GT 04 – HISTÓRIA DO ENSINO DE SOCIOLOGIA NO BRASIL

O RETORNO DA SOCIOLOGIA AO ENSINO MÉDIO NOS ESTADOS

BRASILEIROS ENTRE 1984 E 2007

Gustavo Cravo de Azevedo

Doutorando Ciências Sociais PPGCIS/PUC-Rio
Pesquisador do Laboratório de Ensino de Sociologia Florestan Fernandes
(LabES/UFRJ)
Resumo: Em 2008, a Lei nº 11.684/2008 (BRASIL, 2008) implementou a Sociologia
como disciplina obrigatória no ensino médio em todo o território nacional. Porém, entre
1984 e 2007 a disciplina já havia retornado a todos os estados do país – incluso o
Distrito Federal – por meio de iniciativas estaduais. Através de revisão bibliográfica, de
levantamento de documentos históricos e, de entrevistas, foi possível traçar parte dessa
história. O trabalho é resultado de pesquisa já concluída em nível de mestrado1 e tem
como objetivo apresentar dados que comprovem a presença da disciplina em cada um
dos estados brasileiros entre 1984 e 2007. A pesquisa teve foco nos marcos políticos
e/ou pedagógicos oficiais e não teve como escopo averiguar se a Sociologia de fato
esteve presente nas escolas antes ou depois do ano apontado como de retorno em cada
estado e também não buscou saber se o que se chamava por Sociologia nos estados se
baseava em autores e/ou temas das Ciências Sociais. Dentre os resultados, cabe afirmar
que houve grande diversidade na maneira como a disciplina retornou a cada um dos
estados brasileiros e que ainda há bastante espaço para pesquisas que busquem
contribuir com as lacunas de informações existentes, sobretudo sobre os atores que se
mobilizaram e possibilitaram o retorno estadual da Sociologia no ensino médio.

Introdução

Para compor o panorama da presença da Sociologia nos estados brasileiros,

foram coletadas informações disponíveis nos sites dos Sistemas Estaduais de Educação
e dos Conselhos Estaduais de Educação dos estados. Além disso, foi feito levantamento
bibliográfico sobre o tema da inclusão da sociologia nas redes estaduais. Por fim, com a
intenção de complementar algumas lacunas de informação, entrei em contato com
órgãos oficiais, com professores de universidades federais que lecionam a disciplina
Prática de Ensino em Ciências Sociais nas licenciaturas país afora e indaguei autores de
artigos sobre o assunto nos estados2. Mesmo com alguns dados e documentações

1
A dissertação de mestrado “Sociologia no ensino médio: uma trajetória político-institucional (1982-
2008)” foi defendida em 2014 no Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade
Federal Fluminense (PPGCP/UFF) sob orientação da Profª Cristina Buarque de Hollanda, a quem
agradeço muito o resultado desse trabalho.
2
Agradeço novamente às consultas e pesquisas realizadas através do site do Laboratório de Ensino de
Sociologia Florestan Fernandes (LabES/UFRJ). O acesso está disponível através do link:
http://www.labes.fe.ufrj.br/. Acesso em 31/05/2019.
infelizmente não foram encontrados, penso que esse levantamento documental, ainda
que incompleto, é importante34.
A luta pelo retorno da Sociologia e da Filosofia ocorria em contextos estaduais
até o lançamento da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) em 1996 (BRASIL, 1996). Após
esse momento, a luta ganhou também contorno nacional através da apresentação do
Projeto de Lei (PL) nº 3178/1997 (BRASIL, 1997) pelo deputado Padre Roque
Zimmermann (PT/PR), em paralelo às lutas estaduais5. Este PL consegue ser aprovado
nas duas casas do Congresso Nacional e, em 2001, o presidente em exercício Fernando
Henrique Cardoso (PSDB) veta o projeto alegando que a aprovação acarretaria ônus
para os estados, dentre outros motivos expostos (MORAES, 2011, p. 369-370). Moraes
(2011) explicita com maiores detalhes as razões para o veto. Esse veto ocorreu em
esfera federal porém, não foi o único6. Em âmbito nacional, somente em 2006 o
Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica (CNE/CEB) se
manifestou através do Parecer nº 38/2006 (BRASIL, 2006) afirmando que as duas
disciplinas devem estar nos três anos do ensino médio. Como poderemos observar
abaixo, este parecer causou bastante impacto nos estados e, como efeito, vários deles
emitiram documentos locais em ressonância com o que determinava o CNE/CEB. e,
logo após, a Lei nº 11.684/2008 (BRASIL, 2008) foi aprovada garantindo a presença
obrigatória da Filosofia e da Sociologia nos três anos do ensino médio. Aspectos
fundamentais da implementação das disciplinas como carga horária semanal e
conteúdos a serem lecionados ficaram a cargo dos Conselhos e das Secretarias Estaduais
de Educação.
Moraes (2011, p.368) traz que:

Com o passar do tempo, boa parte das unidades da Federação haviam

incluído a disciplina no currículo de suas escolas, formalmente em leis ou até

3
Importante ressaltar que essa pesquisa não possuiu como objetivo esgotar o assunto. Pelo contrário,
devido às diversas dificuldades materiais e imateriais, a pesquisa se limitou na busca de informações que
comprovassem a presença obrigatória da Sociologia em cada um dos estados brasileiros. Muitas histórias
e muitos personagens importantes nesse processo ainda carecem de investigação e pesquisa para poderem
ser contados, o que infelizmente não foi possível durante esse trabalho.
4
Com o objetivo de compreender melhor algumas lacunas dessa história e também a fim de compreender
melhor a relação entre o pacto federativo e a educação, particularmente sobre as possibilidades de
autonomia dos estados em âmbito local no campo da educação, ingressei em 2017 no curso de doutorado
no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro (PPGCIS/PUC-Rio). A pesquisa, em andamento, conta com o nome provisório “Sociologia no
ensino médio: das esferas estaduais à esfera federal” e está sob orientação do Prof. Ricardo Ismael.
5
A escolha do termo lutas para caracterizar o esforço empreendido para a reinserção da Sociologia no
ensino médio a partir dos anos 1980 é intencional.
6
Os governadores em exercício de Espírito Santo, Rio Grande do Norte e São Paulo também vetaram os
respectivos projetos de lei estaduais. Este capítulo irá trazer esses episódios.
 mesmo nas Constituições Estaduais: ora em todas as séries, ora em uma
delas; ora em todas as escolas, ora naquelas que decidissem incluí-la. Foi-se
formando então uma legitimidade dessa presença e até uma expectativa de
sua obrigatoriedade.

É apresentado abaixo um quadro informando o ano do retorno da presença

obrigatória da Sociologia como disciplina componente do ensino médio em cada um
dos estados brasileiros e também a fonte da informação. Foi observado também que
tanto em aspectos estaduais quando em âmbito federal, a Sociologia e a Filosofia são
propostas em conjunto. Para fins de esclarecimento, esse trabalho tem o foco no retorno
da disciplina Sociologia, e possivelmente traga contribuições na compreensão do
retorno da Filosofia aos estados do país. Fiz a escolha de organizar o capítulo em cinco
sessões, uma para cada região brasileira: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul, Sudeste.

Tabela 1 - Síntese de reintrodução da Sociologia por estado Brasil entre 1984-2007.

Ano de
Estado Documento ou lei
retorno
São Paulo 1984 º 236/83 da SEE/SP
Distrito Federal 1986 Reforma curricular estadual
1986 Reforma curricular estadual
Acre 1988 Matriz curricular estadual
Rio de Janeiro 1989
Pernambuco 1989
Minas Gerais 1989
Rio Grande do Sul 1989 Lei estadual nº 8774 de 1988
1989
1994 Matriz curricular estadual
Tocantins 1996 Matriz curricular estadual
Mato Grosso 1997 Matriz curricular estadual
Santa Catarina 1998 Art. 41 da lei Complementar nº 170, de 1998
Sergipe 1998 Matriz curricular estadual
Bahia 1998 Matriz curricular estadual
1998 Artigo 52 da lei Compl. Estadual nº 26/98
Paraná 1999 Matriz curricular estadual
Mato Grosso do Sul 1999
Amazonas 1999
2000 º 102/2000
Alagoas 2001 Reforma da Matriz Curricular Estadual
2001 Lei estadual nº 6.649 de 2001
2002 Lei estadual nº 5.253 de 2002
Roraima 2002 2002
2003 2003
Rio Grande do Norte 2005 2005
2007 º 277/2007
Fonte: Elaborado a partir de Azevedo (2014).
NORTE

Segundo Moraes et al (2010, p. 42), em 1986, a Sociologia já constava no

currículo do estado do Pará. Em 1989, a Constituição Estadual incluiu a Sociologia
obrigatoriamente no currículo (PARÁ, 1989). No mesmo ano, é proposto o Projeto de
Lei nº 75/1989 (PARÁ, 1989) de autoria do deputado estadual Wandenkolk Gonçalves.
O projeto é aprovado e torna-se a Lei estadual nº 5.583/1990 (PARÁ, 1990) dispõe
sobre a obrigatoriedade do ensino de Sociologia e Filosofia nas escolas públicas do
estado. Em 2010, o Conselho Estadual de Educação do Pará lança a Resolução nº
1/2010 (PARÁ, 2010) estabelecendo no capítulo IV – Do Ensino Médio, artigo 31, que
a Sociologia e a Filosofia devem estar presentes nos três anos do ensino médio7.
As disciplinas foram incluídas no currículo do ensino médio do Acre a partir de
19858 (Azevedo, 2014, p. 146). Iniciou com o nome de Fundamentos Humanísticos, em
que eram trabalhados conteúdos de Filosofia, Sociologia e Psicologia das Relações
Humanas. Em 1988, houve um desmembramento e elas foram ofertadas separadamente
(Azevedo, 2014, p. 147). Em 1999, foi retirada do currículo a disciplina Sociologia,
ficando somente Filosofia e Psicologia (Azevedo, 2014, p. 148). Em 2004, com a
Instrução normativa nº 04, de 13 de abril de 2004 (ACRE, 2004), sai a disciplina
Psicologia e volta a oferta de Sociologia e de Filosofia (Azevedo, 2014, p. 149). Em
conversa com o Sindicato dos Sociólogos do Estado do Acre (Azevedo, 2014, p. 150-
152), obtive a confirmação de que o primeiro concurso para professor de Sociologia só
foi realizado em 20049.
Moraes et al (2010, p. 32) afirma que em 1994 o estado do Amapá já possuía
diretriz curricular ou proposta de conteúdo Oficial para a Sociologia no ensino médio.
Amoras (2010, p. 193-194) esclarece que a Resolução Estadual nº 83/2002 do Conselho

7
Acesso ao site no dia 31/05/2019 através do link:
http://www.cee.pa.gov.br/sites/default/files/RESOLUCAO_001_2010_REGULAMENTACAO_EDUC_
BAS-1.pdf
8
Nesse texto, coloco à disposição por meio de notas de rodapé os sites com os links ainda válidos. Parte
do material documental levantado e não disponível online pode ser acessado por meio dos anexos de
minha dissertação de mestrado. Como já dito, infelizmente, não foi possível encontrar o conteúdo de todo
o material citado pelos autores.
9
Na busca por informação, disparei e-mails para boa parte das Secretarias Estaduais de Educação e dos
Conselhos Estaduais de Educação do país. A grande maioria de meus e-mails não foi respondida.
Agradeço muito aos órgãos e as pessoas que gentilmente me responderam e cederam informação. Em
especial à Secretaria Estadual de Educação do Acre pela quantidade de documentos cedidos, que ajudam
a contar a história do retorno da Sociologia no estado.
Estadual de Educação/Amapá (AMAPÁ, 2002) tornou a disciplina presente no Estado
desde 2002, em princípio com um tempo semanal no 3º ano.
A disciplina se encontra no ensino médio no estado do Tocantins desde 1996,
conforme troca de e-mails (Azevedo, 2014, p. 153) com a Prof.ª Liza Aparecido
Brasílio, professora da disciplina Prática de Ensino em Ciências Sociais no curso de
licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Federal de Tocantins (UFT). Em
2009, a Lei estadual nº 2.139, de 3 de setembro de 2009 (TOCANTINS, 2009) dispõe
sobre o sistema estadual de ensino e, no artigo 23 garante a presença das duas
disciplinas10.
Em conversa com o Prof. Ronaldo Antônio Rodrigues dos Santos, professor da
Universidade Federal do Amazonas (UFAM), pela rede social Facebook (Azevedo,
2014, p. 154), ele afirmou que a Sociologia está no ensino médio no Amazonas desde
1999. Em 2007, a Resolução estadual nº 89 do Conselho Estadual de Educação do
Amazonas (AMAZONAS, 2007) resolve, em seus artigos 1º e 2º, incluir a Filosofia e a
Sociologia nos três anos do ensino médio no estado11.
Em 22/10/2000, o Conselho Estadual de Educação de Rondônia lançou a
Resolução nº 102/2000 (RONDÔNIA, 2000) que trata da base comum do ensino
fundamental e do ensino médio no estado12. No artigo 3º do documento, que trata da
área das Ciências Humanas, são citadas como disciplinas apenas a História e a
Geografia. Sobre a Sociologia e a Filosofia é dito que deverão ser tratadas de forma
interdisciplinar e contextualizada. A Resolução estadual citada não garante espaço para
a Filosofia e a Sociologia, entretanto, reportagem do jornal O Estado de São Paulo de
11/08/200613 afirma que, na data de lançamento do Parecer CNE/CEB nº 4 de 2006
(BRASIL, 2006), o estado de Rondônia já possuía a Sociologia e a Filosofia como
disciplinas no currículo. Uma segunda reportagem, do site UOL Educação, também
afirma que o estado já possuía a disciplina em sua grade curricular quando do Parecer14.
Outra fonte é o artigo “Ensino de Filosofia no Brasil: um mapa das condições atuais”
(FAVERO, 2004), pesquisa nacional sobre o ensino de Filosofia solicitada pela

10
Acesso ao site no dia 31/05/2019 através do link: http://www.al.to.leg.br/arquivo/30465.
11
Acesso ao site no dia 31/05/2019 através do link:
http://www.cee.am.gov.br/index.php?option=com_phocadownload&view=category&download=151:200
7&id=18:2007&Itemid=194.
12
Acesso ao site no dia 31/05/2019 através do link:
http://www.seduc.ro.gov.br/portal/legislacao/RESCEE0102_2000.pdf.
13
Disponível em: https://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,filosofia-e-sociologia-serao-obrigatorias-
no-ensino-medio,20060811p66348. Acesso em 31/05/2019.
14
Disponível em: http://noticias.uol.com.br/educacao/ultnot/ult105u4701.jhtm. Acesso em 31/05/2019.
UNESCO em 2003 e com resultados divulgados em 2004. Afirma que a disciplina
Filosofia esteve presente no estado de Rondônia em 2003, o que não significa que a
disciplina Sociologia também estivesse presente. Entretanto, como normalmente as duas
disciplinas são comumente citadas conjuntamente pelos documentos oficiais, a presença
da Filosofia é um indício forte de que a Sociologia possivelmente também já estivesse
presente em 2003. Considerando as duas fontes citadas e na dificuldade de estabelecer
contato com o Conselho Estadual de Rondônia para sanar as dúvidas, o documento nº
102/2000, que trata da Filosofia e Sociologia no estado, serve como parâmetro e como
matriz para comprovar a presença no estado. A Resolução nº 656/2009, do CEE de
Rondônia (RONDÔNIA, 2009), estabelece normas para a inclusão obrigatória das
disciplinas a partir de 201015.
O Estado, através do Parecer CEE/RR nº 07/02 (RORAIMA, 2002) aprovou a
realização de concursos públicos para as disciplinas Sociologia e Filosofia em
Roraima. O texto do Parecer, porém, não foi encontrado. É possível considerar a
existência de concursos públicos como comprovação de sua presença com carga horária.

NORDESTE

Moraes et al (2010, p. 42) afirma que a Sociologia volta à grade curricular do

estado de Pernambuco em 1989. Não há um contínuo de permanência das disciplinas
Filosofia e Sociologia desde então. O deputado estadual Sérgio Leite (PT/PE) propõe
projeto de lei para que a Sociologia e a Filosofia retornem à grade curricular no estado e
o texto aprovado resulta na Lei nº 12.142/2001 (PERNAMBUCO, 2001). Entretanto,
em 2003, através do Parecer nº 33/200316 (PERNAMBUCO/2003), o Conselho Estadual
de Educação de Pernambuco alega, entre outras coisas, que a Assembleia Legislativa do
estado não tem poder sobre as disciplinas que compõem o ensino médio. Consultado
pelo CEE/PE, o CNE/CEB apresenta o Parecer nº22/200317 (BRASIL, 2003) ratificando
o questionamento do Conselho de Pernambuco partindo de quatro argumentos. Dentre
as justificativas, o Parecer nº 22/2003 (BRASIL, 2003) afirma primeiramente que o
Poder Legislativo não integra o Sistema de Ensino brasileiro, e, logo, não possui a
15
Acesso ao site no dia 31/05/2019 através do link:
http://www.seduc.ro.gov.br/portal/legislacao/RESCEE0656_2009.pdf.
16
Acesso no dia 31/05/2019 pelo link:
http://www.cee.pe.gov.br/wp-content/uploads/2015/11/33-2003.pdf
17
Acesso ao site e 31/05/2019 através do link:
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2003/pceb022_03.pdf
competência para legislar sobre o currículo dos estabelecimentos de ensino. E, sendo
assim, Assembleias Legislativas Estaduais não podem transformar em obrigatórias
disciplinas não previstas desse modo na LDB/1996 (BRASIL, 1996). Em seguida, o
documento traz que a LDB/1996 (BRASIL, 1996) não afirma que Sociologia e Filosofia
devem ser disciplinas e que, além disso, a difusão de valores de ordem democrática não
estabelece exigência de disciplina específica. Por último, a relatora explicita sua posição
de que a LDB/1996 (BRASIL, 1996) tem caráter interdisciplinar e de diálogo com
temas transversais, não com “disciplinas estanques”, como ela se refere. Na prática, o
Parecer CEE/PE nº 33/2003 (PERNAMBUCO, 2003), ratificado pelo parecer
CNE/CEB nº 22/2003 (BRASIL, 2003), inviabiliza a presença da Sociologia no estado.
Em 2013, o documento Parâmetros Curriculares para a Educação Básica do Estado de
18
Pernambuco – Filosofia e Sociologia (PERNAMBUCO, 2013) cita o Parecer
CNE/CEB de 2006 (BRASIL, 2006) e a Lei nº 11.684/2008 (BRASIL, 2008), ambas
como referências no retorno das disciplinas ao ensino médio.
Segundo Lima e Souza (2009, p. 4-5), o Maranhão foi um dos primeiros
estados a garantir a presença obrigatória da Sociologia. A disciplina foi aprovada na
Constituição Estadual de 1989. Nenhuma escola do estado teria aprovada sua grade
curricular se não constassem essas duas disciplinas com carga horária definida e
conteúdo específico. O deputado César Pires faz uma proposta de projeto de lei sobre o
tema19. Com a aprovação do PL, foi promulgada a Lei estadual nº 8.150/200420
(MARANHÃO, 2004) para conseguir uma presença mais efetiva da disciplina no
estado, que vinha passando por alguns problemas.
Araújo e Azevedo (2011) mostram que a Sociologia retorna no ano de 1998 ao
currículo do ensino médio de Sergipe. Em 2007, após o Parecer nº 4/2006 do CNE/CEB
(BRASIL, 2006), o Conselho Estadual de Educação, lança a Resolução Estadual nº
397/200721 (SERGIPE, 2007) dispondo sobre a obrigatoriedade das duas disciplinas nas
três séries do ensino médio.

18
Acesso no dia 31/05/2019 pelo link:
http://www.educacao.pe.gov.br/portal/upload/galeria/4171/fil_soc_parametros_em2013.pdf.
19
Infelizmente, não consegui acesso ao PL. Apresento reportagem do site da Assembleia Legislativa do
Maranhão do dia 13/08/2004. Acesso no dia 31/05/2019 através do link:
http://www.al.ma.leg.br/noticias2/174?tipo=relatorio
20
Acesso no dia 31/05/2019 pelo link:
http://www.jusbrasil.com.br/diarios/6493478/pg-1-executivo-diario-oficial-do-estado-do-maranhao-
doema-de-30-06-2004.
21
Acesso no dia 31/05/2019 através do link:
http://www.cee.se.gov.br/arquivos/Resolucao_397-2007-CEE__04-10-2007.pdf.
 A Matriz Curricular da Educação Básica, etapa ensino médio, da Secretaria
Estadual de Educação da Bahia, estruturada a partir das Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Médio já incluíam a Sociologia e a Filosofia na parte
diversificada do currículo em 1998 (BAHIA, 1998). Prova disso é que História e
Cultura Afro-Brasileira ficaram no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas
áreas de Educação Artística, Literatura e História. Se a Sociologia e a Filosofia fossem
tratadas de maneira interdisciplinar nessa Matriz, provavelmente os conteúdos de
Sociologia e de Filosofia seriam abordados pelas disciplinas História e Geografia com o
documento explicitando isso. Mattos (2011, p. 219) apresenta dois projetos de lei
propostos à Assembleia Legislativa da Bahia com essa temática, nenhum dos dois
aprovados. O primeiro, PL nº 7.084/1987 (BAHIA, 1987), de autoria do deputado
estadual Luiz Nova (PCdoB/BA). O segundo, PL nº 12.537/2001 (BAHIA, 2001), de
autoria do deputado estadual Zilton Rocha (PT/BA). Em 2007, o documento Redacta nº
53, 4º semestre, v. 4, do Conselho Estadual de Educação da Bahia de 2007 (BAHIA,
2007) esclarece que a Resolução CEE/BA nº 69/2007 (BAHIA/2007), insere a Filosofia
e a Sociologia de maneira obrigatória no currículo do ensino médio.
Segundo Florêncio e Plancherel (2009, p. 12 -13), os debates sobre a inclusão da
Sociologia nas grades curriculares do ensino médio em Alagoas têm início a partir de
1999, mas a concretização desse processo só ocorreu em 2001.
No estado do Piauí, em 2002, a Assembleia Legislativa aprovou a Lei estadual
nº 5.253/2002 (PIAUÍ, 2002), que incluiu a Sociologia e a Filosofia como disciplinas
obrigatórias no ensino médio22. (SOUSA e CARVALHO, 2012, p. 9). Em 2009, após a
promulgação da Lei federal nº 11.684/2008 (BRASIL, 2008), o Conselho Estadual de
Educação do estado lança a Resolução nº 111/200923 (PIAUÍ, 2009) e a Resolução nº
127/200924 (PIAUÍ, 2009). A primeira regula a implantação das duas estabelecendo,
entre outros, prazo para as escolas se adequarem. A segunda opina favoravelmente
sobre a inclusão e comenta sobre desafios como a formação de professores necessários
para ocupar essas vagas.
Em 2003, é aberto concurso para professor de Sociologia pela Secretaria
Estadual de Educação do Ceará. Também em 2003, o deputado estadual Chico Lopes
22
Acesso no dia 31/05/2019. Disponível no site:
http://www.ceepi.pro.br/normativos.htm.
23
Acesso no dia 31/05/2019. Disponível no site:
http://www.ceepi.pro.br/normativos.htm.
24
Acesso no dia 31/05/2019. Disponível no site:
http://www.ceepi.pro.br/normativos.htm.
(PCdoB/CE) apresenta o Projeto de Lei nº 37/200325 (CEARÁ, 2003), que diz respeito à
inclusão obrigatória das disciplinas no ensino médio26. Neto (2015) esclarece que a
Sociologia e a Filosofia estavam presentes no currículo do ensino médio do estado do
Ceará desde 2005, porém, sem que cada uma delas tivesse espaço em cada um dos três
anos do ensino médio. A Resolução Estadual nº 422/2008 (CEARÁ, 2008), artigo 1º,
atende o Parecer do CNE/CEB nº 4/2006 (BRASIL, 2006) e dispõe sobre a
obrigatoriedade da Sociologia e da Filosofia nos três anos do ensino médio, a partir de
2009.
Em 2001, a governadora em exercício no Rio Grande do Norte, Wilma Maria
de Faria (PSB), resolve vetar integralmente a lei de retorno da Filosofia e Sociologia à
grade curricular com carga horária27. A justificativa se dá a partir de interpretação da
LDB na qual ela conclui que as duas disciplinas, diferentes das citadas Língua
Portuguesa e Matemática, são conteúdos complementares e não obrigatórios. A
deputada estadual Fátima Bezerra (PT/RN) apresenta o Projeto de Lei nº 461/2002 (RIO
GRANDE DO NORTE, 2002) propondo a presença obrigatória das duas disciplinas no
estado. Em 2005, houve realização de concurso para professor de Sociologia no Estado,
o que comprova a presença da disciplina no estado.
A Paraíba foi o último estado do país a incluir as duas disciplinas na grade
curricular e só o fez após o Parecer do CNE/CEB nº 4/2006 (BRASIL, 2006). Segundo
o blog da Associação Profissional dos Cientistas Sociais da Paraíba28, o Conselho
Estadual de Educação da Paraíba lançou a Resolução estadual nº 277/2007 (PARAÍBA,
2007) estabelecendo a obrigatoriedade das duas disciplinas29. A troca de e-mail com o
professor Severino José de Lima, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG),
confirma as informações (Azevedo, 2014, p. 155).

CENTRO-OESTE

25
Consegui encontrar o link com o texto original porém, a leitura fica prejudicada. Acesso em
31/05/2019. Disponível no link: https://www.al.ce.gov.br/legislativo/tramitando/body/pi29_03.htm
26
Não consegui descobrir se a proposta do deputado estadual Chico Lopes (PCdoB/CE) foi aprovada.
27
Acesso no dia 31/05/2019. O documento explicita as razões do veto da governadora em 2001. Está
disponível através do link:
http://adcon.rn.gov.br/ACERVO/gac/DOC/DOC000000000068158.PDF
28
Acesso no dia 31/05/2019 através do link:
http://solidumapcspb.blogspot.com.br/.
29
Acesso no dia 31/05/2019. Disponível através do link:
https://www.cee.pb.gov.br/wp-content/uploads/2015/07/Re277-2007-Normativa-Inclusao-Obrigatoria-
das-Disciplinas-Filosofia-e-Sociologia.pdf.
 Segundo Moraes et al (2010, p. 42), a Sociologia passa a constar nos currículos
do Distrito Federal a partir de 1986, fruto de reforma curricular ocorrida em 1985. Em
2000, ocorre maior atenção à disciplina com a obrigatoriedade da inclusão de
Sociologia e de Filosofia com duas horas semanais nos três anos do ensino médio.
Sousa e Carvalho (2009, p. 6) afirmam que em 1997 a Sociologia aparece como
disciplina no estado do Mato Grosso.
Batista (2008) afirma que o estado de Goiás lançou a Lei Complementar Estadual nº
26/98 (GOIÁS, 1998). O artigo 52 do documento, inciso III, trata da Sociologia e da
Filosofia de forma muito semelhante à LDB/96 (BRASIL, 2006). Segundo o blog
goiano Filosofia Limite, logo após a lei, o estado de Goiás realizou concursos públicos
para professores de Sociologia e de Filosofia30. Em 2005, o Conselho Estadual de
Educação lança a Resolução CEE nº 291/200531, regulamentando a inclusão das
disciplinas.
Silvia Helena Andrade de Brito e Kátia Karine Duarte da Silva (2011)
comentam sobre a trajetória da reinserção da Sociologia no estado do Mato Grosso do
Sul a partir de um projeto de reforma no ensino médio estadual chamado “Escola
Guaicuru”. A denominação Guaicuru era uma referência a um dos agrupamentos étnicos
que estiveram presentes no território sul-mato-grossense no período colonial, mais
especificamente a partir do século XVIII, cujos descendentes formam hoje o grupo
indígena Kadiwéu. Segundo o artigo, o projeto começou em 1999 e recomendou que a
Sociologia, que curiosamente incluiria o conteúdo de Filosofia, fosse lecionada a partir
do primeiro semestre de 2001, ainda que com vários problemas estruturais, como a
necessária quantidade de professores.

SUDESTE

Segundo Moraes (2011, p. 368), a Sociologia é reinserida em São Paulo em 1984

devido à Resolução nº 236/83 proposta pela Secretaria Estadual de Educação de São
Paulo (SÂO PAULO, 1983). Não há um contínuo na permanência da disciplina no
estado (MATTOS, 2011). O deputado estadual Mauro Bragato apresenta o Projeto de

30
Acesso no dia 31/05/2019. A postagem completa está disponível no link
www.filosofialimite.blogspot.com.br/2009/09/filosofia-e-sociologia-no-ensino-medio.html.
31
Acesso em 31/05/2019. Disponível através do link:
<https://cejla.files.wordpress.com/2010/01/resolucao-cee-n-c2ba-291-2005.pdf>.
Lei nº 343/1979 (SÃO PAULO, 1979) e, dez anos depois, o Projeto de Lei nº 630/1989
(SÃO PAULO, 1989), ambos propondo a inclusão das disciplinas. Em 2001, o Projeto
de Lei nº 790/1999 (SÂO PAULO, 1999), de autoria do deputado estadual Jamil Murad
(PCdoB) foi vetado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Após a Resolução nº
4/2006 do Conselho Nacional de Educação/Conselho de Educação Básica (CNE/CEB)
(BRASIL, 2006), a Secretaria Estadual de São Paulo resolve não acatar a determinação
do CNE/CEB e lança a Resolução Estadual nº 92/2007 (SÃO PAULO, 2007) vetando a
obrigatoriedade do ensino de Filosofia e de Sociologia.
Santo Conterato (2008, p. 1), diretor da Associação Profissional dos Sociólogos
do Estado do Rio de Janeiro (APSERJ), escreveu no artigo “A saga da Sociologia” que
a campanha pelo retorno da Sociologia no Rio de Janeiro culminou na anexação da
Emenda Popular Aditiva nº 1.888 ao projeto de Constituição do Estado do Rio de
Janeiro, de 1989 (RIO DE JANEIRO, 1989). Essa emenda popular foi aprovada como
Emenda Legislativa nº 1.370 do deputado estadual Accácio Caldeira32 (RIO DE
JANEIRO, 1989). Na constituição estadual, o artigo 317 (antigo artigo 314 § 4º)
confirma a disciplina no ensino médio no Estado33 (RIO DE JANEIRO, 1989). Anjos
(2016) traz enormes contribuições sobre a situação mais recente da Sociologia no ensino
médio no estado do Rio de Janeiro, bem como toda a organização das professoras e
professores pela presença da disciplina com dois tempos semanais no estado.
O artigo 195 da Constituição Estadual de Minas Gerais34 trata da
obrigatoriedade do ensino da Sociologia no ensino médio35 (MINAS GERAIS, 1989).
Mattos (2015, p. 215) traz que a Secretaria de Estado de Educação (SEE) publicou a
Resolução SEE nº 6.590/1989, estabelecendo que o currículo das escolas estaduais
deveria inserir as duas disciplinas. Em 2003, há uma emenda à Constituição Estadual,
com o número 62/200336. Ela faz modificações no artigo 195 da Constituição Estadual

32
Não foi possível descobrir o partido do deputado na época.
33
Acesso no dia 31/05/2019 pelo link:
http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/constest.nsf/1171c5bc55cc861b032568f50070cfb6/5abe0c5ce0fe80ce032566
7a0063733b?OpenDocument.
34
Para saber mais sobre a trajetória da disciplina em Minas Gerais e sobre a exitosa experiência da Profª
Elizabeth Guimarães, professora da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) na região de
Uberlândia/MG, consultar bibliografia da autora.
35
Acesso no dia 31/05/2019 pelo link:
http://www.almg.gov.br/opencms/export/sites/default/consulte/legislacao/Downloads/pdfs/ConstituicaoEs
tadual.pdf.
36
Acesso em 31/05/2019 através do link:
https://www.almg.gov.br/export/sites/default/consulte/arquivo_diario_legislativo/pdfs/2003/12/L2003122
4.pdf.
de Minas Gerais afirmando que o Estado deverá garantir, além de Filosofia e
Sociologia, Noções de Direito Eleitoral nas escolas públicas.
Em 1999, o Conselho Estadual de Educação do Espírito Santo lança a
Resolução CEE nº 137/199937 (ESPÍRITO SANTO, 1999), que redefine normas
complementares para o oferecimento do ensino médio no Sistema Estadual de Ensino
do Espírito Santo. A Resolução, em seu artigo 6º, parágrafo 4, confirma a Filosofia e a
Sociologia fora da parte básica comum do currículo e também fora da parte
diversificada, confirmando sua presença enquanto conteúdo interdisciplinar nesse ano.
Em 2001, o veto do governador José Ignácio Ferreira (PSDB) ao projeto de lei estadual
que estabelece a obrigatoriedade do ensino das disciplinas no ensino médio é derrubado
pela Assembleia Legislativa e transformado na Lei estadual nº 6.649/2001 (ESPÍRITO
SANTO, 2001). A Resolução Estadual do CEE/ES nº 1901/2009 (ESPÍRITO SANTO,
1999), regulamenta a obrigatoriedade das duas disciplinas nos três anos do ensino
médio38 em respeito à Lei federal nº 11.864/2008 (BRASIL, 2008), que garantiu a
presença obrigatória da Sociologia e da Filosofia nacionalmente.

SUL

Segundo Moraes (2010, p. 42), a Sociologia volta ao estado com a Constituição

Estadual de 1989 (RIO GRANDE DO SUL, 1989). Um ano antes, em 1988, foi
sancionada a Lei nº 8.774, em 23 de dezembro de 1988, colocando a Sociologia
novamente na grade curricular do estado39. Em 2007, o estado do Rio Grande do Sul,
junto com São Paulo, pede esclarecimento ao CNE/CEB sobre o Parecer nº 4/2006,
questionando a obrigação de implementar a Sociologia de maneira obrigatória nos
estados. O CNE/CEB acolhendo a solicitação do Conselho Estadual de Educação de
São Paulo e também do Conselho Estadual de Educação do Rio Grande do Sul abriu
processo administrativo com o campo assunto preenchido como Consulta sobre a
implementação das disciplinas Filosofia e Sociologia no currículo do Ensino Médio.

37
Acesso no dia 31/05/2019 através do link:
https://cee.es.gov.br/Media/cee/Leis/Resolucoes%20nova/RESOLUCAO%20CEE%20137-2.pdf
38
Acesso no dia 31/05/209. Disponível no link:
https://cee.es.gov.br/Media/cee/Leis/Resolucoes/reso1901.pdf
39
Curiosamente, o texto da lei fala somente em Sociologia. Não fala em Filosofia. Acesso em
31/05/2019. Disponível em: http://leisestaduais.com.br/rs/lei-ordinaria-n-8774-1988-rio-grande-do-sul-
dispoe-sobre-a-obrigatoriedade-do-ensino-de-sociologia-nas-escolas-de-2o-grau-do-rs-e-da-outras-
providencias
Esta consulta resultou numa derrota dos Conselhos Estaduais de Educação dos referidos
estados40.
Segundo Lima (2008, p. 194-195), vários Núcleos Regionais de Educação,
pertencentes à Secretaria Estadual de Educação do Estado do Paraná, reformularam
seus currículos nos anos 1997 e 1998, caso do Núcleo Regional da Educação de
Londrina, inserindo a disciplina Sociologia41. Em 2006, o deputado estadual Ângelo
Vanhoni (PT/PR) consegue aprovar a Lei nº 15.228/200642, instituindo a
obrigatoriedade das duas disciplinas.
Segundo Caridá (2010, p. 2), o artigo 41 da Lei complementar estadual nº 170,
de 1998 (SANTA CATARINA, 1998), em parágrafo único, estabelece que: “A
Filosofia e a Sociologia constituirão conteúdos obrigatórios do currículo do ensino
médio”. Apesar do texto da lei ambíguo, a disciplina Sociologia esteve presente desde
199843 no estado de Santa Catarina.

Considerações Finais

A trajetória da Sociologia no ensino médio entre 1984 e 2007 esteve longe de ser
uniforme. Esse percurso por estado brasileiro ainda é pouco conhecido e, como relatado,
houve dificuldade em encontrar maiores informações. Mesmo em um momento em que
a produção acadêmica da área Ensino de Sociologia aumentou acompanhando esse
período de 10 anos (2008-2018) de presença nacional obrigatória com a Lei nº
11.684/2008 (BRASIL, 2008), como indicam Handfas e Maiçara (2014), essa trajetória
de retorno aos estados a partir dos anos 1980 carece de maior atenção.
A partir do material coletado, é possível afirmar que houve diversidade no
retorno da disciplina aos estados. Dentre as maneiras de comprovar essa presença, foi
levantado material bibliográfico, resoluções e pareceres de Conselhos Estaduais de

40
A consulta resultou no Parecer CNE/CEB nº 22/2008. O parecer esteve sob a relatoria de César
Callegari. Disponível no link: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/pceb022_08.pdf. Acesso em
31/05/2019.
41
Para conhecer mais sobre essa experiência em particular e sobre a Sociologia na educação básica no
Paraná, consultar a tese e demais produções da Profª Ileizi Fiorelli (UEL).
42
Acesso no dia 31/05/209 pelo link:
http://portal.assembleia.pr.leg.br/modules/mod_legislativo_arquivo/mod_legislativo_arquivo.php?leiCod
=27666&tplei=0&tipo=L
43
Acesso no dia 31/05/2019 pelo link:
http://server03.pge.sc.gov.br/LegislacaoEstadual/1998/000170-010-0-1998-000.htm
Educação, editais de concursos públicos, e entrevistas com professores responsáveis
pela cadeira Prática de Ensino em Ciências Sociais em algumas universidades federais.
Nesse texto, foi pouco explorado justamente uma das maiores riquezas nesse
processo, a organização dos atores responsáveis por esse retorno, pelos motivos já
expostos. Por último, é possível afirmar que houve diferenças nos diferentes processos
de implementação estadual da Sociologia nos estados passando por tempo semanal das
disciplinas, elaboração dos currículos estaduais e séries nas quais a Sociologia foi
implementada. Este trabalho possui um recorte temporal bem demarcado, entre 1984-
2007. Sem dúvida, é necessário afirmar que a aprovação da Lei federal nº 11.684/2008
(BRASIL, 2008), mesmo com a Sociologia já presente em todo o território nacional -
tomando como delimitação marcos políticos e pedagógicos - abriu espaço para uma
oferta da disciplina com maior qualidade. A participação da Sociologia nos editais do
Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) bem como do Programa Institucional de
Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) são algumas das marcas dessa implementação
nacional.

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Wandenkolk. Propõe a inserção obrigatória das disciplinas Filosofia e Sociologia no
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______Constituição Estadual do Pará. Belém, 1989.
______Lei estadual nº 5.583/1990. Dispõe sobre a manutenção do ensino de
Sociologia e Filosofia nas escolas públicas de 2° grau, respeitando o conteúdo mínimo
de ensino médio estabelecido pela União. Belém, 1990.
______ Conselho Estadual de Educação. Resolução nº 1/2010. Regulamenta a oferta da
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<http://www.cee.pa.gov.br/sites/default/files/RESOLUCAO_001_2010_REGULAMENTACA
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PARANÁ. Assembleia Legislativa do Estado do Paraná. Lei nº 15.228/2006. Deputado
Ângelo Vanhoni (PT/PR). Institui as disciplinas de Filosofia e de Sociologia como
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especifica. Disponível em:
<http://portal.assembleia.pr.leg.br/modules/mod_legislativo_arquivo/mod_legislativo_a
rquivo.php?leiCod=27666&tplei=0&tipo=L>. Acesso em 31/05/2019.
PARAÍBA. Conselho Estadual de Educação da Paraíba. Resolução nº 277/2007.
Estabelece a obrigatoriedade das disciplinas Filosofia e Sociologia no estado.
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sistemas municipais de ensino e do Estado de Pernambuco, por determinação de lei
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Disponível em: <http://www.ceepi.pro.br/normativos.htm>. Acesso em 31/05/2019.
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obrigatória das disciplinas Sociologia e Filosofia no ensino médio no estado de São
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Outras fontes

ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL DOS CIENTISTAS SOCIAIS DA PARAÍBA.

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<http://solidumapcspb.blogspot.com.br/2010/05/sociologia-no-ensino-medio-na-
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O ESTADÃO. Filosofia e Sociologia serão obrigatórias no ensino médio. São Paulo,
11/08/2006. Disponível em: <https://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,filosofia-e-
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31/05/2019.
UOL Educação. Filosofia e Sociologia serão obrigatórias no ensino médio. São
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<http://noticias.uol.com.br/educacao/ultnot/ult105u4701.jhtm>. Acesso em 31/05/2019.