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Questão 1

(Enem Digital 2020)

Qual a influência da comunicação nos fluxos migratórios?

Denise Cogo, doutora em comunicação, discute a relação entre as tecnologias digitais


e as migrações no mundo.

Para a especialista, grande parte das representações e das experiências que conhecemos
dos imigrantes chega pela mídia. “A mídia é mediadora das relações”, explica.

O imigrante não é só um sujeito econômico, mas, explica Cogo, um sujeito


sociocultural. Portanto, a comunicação integra a trajetória das migrações dentro de um
processo histórico. “Desde o planejamento e o estudo das políticas migratórias para o
país de destino até o contato com amigos e familiares, o encontro dos fluxos migratórios
com as tecnologias digitais traz novas perspectivas para os sujeitos. Também se abre a
possibilidade para que, com um celular na mão, os próprios imigrantes possam narrar
suas histórias, construindo novos caminhos”, analisa.

Disponível em: http://operamundi.uol.com.br. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado).

Ao trazer as novas perspectivas acionadas pelos sujeitos na escrita de suas histórias, o


texto apresenta uma visão positiva sobre a presença da(s):

a) economia na formação cultural dos sujeitos.

b) manifestações isoladas nos processos de migração.

c) narrações oficiais sobre os novos fluxos migratórios.

d) abordagens midiáticas no tratamento das informações.

e) tecnologias digitais nas formas de construção da realidade.

Questão 2
Reconhecimento facial: o que se pode esperar dele?

A tecnologia não é nova, mas está cada vez mais avançada. O conceito foi desenvolvido
na década de 1960 por Woodrow "Woody" Bledsoe para a Panoramic Research e até
hoje os preceitos são os mesmos: boa parte dos sistemas ainda aposta em imagens 2D, já
que a maioria dos bancos de dados de referência tem apenas esse tipo de foto.

Ela é, portanto, uma forma de autenticação biométrica que permite confirmar uma
identidade. O processo de identificação usa as medidas do formato e da estrutura facial,
que são únicas para cada indivíduo. Aí começam os problemas: embora seja bastante
interessante, ela pode ser controversa.

É essa a tecnologia usada no Facebook para sugerir marcações em fotos — e quem tem
irmãos sabe que o sistema pode ser bastante falho na tarefa de diferenciar pessoas com
características semelhantes. Isso porque informações-chave das imagens (como o
tamanho e o formato de nariz, boca e olhos, bem como a distância entre diferentes
pontos da face) são comparadas com um banco de dados. Há até quem tenha processado
a rede social por ter sido identificado em imagens sem ser informado.

Disponível em: <https://olhardigital.com.br/noticia/reconhecimento-facial-o-que-se-pode- esperar-


dele/84009>. (Adaptado)

Entre as possibilidades promovidas pelo desenvolvimento de novas tecnologias de


autenticação biométrica, o texto destaca:

a) a auditoria das ações públicas por meio da fiscalização remota.

b) a distinção de postagens vinculadas às redes sociais, como o Facebook.

c) a obtenção de informações por meio de traços faciais singulares.

d) a disponibilidade de recursos de publicidade com base em expressões faciais.

e) o armazenamento de dados entre órgãos governamentais e privados.

Questão 3
(Enem 2020)

Hino à Bandeira

Em teu seio formoso retratas


Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.

Contemplando o teu vulto sagrado,


Compreendemos o nosso dever,
E o Brasil por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser!

Sobre a imensa Nação Brasileira,


Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre sagrada bandeira
Pavilhão da justiça e do amor!

BILAC, O.; BRAGA, F. Disponível em: www2.planalto.gov.br.


Acesso em: 10 dez. 2017 (fragmento).

No Hino à Bandeira, a descrição é um recurso utilizado para exaltar o símbolo nacional


na medida em que:

a) remete a um momento futuro.


b) promove a união dos cidadãos.

c) valoriza os seus elementos.

d) emprega termos religiosos.

e) recorre à sua história.

Questão 4

Arte de “João Montanaro”. Disponível em:


<https://relatividade.wordpress.com/2010/11/06/olha-mae-um-twitter/>. Acesso
em 23 jul. 2021.
O humor na charge é provocado porque a personagem comete um deslize referente a um
dos fatores pragmáticos do texto, sendo ele:

a) a intencionalidade, considerando que o deslize cometido pela personagem foi


proposital.

b) a informatividade, pois a personagem desconhece a figura de um pássaro, assim


como desconhece o símbolo da rede social mencionada.

c) a situacionalidade, já que a situação comunicativa permite facilmente que um pássaro


seja confundido com o símbolo de uma conhecida rede social.

d) a informatividade, uma vez que o humor decorre do fato de que ele não conhece o
pássaro e faz referência ao símbolo do Twitter devido ao seu desconhecimento de
mundo e conhecimento de mídias sociais.

e) a intertextualidade, visto que a personagem propositalmente menciona a rede social


Twitter com a única intenção de que o diálogo entre os textos desperte o humor na
narrativa.

Questão 5
(Enem 2018)

ABL lança novo concurso cultural:


“Conte o conto sem aumentar um ponto”
Em razão da grande repercussão do concurso de Microcontos do Twitter da ABL, o
Abletras, a Academia Brasileira de Letras, lançou, no dia do seu aniversário de 113
anos, um novo concurso cultural intitulado “Conte o conto sem aumentar um ponto”,
baseado na obra A cartomante, de Machado de Assis. “Conte o conto sem aumentar um
ponto” tem como objetivo dar um final distinto do original ao conto A cartomante de
Machado de Assis, utilizando-se o mesmo número de caracteres – ou inferior – que
Machado concluiu seu trabalho, ou seja, 1 778 caracteres.

Vale ressaltar que, para participar do concurso, o concorrente deverá ser seguidor do
Twitter da ABL, o Abletras.

Disponível em: www.academia.org.br. Acessado em: 18 out. 2015 (adaptado).

O Twitter é reconhecido por promover o compartilhamento de textos. Nessa notícia,


essa rede social foi utilizada como veículo/suporte para um concurso literário por causa
do(a):

a) limite predeterminado de extensão do texto.

b) interesse pela participação de jovens.

c) atualidade do enredo proposto.

d) fidelidade a fatos cotidianos.

e) dinâmica da sequência narrativa.

Questão 6
O que é música?

A pergunta “o que é música” tem sido alvo de discussão há décadas. Alguns autores
defendem que música é a combinação de sons e silêncios de uma maneira organizada.
Vamos explicar: um ruído de rádio emite sons, mas não de uma forma organizada, por
isso não é classificado como música. Essa definição parece simples e completa, mas
definir música não é algo tão óbvio assim. Podemos classificar um alarme de carro
como música? Ele emite sons e silêncios de uma maneira organizada, mas garanto que a
maioria das pessoas não chamaria esse som de música.

Disponível em: <https://www.descomplicandoamusica.com/o-que-e-musica/>. Acesso em 23 jul.


2021.

O fragmento define o que é a música de forma simplificada. Como estratégia de


construção do texto, o autor faz uso recorrente de:

a) enumerações para sustentar o ponto de vista apresentado.

b) exemplificações para ilustrar a distinção entre a música e outros sons cotidianos.

c) generalizações para sintetizar as diversas percepções sobre o que é a música.


d) adjetivações para descrever os tipos de música.

e) sinonímias para retomar as características das obras musicais.

Questão 7
(Enem 2020)

Chiquito tinha quase trinta quando conheceu Mariana num baile de casamento na
Forquilha, onde moravam uns parentes dele. Por lá foi ficando, remanchando. Fez mal à
moça, como costumavam dizer, tiveram de casar às pressas. Morou uns tempos com o
sogro, descombinaram. Foi só conta de colher o milho e vender. Mudou pra casa do
velho Chico Lourenço [seu pai]. Fumaça própria só viu subir um par de anos depois,
quando o pai repartiu as terras. De tão parecidos, pai e filho nunca combinaram direito.
Cada qual mais topetudo, muitas vezes dona Aparecida ouvia o marido reclamar da
natureza forte do filho. Ela escutava com paciência e respondia dum jeito sempre igual:

— “Quem herda, não rouba”.

Vinha um brilho nos olhos, o velho se acalmava.

ROMANO, O. Casos de Minas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

Os ditados populares são frases de sabedoria criadas pelo povo, utilizadas em várias
situações da vida. Nesse texto, a personagem emprega um ditado popular com a
intenção de:

a) criticar a natureza forte do filho.

b) justificar o gênio difícil de Chiquito.

c) legitimar o direito do filho à herança.

d) conter o ânimo violento de Chico Lourenço.

e) condenar a agressividade do marido contra o filho.

Questão 8
A namorada

Havia um muro alto entre nossas casas. Difícil de mandar recado para ela. Não havia e-
mail. O pai era uma onça. A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão.
E pinchava a pedra no quintal da casa dela. Se a namorada respondesse pela mesma
pedra era uma glória! Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira. E
então era agonia. No tempo do onça era assim.

BARROS, Manoel de. Texto extraído do livro “Tratado geral das grandezas do ínfimo”, Editora
Record – Rio de Janeiro, 2001, pág. 17.

Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas verbais:


a) está a serviço do projeto literário, auxiliando na distinção das ações de um e de outro
personagem.

b) auxilia na caracterização do tempo, do espaço e dos personagens da narrativa.

c) alterna os tempos da narrativa, fazendo progredir as ideias do texto.

d) ajuda a localizar o enredo em um tempo ora mais, ora menos distante do presente.

e) traduz a reminiscência de fatos passados que ficaram registrados na vida íntima do


narrador.

Questão 9
(Enem 2018)

Disponível em: http://arquivo-x.webnode.com. Acesso em: 5 dez. 2012.

Em sua conversa com o pai, Calvin busca persuadi-lo, recorrendo à estratégia


argumentativa de:

a) mostrar que um bom trabalho como pai implica a valorização por parte do filho.

b) apelar para a necessidade que o pai demonstra de ser bem-visto pela família.

c) explorar a preocupação do pai com a própria imagem e popularidade.

d) atribuir seu ponto de vista a terceiros para respaldar suas intenções.

e) gerar um conflito entre a solicitação da mãe e os interesses do pai.


Questão 10
Você recebe uma mensagem no celular, lê integralmente ou parte dela e a repassa, sem
ter sequer o cuidado de checar se é verdadeira? Então, fique atento, porque você pode
estar ajudando a propagar uma fake news. A expressão, em inglês, significa notícia falsa
e já tomou conta do vocabulário brasileiro. Aliás, as “fake news” ultrapassaram as
fronteiras do uso de termos estrangeiros e passaram a fazer parte, também, da rotina do
brasileiro, seja na propagação ou na reparação delas. A justificativa do professor José
Eduardo de Santana Macêdo, doutor em Direito Político e Econômico e mestre em
Direito Constitucional, é de que a sociedade moderna goza de um privilégio totalmente
inexistente no passado, o do acesso ilimitado à informação. Mas, claramente, não tem
sabido lidar com esse privilégio. “No que antes se dependia do jornal impresso ou de
informações divulgadas pelas ondas do rádio e da televisão, esses meios praticamente
sucumbiram como fonte de notícias e estão se reinventado para não se tornarem
obsoletos”, ressalta Eduardo Macêdo.

Disponível em: <http://jlpolitica.com.br/reportagem-especial/fake-news-viraram-estrategia-politica>.

O texto expõe a preocupação de um professor ligado à área do Direito sobre o


compartilhamento de conteúdos falsos impulsionado pelo(a):

a) acesso facilitado e irrefletido às informações no ambiente digital.

b) displicência natural das pessoas que navegam pela internet.

c) obsolescência dos meios de veiculação de notícias como rádio e televisão.

d) impossibilidade de identificação da origem dos textos.

e) disseminação de ações criminosas na internet.

Questão 11
(Enem 2019)

A ciência do Homem-Aranha

Muitos dos superpoderes do querido Homem-Aranha de fato se assemelham às


habilidades biológicas das aranhas e são objeto de estudo para produção de novos
materiais.

O “sentido-aranha” adquirido por Peter Parker funciona quase como um sexto sentido,
uma espécie de habilidade premonitória e, por isso, soa como um mero elemento
ficcional. No entanto, as aranhas realmente têm um sentido mais aguçado. Na verdade,
elas têm um dos sistemas sensoriais mais impressionantes da natureza.

Os pelos sensoriais das aranhas, que estão espalhados por todo o corpo, funcionam
como uma forma muito boa de perceber o mundo e captar informações do ambiente. Em
muitas espécies, esse tato por meio dos pelos tem papel mais importante que a própria
visão, uma vez que muitas aranhas conseguem prender e atacar suas presas na completa
escuridão. E por que os pelos humanos não são tão eficientes como órgãos sensoriais
como os das aranhas? Primeiro, porque um ser humano tem em média 60 fios de pelo
em cada cm² do corpo, enquanto algumas espécies de aranha podem chegar a ter 40 mil
pelos por cm²; segundo, porque cada pelo das aranhas possui até 3 nervos para fazer a
comunicação entre a sensação percebida e o cérebro, enquanto nós, seres humanos,
temos apenas 1 nervo por pelo.

Disponível em: http://cienciahoje.org.br. Acesso em: 11 dez. 2018 (adaptado).

Como estratégia de progressão do texto, o autor simula uma interlocução com o público
leitor ao recorrer à:

a) revelação do “sentido-aranha” adquirido pelo super-herói como um sexto sentido.

b) caracterização do afeto do público pelo super-herói marcado pela palavra “querido”.

c) comparação entre os poderes do super-herói e as habilidades biológicas das aranhas.

d) pergunta retórica na introdução das causas da eficiência do sistema sensorial das


aranhas.

e) comprovação das diferenças entre a constituição física do homem e da aranha por


meio de dados numéricos.

Questão 12
Meninos Carvoeiros

Os meninos carvoeiros
Passam a caminho da cidade.
— Eh, carvoero!
E vão tocando os animais com um relho enorme.

Os burros são magrinhos e velhos.


Cada um leva seis sacos de carvão de lenha.
A aniagem é toda remendada.
Os carvões caem.

(Pela boca da noite vem uma velhinha que os recolhe, dobrando-se com um gemido.)

— Eh, carvoero!
Só mesmo estas crianças raquíticas
Vão bem com estes burrinhos descadeirados.
A madrugada ingênua parece feita para eles ...
Pequenina, ingênua miséria!
Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis!

—Eh, carvoero!

Quando voltam, vêm mordendo num pão encarvoado,


Encarapitados nas alimárias,
Apostando corrida,
Dançando, bamboleando nas cangalhas como espantalhos desamparados.
BANDEIRA, Manuel. Meninos Carvoeiros. Petrópolis, 1921.

No poema de Manuel Bandeira, há uma crítica:

a) ao abandono infantil, visto que muitos pais se colocam em posição distante na criação
dos filhos.

b) à violência contra crianças, que são vulneráveis à exploração de adultos quando não
há políticas públicas de proteção.

c) ao trabalho precoce, que degrada a infância de muitas crianças vítimas da pobreza


social.

d) à desnutrição infantil, já que a condição de miséria de muitos infantes desencadeia


um quadro grave de fome entre uma parcela da população.

e) à perda da infância, substituída pelo trabalho forçado em carvoarias, contrário aos


índices ideais de escolarização.

Questão 13
(Enem 2019)

Um amor desse
Era 24 horas lado a lado
Um radar na pele, aquele sentimento alucinado
Coração batia acelerado

Bastava um olhar pra eu entender


Que era hora de me entregar pra você
Palavras não faziam falta mais
Ah, só de lembrar do seu perfume
Que arrepio, que calafrio
Que o meu corpo sente
em que eu queira, eu te apago da minha mente

Ah, esse amor


Deixou marcas no meu corpo
Ah, esse amor
Só de pensar, eu grito, eu quase morro

AZEVEDO, N.; LEÃO, W.; QUADROS, R. Coração pede socorro.


Rio de Janeiro: Som Livre, 2018 (fragmento).

Essa letra de canção foi composta especialmente para uma campanha de combate à
violência contra as mulheres, buscando conscientizá-las acerca do limite entre
relacionamento amoroso e relacionamento abusivo. Para tanto, a estratégia empregada
na letra é a:

a) revelação da submissão da mulher à situação de violência, que muitas vezes a leva à


morte.
b) ênfase na necessidade de se ouvirem os apelos da mulher agredida, que
continuamente pede socorro.

c) exploração de situação de duplo sentido, que mostra que atos de dominação e


violência não configuram amor.

d) divulgação da importância de denunciar a violência doméstica, que atinge um grande


número de mulheres no país.

e) naturalização de situações opressivas, que fazem parte da vida de mulheres que


vivem em uma sociedade patriarcal.

Questão 14

QUINO. Disponível em: <https://vonomatopeia.wordpress.com/2008/11/21/isso-non-ecziste/>.


Acesso em 23 jul. 2021.

Mafalda é uma personagem criada pelo cartunista argentino Quino (1932-2020), de


característica inquieta e contestadora, que procura sempre formas de questionar o
mundo à sua volta. Na tira, Mafalda e o pai compreendem a expressão “ano que vem”
de maneiras distintas. É possível discriminar os diferentes pontos de vista na fala dos
personagens à medida que:

a) o posicionamento questionador de Mafalda destoa-se da alienação representada pela


figura do adulto, porque defende um ponto apresentado como certo e indiscutível.

b) a expressão “ano que vem” refere-se abstratamente a um amplo acontecimento futuro


e, por isso, Mafalda acredita ser provável a sua ocorrência.

c) a questão da forma como as crianças entendem a passagem do tempo está relacionada


com as experiências reais já vividas, o que dificulta a construção de dimensões
temporais que não sejam referentes a um tempo pretérito.

d) o questionamento de Mafalda está baseado na recorrência de respostas inverídicas


dadas pelos adultos como forma explícita de desviar-se de situações controversas.

e) Mafalda expressa sua dúvida em relação ao mundo adulto ao achar que não basta
dizer “ano que vem”, é preciso comprovar que ele virá mesmo, enquanto seu pai apoia-
se na consciência de que o tempo passa naturalmente.

Questão 15
(Enem 2019)
O craque crespo

Desde que Neymar despontou no futebol, uma de suas marcas registradas é o cabelo.
Sempre com um visual novo a cada campeonato. Mas nesses anos de carreira ainda
faltava o ídolo fazer uma aparição nos gramados com seu cabelo crespo natural, que ele
assumiu recentemente para a alegria e a autoestima dos meninos cacheados que sonham
ser craques um dia.

É difícil assumir os cachos e abandonar a ditadura do alisamento em um mundo onde o


cabelo liso é tido como o padrão de beleza ideal. Quando conseguimos fazer a transição
capilar, esse gesto nos aproxima da nossa real identidade e nos empodera. Falo por
experiência própria. Passei 30 anos usando cabelos lisos e já nem me lembrava de como
eram meus fios naturais. Recuperar a textura crespa, para além do cuidado estético, foi
um ato político, de aceitação, de autorreconhecimento e de redescoberta da minha
negritude.

O discurso dos fios naturais tem ganhado uma representação cada vez mais positiva,
valorizando a volta dos cachos sem cair no estereótipo do “exótico”, muito comum no
Brasil. O cabelo crespo, definitivamente, não é uma moda passageira. Torço que para
Neymar também não seja.

Alexandra Loras é ex-consulesa da França em São Paulo, empresária, consultora de empresas e


autora de livros.

LORAS, A. O craque crespo. Disponível em: http://diplomatique.org.br.

Acesso em: 1 set. 2017.

Considerando os procedimentos argumentativos presentes nesse texto, infere-se que o


objetivo da autora é:

a) valorizar a atitude do jogador ao aderir à moda dos cabelos crespos.

b) problematizar percepções identitárias sobre padrões de beleza.

c) apresentar as novas tendências da moda para os cabelos.

d) relatar sua experiência de redescoberta de suas origens.

e) evidenciar a influência dos ídolos sobre as crianças.

Questão 16
Disponível em: < https://agenciadenoticias.bndes.gov.br/blogdodesenvolvimento/detalhe/
Saneamento-infograficos-mostram-importancia-do-tema-para-o-desenvolvimento/>. Acesso em 23
jul. 2021.

Esse infográfico revela que o BNDES se mobilizará em prol do cumprimento de um dos


objetivos da Agenda 2030 da ONU: a universalização do saneamento básico. A leitura
dessa representação visual de informações permite afirmar corretamente que, para essa
meta ser atingida, é indispensável que:

a) o investimento em sistemas de abastecimento de água seja priorizado em relação à


ampliação do esgotamento sanitário.

b) as pessoas desprovidas de água tratada e saneamento, de maneira geral, envolvam-se


em projetos estruturados pelo BNDES.

c) os investimentos em saneamento básico sejam ampliados para que a meta do Plano


Nacional de Saneamento Básico seja cumprida até 2030.

d) a disponibilidade e a gestão sustentável de água e esgoto sejam ampliadas


progressivamente em todos os estados brasileiros.
e) os brasileiros tomem consciência da importância do apoio de instituições bancárias
para o acesso aos serviços de saneamento básico.

Questão 17

BRANCO, A. Disponível em: www.oesquema.com.br. Acessado em: 30 jun. 2015 (adaptado).

A internet proporcionou o surgimento de novos paradigmas sociais e impulsionou a


modificação de outros já estabelecidos nas esferas da comunicação e da informação. A
principal consequência criticada na tirinha sobre esse processo é a:

a) criação de memes.

b) ampliação da blogosfera.

c) supremacia das ideias cibernéticas.

d) comercialização de pontos de vista.

e) banalização do comércio eletrônico.

Questão 18
Alvo de racismo, Webó comemora atitude de jogadores em PSG x Istanbul: "Haverá
antes e depois"

Camaronês da comissão técnica da equipe turca, no entanto, reitera que não quer ser
lembrado por episódio ocorrido na Liga dos Campeões: "Têm sido os dias mais difíceis
da minha carreira"

Autor da acusação de racismo que interrompeu o jogo PSG e Istanbul


Basaksehir pela Champions, o camaronês Webó comemorou a atitude dos jogadores
das duas equipes. Ex-atacante e auxiliar do time turco, ele sofreu ofensas do quarto
árbitro romeno Sebastian Coltescu e contou com a solidariedade de todos os atletas, que
se recusaram a seguir a partida. Em entrevista à emissora “BBC”, ele reiterou o marco
histórico do ato. “Na minha opinião, há um antes e depois de 8 de dezembro (de 2020).
Vai ser lembrado. Nós mostramos que podemos fazer aquilo (abandonar a partida) e
vamos fazer. Não é o árbitro que vai parar isso, são os jogadores” — Pierre Webó, à
"BBC".

Disponível em: <https://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/alvo-de-


racismo-webo-comemora-atitude-de-jogadores-em-psg-x-istanbul-havera-antes-e-depois.ghtml>.
Acesso em 23 jul. 2021
A notícia vinculada a um portal de notícias esportivas aborda a importância da reação
dos jogadores contra:

a) o discurso de superioridade baseado na nacionalidade.

b) a atitude de hostilidade em relação a determinada categoria de pessoas.

c) o abandono de funções desportivas sem o aval dos dirigentes da partida.

d) o tratamento agressivo destinado aos adversários esportivos.

e) o abuso de autoridade dos responsáveis por se fazer cumprir as regras do esporte.

Questão 19
(Enem 2017)

DAHMER, A. Disponível em: www.malvados.com.br.

Importantes recursos de reflexão e crítica próprios do gênero textual, esses quadrinhos


possibilitam pensar sobre o papel da tecnologia nas sociedades contemporâneas, pois:

a) indicam a solidão existencial dos usuários das redes sociais virtuais.

b) criticam a superficialidade das relações humanas mantidas pela internet.

c) retratam a dificuldade de adaptação de pessoas mais velhas às relações virtuais.

d) ironizam o crescimento da conexão virtual oposto à falta de vínculos reais entre as


pessoas.

e) denunciam o enfraquecimento das relações humanas nos mundos virtual e real


contemporâneos.

Questão 20
Um daltônico sonha com cores que não vê?

Não. Não dá para sonhar com um tipo de luz que seu cérebro nunca processou – vide o
fato de que nenhum humano vê ultravioleta em seus sonhos.
Não. O daltonismo é uma condição genética hereditária. O daltônico nasce com a
condição e nunca viu certas cores que a maioria das pessoas enxerga – por isso, não tem
a mesma referência de mundo que os não daltônicos. Não se pode sonhar com algo que
seu cérebro nunca processou.

As cores são ondas eletromagnéticas (luz) de diferentes comprimentos. Percebemos


essas ondas graças a células nas retinas chamadas cones. São três tipos: um detecta os
comprimentos de onda puxados para o vermelho, outro se dedica à região verde, e um
terceiro é responsável pelo azul. Juntos, eles dão conta de todas as cores que
conseguimos ver – o espectro visível.

Os daltônicos possuem deficiências nesses cones, que variam de acordo com diferentes
tipos e graus de daltonismo. Não é como se eles vissem uma mancha preta no lugar do
verde, do vermelho ou do azul. Eles continuam vendo algum tipo de cor ali, mesmo que
seja um tom amarronzado.

Disponível em: <https://super.abril.com.br/blog/oraculo/um-daltonico-sonha-com-cores-que-nao-


ve/>. Acesso em 23 jul. 2021.

Nesse texto de caráter científico, a autora chama a atenção dos leitores por um
questionamento curioso sobre um daltônico com a intenção de:

a) evidenciar uma descoberta científica que comprova a manifestação de cores entre


indivíduos com particularidades genéticas.

b) resumir os resultados de uma pesquisa que trouxe evidências de como as cores são
processadas pelos seres humanos.

c) sintetizar a ideia de que as cores são detectadas a partir de ondas eletromagnéticas


que se transformam em um espectro visível.

d) destacar a experiência que confirma uma investigação sobre a forma como os


daltônicos processam cores diferentes em seu cérebro.

e) condensar a conclusão de que as cores são vistas de maneiras distintas por cada um
dos indivíduos.

GABARITO

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Questão 1
Letra E.

O texto aborda o potencial da mídia como mediadora das relações sociais e, nesse
contexto, insere o imigrante como um sujeito sociocultural cuja integração
poderá ser facilitada com as tecnologias digitais, já que se abrem possibilidades
de novas perspectivas de vivência envolvendo esse grupo de pessoas.
Voltar a questão

Questão 2
Letra C.

O texto faz referência à nova tecnologia de autenticação biométrica, já utilizada


por plataformas de redes sociais, como o Facebook, por meio do reconhecimento
facial, a qual será capaz de confirmar a identidade de usuários mediante o
registro de traços faciais que são únicos entre os indivíduos.
Voltar a questão

Questão 3
Letra C

O hino é uma composição musical que visa à exaltação de determinado símbolo,


especificamente, no texto, da Bandeira Nacional. Esse processo se dá,
notadamente, pela valorização do objeto que representa a nação, percebida, por
exemplo, nos versos “Contemplando o teu vulto sagrado, / Compreendemos o
nosso dever” e “Paira sempre sagrada bandeira”.
Voltar a questão

Questão 4
Letra D.

O deslize cometido pela personagem é percebido no fato de não se distinguir um


pássaro real do símbolo de uma conhecida rede social, o Twitter. Isso pode ser
constatado por meio de uma associação da mensagem ao título “juventude
digital”, que denuncia o envolvimento excessivo de crianças e jovens com o meio
digital, o que os aliena em relação à vivência de mundo. É, portanto, um desvio
quanto à informatividade (considerando o desconhecimento acerca do objeto
mencionado) cometido pelo personagem que desencadeia o humor da charge.
Voltar a questão

Questão 5
Letra A.

O propósito do concurso promovido pela ABL é desenvolver um novo desfecho


ao conto de Machado de Assis com um número de caracteres limitado e,
considerando o fato de o Twitter ser uma rede social em que as postagens têm,
como característica, essa limitação, esse veículo de comunicação foi utilizado
pelo concurso literário.
Voltar a questão

Questão 6
Letra B.

A fim de definir o que é música, são apresentados recursos ilustrativos que


permitem que o leitor distinga sons cotidianos, como o ruído de um rádio e o
alarme de um carro, daqueles que se constituem uma prática cultural e humana
manifestada por um ritmo organizado.
Voltar a questão

Questão 7
Letra B.

O texto dá indícios de que a personalidade forte do filho é uma herança paterna,


como no trecho “De tão parecidos, pai e filho nunca combinaram direito.”
Confirmando essa ideia, emprega-se o ditado popular como uma forma figurativa
de justificar por que o gênio de Chiquinho manifestava-se de maneira espinhosa:
fora herdado do pai.
Voltar a questão

Questão 8
Letra E.
Os verbos conjugados no passado evidenciam uma narrativa em torno da memória
de algo já distante do tempo presente. Dessa forma, narram-se os fatos a partir da
lembrança pessoal trazida pelo personagem acerca de uma relação sentimental
vivida em um tempo antigo, o “tempo do onça”.
Voltar a questão

Questão 9
Letra D.

Na tentativa de agradar ao pai, Calvin lhe atribui certos elogios que são validados
sob o ponto de vista de terceiros (“os entrevistados acham que você está fazendo
um bom trabalho como pai”), a fim de ganhar o seu apoio e livrar-se da tarefa
doméstica em auxílio à mãe.
Voltar a questão

Questão 10
Letra A.

A preocupação de José Eduardo de Santana Macêdo pode ser percebida, ao longo


do texto, no fragmento em que ressalta que a sociedade moderna usufrui do
acesso ilimitado à informação, mas não tem sabido lidar com esse privilégio.
Essa seria a causa fundamental ao fato de que as “ fake news”, cada vez mais,
fazem parte do cotidiano do brasileiro.
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Questão 11
Letra D.

A pergunta retórica estabelecida ao longo da argumentação (“E por que os pelos


humanos não são tão eficientes como órgãos sensoriais como os das aranhas?”)
revela a intenção de introduzir respostas pertinentes acerca do assunto por meio
de um diálogo estabelecido com os interlocutores. Essa seria uma estratégia de
progressão das ideias, visto que mantém uma relação interlocutiva e permite o
desenvolvimento das explicações acerca do sistema sensorial daqueles animais.
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Questão 12
Letra C.

O texto apresenta uma crítica à dura situação vivenciada por crianças em


condição de pobreza, especificamente quando submetidas ao trabalho infantil.
Isso pode ser constatado pelo verso “Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais
como se brincásseis!”, que denuncia o labor em carvoarias daqueles que
deveriam viver as etapas ideais à infância.
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Questão 13
Letra C.

A canção explora o duplo sentido de palavras, que, inicialmente associadas ao


amor, ganham nova significação em um contexto de dominação e de hostilidade
contra a mulher. Isso pode ser percebido, por exemplo, nos versos “Ah, esse
amor / Deixou marcas no meu corpo / Ah, esse amor / Só de pensar, eu grito, eu
quase morro”, cujo aspecto lexical rompe com o sentimentalismo ao denotar, na
verdade, sinais de violência física e receio de convivência
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Questão 14
Letra E.

De um lado, a menina questiona a existência de um tempo futuro pela ausência


de provas concretas de sua ocorrência, enquanto, por outro, o pai hesita em uma
resposta sobre o que lhe parece óbvio: a passagem do tempo. Essa distinção de
pensamentos entre Mafalda e seu pai, que pode ser compreendida na superfície
textual, é evidenciada pelos aspectos verbais (pergunta e resposta dos
personagens) e não verbais (expressão de dúvida e de refutação) da tira.
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Questão 15
Letra B.

A intenção da autora, ao apontar a representatividade proporcionada por um ídolo


do futebol, é, na verdade, questionar os padrões de beleza estabelecidos na
sociedade em relação ao cabelo crespo, o que pode ser evidenciado no seguinte
trecho: “É difícil assumir os cachos e abandonar a ditadura do alisamento em um
mundo onde o cabelo liso é tido como o padrão de beleza ideal.”.
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Questão 16
Letra D.

O infográfico, de modo simplificado, deixa clara a importância do investimento


em água e tratamento de esgoto para o cumprimento das metas estipuladas pela
ONU. O mapa apresentado no canto superior direito evidencia a necessidade de
alcance de todos os estados brasileiros, em conformidade com o que se prevê no
Plano Nacional de Saneamento Básico (que ressalta o ano de 2033 como meta de
universalização).
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Questão 17
Letra D.
A tirinha apresenta uma crítica à exposição de opiniões no ambiente da internet
mediante “memes” e textos publicados, por exemplo, associando uma quantia
monetária à divulgação dessas ideias no âmbito cibernético. Essa valoração pode
ser confirmada na fala: “viu o preço da opinião na internet?”.
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Questão 18
Letra B.

A notícia narra um evento de manifestação dos jogadores do PSG contra um


episódio de racismo durante a partida e retrata, sob a perspectiva do autor da
acusação, a relevância do ato de repúdio no combate à discriminação contra um
grupo de pessoas no âmbito do esporte.
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Questão 19
Letra D.

A intenção crítica dos quadrinhos é materializada na forma irônica com que a


personagem se coloca diante do ambiente virtual, isto é, há o retrato de um
indivíduo que se informa por meios digitais e, confirmando o questionamento de
sua suposta esposa acerca de seu afastamento, ratifica a crescente conexão on-
line que se contrapõe à manutenção de vínculos reais.
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Questão 20
Letra C.

O texto explora a condição genética de daltonismo para introduzir aos leitores


uma informação teórica acerca do processamento das cores entre os seres
humanos. O segundo parágrafo que o compõe deixa clara a intenção de síntese
sobre o assunto central proposto pela revista científica, o que é confirmado na
objetividade do discurso em “As cores são ondas eletromagnéticas (luz) de
diferentes comprimentos.”

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