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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO NORTE DE MINAS GERAIS
CAMPUS DIAMANTINA

Ineide Gomes Paranhos


Lucilene da Silva Vieira
Maria Sueli Silva

A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO ESTRATÉGIA


PEDAGÓGICA

Instituto Federal do Norte de Minas – IFNMG – Campus Diamantina


Diamantina – Minas Gerais
Dezembro de 2021
6

Ineide Gomes Paranhos


Lucilene da Silva Vieira
Maria Sueli Silva

A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO ESTRATÉGIA


PEDAGÓGICA

Trabalho de Conclusão de Curso da Pós-


Graduação em Práticas Pedagógicas,
oferta do Instituto Federal do Norte de
Minas Gerais – Campus Diamantina.
Orientador (a):

Instituto Federal do Norte de Minas – IFNMG – Campus Diamantina


Diamantina – Minas Gerais
Dezembro de 2021
6

A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO ESTRATÉGIA


PEDAGÓGICA
Ineide Gomes Paranhos
Lucilene da Silva Vieira
Maria Sueli Silva

Resumo:

O presente estudo do curso de Pós Graduação em Práticas Pedagógicas da


Universidade Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Tem como tema, “A
contação de história como estratégia Pedagógica“. O objetivo é Investigar a forma
como é organizado e planejado o momento que antecede a contação de histórias. É
muito importante a maneira como é apresentada a história para os alunos. Inicialmente
Será feita uma pesquisa bibliográfica, com levantamento de autores e textos que
abordam o assunto estudado. O estudo tem caráter qualitativo, onde buscará alcançar
todos os objetivos da pesquisa.

PALAVRAS – CHAVE: Estratégia, Contação de História, Planejamento.


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1 INTRODUÇÃO

Ao contar histórias para os alunos é uma forma de construir conhecimento,


um momento que excita a criatividade, imaginação, interação e diversas outras
aprendizagens. As atividades pedagógicas cotidianas desenvolvidas em sala de
aula podem e deve ser enriquecida pela contação de história, oferecendo as
crianças uma gama de atividades diversificadas que contribua com o ensino
aprendizagem de forma integral.

Por meio dela, as crianças podem começar a desenvolver a imaginação, a


criatividade, o gosto pela leitura e pela linguagem, criando empatia com os
personagens. A contação de histórias desperta na criança o lado lúdico,
característica muito importante para seu desenvolvimento. Segundo Vitor e Korbes
(2011),

[...] a contação de histórias [...] é umas das ferramentas pedagógicas


importantíssimas e que deve ser valorizada, pois a mesma contribui para
o desenvolvimento da criança em vários aspectos, ela proporciona
momento de prazer e ao mesmo tempo serve de alicerce dentro do
processo de aprendizagem. (VITOR E KORBES 2011, p. 2)

Diante de experiências pessoais observa-se que a hora do deleite, ou seja,


a hora da contação de história e esperada pelos alunos com entusiasmo, elas
aguardam com ansiedade pelo instante em que vão realizar uma viagem pela
imaginação, quando suas emoções são despertadas. Segundo Abramovich (1997),

é ouvindo histórias que se pode sentir (também) emoções importantes,


como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, o
pavor, a insegurança, a tranquilidade, e tantas outras mais, e viver
profundamente tudo o que as narrativas provocam em quem as ouve –
com toda a amplitude, significância e verdade que cada uma delas fez (ou
não) brotar... pois é, ouvir, sentir e enxergar com os olhos doimaginário!
(SEGUNDO ABRAMOVICH 1997, p. 17),

Ao planejar o seu roteiro diário de aula o professor deve organizar as


atividades com fundamento e criteriosamente bem elaboradas, portanto, é
indispensável ter o mesmo critério na escolha da história que será oferecida aos
alunos, pois será a partir dela que novas descobertas e aprendizagens serão
feitas.
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1.1 Justificativa

A história idealiza um vasto campo dentro de uma escola, desenvolve a


linguagem, auxilia na criação de bons textos, cria probabilidades pedagógicas
criadoras e excitantes para imaginação do aluno.
Além disso, contar bem uma história pode entrar na comunicação oral, ser
convincente, saber argumentar contar não só pela magia pelo domínio do contador.
A arte de contar histórias é um método milenário que teve seu início desde os
primórdios da humanidade por meio do conhecimento oral.
Essa arte do contar e recontar história expande o mundo literário, desperta
o interesse pela leitura e estimula a imaginação através da construção de imagens
interiores.
Com isso, também é desenvolvida a interação sócio-cultural da criança ao
proporcionar essa relação entre crianças e a criação de laços sociais e formação
de gosto pela literatura.
As crianças, em geral, têm muito interesse por histórias. Neste sentido a
escolha deste tema cria um contexto de estudo, contribuindo, assim, para a
sistematização e socialização dos conhecimentos dos alunos sobre o assunto
estudado.
Pode-se dizer que a contação de histórias configura-se como um ato de
resistência e de preservação identitária, pois, mesmo com o advento de novas
tecnologias de informação e comunicação, é um processo que perdura até os dias
atuais e que ocorre em diversos ambientes de socialização, especialmente no
núcleo familiar e na escola.
É através do brincar, explorar o imaginário e suas próprias percepções que
leva o educando ao mundo da imaginação, explorando em consonância o
maravilhoso universo dos contos.
De acordo com Abramovich (2004, p. 24) “Ouvir histórias é viver um momento
de gostosura, de prazer, de divertimento dos melhores.... É encantamento,
maravilhamento, sedução... O livro da criança que ainda não lê é a história contada
[...]”, ou seja, quando se ouve uma história desperta na criança uma curiosidade e
interesse em prestar mais atenção no que será falado.
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Salienta ainda que a contação de histórias seja importante, pois por meio dessa
prática surgem resultados gradativos, como o estímulo à imaginação, a maior
interação com o meio, o aprimoramento de suas relações interpessoais,a ampliação
das capacidades de escrita à medida que conhecem novas palavras, entre outros
aspectos.
Conforme aponta Caldin (2001, p. 35) “o imaginário do conto de fadas é
substituído pelo compromisso com a verossimilhança nas histórias infantis da
atualidade que valorizam o cotidiano”. Quando a criança se identifica com a história
que está sendo narrada, ela consegue visualizar semelhanças com o seu dia a dia.
Perante Caldin, entendemos que a hora do conto é um momento de suma importância
para despertar o interesse da criança, sendo assim poderá desenvolver a criatividade
e a imaginação.
Segundo Abramovich (2004): Ao ler uma história a criança também desenvolve
todo um potencial crítico. A partir daí ela pode pensar, duvidar, e perguntar,
questionar.... Pode se sentir inquietada, cutucada, querendo saber mais e melhor ou
percebendo que se pode mudar de opinião.... [...]. (ABRAMOVICH 2004, p. 143):
Podemos destacar com esse contexto, o desenvolvimento da criança em alguns
aspectos para o seu desenvolvimento, pois as histórias podem ser aproveitadas como
maravilhosas ferramentas de trabalho na educação do indivíduo e, além disso, ter um
momento de lazer e entretenimento ao ler um livro.
Ao interpretar uma história o discente ainda desenvolve toda sua potencialidade
crítica. A partir daí ela pode refletir, hesitar, pesquisar, questionar.... Pode se sentir
inquietado e cutucada.
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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 A Contação de História Como Estratégia Pedagógica

Contar histórias é contar-se, é também idealizar um mundo paralelo do que


estamos habituados no nosso dia-a-dia habitual, é meramente se deslocar para um
local de fantasias e cheio de personagens distantes, mas, também ao mesmo tempo
tão presente na nossa vida. De acordo com Garcia (2003):
“Era uma vez...” tem sido a senha para se entrar no maravilhoso mundo dos
contos, mitos, lendas e fábulas. Basta que alguém diga essas três palavrinhas
mágicas que o encanto acontece, e nós, adultos e crianças, como que hipnotizadas,
esperamos que o contador prossiga com sua narrativa. Por que isso acontece?
Porque ao ouvir uma história tem-se a possibilidade de refletir sobre a vida, sobre a
morte, sobre nossas atitudes e escolhas [...] (GARCIA 2003 p.10).
Em poucas palavras pode-se apresentar a relevância do ato de contar histórias
para crianças no ambiente escolar, para elas na maioria das vezes podem permitir a
compreensão do mundo no qual se vive.
Para os alunos é um período em que ela, [...] diverte-se, o conto de fada a
esclarece sobre si mesma e favorece o desenvolvimento de sua personalidade.
Oferece significado em tantos níveis diferentes, e enriquece a existência da criança
de tantos modos que nenhum livro pode fazer justiça à multidão de diversidade de
contribuições que estes contos dão a vida da criança. (BETTELHEIM, 2000, p.16).
Conforme citado por Berrelheim, 2000 ao ouvir uma história bem contada a
criança viajam no universo da imaginação, cria fantasias, diverte e aprende a superar
dificuldades de aprendizagem.
De acordo com Caldin (2002, p.31) “a oralidade e a escritura convivem lado a
lado no lar, na escola e no lazer. Assim, ‘contação’ e leitura complementam-se para
estimular o gosto literário”.
Com contato com os impulsos emocionais, e por meio dos exemplos contidos
nas histórias as reações e os instintos comuns aos seres humanos e o reconhecimento
dos fatos e efeitos causados por estes impulsos são exemplos de vida contidos nas
histórias.
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Para contar histórias são necessários alguns elementos, como expõe Caldin
(2002):
[...] é necessário captar o ritmo e a cedência dos contos, fazer as pausas no
momento certo, não entrar em descrições cheias de detalhes, criarem um clima de
envolvimento e de encanto, e, acima de tudo, usar todas as modalidades e
possibilidades da voz – sussurrar, imitar os ruídos, as vozes dos animais, as inflexões
que indicam suspense e clímax. (CALDIN 2002, p. 30)
Porém, deve assegurar que a voz é indispensável para se narrar uma história,
mas os acessórios podem completar o trabalho no momento da exposição oral.
Muitos narradores se utilizam de objetos existentes no ambiente num ato
espontâneo, mas há aqueles que planejam e carregam em malas bonitas com peças
encantadoras ou até mesmo criam cenários e se fantasiam.
Esses elementos completam a contação, pois, deixa passar ao aluno empregar
formatos desiguais para atrair a atenção do leitor-ouvinte para a narrativa que será
desempenhada.
Segundo Brito (2003): Narrando a história com voz clara e limpa, valorizando
cada parte por meio de mudanças de entonação: usando a voz em seu registro mais
grave ou mais agudo, dependendo da situação, com maior ou menor intensidade,
variando a velocidade da narrativa ou das palavras etc.
Esses aspectos enriquecem a interpretação e chamam a atenção dos bebês e
crianças para a diversidade sonora e expressiva, assim como para a riqueza de
possibilidades de exploração a voz. (BRITO 2003, p, 162)
Porém, garantir que a voz é indispensável para se narrar uma história, mas os
acessórios podem complementar o trabalho no momento da apresentação oral. Pois
são variados, podendo ser desde um objeto de brinquedo até um instrumento
sofisticado como um violino. Para encantar é preciso pouco, é só ousar, criar e inventar
maneiras criativas.
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A escuta de histórias, pela criança, favorece a narração e processos de


alfabetização e letramento: habilidades metacognitivas, consciência metalinguística e
desenvolvimento de comportamentos alfabetizados e meta-alfabetizados,
competências referentes ao saber explicar, descrever, atribuir nomes e utilizar verbos
cognitivos (penso, acha, imagino, etc.), habilidades de reconhecimento de letras,
relação entre fonema e grafema, construção textual, conhecimentos sintáticos,
semânticos e ampliação do léxico. (SOUZA E BERNARDINO 2011, p. 238):
Com essa linha de pensamento o professor pode a partir da narração de
história, empregar várias estratégias pedagógicas para desenvolver atividades que se
relacionam com a alfabetização e letramento das crianças, tornando os exercícios
propostos mais prazerosos e significativos.
Ao trabalhar com histórias na sala de aula é importante salientar que, o
professor deve estar informado que precisa fazer uma boa escolha do que vai ser
trabalhado, pois as histórias necessitam estar de acordo com a faixa etária dos alunos,
para que possa despertar o interesse deles. É de suma importância trabalhar com os
diversos tipos de histórias. Como salienta os Parâmetros Curriculares Nacionais de
Língua Portuguesa.
A conquista da escrita alfabética não garante ao aluno a possibilidade de
compreender e produzir textos em linguagem escrita. Essa aprendizagem exige um
trabalho pedagógico sistemático. Quando são lidas histórias ou notícias de jornal para
crianças que ainda não sabem ler e escrever convencionalmente, ensina-se a elas
como são organizados, na escrita, estes dois gêneros: desde o vocabulário adequado
a cada um, até os recursos coesivos que lhes são característicos.
Um aluno que produz um texto, ditando-o para que outro escreva, produz um
texto escrito, isto é, um texto cuja forma é escrita ainda que a via seja oral. Como o
autor grego, o produtor do texto é aquele que cria o discurso, independentemente de
grafá-lo ou não. Essa diferenciação é que torna possível uma pedagogia de
transmissão oral para ensinar a linguagem que se usa para escrever. (BRASIL 1997,
p. 27-28)
Perante a isso, trabalhar com essa prática nos anos iniciais do Ensino
Fundamental permite inserir as crianças no mundo da leitura, abrindo possibilidades
para que ela desenvolva a sua capacidade de interpretação, assim como a linguagem
oral e escrita.
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Além desses aspectos primordiais, o PCN: Língua Portuguesa descreve a


competência discursiva de seus alunos, no que diz respeito à escuta, à leitura e à
produção de textos. Com isso, o aluno irá adquirir a aptidão de estabelecer o discurso
de maneira adequada, apropriando-se da linguagem.

2.2 Pequeno Histórico Sobre a Contacão de Historia

Pode se dizer que a contação de história se configura como um ato de


resistência que buscou sempre preservar a identidade já que é uma prática muito
antiga e de grande relevância para história da humanidade de modo geral.
Até muito antes de ocorrer o surgimento da escrita, todo e qualquer
conhecimento era repassado pelo ato da fala, podendo então afirmar e até mesmo
confirma que juntamente com a humanidade nasceram também os contadores de
histórias, no qual cabiam a eles a honrosa responsabilidade de relatar todo e
qualquer acontecimento, propagar crenças, perdurar tradições além de repassar
conhecimento.
Apesar do advento da era tecnológica de informações e comunicação, este é
um processo que insiste de forma humilde em perdurar nos dias atuais. Sempre
migrando para ambientes vários como o núcleo familiar e também em escolas, nos
teatros que tem buscado encantar as crianças com as histórias teatrais e que tem
realmente surtido um grande e maravilhoso efeito positivo e esperado.
“[...] como é importante para formação de qualquer criança ouvir muitas,
muitas histórias... escuta-las é o início da aprendizagem para ser leitor, e ser e ter
um caminho absolutamente infinito de descobertas e de compreensão do mundo[...]
ouvir histórias é um acontecimento muito prazeroso que provoca o interesse das
pessoas em todas as idades. (BRAMOVICH,1997, p. 16).
As famílias pode ser considerada como as primeiras e porque não dizer as
principais fontes variadas de acontecimentos históricos, e de maior referência da
criança já que é no ambiente familiar que se ouve tipos variados de histórias afinal
de contas existe sempre um parente mais velho cheio de acontecimentos antigos no
qual ele vivenciou ou já ouviu de um outro parente e estes componentes dos círculo
social são os primeiros a intermedia o contato da criança com o texto oral.
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É por meio destes textos, que que elas têm uma das vasta e ricas experiências
além de ser uma forma de apresenta-las outros contextos sendo o pontapé inicial
para que se possa então fazer a leitura do munda que as rodeiam.
A humanidade buscou desenvolver como um instrumento e recurso para
propagar informações através dos tempos foi, ‘a história’, cada cultura tem seu
estoque de narrativas que são originarias ou não daquela cultura, que, porém, tem
o objetivo fundamental de atingir as preocupações que estão por natureza ligadas a
todo ser humano.
Os brancos desenham suas palavras porque seu pensamento é cheio de
esquecimento. Nós guardamos as palavras dos nossos antepassados dentro de nós
há muito tempo, e continuamos passando-as para os nossos filhos...são elas que
nos fazem ver e conhecer as coisas de longe, as coisas antigas. É o nosso estudo,
o que nos ensina a sonhar. (BUSATTO, 2006, p.10-11).
Mesmo com os grandes avanços da modernidade tecnológica já descritos em linhas
anteriores, ainda existem culturas que procuram guarda, ou por assim dizer,
armazenar e depois repassar seus conhecimentos fazendo o uso de suas memorias
e como seu principal instrumento a oralidade.
[...] eles chegaram de todas as partes: Norte, Sul, Leste, Oeste. Vêm vestido
de vermelho, azul e amarelo, fitas coloridas penduradas pelo corpo; vêm com jeito
de palhaço ou de princesa; outros vestidos de si próprio. Alguns trazem consigo
instrumentos sonoros, músicos e cantores, alguns portam malas, bonecas,
fantoches, mimicas, humor; outros nada trazem, apenas vão chegando contando,
deixando leituras aos seus ouvintes. (BUSATTO, 2006, p. 26)
Diante destes pontos e contrapontos pode-se considerar que verbalizações
sejam elas pequenas ou longas cantaroladas, ou traves de rimas e até mesmo
acontecimentos antigos ou da vida cotidiana também os imaginativos, são
contrapontos considerados como uma simples, porém de suma importância na
propagação de conhecimentos históricos onde cada ser humano utiliza da melhor
maneira que desejar esse recurso contribuindo para que as gerações vindouras
possam ter essas referências.

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