CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS PÓS MENINGITE.

Márcia do Nascimento Gaier

As meningites são doenças infecciosas que podem ser causadas por vírus,
bactérias e fungos que afetam o SNC( Sistema nervoso central), causando sintomas
psiquiátricos, com prejuízos significativos nas funções cognitivas e executivas, com
maior intensidade nos casos bacterianos.
A meningite é a infecção das meninges, as membranas que revestem e
protegem o cérebro e a medula espinhal, esta infecção faz com que as meninges
inchem e inflamem, danificando os nervos e o cérebro.
A meningite viral é a forma mais comum e mais leve da doença, geralmente
acomete bebês e crianças pequenas, especialmente no primeiro ano de vida,
geralmente não deixa sequelas, sem tratamento específico.
A meningite bacteriana é muito grave, pode afetar a memória de curto prazo e
a memória de trabalho, coordenação motora, equilíbrio, concentração, aprendizado,
fala, além da perda da visão e audição, podendo causar infecção generalizada,
levando a morte.
Em 2006 foi realizado um estudo por Schimidt et al, analisando as sequelas
neuropsicológicas de paciente que apresentaram meningites virais em comparação
aos que sofreram meningites bacterianas, onde constatou-se que em ambos os
grupos ocorreram prejuízos significativos nas funções cognitivas de forma global, na
memória de trabalho, na memória de curto prazo e nas funções executivas, porém
mais proeminente nos casos de etiologia bacteriana.
De acordo com estudos de Sittenger et al.(2002), adultos sobreviventes de
meningites virais apresentaram desempenho inferior na memória não verbal,
atenção e velocidade no desempenho cognitivo.
Constatou-se que nem sempre os aspectos neuropsicológicos são
valorizados durante a avaliação do paciente, existe uma carência de estudos que
abordem as alterações neuropsiquiátricas nas doenças infecciosas e parasitárias,
consequentemente uma falta de assistência neuropsiquiátrica destes pacientes
portadores de sequelas cognitivas e comportamentais, pois não existindo o
diagnóstico da condição neuropsiquiátrica não haverá reabilitação do paciente.
Referências
https://www.polbr.med.br/ano14/prat1114.php. Acesso em 01/05/2023.