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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NORTESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

UNIJUÍ
CURSO DE GEOGRAFIA

ÊXODO RURAL NO MUNICÍPIO DE ANTÔNIO PRADO NAS ÚLTIMAS DUAS


DÉCADAS: CAUSAS, IMPLICAÇÕES E PERSPECTIVAS

Trabalho apresentado ao curso de Geografia da


Universidade Regional do Nordeste do Estado do
Rio Grande do Sul – Unijuí, como requisito parcial
para obtenção do título de Licenciado em Geografia.

Ivete Teresinha Carra Panisson


Mário Amarildo Attuati (Orientador)
ÊXODO RURAL NO MUNICÍPIO DE ANTÔNIO PRADO NAS ÚLTIMAS DUAS
DÉCADAS: CAUSAS, IMPLICAÇÕES E PERSPECTIVAS

Ivete Teresinha Carra Panisson1


Mario Amarildo Attuati2

RESUMO

O êxodo rural apresenta-se como o abandono do campo por seus habitantes em busca de
melhores condições de vida. O presente trabalho aborda esse processo a partir de um estudo
de caso, tomando como referência o município de Antônio Prado- RS, analisando os
principais fatores, as consequências e possíveis medidas de mitigação. Para tanto, fez-se
inicialmente uma revisão bibliográfica, onde foram resgatados os fundamentos que
contribuem para o entendimento dos fluxos migratórios e, em um segundo momento, através
de pesquisa de campo realizou-se um levantamento de dados que contribuíram par o
entendimento da situação no município. Foram apontadas também algumas medidas locais
capazes de possibilitar a mitigação do êxodo rural.

Palavras Chave: Êxodo rural, agricultores, fluxo migratório.

1
Acadêmica do curso de Geografia - Unijui
2
Orientador, Geógrafo, Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina. UFSC.
3

INTRODUÇÃO

Êxodo rural constitui-se em um dos principais fluxos migratórios internos do Brasil,


e um fenômeno que acontece em todos os países do mundo, variando apenas na sua
intensidade.
Muitos são os motivos que incentivam direta ou indiretamente esses intensos
movimentos populacionais. Dentre eles podemos destacar: o trabalho penoso, busca de um
futuro promissor nas cidades, emprego com melhor remuneração, qualidade de ensino,
mecanização da produção, necessidade de infraestrutura e serviços, como acesso a
tecnologias, uso de agrotóxicos de forma indiscriminada, razões culturais principalmente no
que se refere ao gênero feminino, e as condições de acesso como estradas precárias.
A indústria foi responsável em grande parte por atrair os trabalhadores rurais para
servirem de mão de obra nas linhas de produção. Pacifico (2008 apud Maurina 2011, p. 9)
ressalta que o êxodo rural foi significativo nas décadas de 1960 e 1970 cuja “Revolução
Verde”, acelerou a chegada das máquinas dispensando um grande contingente de mão de obra
no campo. Concomitante a isso as indústrias dos grandes centros urbanos demandavam mão
de obra para trabalhar.
O presente trabalho tem como objetivos a análise das causas e consequências do
êxodo rural no município de Antônio Prado nas últimas décadas, apontando as possíveis
medidas de mitigação do problema estabelecendo relações com a conjuntura nacional. O
estudo do tema foi iniciado com a revisão bibliográfica onde foram resgatados os
fundamentos que contribuem para o entendimento dos fluxos migratórios, e com o
levantamento de dados e a realização de uma pesquisa de campo, onde foram realizadas
entrevistas com 30 famílias do meio rural e 10 famílias que saíram do interior do município
para as cidades.
Posteriormente, através de pesquisa de campo, foi realizado um diagnóstico da realidade do
município, onde foi constatado que o êxodo rural é motivado pela busca de um futuro
promissor, emprego com melhor remuneração, qualificação e formação profissional.
O tema foi escolhido, em função de que o êxodo rural está se tornando um problema
no município de Antônio Prado, uma vez que a sociedade está assistindo o processo sem fazer
uma reflexão e um estudo mais aprofundado.
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1. REFERENCIAL TEÓRICO

O êxodo rural atinge um grande número de pequenos agricultores especialmente os


que não são proprietários, o que os torna extremamente vulneráveis, no que se refere à sua
permanência no local de origem. O êxodo rural está diretamente associado à estrutura
fundiária dominante no País (Wanderley,2009 apud Gullar 2012 p.11).
A migração de agricultores do campo para a cidade se dá de uma forma tão
acentuada quanto os seus resultados, pois o “inchaço” das cidades agrava os problemas
sociais. Segundo Olinger (1991), na década de 60, cerca de 70% da população global da
América Latina vivia no meio rural. Já na década de 90, somente 30% permaneceram no
campo.
Segundo Camarano e Abramovay (1999), durante os anos 70 do século passado,
quase metade (45,5%) da população rural que residia no Sul do Brasil no início da década, sai
do campo. Vem daí nada menos que 29% de todos os migrantes rurais do País. Nesta década,
a população rural tem uma redução de dois milhões de habitantes, parte deles foi fundamental
na ocupação da Transamazônica e na vitalização das áreas rurais do Norte do País durante os
anos 70 e 80. Este fenômeno se deu em grandes proporções no Brasil nos séculos XIX e XX e
foi sempre acompanhado pela miséria de milhões de retirantes, e sua morte aos milhares, de
fome, de sede e de doenças ligadas à subnutrição.
De acordo com Vesentini (1994), a intensa urbanização que vem ocorrendo no Brasil
tem sido acompanhada por um processo de “metropolização”, isto é, a concentração
demográfica nas principais áreas metropolitanas do país. Esse fenômeno se iniciou a partir do
momento em que a indústria passou a representar o setor mais importante da economia
nacional. Segundo dados da ONU, apresentados por Miguel &Grando(2002, apud Gullar
2012), no ano de 1800 somente três por cento da humanidade vivia nas cidades.
A tendência migratória dos jovens em grande parte é justificada por uma visão
relativamente negativa da atividade agrícola e dos benefícios que ela propicia (BRUMER,
2006 apud Marina). A taxa de urbanização no estado do Rio Grande do Sul (RS) passou de
76% em 1991, para 82% em 2000 (Fundação de Economia e Estatística, 2003 apud Marina
1999). Segundo o Censo 2010 (IBGE), a taxa de urbanização passou a ser de 85,1%.
Tendo em conta a expansão das cidades, verifica-se que este fenômeno vem
acompanhado da necessidade crescente de fornecer alimentos às famílias que nelas residem.
Os índices de pobreza das populações urbanas também têm crescido bem como a dificuldade
de acesso à alimentação básica. (Machado e Machado, 2002)
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O êxodo rural ocasiona o crescimento desordenado dos centros urbanos, gerando um


verdadeiro caos social. Sem planejamento as cidades não conseguem fornecer as condições
sanitárias e de infraestrutura básicas aos novos moradores gerando fortes desigualdades
sociais (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome).
Segundo Machado e Machado (2002), os índices de pobreza das populações urbanas
também têm crescido com a dificuldade de acesso à alimentação básica. Contudo o êxodo
rural também traz prejuízos para o campo podendo, inclusive, transformar algumas cidades
em verdadeiras “cidades fantasma”. Isso ocorre quando toda a população deixa a cidade em
busca de melhores oportunidades ou por causa de alguma tragédia natural (como uma grande
seca ou um furacão, por exemplo).

2. ÊXODO E MIGRAÇÕES

Conforme Camarano &Abramovay (1996), os movimentos migratórios respondem


pelo processo de esvaziamento da população rural. Em termos de distribuição da população
brasileira por áreas rurais e urbanas, tem-se observado uma concentração progressiva e
acentuada da população nas áreas urbanas, notadamente nas grandes cidades. Em 1940, 31%
da população brasileira residiam nos quadros urbanos. Em 1996, esta proporção atingiu 78%.
Em compensação, a proporção da população vivendo em cidades de mais de 500.000
habitantes passou de 10,8% em 1940 para 35,2% em 1991. A maior parte desta população
está concentrada nas nove áreas metropolitanas. Elas abrigavam 43 milhões de habitantes em
1991, 24% do total da população brasileira e absorveram 29% do incremento populacional
observado no período 1980-91.
Segundos dados do Censo IBGE (2000), a população que vivia nas cidades era de
81,23%. Já no ano de 2010 esse número aumentou para 84,36%.A saída do homem do campo
em direção aos grandes centros urbanos é um movimento horizontal da população, que
envolve milhões de pessoas, principalmente nos países subdesenvolvidos, a partir da década
de 1950, em vista das mudanças nas economias nacionais e mundiais.
A tabela 1 mostra a evolução histórica dos saldos líquidos migratórios rural-urbano e
as taxas líquidas de migração para as décadas. A mesma mostra que há diferenças entre o
saldo de migrações entre homens e mulheres. O saldo total de migração aumentou até o ano
de 1970/80 e desde então vem decrescendo.
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3. MASCULINIZAÇÃO NA ÁREA RURAL

Segundo CHAVES (2004), a seletividade por sexo é marcante dentre os indivíduos


que migraram separados, com predominância absoluta das mulheres. Dois aspectos chamam
atenção dentre as mulheres que migraram separadas: sua migração é bastante concentrada nos
deslocamentos de curta distância e grande parte delas é chefe de domicílio. “As mulheres
migram mais que os homens”, esta é uma das mais famosas “leis das migrações rurais”
expostas em 1885 por Ravenstein (1885/1980 apud Camarano &Abramovay, 1999).
Nas palavras de Bächtold (2010) o motivo das migrações femininas é que as
dificuldades da vida no campo afastam cada vez mais os jovens, em especial as mulheres, que
migram sozinhas para as cidades para trabalhar no ramo de serviços. O resultado é que os
homens acabam ficando para cuidar da propriedade herdada da família. As jovens investem
em estudos e buscam alternativas de inserção profissional no mercado de trabalho urbano,
principalmente devido ao processo sucessório que tradicionalmente privilegia os herdeiros do
sexo masculino no acesso à terra, em detrimento das mulheres (DEERE; LEON, 2002).
Pesquisas recentes que abordam a migração juvenil do campo apontam para uma
maior propensão à evasão feminina, o que causa o desgaste do tecido social do meio rural
que, além de envelhecer, se masculiniza. (ABRAMOVAY et al., 1998).
Segundo Camarano e Abramovay (1999) há três hipóteses básicas que devem ser
levadas neste sentido:
a) As migrações estão relacionadas diretamente à oferta de trabalho no meio urbano
e o predomínio de moças vincula-se à expansão do setor de serviços, tanto em
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empresas como em residências. Em 1995, aproximadamente 19% da PEA


(População economicamente ativa) urbana brasileira estavam ocupadas em
atividades domésticas.
b) Em algumas situações, o caráter seletivo das migrações está ligado a dinâmicas
intrafamiliares em que as moças têm uma carga de trabalho pesada no interior das
unidades de produção familiar, sem qualquer contrapartida que lhes indique
horizontes em que sua permanência no campo possa ser valorizada. Deixar a
residência paterna é o caminho mais curto para a independência econômica,
apesar dos inconvenientes ligados ao trabalho de doméstica. A própria família
estimula esta migração, uma vez que são bem reduzidas as chances de as moças
poderem se estabelecer como agricultoras ou esposas de agricultores;
c) Outro caminho a ser explorado quanto à explicação do êxodo rural feminino e
jovem e que não é compatível com o que acaba de ser mencionado está na ligação
entre processos migratórios e formação educacional. A tradição latino-americana
neste sentido é que fica no campo o filho “lacabeza no le dá para más” – assim,
valoriza-se mais o estudo das moças (com a perspectiva que saiam do campo) que
o dos rapazes. Dados da Cepal (Durston 1997 apud Camarano, Abramovay)
mostram que no Brasil rural 55% dos rapazes têm menos que quatro anos de
estudo. A precariedade da situação educacional das moças também é grave, mas
menos que a dos rapazes: 42% das jovens rurais têm menos de quatro anos de
estudo.
Segundo Diniz (2011), além da própria conscientização das pessoas, alguns
mecanismos podem e devem ser adotados pelas autoridades constituídas no sentido de
diminuir o êxodo rural, por exemplo, vem sendo usado no município de Ariquemes, no estado
de Rondônia. Tais mecanismos são: o desenvolvimento de agroindústrias visando agregar
valores aos produtos agrícolas, garantindo remuneração e geração de renda às famílias rurais;
A propagação nas Escolas Pólos da idéia de assegurar aos jovens rurais
conhecimentos acadêmicos teóricos e práticos que atendam não só a grade curricular do
Ministério da Educação e Cultura (MEC), mas também às necessidades do campo; A presença
do policiamento na zona rural, atuando preventivamente no combate as infrações; As
manutenções e aberturas de estradas vicinais permitindo, tanto nos períodos de secas como
nos de chuvas, o deslocamento das pessoas e o escoamento da produção; O atendimento
médico-odontológico preventivo na zona rural, evitando-se superlotações nas clínicas, postos
de saúdes e hospitais das cidades; O lazer e a recreação através de realizações de festividades,
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construções de campos e quadras esportivas, academias, parques de diversões e outros na


própria comunidade rural; e, a assistência técnica e extensão rural, o associativismo, o
cooperativismo e o sindicalismo.

4. EXÔDO RURAL NO MUNICÍPIO DE ANTÔNIO PRADO

O município de Antônio Prado se localiza no nordeste do Estado do Rio Grande do


Sul, na serra gaúcha (Figura1), apresenta uma área de 347,617 Km2, localiza-se a
uma latitude 28º51'30" sul e a uma longitude 51º16'58" oeste, a uma altitude de 658 metros,
conforme o marco situado na praça Garibaldi. Antônio Prado é uma cidade formada em sua
imensa maioria por brasileiros de ascendência européia, possuindo uma das maiores
porcentagens de ítalo-brasileiros do país. As outras etnias européias compõem uma pequena
minoria, enquanto que pessoas de origem africana, mestiça e indígena compõem os demais
cidadãos.

Figura 1. Localização do município de Antônio Prado – RS.

Fonte: Google Earth

O município de Antônio Prado tem peculiaridades que podem ser caracterizadas pela
agricultura familiar, onde a maioria absoluta são proprietários e gestores de seu próprio
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negócio com o cultivo de diversos produtos e muitas vezes consorciados com criações.
Segundo IBGE (2010) o município de Antônio Prado tem uma população total de 12.883
habitantes, sendo que 3.598 residem no campo e 9.235 residem na área urbana. Existem
atualmente 1.105 famílias residindo no campo e desenvolvendo atividades agrícolas e
pecuárias com uma média de 3,2 membros para cada unidade familiar (Emater, 2013 Antônio
Prado).
Segundo a EMATER, nos anos 70 do século passado o município contava com 1.400
famílias com uma média de 6,3 membros para cada núcleo de unidade familiar, com a maioria
do sexo feminino. Já nos anos 90 do século passado a média de membros em cada unidade
familiar caiu para 4,6 pessoas. Atualmente com a média de 3,2 moradores para cada unidade
familiar, e o número de homens supera o número de mulheres no interior do município.
Temos 46,61% dos moradores do interior do município do sexo feminino e 53,39% do sexo
masculino.
No interior do município de Antônio Prado, temos 1.921 homens e apenas 1.677
mulheres. Na população jovem, até 29 anos, existem 201 homens a mais que mulheres, e na
faixa dos 29 aos 60 anos identifica-se uma população com predominância do gênero
masculino. Por outro lado, as mulheres são em maior número no público acima de 60 anos,
com 236 mulheres a mais que homens (Emater 2013, Antônio Prado)
Segundo dados do IBGE e FEE/ Núcleo de Indicadores Sociais (2004) a taxa de
urbanização do município era de 69,47%. No ano de 2010, a taxa passou a ser de 71,94%. E
atualmente conforme dados da Emater (2013) Antônio Prado tem 72,1% da população
morando na cidade e 27,9% morando no interior, mantendo-se acima da média nacional. Os
cidadãos migram principalmente para cidades próximas, como Caxias do Sul, Farroupilha,
Porto Alegre, entre outras. Se analisarmos os dados sobre a urbanização no Brasil, que é de
84,36% segundo o Censo 2010, o município de Antônio Prado possui uma média acima da
nacional de pessoas residindo no interior. O processo tende a continuar e a tendência é de
diminuir o número de moradores no interior, pois mais de 20% das propriedades rurais do
município de Antônio Prado não tem sucessor, tornando-se uma população de idosos, com
predominância de mulheres idosas.

Figura 2: Casa e propriedade abandonadas.


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Fonte: Autora.

Conforme ilustra a figura 2, existem, no interior, casas abandonadas pela falta de


sucessor nas propriedades. Essa propriedade se localiza em Vila Santana, interior do
município de Antônio Prado onde residiam antigamente quatro pessoas de uma mesma
família, e atualmente todas estão residindo e trabalhando na cidade.

5. ATIVIDADES PRODUTIVAS NO MUNICÍPIO DE ANTÔNIO PRADO

Figura 3: Alguns cultivos da região: parreiras e ao fundo macieiras.


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Fonte: Autora.

Na figura 3 vemos duas culturas permanentes (maçã e uva), que favorecem maior
permanência no campo.

Figura 4: Plantação de alho.

Fonte: Autora.
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Conforme ilustra a figura 4 a cultura temporária de alho, aonde após a colheita é


plantado outra cultura, aproveitando os poucos espaços de terra mecanizados.

Figura 5: Pomar de Ameixas.

Fonte: Autora

O pomar de ameixas na ilustração da figura 5 mostra que o interior de Antônio Prado


está com a fruticultura em desenvolvimento mostrando mais uma vez a estruturação das
propriedades com o capricho para uma melhor produção onde são feitos os arcos de ligação
entre as plantas de ameixas para uma maior produtividade e facilidade na colheita.
Segundo a pesquisa, o tamanho médio das propriedades no município de Antônio
Prado é de 30,7 hectares, sendo a grande maioria abaixo de 30 hectares. Temos a considerar
que atualmente 50% do tamanho médio das propriedades não é possível desenvolver a
agricultura por estarem localizados em APPS ou áreas de difícil acesso localizando-se em
regiões íngremes e acidentadas. Portanto a área agricultável de cada propriedade é inferior a
15 hectares considerando também a existência de algumas áreas de pastagens e/ou coberta por
vegetação nativa. Nos últimos anos se constatou uma leve concentração de terras e o
surgimento de áreas pequenas abandonadas por falta de sucessor e de capacidade produtiva.
Segundo a pesquisa a renda média bruta familiar per capita dos entrevistados que
residem no meio rural no município de Antônio Prado, é de R$ 28.000,00. Mais da metade,
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ou seja, 56,3% têm uma renda bruta de até R$ 20.000,00/ano (tabela 2). Uma pequena parcela
da população, menos que 10% têm renda bruta anual acima de R$ 40.000,00. A renda bruta,
segundo os entrevistados, não representa uma renda fixa anual, pois muitas vezes o custo de
produção é aviltado pelos insumos caros, depreciação e manutenção das máquinas, além do
preço dos produtos, em alguns anos, não compensa o próprio custo de produção.

Tabela 2: renda bruta familiar per capita no município de Antônio Prado.


Renda Bruta Porcentagem
Até R$ 10.000,00 25,3%
De R$ 10.000,00 a R$ 20.000,00 31%
De R$ 20.000,00 a R$ 30.000,00 21,3%
De R$ 30.000,00 a R$ 40.000,00 12,6%
Acima de R$ 40.000,00 9,8%
Fonte: Autora (2013)
A renda média anual bruta e a possibilidade de sair do campo não têm uma relação
direta com o êxodo, visto que há famílias em todas as faixas de renda que já pensaram em sair
do meio rural.

Tabela 3. Tempo de permanência das famílias e que pensam em sair do campo,


Antônio Prado/ RS no ano de 2013.
Tempo que mora na propriedade. Porcentagem de famílias. Porcentagem de famílias
que pensaram em sair.
Sempre morou 60,7% 29,4%
30 a 60 anos 10,7% 66,6%
20 a 30 anos 10,7% 80%
10 a 20 anos 14,3% 80%
Menos de 10 anos 3,6% 0%
Fonte: Autora (2013)

Em relação ao tempo que mora no local com a possibilidade de permanecer ou sair


do campo (Tabela 3), constatou-se através da pesquisa que a porcentagem de famílias que
pensam em sair do campo está nas faixas de 10 á 30 anos que moram nas propriedades,
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seguidas das que moram entre 30 e 60 anos. Os menos propensos a sair dentro desta análise
são os que sempre moraram no local ou passaram a morar a menos de 10 anos.
Considerando as informações obtidas nas entrevistas realizadas com as 30 famílias
do interior do município de Antônio Prado, constata-se que atualmente, mesmo ocorrendo um
fluxo migratório, temos um percentual de 59% das famílias que se mantém no campo. Em
20% das famílias entrevistadas saiu apenas um membro na família nos últimos vinte anos,
sendo na maioria jovens, e em 21% das famílias saíram dois ou mais membros, sendo estes
também jovens, mostrando uma das causas do envelhecimento da população do campo.

6. MOTIVOS DO ÊXODO RURAL EM ANTÔNIO PRADO

Na versão da população rural os motivos que levam a sair do campo, segundo os


entrevistados do meio rural, destacam-se: o trabalho sofrido, as condições de acesso com
estradas precárias, o uso excessivo de agrotóxicos, prejudicando a saúde, a legislação
ambiental, que reduz a área e muitas vezes inviabiliza a propriedade, a idéia de que na cidade
a vida é melhor e menos sofrida, com mais qualidade de vida, com folga nos finais de semana
e após o horário de trabalho, a procura de novas oportunidades com uma boa formação
profissional, com emprego digno e uma melhor qualidade de vida, a maior facilidade de
acesso á universidade para cursar um curso superior e ter um emprego para ser independente,
o pouco apoio do poder público em dar condições de valorização do agricultor e dar subsídios
aos agricultores, as condições climáticas, onde o agricultor depende do tempo para produzir, a
busca de mais autonomia e liberdade. Segundo a entrevista, a insegurança, o borrachudo
(Simuliumpertinax) e as intempéries, também aparecem como implicações dos trabalhadores
do meio rural; no público jovem, do sexo masculino existe ainda a dificuldade de encontrar a
companheira que possa morar no campo.
Assim como os entrevistados do meio rural, os entrevistados do meio urbano também
apontam principalmente o estudo, como causa principal para o êxodo. Também mencionado
pelos mesmos, outros motivos como: renda familiar baixa na época em que moravam no meio
rural; a busca de melhores oportunidades de emprego com boa remuneração; o apoio dos pais
e familiares para que fossem morar na cidade; a educação, que não preparava para a vida no
campo; entre as jovens temos algumas citações de que “não gostaria de passar o que minha
mãe passou”; a busca de melhores condições de vida, pois a agricultura era vista como uma
atividade trabalhosa e sofrida.
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Ao observarmos as causas apontadas pelos que moram no interior, podemos destacar


que a realidade próxima é muito mais lembrada enquanto os que saíram há mais tempo, se
esquecem das condições de acesso, dos agrotóxicos e de muitas outras dificuldades com as
quais se deparavam quando moravam no interior.
Os entrevistados do meio rural destacam na pesquisa o que deveria melhorar no
interior para que os mesmos possam permanecer em suas propriedades: infraestrutura,
condições das estradas, que dificulta a locomoção de pessoas e mercadorias em determinadas
épocas do ano, tornando-se um empecilho para os agricultores. O acesso aos meios
tecnológicos se faz necessário no interior através da internet, e telefone e melhoria da
mecanização para os cultivos locais. Também responderam que teriam que ter mais
assistência técnica, valorização e mão de obra mais barata, mais subsídios do governo,
insumos mais acessíveis, agrotóxicos menos nocivos e valorização do trabalho dos
agricultores. Ter incentivos públicos com a garantida da venda dos produtos e preços mínimos
que obtenham ganho da produtividade e seguro das plantações mais eficaz.
Quanto às condições que poderiam assegurar a permanência no campo, os
entrevistados que saíram do interior e que hoje residem nas cidades citaram a mecanização da
propriedade rural, a melhoria da auto-estima dos trabalhadores na agropecuária, incremento
da renda familiar, incentivo e apoio do poder público, segurança, lazer, oportunidade de
aperfeiçoamento através de cursos, atividades culturais e, sobretudo vias de acesso otimizadas
e qualidade de vida.
Em referência á questão sobre as instituições como os sindicatos, cooperativas,
Emater, poder público (Municipal, Estadual e Federal), escolas, bancos, ONGs, igrejas e
Sociedade Civil, são apontadas como instituições que podem contribuir para a permanência
do homem no campo. Também citam que estas instituições devem incentivar os jovens e
mostrar que é possível viver bem no campo, com qualidade de vida, buscar novos recursos,
tecnologias para melhorar a atividade agrícola, melhorias nas estradas do interior com
pavimentação, disponibilizando cursos de aperfeiçoamento ligados a agropecuária, pleitear
para que o preço dos produtos seja justo, pois, na maioria das vezes quem comercializa ganha
mais de quem produz receber ajuda do poder público com maquinários para infraestrutura das
propriedades, leis ambientais menos rigorosas aos pequenos produtores.
Essas instituições são citadas como responsáveis pela promoção da mulher e
gestionar por uma educação voltada á realidade do campo. Também realização de palestras,
cursos, encontros para o aperfeiçoamento dos trabalhadores rurais, divulgação de produtos
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locais, acolher as reivindicações do homem do campo e atender essas reivindicações, com a


criação de programas e ações voltadas a agricultura e a promoção do trabalhador rural.
A entrevista mostra que a permanência no campo está condicionada á mais
reconhecimento e valorização do agricultor, apoio do governo com subsídios, estradas
viáveis, menos impostos e com preços justos, controle de produção em todos os setores para
não haver excessos, ser sustentável, ter segurança e facilidade de locomoção.
Por fim, além da melhoria da renda, o que os jovens precisam para permanecer no
interior é ter uma formação adequada para a permanência no campo, incentivo familiar, da
cooperativa, do sindicato, do poder público, da Emater, do acesso ás tecnologias, das
melhorias em relação à qualidade de vida e lazer, do acesso á universidade, a redução do uso
de agrotóxicos prejudiciais á saúde, isso também contribui para a permanência do jovem no
campo. Este desafio de dar viabilidade a atividade, com qualidade de vida, é que contribui
para a permanência no meio rural.

7. CONSEQUÊNCIASDO ÊXODO RURAL X EXPECTATIVAS

Na visão da população local, o êxodo rural gera consequências para as cidades, a


falta de alimentos é um deles, principalmente, a cultura de alimentos que necessitam maior
emprego de mão de obra nos períodos de plantio e de colheita. A favelização e dificuldades
com moradia e emprego, violência nas cidades, superlotação com crescimento desordenado
sem infraestrutura adequada são consequências do êxodo rural, uma vez que as cidades
recebem mais moradores. Por consequência, isso gera o aumento da competitividade de
preços dos alimentos provindos do interior no mercado e diminuição dos pequenos
proprietários rurais e seus sucessores concentrando as terras nas mãos dos grandes
proprietários, além do envelhecimento da população rural, acabam também reduzindo sua
capacidade produtiva. Isso tudo leva à perda da referência política e das suas raízes culturais.
Outras consequências do êxodo rural, apontadas por ambos os entrevistados referente
à questão social é o isolamento no interior, com menos lazer, menor vivência comunitária,
perda dos valores locais, menor convívio familiar e dificuldade no cuidado dos idosos no
interior. Já referente à questão econômica, a diminuição da produção de produtos
alimentícios, aumentando os seus preços, além de vazios no interior, com malhas viárias que
precisam de manutenção para poucas famílias que residem, aumentando os custos para o
poder público.
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A maioria dos entrevistados disse que incentivam os jovens a permanecer no campo,


e entre incentivar a moça ou o rapaz em ficar ou sair, a maioria incentiva a moça em sair para
estudar e ter um emprego, e o rapaz em ficar para dar continuidade nos trabalhos rurais,
promovendo assim a masculinização do campo e consequentemente a continuidade ao êxodo.
A principal reivindicação das meninas em permanecer nas propriedades é ter a sua
renda própria e ter sua independência, e poder de decisão sobre os negócios. Outras citam a
oportunidade de continuar os estudos, acesso as tecnologias, ter áreas de lazer, viajar na época
em que o trabalho no interior é reduzido, trabalho menos forçado ou com atividades que
exijam menos esforço físico e melhoria no conforto.
Ainda como condições para a permanência no meio rural citam o embelezamento das
propriedades e a criação de programas direcionados a beleza da mulher rural, incentivar
programas ligados a sucessão familiar, além de um seguro agrícola eficiente e eficaz com
garantia de proteção as plantações. Também foi citado que as escolas do interior deveriam
trabalhar o currículo voltado ao meio rural.
Para uma propriedade ser sustentável, viável e com qualidade de vida, os
entrevistados citaram estradas boas, rede de água, esgoto, energia elétrica, internet, equilíbrio
entre lucratividade e sustentabilidade, ter acompanhamento de engenheiro agrônomo em
controlar o uso de agrotóxicos com assistência técnica de qualidade, disponibilizando
tecnologias limpas para o interior, e preservar áreas verdes atendendo as necessidades com
qualidade de vida.
As atividades agrícolas que mais contribuem para uma maior permanência do
homem no campo foram citadas a fruticultura, a olericultura, criações de bovinos de leite,
integrações como suinocultura e avicultura, agroindústrias e o agroturismo. Estas mesmas
atividades são desenvolvidas pela maioria das famílias que permaneceram no campo.
As principais atividades de lazer que as famílias costumam participar, são: festas na
capela onde residem e nas capelas vizinhas, também foram citados bailes, jogo de bochas,
jantas com amigos, familiares, baralho, futebol, praia, acampar com amigos na beira de rios,
encontro com vizinhos nos filós, viagens, assistir um bom filme, tomar chimarrão com os
vizinhos.
O tipo de lazer comunitário que é adequado aos jovens são os esportes, os jogos de
integração e as competições esportivas. Em seguida vêm as festas, os encontros com amigos,
os de grupo de jovens, os cursos de danças, os jogos de bochas, de cepo, de quatrilho, viagens
e trilhas.
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8. POSSIBILIDADE DE MOVIMENTO INVERSO

Pode-se perceber que algumas famílias que passaram a residir na cidade ainda têm
ligação com o interior, inclusive mantendo parte da propriedade, tendo-a como um valor
sentimental, laser para finais de semana, reflorestamento, cultivo de alguns produtos de forma
orgânica para subsistência, mas com poucas possibilidades de a curto prazo, retomarem a
atividade agropecuária. Perguntado aos pais que moram nas cidades se incentivariam os filhos
a retornarem para o interior, a maioria absoluta acha remota a possibilidade pelas
circunstâncias e o modo de vida urbano.
Alguns direcionamentos já foram indicados através da pesquisa para a permanência
no interior, todavia precisam de um planejamento entre a população, os políticos e as
entidades como a Emater, cooperativas e sindicatos para que assim possam conseguir
resultados mais expressivos. É de suma importância estabelecer uma política de promoção do
agricultor e principalmente da mulher agricultora, as escolas do campo precisam repensar o
seu currículo, voltando-o para a vivência no campo, invertendo a lógica de estudar para sair
do campo. O currículo do campo deve estar vinculado a uma cultura que se produz por meio
de relações mediadas pelo trabalho com a terra. A construção de conhecimentos voltados à
realidade do campo, potencializando modelos alternativos de agricultura, de novas matrizes
tecnológicas e de relações de trabalho e de vida mais solidárias, sem perder de vista a inter-
relação com o que a cidade produz. Portanto, as Escolas do Campo precisam urgentemente
trabalhar a Educação como estratégia para o desenvolvimento sustentável do campo e se
comprometer com o projeto de reinvenção do campo.
Outra tendência que se constatou na entrevista e tem boas perspectivas são os
cultivos orgânicos ou ecológicos, onde muitas famílias já estão trabalhando dentro deste
modelo e favorece a permanência do homem no campo.
Como se pode constatar o êxodo rural no município está associado a fatores
culturais, econômicos, políticos e sociais. A reflexão e a análise deste tema, através do
presente trabalho, permitiu abrir uma discussão que necessita um aprofundamento ainda
maior e o envolvimento dos setores da sociedade para operacionalizar as formas de corroborar
e dar viabilidade ao setor, com a participação efetiva dos envolvidos.

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
19

O êxodo rural é um grande desafio para a sociedade e ainda carece de medidas de


governo e de Estado para conter este fenômeno. Nos últimos anos, no Brasil, em função da
alta dos preços dos produtos agrícolas, alguns programas e ações que o poder público vem
instituindo no sentido de mitigar o problema do êxodo são importantes, mas estes ainda são
tímidos e não conseguem frear a intensidade deste movimento.
O município de Antônio Prado que surgiu e se desenvolveu com base na
agropecuária hoje assiste a um esvaziamento do interior e isso vem acarretando diversos
problemas, pois desde o início da imigração teve o povoamento denso de todo o seu território
e, atualmente, encontramos famílias isoladas em todos os recantos do município. O êxodo
continua, em ritmo mais lento no município de Antônio Prado, mas os jovens, principalmente
do sexo feminino, ainda continuam saindo e os jovens do sexo masculino estão preocupados,
pois não conseguem companheira para residir no interior, resultando assim na masculinização
do meio rural.
Algumas perspectivas podem colaborar com a mitigação do problema. Temos como
indicativo o envolvimento de diversas instituições ligadas ao campo, como o poder público e
a sociedade civil, escolas, sindicatos, cooperativas, Emater, Igreja, órgãos públicos e construir
um planejamento em conjunto com os agricultores no sentido de achar as soluções para o
problema, antes que venha a acarretar problemas ainda maiores.
Um novo olhar sobre o campo e a redefinição de políticas articuladas entre os
diversos setores da sociedade e o envolvimento das instituições e do poder público, resultará
em mais qualidade de vida, tanto para quem vive no campo, quanto para quem vive nas
cidades.
Através deste trabalho podemos evidenciar as reais causas e consequências do êxodo
rural e também as atividades agropecuárias desenvolvidas no município de Antônio Prado.
Percebe-se a existência de uma grande produtividade de alimentos, além das integrações com
criações, onde é necessário de políticas publicas de apoio e assistência para manter as
propriedades viáveis e sustentáveis.
20

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Emater, Antônio Prado.
22

ANEXOS

PESQUISA COM QUEM MORA NO CAMPO

Nome : _________________________________________
1. Localização
2. Tamanho da propriedade em ( ha)
3. Número de pessoas que vivem na propriedade, com as respectivas idades?
4. Renda média anual bruta
5. Quais os cultivos e ou criações que desenvolvem atualmente.
6. Quanto tempo mora no local
7. Quantas pessoas desta família pretendem ficar no campo?
8. Quantas pessoas desta família saíram nos últimos vinte anos?
9. Já pensou em sair do campo
10. O que te leva pensar em sair da colônia.
11. O que deveria melhorar na colônia ou para poder permanecer na colônia?
12. Como deveria ser a atuação do sindicato, cooperativa, emater, poder público, escola,
igreja... para apoiar a permanência do homem no campo?
13. Como devia ser a vida no campo para poder permanecer nele?
14. Além da melhoria da geração de renda, o que os jovens rurais de hoje, precisam para
permanecer no meio rural?
15. Quais as conseqüências da saída do homem do campo para a cidade?
16. Os familiares incentivam os mais jovens permanecer no campo?
17. Entre incentivar a moça ou o rapaz, qual a preferência para ficarem ou saírem?
18. Hoje, qual a principal reivindicação das meninas para permanecerem nas
propriedades:
19. Como devia ser uma propriedade sustentável, viável e com qualidade de vida?
20. Que atividades de laser costuma participar sua família?
21. Que tipo de lazer Comunitário é adequado aos jovens de hoje?
23

PESQUISA COM PESSOAS QUE SAIRAM DO MEIO RURAL

1- Nome:

2-Localização.

3- Atividades que desenvolvia.

4- Que atividade desenvolve na cidade:

5-Qual sua renda anual na época.

6- Quantas pessoas faziam parte da família.

7- A quanto tempo saiu do campo? (ano)

8-Quais as causas que o levaram a sair do campo naquela época?

9-Que condições assegurariam a sua permanência no campo naquela época?

10-Quantas pessoas da sua família ficaram na propriedade?

11- Se ficaram, quantos eram homens e quantas eram mulheres?

12-Quais as conseqüências da saída do homem do campo para as cidades?

13- Como você acha que deveria ser a vida no campo, para poder permanecer?

14-Outro fator que você considera importante para o homem permanecer no interior?

13-Quais os órgãos e instituições que podem contribuir para a permanência do homem no


campo? O que poderiam fazer?

14-Quais os cultivos ou criações que propiciam uma maior permanência do homem no


campo?

15- A família ainda possui área de terra no meio rural? Por quê está mantendo a propriedade?

16-Hoje os Srs.(a) incentivam a volta dos filhos para o meio rural? Por quê?

17-Quais as atividades de lazer que vocês e sua família participam na comunidade?

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