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Roteiros de Estudos Remotos – 3ºBIMESTRE

2ª SEMANA - 09 /09 até 30 /09


Professora: Maria Amélia de Souza Ferreira
LÍNGUA PORTUGUESA

Área do conhecimento: Componente Curricular:


Codigos e Línguagem
Língua Portuguesa
Ano/Série: 2ª A,B,D Bimestre: 3 ºbimestre

Tema : Práticas de Leitura e Escrita

HABILIDADES:
Relacionar a construção da
subjetividade à expressão literária
em textos do século XIX.
Aulas previstas: 14 Observações:
1º Leitura – Explicação do conceito “
Práticas de Leitura e Escrita dos papéis
da literatura, expressão literária em
textos do século XIX .”
Parnasianismo/ Simbolismo/ Realismo.
2º Atividade de compreensão e
interpretação e pesquisa.
3º Depois que responder enviar a
atividade via whatsap /aplicativo
classroom ou devolver na escola os
alunos que pegou impresso.
Estarei a disposiçâo para dúvidas no
whatsap(grupo da sala ) e pelo email –
sueleneoliver@gmail.com

Práticas de Leitura e Escrita dos papéis da literatura, expressão literária em textos do


século XIX .

Para iniciar essa atividade, sugere-se uma reflexão a respeito de um dos


papéis da literatura, ao captar as ocorrências da realidade, no intuito de
propiciar uma perspectiva transformadora.
expressão do realismo e da vida concreta,
distanciamento das idealizações sentimentais,
exame da realidade sob a ótica do pessimismo.
Há dois séculos, o poeta Augusto dos Anjos escreveu poemas que o diferenciaram da
escrita de seus antecessores e de seus contemporâneos.
A seguir, veja quem foi Augusto dos Anjos.

Augusto de Carvalho
Rodrigues dos Anjos
ficou conhecido como
Augusto dos Anjos. Poeta
brasileiro, nasceu na
Paraíba, em 22 de abril
de 1884. Considerado um
dos poetas mais críticos
de sua época
(Simbolismo), também
foi reconhecido como o
mais importante poeta
do pré-modernismo,
segundo alguns críticos.
Em sua obra, é possível
reconhecer raízes do
simbolismo, tais como: o
gosto pela morte, a
presença da angústia, a
utilização de metáforas e
de vocabulário mórbido.

O contexto literário da época traz uma proposta diferenciada quanto ao modo de


abordar os conteúdos tratados nos poemas.
Os poemas de Augusto dos Anjos passam a expressar um realismo exagerado,
distanciando-os das idealizações sentimentais. Por examinar a realidade sob a ótica do
pessimismo, provocaram estranhamento no público, o que fez com que a obra do
autor demorasse a ser reconhecida. Ele próprio se declarou "cantor da poesia de tudo
que é morto".
Alguns poetas do século XIX, como Augusto dos Anjos, apresentaram inovações na
escrita não se enquadrando em um estilo específico. Assim, é possível dizer que eles
não se encontram em apenas um movimento literário, por apresentarem propostas
pós-românticas. É o caso de poetas parnasianos e simbolistas.

O Parnasianismo divergiu dos estilos literários anteriores por priorizar a “arte pela
arte”, valorizando a técnica e a imparcialidade.
Além disso, apresentava como característica marcante o antissentimentalismo e o
antirromantismo, por considerarem que estas eram influências que poderiam
comprometer a imaginação do poeta, pois sua poética situa-se na objetividade no
trato do tema e no culto da forma. Os principais representantes, aqui no Brasil, foram
Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia.

O Simbolismo é uma escola literária do século XIX e seu início foi marcado, no Brasil,
pela publicação de Missal e Broquéis, de Cruz e Sousa. Apresentou-se como uma
estética que se divergia do Parnasianismo. No que se refere aos aspectos formais, os
simbolistas enfatizavam o requinte e o rebuscamento nos poemas, recusando o rigor e
a disciplina. Assim, as características marcantes são o antimaterialismo, o
antirracionalismo, o transcendental, o gosto pela loucura e pelo onírico, bem como
pelo inconsciente e subconsciente. Primavam pela utilização de metáforas,
assonâncias, aliterações e sinestesias. Os principais representantes, aqui no Brasil,
foram Alphonsus de Guimaraens, Cruz e Sousa e Graça Aranha.
O Realismo surgiu na segunda metade do século XIX, sendo marcado pela publicação
da obra de Gustave Flaubert, Madame Bovary, na França, em 1857. Esse estilo literário
sucede o Romantismo e opõe-se aos ideais românticos, pois devido ao contexto
histórico em que há a ascensão da burguesia, a ideia vigente é afastar-se da
idealização romântica e aproximar-se do que é real. Nesse sentido, os autores
apresentam a realidade, criticando a sociedade burguesa que vive de aparências, por
meio de personagens retratados de maneira bem objetiva.

ATIVIDADE DE COMPREENSÃO /INTERPRETAÇÃO E PESQUISA

QUESTÃO 01 – Eça de Queirós afirmava:

“O Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a


nossos próprios olhos – para nos conhecermos, para que saibamos se somos
verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau na nossa sociedade.”

Para realizar essa proposta literária, quais os recursos utilizados no discurso realista?
Selecione-os na relação abaixo e depois assinale a alternativa que os contém:

1- Preocupação revolucionária, atitude de crítica e de combate;


2- Imaginação criadora;
3- Personagens fruto da observação; tipos concretos e vivos;
4- Linguagem natural, sem rebuscamentos;
5- Preocupação com mensagem que revela concepção materialista do homem;
6- Senso de mistério;
7- Retorno ao passado;
8- Determinismo biológico ou social.
a) 1, 2, 3, 5, 7, 8
b) 1, 3, 4, 5, 8.
c) 2, 3, 4, 6, 7.
d) 3, 4, 5, 6, 8.
e) 2, 3, 4, 5, 8.

QUESTÃO 02 - Leia o soneto de Augusto dos Anjos e marque a alternativa correta:

Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,


Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Produndissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —


Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,


E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

Augusto dos Anjos

I. O poema condensa todos os elementos centrais da poética de Augusto dos Anjos,


autor que se apropriou de um vocabulário científico para produzir efeito de angústia
existencial diante das implacáveis leis da natureza.

II. Em todas as expressões, as realidades cósmicas e vitais acham-se vinculadas a


qualificações depressivas e substantivos que indicam o mal e a morte: “Monstro de
escuridão e rutilância”; “Já o verme — este operário das ruínas —/Que o sangue podre
das carnificinas/ Come, e à vida em geral declara guerra”.
III. Nos quartetos há a preferência pelos vocábulos coloquiais, uma das principais
características da poesia de Augusto dos Anjos.

IV. Trata-se de um soneto em versos decassílabos com a presença de rimas ricas (rimas
entre palavras de classes gramaticais diferentes (rutilância e infância) e uma rima rara
(roê-los e cabelos), no qual o poeta demonstra grande virtuosismo técnico e certa
inspiração parnasiana.

a) Todas estão corretas.


b) Apenas I está correta.
c) I, II e III estão corretas.
d) II, III e IV estão corretas.
e) Apenas IV está correta.

QUESTÃO 03 - A estrofe que NÃO apresenta elementos típicos da produção poética


de Augusto dos Anjos é:

a) Eu, filho do carbono e do amoníaco,


Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

b) Se a alguém causa inda pena a tua chaga,


Apedreja a mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

c) Meia-noite.
Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego!
E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

d) Beijarei a verdade santa e nua,


Verei cristalizar-se o sonho amigo…
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!

e) Agregado infeliz de sangue e cal,


Fruto rubro de carne agonizante,
Filho da grande força fecundante
De minha brônzea trama neuronial.

QUESTÃO 04
PESQUISA SOBRE O AUTOR MACHADO DE ASSIS

Machado de Assis, embora considerado um escritor que trabalhou uma ideologia


muito mais evoluída, uma vez comparada a dos outros representantes que
pertenceram à época realista, deixou algumas “pegadas” que tão bem evidenciaram
os rumores de um novo tempo, tempo esse em detrimento, sobretudo aos moldes
românticos. Falar sobre Machado de Assis, sem sombra de dúvida, requer tempo e
argumentos, dada a preciosidade artística desse nobre representante de nossas
letras. Assim, procure evidenciar, ainda que em simples linhas, um pouco das
características inerentes ao trabalho que ele desenvolveu, o qual nos rendeu um
legado cultural sem margens para discussões.

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