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UNIJUÍ
CURSO DE GEOGRAFIA
RESUMO
O êxodo rural apresenta-se como o abandono do campo por seus habitantes em busca de
melhores condições de vida. O presente trabalho aborda esse processo a partir de um estudo
de caso, tomando como referência o município de Antônio Prado- RS, analisando os
principais fatores, as consequências e possíveis medidas de mitigação. Para tanto, fez-se
inicialmente uma revisão bibliográfica, onde foram resgatados os fundamentos que
contribuem para o entendimento dos fluxos migratórios e, em um segundo momento, através
de pesquisa de campo realizou-se um levantamento de dados que contribuíram par o
entendimento da situação no município. Foram apontadas também algumas medidas locais
capazes de possibilitar a mitigação do êxodo rural.
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Acadêmica do curso de Geografia - Unijui
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Orientador, Geógrafo, Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina. UFSC.
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INTRODUÇÃO
1. REFERENCIAL TEÓRICO
2. ÊXODO E MIGRAÇÕES
O município de Antônio Prado tem peculiaridades que podem ser caracterizadas pela
agricultura familiar, onde a maioria absoluta são proprietários e gestores de seu próprio
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negócio com o cultivo de diversos produtos e muitas vezes consorciados com criações.
Segundo IBGE (2010) o município de Antônio Prado tem uma população total de 12.883
habitantes, sendo que 3.598 residem no campo e 9.235 residem na área urbana. Existem
atualmente 1.105 famílias residindo no campo e desenvolvendo atividades agrícolas e
pecuárias com uma média de 3,2 membros para cada unidade familiar (Emater, 2013 Antônio
Prado).
Segundo a EMATER, nos anos 70 do século passado o município contava com 1.400
famílias com uma média de 6,3 membros para cada núcleo de unidade familiar, com a maioria
do sexo feminino. Já nos anos 90 do século passado a média de membros em cada unidade
familiar caiu para 4,6 pessoas. Atualmente com a média de 3,2 moradores para cada unidade
familiar, e o número de homens supera o número de mulheres no interior do município.
Temos 46,61% dos moradores do interior do município do sexo feminino e 53,39% do sexo
masculino.
No interior do município de Antônio Prado, temos 1.921 homens e apenas 1.677
mulheres. Na população jovem, até 29 anos, existem 201 homens a mais que mulheres, e na
faixa dos 29 aos 60 anos identifica-se uma população com predominância do gênero
masculino. Por outro lado, as mulheres são em maior número no público acima de 60 anos,
com 236 mulheres a mais que homens (Emater 2013, Antônio Prado)
Segundo dados do IBGE e FEE/ Núcleo de Indicadores Sociais (2004) a taxa de
urbanização do município era de 69,47%. No ano de 2010, a taxa passou a ser de 71,94%. E
atualmente conforme dados da Emater (2013) Antônio Prado tem 72,1% da população
morando na cidade e 27,9% morando no interior, mantendo-se acima da média nacional. Os
cidadãos migram principalmente para cidades próximas, como Caxias do Sul, Farroupilha,
Porto Alegre, entre outras. Se analisarmos os dados sobre a urbanização no Brasil, que é de
84,36% segundo o Censo 2010, o município de Antônio Prado possui uma média acima da
nacional de pessoas residindo no interior. O processo tende a continuar e a tendência é de
diminuir o número de moradores no interior, pois mais de 20% das propriedades rurais do
município de Antônio Prado não tem sucessor, tornando-se uma população de idosos, com
predominância de mulheres idosas.
Fonte: Autora.
Fonte: Autora.
Na figura 3 vemos duas culturas permanentes (maçã e uva), que favorecem maior
permanência no campo.
Fonte: Autora.
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Fonte: Autora
ou seja, 56,3% têm uma renda bruta de até R$ 20.000,00/ano (tabela 2). Uma pequena parcela
da população, menos que 10% têm renda bruta anual acima de R$ 40.000,00. A renda bruta,
segundo os entrevistados, não representa uma renda fixa anual, pois muitas vezes o custo de
produção é aviltado pelos insumos caros, depreciação e manutenção das máquinas, além do
preço dos produtos, em alguns anos, não compensa o próprio custo de produção.
seguidas das que moram entre 30 e 60 anos. Os menos propensos a sair dentro desta análise
são os que sempre moraram no local ou passaram a morar a menos de 10 anos.
Considerando as informações obtidas nas entrevistas realizadas com as 30 famílias
do interior do município de Antônio Prado, constata-se que atualmente, mesmo ocorrendo um
fluxo migratório, temos um percentual de 59% das famílias que se mantém no campo. Em
20% das famílias entrevistadas saiu apenas um membro na família nos últimos vinte anos,
sendo na maioria jovens, e em 21% das famílias saíram dois ou mais membros, sendo estes
também jovens, mostrando uma das causas do envelhecimento da população do campo.
Pode-se perceber que algumas famílias que passaram a residir na cidade ainda têm
ligação com o interior, inclusive mantendo parte da propriedade, tendo-a como um valor
sentimental, laser para finais de semana, reflorestamento, cultivo de alguns produtos de forma
orgânica para subsistência, mas com poucas possibilidades de a curto prazo, retomarem a
atividade agropecuária. Perguntado aos pais que moram nas cidades se incentivariam os filhos
a retornarem para o interior, a maioria absoluta acha remota a possibilidade pelas
circunstâncias e o modo de vida urbano.
Alguns direcionamentos já foram indicados através da pesquisa para a permanência
no interior, todavia precisam de um planejamento entre a população, os políticos e as
entidades como a Emater, cooperativas e sindicatos para que assim possam conseguir
resultados mais expressivos. É de suma importância estabelecer uma política de promoção do
agricultor e principalmente da mulher agricultora, as escolas do campo precisam repensar o
seu currículo, voltando-o para a vivência no campo, invertendo a lógica de estudar para sair
do campo. O currículo do campo deve estar vinculado a uma cultura que se produz por meio
de relações mediadas pelo trabalho com a terra. A construção de conhecimentos voltados à
realidade do campo, potencializando modelos alternativos de agricultura, de novas matrizes
tecnológicas e de relações de trabalho e de vida mais solidárias, sem perder de vista a inter-
relação com o que a cidade produz. Portanto, as Escolas do Campo precisam urgentemente
trabalhar a Educação como estratégia para o desenvolvimento sustentável do campo e se
comprometer com o projeto de reinvenção do campo.
Outra tendência que se constatou na entrevista e tem boas perspectivas são os
cultivos orgânicos ou ecológicos, onde muitas famílias já estão trabalhando dentro deste
modelo e favorece a permanência do homem no campo.
Como se pode constatar o êxodo rural no município está associado a fatores
culturais, econômicos, políticos e sociais. A reflexão e a análise deste tema, através do
presente trabalho, permitiu abrir uma discussão que necessita um aprofundamento ainda
maior e o envolvimento dos setores da sociedade para operacionalizar as formas de corroborar
e dar viabilidade ao setor, com a participação efetiva dos envolvidos.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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de setembro de 2013.
<http://www.alunosonline.com.br/geografia/exodorural.html>acesso em 18 de setembro de
2013.
<http://diegofonseca.blogspot.com.br/2007/02/xodo-rural-no-brasil.html>acesso em 20 de
setembro de 2013.
<http://diegofonseca.blogspot.com.br/2007/02/xodo-rural-no-brasil.html> acesso em 22 de
Setembro.
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/reflexoes_deslocamentos/deslocamentos.
pdf>acesso em 23 de setembro de 2013.
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<http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/565842/1/doc48.pdf>
ALVES, Eliseu; SOUZA E SILVA, Geraldo da; MARRA, Renner. Êxodo e sua
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http://www.anpocs.org/portal/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=5208&I
temid=360
BÄCHTOLD, Felipe.Falta de mulher no campo deixa tarefa de casa para homem. Folha
de São Paulo - Cotidiano, sábado 25 de dezembro.
DINIZ, José Abílio. O que fazer para diminuir o êxodo rural? EMATER-
RO/UFPB,Areia – PB, 02 de abril de 2011.
DINIZ, João Abílio. O que fazer para diminuir o êxodo rural? Areia-PB, 02 de abril de
2011.
ANEXOS
Nome : _________________________________________
1. Localização
2. Tamanho da propriedade em ( ha)
3. Número de pessoas que vivem na propriedade, com as respectivas idades?
4. Renda média anual bruta
5. Quais os cultivos e ou criações que desenvolvem atualmente.
6. Quanto tempo mora no local
7. Quantas pessoas desta família pretendem ficar no campo?
8. Quantas pessoas desta família saíram nos últimos vinte anos?
9. Já pensou em sair do campo
10. O que te leva pensar em sair da colônia.
11. O que deveria melhorar na colônia ou para poder permanecer na colônia?
12. Como deveria ser a atuação do sindicato, cooperativa, emater, poder público, escola,
igreja... para apoiar a permanência do homem no campo?
13. Como devia ser a vida no campo para poder permanecer nele?
14. Além da melhoria da geração de renda, o que os jovens rurais de hoje, precisam para
permanecer no meio rural?
15. Quais as conseqüências da saída do homem do campo para a cidade?
16. Os familiares incentivam os mais jovens permanecer no campo?
17. Entre incentivar a moça ou o rapaz, qual a preferência para ficarem ou saírem?
18. Hoje, qual a principal reivindicação das meninas para permanecerem nas
propriedades:
19. Como devia ser uma propriedade sustentável, viável e com qualidade de vida?
20. Que atividades de laser costuma participar sua família?
21. Que tipo de lazer Comunitário é adequado aos jovens de hoje?
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1- Nome:
2-Localização.
13- Como você acha que deveria ser a vida no campo, para poder permanecer?
14-Outro fator que você considera importante para o homem permanecer no interior?
15- A família ainda possui área de terra no meio rural? Por quê está mantendo a propriedade?
16-Hoje os Srs.(a) incentivam a volta dos filhos para o meio rural? Por quê?