir que a carga passe do ponto em que vai ser descarregada e
depois volte atrás até atingir o prumo, o operador deve parar a ponte antes do local de
descarga e, quando a carga balançar, acelerá-la rapidamente para frente,
acompanhando o balanço da carga, de maneira que tanto a ponte como a carga
possam ter seus movimentos simultaneamente interrompidos quando atingirem o local
de descarga.

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