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Sejam Bem-Vindes à UFF!

“O que caracteriza a Revolução Universitária é seu


desejo de ser um movimento social, de compene-
trar-se da alma e das necessidades dos oprimidos,
de sair do lado da reação, passar à “terra de nin-
guém”, e juntar-se valente e nobremente às fileiras
da revolução social, na vanguarda do proletaria-
do.”
Julio Antonio Mella
Índice
Informações importantes sobre o ensino remoto 4
Sobre os primeiros passos 4
Sobre datas de inscrição, cancelamento de disciplinas e
trancamento de matrículas 4
Sobre o ensino híbrido e remoto 4
Sobre avaliações no ensino remoto 5
Sobre o que não é permitido durante o período remoto 5
Por que lutar por uma universidade popular? 6
O que é a UJC? 10
O que é o MUP e o que queremos para a UFF? 10
Quer conhecer melhor a UJC e o MUP? 11
O que são as extensões populares? 12
Exemplos de extensões populares 13
O que são e para que servem os D.As, os C.As e o DCE? 14
CA - Centros Acadêmicos 14
DA - Diretórios Acadêmicos 14
DCE - Diretório Central dos Estudantes 15
A política de acessibilidade e inclusão da uff para pcds 16
Institucional17
Inclusão de nome social nos documentos 17
Calendários dos períodos letivos de 2021 17
Quadro de horários das disciplinas da UFF 17
Quais serviços estão disponíveis para os alunos? 18
Saúde e atendimento médico 18
Acervos e bibliotecas 18
Materiais para aprofundar as discussões 19
Vídeos19
Leituras19
Podcasts19
Materiais do nosso núcleo 19
Conheça outros coletivos do PCB! 20
Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro - CFCAM RJ20
Coletivo Negro Minervino de Oliveira - CNMO SG/Nit 20
Informações importantes sobre
o ensino remoto

Sobre os primeiros passos


• Saiba como ativar a sua conta no sistema da UFF aqui: https://www.uff.br/?q=estu-
dante-ingressante-uff-20211-solicitacao-de-inscricao-em-disciplinas-de-4-806.
• Saiba como se inscrever em disciplinas. Basta clicar no link (https://citsmart-uff.
centralit.com.br/) e acessar o sistema com seu login e senha idUFF. Em seguida,
clique no ícone da Central STI, depois no ícone do IDUFF, clique em “Conhecimen-
tos” e busque o tutorial de nome “IdUFF - Inscrição online aluno”. Vale dizer, ainda,
que nesse site há uma série de tutoriais, desde como solicitar a sua carteirinha
UFF até como acessar periódicos científicos pelo seu computador.
Sobre datas de inscrição, cancelamento de disciplinas e tranca-
mento de matrículas
• A solicitação de inscrição em disciplinas para alunos ingressantes vai de 14/10
até 18/10 e deve ser realizada pelo portal da UFF.
• O número mínimo de disciplinas que podem ser cursadas no período remoto é
1. E o número máximo varia, podendo ser 6 (carga horária total do curso menor
ou igual a 3.500 horas), 8 (carga horária total do curso entre 3.500 e 4.500 horas)
ou 9 (carga horária total do curso ultrapassa 4.500 horas).
• A data limite de cancelamento de disciplinas e trancamento de matrículas é
07/01, com essa última podendo também ser realizada por ingressantes.
Sobre o ensino híbrido e remoto
• Em uma atitude contrária ao cenário atual de crise sanitária, está regulamen-
tada a possibilidade de atividades híbridas para disciplinas que possuam carga
horária prática.
• A realização destas atividades presenciais requer, de acordo com o Artigo 15 da
Resolução n.º 197/2020 do Conselho de Pesquisa, Ensino e Extensão (CEPEx), o
rodízio quinzenal dos estudantes (Artigo 32 da Resolução n.º 197/2020).
• A realização de disciplinas em formato híbrido será informada aos discentes até
1 dia antes da data prevista para o início da inscrição online em disciplinas.

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• No ensino remoto, há uma orientação de que entre 30% e 50% da carga horária
da disciplina seja oferecida em formato síncrono, com o resto sendo assíncrono
(Artigo 10 da Resolução n.º 197/2020).
• O contato entre discente e docente é realizado pelo aplicativo Google Class-
room, e as aulas ministradas pelo Google Meet.
Sobre avaliações no ensino remoto
• As avaliações nesse período remoto podem ocorrer de maneira síncrona ou
assíncrona (Artigo 34 da Resolução n.º 197/2020).
• Além das avaliações regulares, o estudante tem direito a no mínimo uma ava-
liação de segunda chamada, caso não possa realizar alguma das avaliações re-
gulares realizadas de maneira síncrona (Artigo 34 da Resolução n.º 197/2020).
• Caso ao final do período a média seja maior ou igual a 4 e menor que 6, o estu-
dante tem direito a uma verificação suplementar. (Artigo 34 da Resolução n.º
197/2020)
• Caso não haja condições do discente (estudante) de realizar a avaliação no for-
mato síncrono, o mesmo deve informar isso ao Departamento de Ensino do seu
curso para que se elabore mecanismos que permitam a sua realização da prova.
(Artigo 35 da Resolução nº 197/2020)
• Caso o discente possua alguma deficiência que o impeça de realizar a prova,
deve comunicar o seu Departamento de Ensino, para que possa ser confecciona-
da uma prova que atenda às suas necessidades. (Artigo 37-38 da Resolução n.º
197/2020)
• Em uma disciplina de formato híbrido, caso não haja a possibilidade de realiza-
ção da avaliação proposta pelo modo remoto e o discente não possa comparecer
presencialmente, o registro de aproveitamento da disciplina ficará pendente até
o retorno completo das atividades. (Artigo 36 da Resolução n.º 197/2020)

Sobre o que não é permitido durante o período remoto


• A contagem de frequência nas atividades síncronas com finalidade de atribuição
de nota NÃO É PERMITIDA (Artigo 43 da Resolução n.º 197/2020).

• O cancelamento de matrículas por insuficiência de aproveitamento, por número


de reprovações em uma disciplina e por abandono NÃO É PERMITIDO. (Artigo 43
da Resolução n.º 197/2020)

• A contabilização de notas de disciplina nas quais o estudante foi reprovado no


cálculo do seu coeficiente de rendimento (C.R.) NÃO É PERMITIDA. (Artigo 44 da
Resolução n.º 197/2020)

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Por que lutar por uma
universidade popular?

Qualquer um que já tenha vivenciado a universidade pública percebe con-


tradições gritantes: uma composição discente e docente com um recorte claro
de classe, de raça e de gênero que não corresponde a nossa população; uma
produção de ciência e tecnologia, em sua maioria, deslocada das necessidades
populares e subordinada aos interesses do capital, muitas das vezes interna-
cional; de maneira geral, percebe-se um afastamento da universidade em relação
à comunidade fora de seus muros.
Todos estes pontos foram agravados durante a pandemia de COVID-19. A
decisão de pôr em prática o Ensino Remoto Emergencial (ERE) não levou em con-
ta a situação material dos estudantes que vivem em maior vulnerabilidade.
Como alguém pode estudar dignamente durante o genocídio em curso, passando
fome, sem acesso à internet, sem acesso a saneamento básico e desempregado?
A execução do ERE na UFF e nas outras universidades públicas foi mais uma ma-
neira de afastar os filhos e filhas da classe trabalhadora da universidade e de
minar fontes de pressão das mais diversas camadas populares pelo controle da
pandemia e pela vacinação! Caminhamos para uma atenuação sangrenta da pan-
demia, mesmo que a vacina esteja funcionando e a taxa de mortes venha caindo,
as novas variantes mantém o fôlego da pandemia e aliadas à política de terra
arrasada do governo federal, vêm destruindo pequenos e médios negócios –
aqueles que mais empregam no Brasil – lançando a população numa situação de
miséria – que favorece a manutenção e o aprofundamento dos níveis baixíssimos
de salário – fatores que compõem o cenário perfeito para o rápido crescimento
do grande capital, o que explica o aparecimento 40 bilionários, somente no Brasil,
e o crescimento exorbitante da fortuna de outros, no nosso país e no mundo.
O serviço público, e nele a universidade pública e toda a educação, também
faz parte dessa espoliação feita pelas classes dominantes. O mecanismo institu-
cional que escancara a sintonia do governo com esse projeto e seus objetivos,
focando principalmente na saúde e na educação, é a emenda constitucional do
teto de gastos. Nela, determinou-se que durante os próximos 20 anos, os inves-
timentos públicos nessas duas áreas vitais para a nossa sobrevivência e desen-
volvimento não representam mais uma porcentagem mais ou menos constante
do orçamento público, agora representam uma parte cada vez menor, propor-

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cionalmente. Atualmente, o piso para esse investimento é o orçamento dessas
pastas (Educação e Saúde) do ano de 2017, e a única maneira de investir acima
desse piso seria a diminuição nos gastos de outras pastas, o que é inviável dadas
as diversas reformas, privatizações e outros mecanismos que sufocam por todos
os lados o orçamento público. A nomenclatura ‘PEC da morte’ é realmente a mais
apropriada, visto que o efeito prático dessa política é a entrega de bandeja des-
ses serviços para os grandes grupos monopolistas da saúde e da educação, que
tem compromisso somente com o lucro e nenhum com a qualidade ou com a
ampliação do acesso – na educação: Anhanguera (Kroton/Cogna), Estácio (Ydu-
qs), Grupo Eleva, empresas que cresceram substancialmente durante os gover-
nos do PT e são atualmente representadas pela ANUP (Associação nacional de
universidades privadas), organização que tem Elizabeth Guedes, irmã de Paulo
Guedes, na vice-presidência; e, para citar um exemplo da saúde: Prevent Sênior.
Abaixo, vemos uma projeção comparativa do piso de investimento na educação
para os próximos anos de acordo com a legislação anterior e a legislação definida
pelo teto de gastos:

Fonte: Rossi, P. & Dweck, E. 2016. Impactos do novo regime fiscal na saúde e educa-
ção. Cadernos de Saúde Pública 32(12):1-5.
Saiba mais sobre a ‘PEC da morte’.
Outra emenda constitucional que, caso seja aprovada, representará uma
grave ameaça para a universidade pública é a PEC 32, popularmente conhecida
como reforma administrativa. A reforma retirará a estabilidade dos servidores,

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no caso da UFF, professores e demais concursados, permitirá a nomeação para
cargos de confiança, ou seja, cargos de liderança e assessoramento, e, além disso,
pode representar o fim do regime jurídico que estabelece a relação empregatícia
entre os servidores concursados e a universidade, representando uma grave de-
terioração das condições de trabalho. Por detrás de uma narrativa que prega
a eficiência da máquina pública, deseja-se, na verdade, a instrumentalização da
perseguição aos trabalhadores da universidade, e também de seu desmon-
te orçamentário. Levando em consideração os inúmeros casos de perseguição a
reitores e professores durante o governo Bolsonaro, não é difícil ligar os pontos
e compreender que esta reforma se tornará uma ferramenta de controle ide-
ológico da ciência e da gestão universitária, permitindo a censura de pesqui-
sas, a facilitação, tendo em vista a existência do mecanismo da lista tríplice, da
colocação de gestores alinhados ao governo, a perseguição a funcionários sindi-
calizados, dentre inúmeras outras gravíssimas ameaças. Em síntese, a PEC 32 é a
afirmação de um projeto antidemocrático para as universidades públicas.
Saiba mais sobre a PEC 32.
Na UFF, em relação ao orçamento, essas políticas nos afetam da seguinte
maneira: o orçamento deste ano representou uma diminuição de 6 milhões de
reais das verbas para assistência estudantil e de 22 milhões de reais das
verbas discricionárias, que é aquela que o reitor e a comunidade acadêmica
têm gerência para decidir onde investir, sem contar que esta última verba está
praticamente toda condicionada à aprovação parlamentar. Pode parecer pouco,
mas a universidade já vinha de uma situação em que em alguns blocos não havia
papel higiênico ou sabonete disponíveis, os gramados já viraram
matagal e as árvores já ameaçaram cair em cima dos prédios,
pois não havia dinheiro para pagar o serviço de jardinagem.
Atualmente, a universidade tem se mantido de pé
com base na demissão de terceirizados e na re-
dução de diversas despesas relacionadas à as-
sistência estudantil e ao funcionamento pre-
sencial. A reitoria, por sua vez, afirma a sua
docilidade frente ao desmonte e a destrui-
ção da universidade - declarando o reitor
na última assembleia em que participou,
na qual foi apresentada a situação orça-
mentária da universidade, que “a universi-
dade seguirá funcionando como der”, ou seja,
se tornando uma instituição cada vez mais elitista e
sucateada, retirando dinheiro de cada vez mais políticas
de assistência estudantis para garantir os últimos anos de
funcionamento da universidade. O desmonte tem relação

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direta com as necessidades do capital, que por sua vez aprofundaram o seu en-
raizamento por meio do teto de gastos e das inúmeras reformas no funciona-
mento precarizado da UFF.
Um dos mecanismos de sucateamento que nós estudantes temos contato
diretamente é o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE),
cujo objetivo é avaliar o rendimento de estudantes em relação aos conteúdos
programáticos do curso, assim como em relação a temas ligados à realidade bra-
sileira e mundial. Discentes que estejam no início e no final do curso de gradu-
ação realizam essa prova (cada curso é avaliado a cada 3 anos) e, com base no
resultado da porção concluinte, é atribuído um conceito para o curso que varia de
1 a 5. Os conceitos que são calculados a partir do resultado do ENADE são postos
em um ranking, que é divulgado pelos meios de comunicação em massa, impac-
tando de maneira significativa a percepção de grande parte da população a res-
peito desses cursos e instituições. Essa lógica de (des)qualificar o ensino está rela-
cionada com o processo de mercantilização da educação superior que ocorre
com a expansão das universidades, na qual o aluno é visto mais como um cliente
a ser conquistado e, mais importante do que isso, a educação superior é vista
como um grande mercado para os monopólios da educação privada. Nesse
sentido, a lógica empresarial, sob a qual são concebidos exames como o ENADE,
admite, em caso de bom desempenho, bonificações para os estudantes e para o
curso como um todo, do mesmo modo que o curso que não apresente resultados
esperados pode sofrer uma série de sanções como restrição financeira, de acesso
à tecnologia e até o seu fechamento.
Somente um movimento estudantil combativo e comprometido com a luta
dos trabalhadores pode reverter a mercantilização e o desmonte do ensino, as-
sim como dos demais serviços públicos! No entanto, só isso não basta, temos que
ter em mente que o nosso principal inimigo é o capital e sua lógica perversa, por
isso, a luta pela universidade popular é também a luta pelo socialismo!

# EU DEFENDO A UFF

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O que é a UJC?
A União da Juventude Comunista (UJC) é a juventude do Partido Comunista
Brasileiro (PCB), compartilhando uma história de mais de 90 anos de luta. A UJC se
organiza em três principais frentes de atuação: Movimento estudantil, juventude
trabalhadora e cultura.
Através da participação histórica dos jovens comunistas no Movimento Es-
tudantil, a UJC se insere na luta contra os interesses do capital e pelos interes-
ses da classe trabalhadora no campo da educação, construindo o poder popular
no meio universitário e escolar em conjunto com os professores e funcionários
contra os ataques do capital à educação. A juventude defende uma educação
verdadeiramente popular, por isso o caráter inseparável que a luta anticapitalista
representa para o nosso projeto de universidade e é vislumbrando este horizonte
que construímos na prática e na luta cotidiana tal objetivo.
O que é o MUP e o que queremos para a UFF?
O MUP (Movimento por uma Universidade Popular) é a frente de massas
organizada pela UJC e por qualquer estudante, professor ou técnico que queira
somar na construção de uma universidade popular! A defesa da universidade
pública é tarefa urgente, mas uma defesa em abstrato que não exponha as suas
limitações e contradições não nos permite avançar na construção de uma nova
universidade, e consequentemente, de uma nova sociedade. Para isso, sempre
colocamos em pauta os interesses e demandas da classe trabalhadora em todos
os debates dentro da academia, não há contradição nessa posição, a
universidade pública em seu projeto é potencialmente popular, mas
vimos que diversas situações da nossa realidade não permitem essa
concretização. A luta pela universidade pública e popular faz parte da
luta de classes em movimento, e, para que vençamos, precisamos nos
organizar e juntar nossas forças! A atuação que construímos hoje de-
termina as condições da luta que enfrentaremos amanhã, conheça as
nossas pautas para a UFF e construa conosco esse projeto!
Algumas das nossas demandas para a UFF são:
• A ampliação da política de assistência estudantil, sobretudo para jo-
vens trabalhadores e mães, como por exemplo: ampliação e reforma
da moradia estudantil, ampliação e reajuste das bolsas de permanência
estudantil e das demais bolsas acadêmicas etc.;
• Uma maior oferta de serviços para a população próxima aos campus da
UFF e a centralidade das demandas da população nos debates e na pro-
dução científica na universidade - uma integração real da população com
a produção universitária;
• Uma política efetiva da Universidade para lidar com casos de assédio nos

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campus, incluindo uma revisão completa da atual burocracia completa-
mente antiquada para lidar com esse tema;
• Que o nome social seja incluído e respeitado em todas as instâncias e
documentações na UFF!
• Maior acessibilidade para estudantes com mobilidade limitada aos cam-
pus, com destaque ao campus do Valonguinho;
• Digitalização de material de estudo com compatibilidade para leitores de
textos virtuais e disponibilização de pisos táteis em todos os campus;
• Acesso universal a uma universidade inclusiva e livre de opressões!
• Que a UFF produza para atender às demandas da classe trabalhadora e
não do capital!o
Quer conhecer melhor a UJC e o MUP?
No dia 13 de novembro às 15h acontecerá a roda
de conversa por uma UFF Popular, no Jitsi Meet. Iremos
apresentar a União da Juventude Comunista (UJC), o proje-
to de universidade que o Movimento por uma Universidade
Popular (MUP) defende e discutiremos os rumos da luta na
UFF. Clique aqui para se inscrever e participar! Acompanhe
também em nossas redes!

Instagram (UJC)

Facebook (UJC)

Facebook (MUP)

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O que são as extensões
populares?

Mesmo com todas as limitações que o capitalismo impõe à universidade


pública, com as ofensivas dos monopólios da educação privada em conluio com
as políticas neoliberais, ainda temos oportunidades de executar projetos de inte-
gração da universidade com a população.
Os projetos de extensão que se propõem a isso, sendo do MUP ou não,
chamamos de extensões populares, estes podem atuar: na divulgação científica
popular; em pesquisas das condições de vida e demandas da classe trabalhadora;
em atuações profissionais voltadas a suprir algumas dessas demandas; ou mes-
mo integrar mais de um desses objetivos. Os projetos são sempre vias de mão
dupla, os alunos se desenvolvem intelectual e profissionalmente, conhecendo
a realidade social e as demandas reais da população, e ao mesmo tempo, a uni-
versidade desempenha sua função social, dando algum retorno à população que
mais precisa e financia a nossa universidade.
A demanda por parte da maioria dos alunos por oportunidades de prática
durante a graduação evidencia o mal funcionamento do tripé universitário,
que em teoria se encontra no centro da formação dos estudantes universitários.
O tripé se baseia na ideia de que para formar não somente profissionais comple-
tos, mas também futuros pensadores críticos da nossa realidade, a formação
deve passar pelo ensino, pela pesquisa e pela extensão. Na prática, o ensino
passa a ser o componente principal, e os outros componentes são paulatinamen-
te sucateados e postos em segundo plano. Em relação à pesquisa, as bolsas não
têm reajuste a anos, e são cada vez mais escassas, sendo mais um
mecanismo de exclusão de jovens trabalhadores das oportunida-
des da universidade. As extensões, por sua vez, são ocupadas
por projetos que reforçam a subordinação da universidade
pública à iniciativa privada, por meio de ligas de mercado finan-
ceiro, empresas juniores e projetos similares, que não só afastam
a universidade das reais demandas populares, mas também inte-
gram com pouco ou nenhum rigor os conhecimentos teóricos
aprendidos em sala de aula, contribuindo para a formação de
profissionais incompletos, tecnicistas e acríticos.
As extensões populares buscam integrar os 3 com-

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ponentes do tripé, buscando os fundamentos teóricos do ensino para atuar na
extensão, preferencialmente de maneira multidisciplinar, e, com base no acumu-
lado de experiências adquirido na atuação junto a população, pensar projetos de
pesquisa que avancem a reflexão sobre a realidade das condições de vida dos
trabalhadores, nas mais diversas áreas de conhecimento.

Exemplos de extensões populares


1. Os integrantes do MUP da UFRJ de Rio das Ostras e Macaé, por exemplo,
sabendo das necessidades dos moradores de um assentamento do MST em re-
lação à estrutura e ferramentas, desenvolveram uma casa de farinha para a mo-
agem dos alimentos plantados ali. Esse projeto mobilizou diversos estudantes de
vários cursos, organizações do movimento estudantil e docentes da universidade.
2. O cursinho popular Maria Mariá é um pré-vestibular que é organizado
pelo MUP. Nesse projeto, estudantes de diversas universidades e cursos cola-
boram para democratizar o acesso à universidade e fornecer um cursinho de
pré-vestibular gratuito e de qualidade para que todos possam ter melhores opor-
tunidades de acesso ao ensino superior.
3. O MUP da PUC de Campinas, em São Paulo, organiza um projeto de exten-
são com a comunidade da Vila Operária em Sumaré. Neste projeto, os estudantes
vêm arrecadando alimentos e mantimentos para os moradores durante a pan-
demia e aproveitam os contatos com a comunidade para coletar dados sobre os
impactos da pandemia na vida desses trabalhadores.
Precisamos de estudantes que acreditem num projeto popular de educa-
ção para construir as extensões populares, intensificar a defesa da universidade
pública e ecoar as demandas da classe trabalhadora dentro da academia. Pensar
uma nova sociedade e uma nova educação é uma tarefa urgente, venha conhecer
o MUP e construa conosco uma nova universidade!

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O que são e para que servem os
D.As, os C.As e o DCE?

“215. As entidades estudantis, gerais e de


base são instrumentos históricos de organização
dos estudantes filhos da classe trabalhadora. Boa
parte das entidades de base (grêmios, CAs, DAs,
DCEs, Executivas/ Federações de Curso, Associações
de Bairro, Centros Comunitários e de Cultura etc.), das
entidades estaduais e nacionais foram rearticuladas e
reabertas no processo de desgaste da ditadura empre-
sarial militar e de redemocratização no nosso país.” - Re-
soluções VIII Congresso Nacional da União da Juventude
Comunista
CA - Centros Acadêmicos
Os Centros Acadêmicos ou Grêmios representam os es-
tudantes em frente ao departamento do curso e nos fóruns de
discussão da universidade, têm direito a cadeiras no colegiado e
na câmara departamental. Também compete aos C.As a luta pela
manutenção e ampliação dos direitos estudantis, realizando dis-
cussões sobre os problemas que possam surgir naquela comu-
nidade acadêmica (seja com professores, questões administra-
tivas ou curriculares), procurando a resolução destes. Caso um
professor tenha uma conduta ou atitude inadequada, como uma
aproximação indevida ou linguagem ofensiva, o corpo discente
deverá procurar a representação estudantil.
Além disso, também têm o papel de construção da resis-
tência em espaços extra-institucionais, como construção de
atos e eventos políticos, buscando ampliar as discussões da
universidade para fora dela e vice-versa.
DA - Diretórios Acadêmicos
Os Diretórios Acadêmicos tem um papel semelhan-
te aos C.As, o que os difere é a capacidade de representar

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e congregar estudantes de mais de um curso de uma mesma área. Por exemplo,
o Diretório Acadêmico de Comunicação Social (DACO-UFF), que agrega cursos
como jornalismo e publicidade.
DCE - Diretório Central dos Estudantes
O Diretório Central dos Estudantes - DCE é a entidade máxima de repre-
sentação estudantil na universidade, representa todos os estudantes desta. Re-
presenta os estudantes frente à reitoria e tem direito a cadeiras nos Conselhos
Universitários e as cadeiras das câmaras das reitorias, devendo promover a in-
tegração dos estudantes independentes e demais organizações estudantis às
discussões sobre problemas existentes dentro da universidade e, também, fora
dela. Por exemplo, organizar palestras sobre o sucateamento da educação públi-
ca ou manifestações contra este sucateamento.
A gestão atual do DCE, eleita em 2019, tem desde o início optado por se
alinhar aos interesses da Reitoria. Hoje, em um momento de profunda crise so-
cial e econômica, após indulgência com a implementação precária do Ensino Re-
moto Emergencial (ERE), a gestão segue dando as costas para as demandas dos
estudantes, principalmente dos jovens trabalhadores, da UFF por políticas mais
amplas de assistência estudantil, por melhores condições na Moradia Estudantil,
por mecanismos mais eficazes para denúncias de assédio moral e sexual à co-
munidade acadêmica, dentre outras demandas políticas incontornáveis para a
construção de uma Universidade verdadeiramente Popular e democrática.

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A política de acessibilidade e
inclusão da uff para PCDs

Buscando ajudar os estudantes a desvendar as burocracias da universida-


de, iremos apresentar aqui o que é garantido para os estudantes com deficiên-
cia (PCD) na UFF, conforme a Resolução Nº 037/2019 do Conselho Universitário
(CUV), o órgão supremo de deliberação coletiva na universidade.
Na Resolução, conforme o Art.1 (parágrafo único) são consideradas pes-
soas com deficiência ou com necessidades diferenciadas aquelas que “possuem
deficiência física, visual, auditiva, intelectual, múltipla, transtornos globais do de-
senvolvimento, transtorno de aprendizagem, superdotação/altas habilidades ou
com dificuldades/limitações no âmbito do desempenho acadêmico ou profissio-
nal, que demandem procedimentos e apoios especializados por parte da institui-
ção, nos termos da legislação específica.”
Portanto, a resolução abarca não apenas pessoas com deficiência mas
também aqueles que estão com limitações temporárias que afetam seu desem-
penho acadêmico. Estas necessidades diferenciadas deverão ser comprovadas
por Laudo Médico, conforme indica o Art.6º, inciso I.
À estas pessoas, a UFF deve oferecer ampliação do tempo de
provas e avaliações, flexibilização curricular (o que não significa
esvaziar o conteúdo programático), materiais didáticos
acessíveis, tecnologia assistiva e, claro, igualdade
de oportunidades, sem qualquer forma de discri-
minação capacitista.
Para demais informações, confira o site da Co-
missão Permanente de Acessibilidade e Inclusão da
UFF, onde são indicadas as legislações que dão o apor-
te institucional e jurídico que garante a implementação
dos direitos à todes es estudantes. http://uffacessivel.
uff.br/
Confira aqui o Guia da UFF Acessível.
Avançar nas políticas de inclusão às PCDs é avançar
na pauta da Universidade popular!

Manual do Calouro 2021.2 16


Institucional

Inclusão de nome social nos documentos


O requerimento deverá ser feito através de um processo administrativo
com a Gerência Plena de Comunicações Administrativas (GPCA/AD), no Protocolo
Geral ou no Protocolo Setorial (correspondente ao curso do aluno). Para saber
mais clique aqui.

• Protocolo Geral:
gpcaad.proad@id.uff.br
atendimento.gpcaad.proad@id.uff.br

• Protocolo Setorial:
Consulte aqui qual corresponde ao campus de seu curso.

Com a efetivação deste pedido, o nome social será incluído nos diários de
classe, IdUFF, uffMail e na cerimônia de colação de grau.
Calendários dos períodos letivos de 2021
• Clique aqui
Quadro de horários das disciplinas da UFF
• Clique aqui

Manual do Calouro 2021.2 17


Quais serviços estão disponíveis
para os alunos?

Saúde e atendimento médico


Para outubro, foram disponibilizadas 50 vagas oferecidas pela Divisão de Assis-
tência à Saúde do Estudante, vinculada à PROAES. Clique aqui e saiba mais.
Acervos e bibliotecas
• Catálogo online que reúne registros bibliográficos do acervo das Bibliotecas da UFF
• Catálogo de E-books EdUFF
• Repositório Institucional da UFF
• Bases de dados de periódicos, e-books, teses e dissertações disponíveis exclusiva-
mente para a comunidade acadêmica da UFF

Manual do Calouro 2021.2 18


Materiais para aprofundar as
discussões

Vídeos
• Contribuição ao debate marxista sobre educação - Jones Manoel: https://youtu.
be/TCPVPNOBp50
• Educação popular e consciência de classe - Jones Manoel: https://youtu.be/oi-
bBwc_aWmk
Leituras
• Julio Antonio Mella – Os Estudantes e a Luta Social: https://traduagindo.
com/2021/03/12/estudantes-e-a-luta-social/
• Tulio Lopes - A UJC e a UNE: um breve histórico da atuação dos jovens comu-
nistas na UNE: https://ujc.org.br/a-ujc-e-a-une-um-breve-historico-da-atuacao-dos-
-jovens-comunistas-na-une/
Podcasts
• Subterrâneos Da Liberdade - Assistência e Permanência Estudantil: https://www.
audible.com/pd/Assistencia-e-Permanencia-Estudantil-nas-Universidades-Baianas-
-Podcast/B097ZS6XB2
• Revolushow 24 – Introdução à educação e a luta de classes: https://revo-
lushow.com/revolushow-24-introducao-a-educacao-e-a-luta-de-classes/
• Revolushow 81 – Florestan Fernandes e Educação: https://revolushow.
com/81-florestan-fernandes-e-educacao/
Materiais do nosso núcleo
• Entenda o que está em risco com a Reforma do Ensino Médio: ht-
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• CAPITALISMO E CAPACITISMO: O projeto segregacionista do
governo Bolsonaro para a Educação: https://www.instagram.
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• Conheça os Conselhos Superiores da UFF: https://www.insta-
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Manual do Calouro 2021.2 19


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1. Resolução nº 197/2020 Cepex (http://uff.br/sites/default/files/paginas-inter-
nas-orgaos/bs_234-20_retificado_resolucao_cepex_197-2020.pdf)
2. Plano de contingência da UFF (http://www.uff.br/sites/default/files/plano_
de_contingencia_uff_-_versao_5.pdf)
3. Instrução de serviço DAE/GRAD 01/2013 (normas para requerimen-
to de nome social) (http://www.noticias.uff.br/noticias/2013/11/instrucao-nome-
-social_is_BS1662013_secao-iv_30out.pdf)
4. Resolução nº037/2019 (http://uffacessivel.uff.br/wp-content/uploads/si-
tes/240/2019/12/Resolucao-CUV-Politica-UFF-Acessivel.pdf)

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