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Deficiências Nutricionais em Plantas

INTRODUÇÃO

A observação do aspecto vegetativo de uma planta tem se mostrado como um


bom método de diagnose de possíveis deficiências nutricionais. É um método qualitativo
que se baseia no aparecimento de sintomas característicos em diversas partes da planta,
principalmente nas folhas, quando esta planta encontra-se com deficiência aguda de um
ou mais nutrientes.

Como vantagem, pode-se dizer que é um método rápido, eficiente, quando


avaliado por um técnico com grande experiência com a cultura que apresenta o problema.

Uma das desvantagens é que a diagnose é feita, muitas vezes, num estágio do
crescimento da planta, que a correção da deficiência já não é mais recomendável. Assim
por esse método não se pode fazer um tratamento preventivo, mas sim corretivo ou
curativo. Tratamento que muitas vezes é baixa eficiência ou até mesmo sem eficiência,
pelo fato da planta ter tido seu crescimento excessivamente limitado e não ser mais
recuperável, economicamente.

Há, com freqüência, em condições de campo, deficiências múltiplas. A diagnose


complica-se quando o sintoma é resultante da carência de mais de um elemento.

Outro problema é a presença de anormalidades causadas por pragas, doenças,


excesso d’água, falta ou excesso de luz, baixa ou alta temperatura (geadas, queima pelo
sol), deriva de herbicidas pelo vento, etc. Naturalmente, a vivência do técnico com a
cultura irá permitir a separação desses sintomas com uma diagnose provavelmente correta
do problema. Pode-se usar o fato de os sintomas de deficiência nutricional atenderem aos
requisitos de evolução no tempo (em razão da necessidade de haver exaustão das reservas
do nutriente geralmente compatimentalizadas nos vacúolos), evolução no espaço (devido
aos nutrientes possuírem diferentes mobilidades na planta) e simetria para melhor
discernir se o sintoma é devido primariamente à deficiência nutricional ou se deve a
outras causas, de ordem não nutricional primariamente, como as acima mencionadas.
Uma maneira freqüentemente utilizada para caracterizar os sintomas típicos de
deficiência nutricional de uma dada espécie é cultivá-la em solução nutritiva, onde, em
cada tratamento (vaso), um nutriente é omitido. Outra possibilidade é a observação de
sintomas no campo e pela análise de tecidos normais e anormais, identifica-se o elemento
limitante.

De toda forma, o método é de grande importância na vida prática e a diagnose


feita no campo poderá ser confirmada por meios auxiliares mais precisos e quantitativos
como as análises foliares e do solo.

PRINCÍPIOS

Ao analisar o aspecto de um tecido de planta com sintoma, uma folha, por


exemplo, é importante saber, inicialmente, de que parte da planta como um todo ou de um
galho ou ramo, aquela folha foi destacada.

Se de região inferior, com folhas mais velhas, o sintoma deve ser causado pela
deficiência de um ou mais elementos de maior mobilidade na planta, como N, P, K e Mg,
nutrientes que, pela sua alta mobilidade, são translocados para as folhas mais novas,
apicais (tecidos metabolicamente mais ativos).

Se de região mais nova, folhas apicais, o sintoma seria causado pela deficiência
de elementos de menor mobilidade na planta como Ca, S e micronutrientes de modo
geral, retidos nos tecidos mais velhos e não translocados para as regiões mais novas, que
têm maior demanda metabólica.

A seguir é apresentada uma chave de identificação de sintomas clássicos de


deficiências nutricionais em plantas.

É importante lembrar que, com essa chave, tenta-se dar uma visão global do
problema, sendo que provavelmente, para alguma cultura, ela se aproxime mais da
realidade e para outras, alguns ajustes e correções sejam necessários.
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I. Folhas cloróticas como sintoma dominante Deficiência de:

a) Sintomas aparecem na base da planta (folhas


mais velhas)
1. Folhas com clorose uniforme, geralmente
podendo ser seguida pela necrose, com possível
queda de folhas NITROGÊNIO

2. Folhas com clorose interneval MAGNÉSIO

b) Sintomas aparecem no topo, ou na extremidade


de ramos, da planta (folhas mais novas)
1. Folhas com clorose uniforme ENXOFRE
2. Folhas com clorose internerval FERRO E/OU MANGANÊS

Se este é o único sintoma:


- Pontas e margens das folhas permanecem
verdes seguidas pela clorose nerval e rápida e
extensiva necrose da folha. COBRE
- Folhas novas pequenas, internódios curtos ZINCO

II. Clorose das folhas não é o sintoma dominante


a) Sintomas aparecem na base da planta (folhas
mais velhas)
1. Inicialmente as folhas são verde-escuras e
menores do que normal. Mais tarde, um
pigmento avermelhado. FÓSFORO

2. Necrose ("queima", "seca") da ponta e margem


da folha (em forma de "V invertido") POTÁSSIO
b) Sintomas aparecem no topo da planta (folhas
mais novas)
1. Brotação terminal morre dando origem a um
superbrotamento ( “envassouramento”). BORO

2. As margens das folhas algumas vezes não se


formam. Paralização do crescimento apical
(morte da gema apical) condicionando um
término brusco do topo. Podridão estilar ("fundo
preto") em frutos de tomate CÁLCIO

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