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HIPÓTESES
Trata-se de uma afirmação hipotética cuja afirmação da veracidade obtém-se ao longo
da investigação do fenómeno. No presente trabalho formulou-se as seguintes:
É possível que as principais causas de Meningite em crianças atendidas no Banco de
Urgência de Pediatria do Hospital Geral do Uíge, sejam bacterianas.
ANATOMIA DO CÉREBRO
O cérebro e a medula espinal são envolvidos por três membranas ou meninges a dura-
máter, a aracnoide e a pia-máter (Machado, 2005). O conhecimento da estrutura e da
disposição das meninges é muito importante, não só para a compreensão do seu papel
na proteção dos centros nervosos, mas também porque elas são frequentemente atacadas
por processos patológicos como infeções (meningites) ou tumores (meningiomas)
(Machado, 2005).
A dura máter é a camada mais superficial, espessa e resistente que envolve a medula
espinal e o encéfalo é designada de dura-máter. Esta membrana é composta por tecido
conjuntivo muito rico em fibras colagénicas, que contêm os vasos sanguíneos e os
nervos, o que torna esta meninge diferente das outras, por ser ricamente inervada
(Machado, 2005). A aracnoide é uma túnica meníngea caracterizada por ser muito fina,
impermeável e delgada. O espaço entre esta camada e a dura-máter designa-se espaço
subdural (virtual), que contém uma quantidade muito pequena de líquido necessário
para a lubrificação das superfícies de contacto das duas membranas. As superfícies
externa e interna da aracnoide são cobertas por células mesoteliais achatadas (Snell,
2003).
A pia-máter é a terceira túnica meníngea e caracteriza-se por estar estritamente ligada à
superfície do encéfalo e medula espinal. Esta camada está coberta por células
mesoteliais achatadas. As artérias cerebrais que penetram na substância cerebral têm
uma bainha de pia-máter (Snell, 2003).
TRANSMISSÃO
De acordo Gomes (2012), a transmissão é de pessoa para pessoa, através das vias
respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Também ocorre
transmissão através da ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes.
Na meningite bacteriana algumas bactérias se espalham de uma pessoa para outra por
meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta; outras
bactérias podem se espalhar por meio dos alimentos. Na meningite viral, a transmissão
depende do tipo de vírus, podendo ocorrer contaminação fecal-oral, por contato
próximo (tocar ou apertar as mãos) com uma pessoa infectada; tocar em objetos ou
superfícies que contenham o vírus e depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de lavar
as mãos; trocar fraldas de uma pessoa infectada; beber água ou comer alimentos crus
que contenham o vírus. Alguns vírus (arbovírus) são transmitidos pela picada de
mosquitos contaminados
QUADRO CLÍNICO
A meningite se caracteriza por febre, convulções, cefaleia, intensa, vômitos e sinais de
irritação meníngea, acompanhadas de alterações do LCR. A irritação meníngea associa-
se aos seguintes sinais: Sinal de Kerning (resposta em flexão da articulação do joelho,
quando a coxa é colocada em certo grau de flexão, relativamente ao tronco) e Sinal de
Brudzinski (flexão involuntária da perna sobre a coxa e desta sobre a bacia, ao tentar
fletir a cabeça do paciente), (Peres, 2006).
Crianças de até nove meses podem não apresentar os sinais clássicos de irritação
meningea, sendo que outros sinais e sintomas permitem a suspeita diagnóstica, como
fedre, irritabilidade ou agitação, choro persistente, grito meningeo (criança grita ao ser
manipulada, principalmente quando se flete as pernas para trocar a fralda) e recusa
alimentação, acompanhado ou não de vômitos, convulções e abaulamento da fontanela.
O indivíduo que apresentar três ou mais sinais e sintomas descritos pode ser
considerado caso suspeito de meningite (Idem,2006).
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Três sinais clínicos são classicamente relevantes: rigidez da nuca, febre alta e alteração
do etado mental. No entanto, as três características conjuntamente presentes em menos
da metade dos casos, mas se nenhum desses sinais estiver presente é muito impossível
que se trate de meningite. Em crianças muito pequenas, o diagnóstico pode ser mais
dificil, porque não há queixas de dor de cabeça ea rigidez da nuca nem sempre ocorre
(Filho & Oliveira 2008). Portanto, os dados do exame clínico ajudam a levantar a
suspeita diagnóstica.
DIAGNÓSTICO LAORATORIAL
Segundo Santos (2007), como diagnóstico laboratorial da meningite o estudo do LCR,
hemocultura, raspado de lesões petequais, urina e fezes. A punção liquórica é realizada
naregião lombar, entre as vértebras L1 e S1, entre os espaços L3-L4, L4-L5 ou L5-S1.
Umadas contra-indicações para a punção lombar é a existência de infecção no local da
punção (pio-dermite).
Quando há hipertensão endocraniana grave, um especialistadeve fazer a retirada
cuidadosa do líquor, ou aguardar a melhora do quadro, priorizando-se a análise de
outros espécimes clínicos. Dentre os principais exames parao esclarecimento
diagnóstico de casos suspeitos de meningite, cita-se: Exame quimiocitológico do liquor:
bacterioscopia directa (líquor ou soro); cultura (liquor, sangue, peténquias ou fezes);
contra-imuneletrofonesecruzada (CIE) (liquor ou soro); aglutinação pelo látex (liquor
ou soro).
Perfis de Líquido Cefaloraquidiano nas Meninges
Tipos Leucócitos Proteina Glicose
Meningite 50-10.000
bacteriana (neutrófilos) Elevada Baixa
20-1.000
Meningite viral (infócitos) Ligeiramente elevada Normal
Meningite
tuberculosa 50-10.000 (mistos) Elevada Baixa
50-10.000(mistos ou
Meningite fúngica linfócitos) Elevada Normal
CLASSIFICAÇÃO DA MENINGITE
De acordo com o Ministério da Saúde (2010), doença meningocócica pode manifestar-
se de várias formas, porém para fins de vigilância epidemiológica, é classificada de
acordo o agente causador principalmente em: bacteriana e viral é importante fazer uma
breve descrição das formas fúngicas, parasitária, infecciosa e não infecciosa.
Meningite Bacteriana
Processo amatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula
espinhal, causado por bactéria (CASADO, 2009).
AGENTES ETIOLÓGICOS
Segundo Campos (2014), a meningite bacteriana pode ser causada por uma grande
variedade de bactérias. A proveniência da cada bactéria está associada a um dos
seguintes factores:
Idade do paciente, porta de entrada ou séptico inicial;
Tipo e localização da infecção no sistema nervoso central;
Estado imunitário debilitado;
Situação epidemiológica local;
Os principais agentes bacterianos causadores de meningite estão listados a seguir:
Neisseria meningitidis;
Streptococus pneumoniae: bactéria gram-positivo com característica
morfológica esférica (cocos), disposta aos pares. É alfa-hemolítico e não
agrupável;
Haemphilus influenzae: bactéria gram-negativa que pode ser classificada em seis
sorotipos (A,B,C,D,E,F), a partir da diferença antigênica da cápsula
polissacárdia.
Outras bactérias:
Para além da já mencionada, Casado (2011), sustenta que a lista pode crescer com a
adição do Mycobacterium tuberculosis; Stretopcocus, agalactie; Listeria
monocytogenes; Staphylocccus aureus; pseudomonas aeruginosa; klebsiella
pneumoniae; Enterobacter sp.; Salmonella sp.; Proteus sp. É o mesmo autor que dá
o entendimento dos ites abaixo:
Hospedeiro: O principal é o homem.
Modo de transmissão: em geral é de pessoa a pessoa, através das vias
respiratórias, por gotículas e secreções da nasofaringe.
Período de incubação: em geral, é de 2 a 10 dias, em média 3 a 4 dias. Pode
haver alguma variação em função do agente etiológico responsável.
Período de transmissibilidade: é variável, dependendo do agente infeccioso
e da instituição do diagnóstico e tratamento.
Complicações
As principais complicações das meningites bacterianas são: perda da audição, distúrbio
de linguagem, retardo mental, anormalidade motora e distúrbios visuais.
O prognóstico da meningite bacteriana é melhor de acordo com a precocidade do
diagnóstico, da instituição do tratamento antimicrobiano e das medidas de suporte
adequadas. Considerando que a antibioticoterapia inicial é, em geral, empírico quanto à
etiologia e à sensibilidade antimicrobiana, é fundamental conhecer os dados
epidemiológicos de cada comunidade (MANTESE, 2012).
Meningite viral
A viral apresenta maior prevalência em relação à meningite bacteriana, porém seu
prognóstico é mais favorável (STOCCO, 2010).
Os enterovírus pertencem à família Picornaviridae, são os principais causadores da
meningite viral. Estas apresentam genoma de RNA de fita simples e polaridade positiva
e replicam-se no citoplasma das células hospedeiras. Esses vírus possuem como
características favoráveis à transmissão o fato de possuírem estabilidade em ambientes
ácidos, resistência aos desinfetantes comuns e podem persistir viáveis por dias à
temperatura ambiente. Os principais enterovírus causadores de doenças em humanos
são: echovírus, poliovírus e coxsackievírus A e B. O echovírus é descrito como o
principal agente causador da meningite asséptica de acordo com (LAMARÃO, 2011).
TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA
Após o atendimento inicial, com estabilização cardiorrespiratória (oxigênio, acesso
venoso, reposição volêmica) a antibioticoterapia deve ser iniciada imediatamente após
punção lombar ou já na chegada de caso fortemente suspeito, caso esta não possa ser
realizada na primeira hora de atendimento.
Como raramente o organismo causador da meningite bacteriana é conhecido desde o
início da terapia, um plano de tratamento empírico geralmente precisa ser formulado.
Uma vez que os resultados das culturas estejam disponíveis, o tratamento deve ser
modificado para seguir as diretrizes para patógenos específicos.
Um regime empírico apropriado deve incluir a cobertura para S. pneumoniae e N.
Meningitidis, as duas causas mais comuns de meningite bacteriana em lactentes e
crianças. Devemos saber a resistência local ao pneumococo, pois em alguns países, a
Vancomicina é associada inicialmente.
Crianças de 1 a 3 meses: ampicilina (400 mg/kg/dia EV, divididos de 6/6 horas) e
cefalosporina de terceira geração, sendo: ceftriaxona (100 mg/kg/dia EV divididos de
12/12 horas) como medicação de escolha; cefotaxima (300 mg/kg/dia EV divididos de
6/6 horas).
Crianças > 3 meses a 7 anos: ceftriaxona (100mg/kg/dia em 1 ou 2 doses).
Vancomicina 60mg/kg/dia (máximo 4g/dia).
Dexametasona: reduz as complicações e a mortalidade, efeito observado em meningite
por hemófilos e em adultos na meningite pneumocócica. Iniciar 1h antes do antibiótico,
na dose de 0,6mg/kg/dia dividido em 4 doses, por 2 a 4 dias.
Cuidados De Enfermagem
Algumas medidas gerais devem ser observadas com cuidado, tais como:
Alimentação por Sonda Naso gástrica, a partir do segundo dia de tratamento, em
pacientes comatosas;
Controlo da diurese;
Avaliação dos sinais vitais;
Sedação de paciente agitado;
Venoclise por cateter;
Correcções hidroeletrolíticas;
Manutenção da cabeça do paciente em posição neutra com elevação a 30º.
Prevenção de sequelas neurológicas com uso de Dexametasona (0,5mg/kg/dia-I.
V de 6h6 por 2-4 dias.
PREVENÇÃO DA MENINGITE
A meningite é geralmente resultado de contágio entre duas pessoas. Vírus e bactérias
causadores da doença pode ser transmitido por: tosse, espirro, beijo ou
compartilhamento de itens pessoais. Por isso, é importante evitar ficar muito próximo a
pessoas portadoras de meningite.
Além disso, elas seguir algumas medidas básicas, ajudam a prevenir a doença:
Lavar sempre as mãos – elas são as principais portas de entrada para muitas
doenças;
Não compartilhar itens de uso pessoal com outras pessoas, como cigarro, copos
ou escovas de dente;
Manter sempre o sistema imunológico;
Ao tossir ou espirrar, cobrir sempre a boca.
Vacina
Apesar de existirem um conjunto de formas de prevenção da meningite, a vacinação
ainda é a melhor forma de se prevenir controla a doença.
Vacina Meningocócica B
Esta vacina protege contra meningite e doenças meningocócicas, infecções
generalizadas, causadas pela bactéria meningococo do tipo B
Vacina Meningocócica C Conjugada
Esta vacina protege contra doenças causadas pelo Meningococo C, incluindo Meningite
e Meningococemia, infecção da generalizada.
Vacina Meningocócica Conjugada Quadrivalente (A, C, WY)
Protege contra meningites e doenças meningocócicas, infecções generalizadas causadas
pela bactéria meningococo A, C, W e Y.
CAPÍTULO II-ESTUDO DE CASO
1. Dados do paciente
Nome:
Género:
Idade:
Proveniência: