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INTRODUÇÃO

Trata-se de um trabalho de Conclusão do curso de Emfermagem Geral, sob tema


Cuidados de Enfermagem prestados a crianças com Meningites no Banco de Urgência
da Pediatria no Hospital Geral do Uíge no Iº Trimestre de 2024.
A palavra meninge vem do latim moderno “meninga” e do grego “menix”, que significa
«menbrana». Define-se meningite como um processo inflamatório das menbranas que
reveste o encéfalo e a medula espinhal, conhecidas coletivamente como meninges (dura-
máter, aracnoide e pia-máter) e tambem o LCR (Hoffmanet, 2009). Em 1892, foi a vez
da descoberta do Haemophilus influenza pelo bacteriologista alemão Johannes Pfeiffer.
Tambem no final do século XIX foram descritos mais sintomas das da doença: Em
1882, o médico russo Vladimir Kerning e em 1899 o médico polonés Josef Brudzinski
relataram sinais especificos e característico desta patologia, que ficaram conhecidos, ate
aos dias de hoje, como sinal Kerning e sinal Brudzinski. (Ward, 2010).
A meningite, doença infecciosa e inflamatória das meninges, é conhecida desde os
primordios da medicina, apesar de as causas terem permanecido desconhecidas durante
muitos anos. No velho continente europeu, a meningite era conhecida como” spotfever”
devido ás manchas púrpurs que surgiam nos individuoinfectados; só no final do século
XIX, com os avanços da microbiologia, é que foi possível compreender melhor o
quadro clínicco desta patologia.
A meningite é mais frequêntes nas pessoas com HIV/SIDA. Por vezes, podem surgir
epidemias. A meningite é causada por diferentes agentes, incluindo bactérias, fungos e
vírus (Werner & Clif, 2009).
No passado, esta doença levava a maioria dos pacientes a óbito, deixando sequelas
neurológicas nos pacientes que sobreviviam. Com o conhecimento mais profundo da
patologia, a evolução das técnicas de diagnóstico e o desenvolvimento dos antibióticos e
vacinas, a taxa de mortalidade e as sequelas diminuíram, permitindo, aos pacientes
melhor qualidade de vida.
A meningite representa um importante problema em saúde pública, comprometendo
principalmente crianças e adolescentes. Todos os casos suspeitos, independentemente
do agente etiológico, são de notificação e investigação obrigatória pelo sistema de
vigilância epidemiológica (KMETZSCH, 2003).
Para diminuir a letalidade e os riscos de sequelas graves, o início do tratamento
antimicrobiano deve ser estabelecido precoce e adequadamente. A escolha do
antimicrobiano depende da sua atividade para o agente infeccioso, de sua capacidade de
penetração no líquor e do conhecimento do perfil etiológico das meningites em uma
determinada região (SUCCI, 2002).
PROBLEMA DE PESQUISA
A meningite é uma doença grave, de evolução rápida, cujo o prognóstico depende
fundamentalmente do diagnóstico precoce e da instituição imediata de tratamento
adequado. Esta doença, representam uma grande preucupação para saúde pública, pelo
facto de ocasionar surtos e pela alta taxa de morbi-mortalidade. As crianças com
meningite apresentam uma série de sintomas desconfortáveis e insuportáveis. É uma
patologia que se apresenta sob forma de onda epidêmicas e endêmicas que podem durar
de 2 a 5 anos com distribuição universal.
De acordo com os últimos dados da OMS publicados de 2020, as mortes por meningite
em Angola atingiram 3,564 ou 1,70% do total de mortes. A taxa de mortalidade ajustada
à idade é de 10,7 por 100 000 habitantes classificados em Angola 34 no mundo.
Tendo em conta o exposto acima, achei conveniente, formular a seguinte questão:
 Quais são as principais causas de Meningite em crianças atendidas no Banco
de Urgência de Pediatria do Hospital Geral do Uíge?

JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA DO TEMA


A opção pelo tema surgiu pelo facto de que a menengite é uma infecção que afecta
directamente as meninges que recobrem o sistema nervoso central e que acomete
pessoas de todas idades, ocasionada por diversos patógenos e que em alguns casos, o
avanço da doença é rápido e fatal. Outrossim, durante a minha formação academica,
sobretudo no estagio curricular me deparei com inúmeros casos de menengite no BUP
em que a admissão dos pacientes suscitava dúvidas e inquietações, principalmente no
que tangem as regras de admissão.
OBJECTIVOS DO TRABALHO
Geral: Mitigar os Cuidados de Enfermagem prestados a crianças com Meningites no
Banco de Urgência da Pediatria no Hospital Geral do Uíge no Iº Trimestre de 2024.
Específicos:
 Identificar o nome, idade e o género do doente;
 Conhecer a proveniência;
 Identificar os Sinais e sintomas e as queixas principais apresentada pelo
paciente;
 Conhecer a história da doença e os antecedentes;
 Conhecer o tratamento inicial;
 Avaliar o exame físico;
 Verificar os exames complementares;
 Identificar as complicações;
 Avaliar as intervenções de Enfermagem;
 Determinar a evolução clínica do paciente.

HIPÓTESES
Trata-se de uma afirmação hipotética cuja afirmação da veracidade obtém-se ao longo
da investigação do fenómeno. No presente trabalho formulou-se as seguintes:
 É possível que as principais causas de Meningite em crianças atendidas no Banco de
Urgência de Pediatria do Hospital Geral do Uíge, sejam bacterianas.

 Talvez, que as principais causas de Meningite em crianças atendidas no Banco de


Urgência de Pediatria do Hospital Geral do Uíge, sejam de origem fúngicas.
CAPÍTULO I-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Definição de termos e Conceitos
Enfermagem: é uma ciência cujo objetivo é a implantação do tratamento de doenças e o
cuidado ao ser humano, individualmente, na família ou em comunidade de modo
integral e holístico (Florence Nightingale, 1889).
Meningite: corresponde ao processo inflamatório das meninges, membrana que envolve
o cérebro e a medula espinhal (Secretaria de Estado de Saúde, 2014).
Segundo o Ministério da Saúde, (2010), a meningite é uma síndrome clínica
relativamente comum, que envolve o sistema nervoso central, caracterizada por sinais e
sintomas de irritação meníngea.
Para FOCCÀCIA (2005), a meningite é o nome que se da á inflamação das meninges,
membranas que recobre o cérebro.
Pediatria: é a especialidade da Medicina dedicada ao cuidado da saúde de crianças, pré-
adolescentes e adolescentes (https://pt.wikipedia.org).

ANATOMIA DO CÉREBRO
O cérebro e a medula espinal são envolvidos por três membranas ou meninges a dura-
máter, a aracnoide e a pia-máter (Machado, 2005). O conhecimento da estrutura e da
disposição das meninges é muito importante, não só para a compreensão do seu papel
na proteção dos centros nervosos, mas também porque elas são frequentemente atacadas
por processos patológicos como infeções (meningites) ou tumores (meningiomas)
(Machado, 2005).
A dura máter é a camada mais superficial, espessa e resistente que envolve a medula
espinal e o encéfalo é designada de dura-máter. Esta membrana é composta por tecido
conjuntivo muito rico em fibras colagénicas, que contêm os vasos sanguíneos e os
nervos, o que torna esta meninge diferente das outras, por ser ricamente inervada
(Machado, 2005). A aracnoide é uma túnica meníngea caracterizada por ser muito fina,
impermeável e delgada. O espaço entre esta camada e a dura-máter designa-se espaço
subdural (virtual), que contém uma quantidade muito pequena de líquido necessário
para a lubrificação das superfícies de contacto das duas membranas. As superfícies
externa e interna da aracnoide são cobertas por células mesoteliais achatadas (Snell,
2003).
A pia-máter é a terceira túnica meníngea e caracteriza-se por estar estritamente ligada à
superfície do encéfalo e medula espinal. Esta camada está coberta por células
mesoteliais achatadas. As artérias cerebrais que penetram na substância cerebral têm
uma bainha de pia-máter (Snell, 2003).
TRANSMISSÃO
De acordo Gomes (2012), a transmissão é de pessoa para pessoa, através das vias
respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Também ocorre
transmissão através da ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes.
Na meningite bacteriana algumas bactérias se espalham de uma pessoa para outra por
meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta; outras
bactérias podem se espalhar por meio dos alimentos. Na meningite viral, a transmissão
depende do tipo de vírus, podendo ocorrer contaminação fecal-oral, por contato
próximo (tocar ou apertar as mãos) com uma pessoa infectada; tocar em objetos ou
superfícies que contenham o vírus e depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de lavar
as mãos; trocar fraldas de uma pessoa infectada; beber água ou comer alimentos crus
que contenham o vírus. Alguns vírus (arbovírus) são transmitidos pela picada de
mosquitos contaminados

QUADRO CLÍNICO
A meningite se caracteriza por febre, convulções, cefaleia, intensa, vômitos e sinais de
irritação meníngea, acompanhadas de alterações do LCR. A irritação meníngea associa-
se aos seguintes sinais: Sinal de Kerning (resposta em flexão da articulação do joelho,
quando a coxa é colocada em certo grau de flexão, relativamente ao tronco) e Sinal de
Brudzinski (flexão involuntária da perna sobre a coxa e desta sobre a bacia, ao tentar
fletir a cabeça do paciente), (Peres, 2006).
Crianças de até nove meses podem não apresentar os sinais clássicos de irritação
meningea, sendo que outros sinais e sintomas permitem a suspeita diagnóstica, como
fedre, irritabilidade ou agitação, choro persistente, grito meningeo (criança grita ao ser
manipulada, principalmente quando se flete as pernas para trocar a fralda) e recusa
alimentação, acompanhado ou não de vômitos, convulções e abaulamento da fontanela.
O indivíduo que apresentar três ou mais sinais e sintomas descritos pode ser
considerado caso suspeito de meningite (Idem,2006).

DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Três sinais clínicos são classicamente relevantes: rigidez da nuca, febre alta e alteração
do etado mental. No entanto, as três características conjuntamente presentes em menos
da metade dos casos, mas se nenhum desses sinais estiver presente é muito impossível
que se trate de meningite. Em crianças muito pequenas, o diagnóstico pode ser mais
dificil, porque não há queixas de dor de cabeça ea rigidez da nuca nem sempre ocorre
(Filho & Oliveira 2008). Portanto, os dados do exame clínico ajudam a levantar a
suspeita diagnóstica.

DIAGNÓSTICO LAORATORIAL
Segundo Santos (2007), como diagnóstico laboratorial da meningite o estudo do LCR,
hemocultura, raspado de lesões petequais, urina e fezes. A punção liquórica é realizada
naregião lombar, entre as vértebras L1 e S1, entre os espaços L3-L4, L4-L5 ou L5-S1.
Umadas contra-indicações para a punção lombar é a existência de infecção no local da
punção (pio-dermite).
Quando há hipertensão endocraniana grave, um especialistadeve fazer a retirada
cuidadosa do líquor, ou aguardar a melhora do quadro, priorizando-se a análise de
outros espécimes clínicos. Dentre os principais exames parao esclarecimento
diagnóstico de casos suspeitos de meningite, cita-se: Exame quimiocitológico do liquor:
bacterioscopia directa (líquor ou soro); cultura (liquor, sangue, peténquias ou fezes);
contra-imuneletrofonesecruzada (CIE) (liquor ou soro); aglutinação pelo látex (liquor
ou soro).
 Perfis de Líquido Cefaloraquidiano nas Meninges
Tipos Leucócitos Proteina Glicose
Meningite 50-10.000
bacteriana (neutrófilos) Elevada Baixa

20-1.000
Meningite viral (infócitos) Ligeiramente elevada Normal

Meningite
tuberculosa 50-10.000 (mistos) Elevada Baixa

50-10.000(mistos ou
Meningite fúngica linfócitos) Elevada Normal

CLASSIFICAÇÃO DA MENINGITE
De acordo com o Ministério da Saúde (2010), doença meningocócica pode manifestar-
se de várias formas, porém para fins de vigilância epidemiológica, é classificada de
acordo o agente causador principalmente em: bacteriana e viral é importante fazer uma
breve descrição das formas fúngicas, parasitária, infecciosa e não infecciosa.
 Meningite Bacteriana
Processo amatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula
espinhal, causado por bactéria (CASADO, 2009).
 AGENTES ETIOLÓGICOS
Segundo Campos (2014), a meningite bacteriana pode ser causada por uma grande
variedade de bactérias. A proveniência da cada bactéria está associada a um dos
seguintes factores:
 Idade do paciente, porta de entrada ou séptico inicial;
 Tipo e localização da infecção no sistema nervoso central;
 Estado imunitário debilitado;
 Situação epidemiológica local;
Os principais agentes bacterianos causadores de meningite estão listados a seguir:
 Neisseria meningitidis;
 Streptococus pneumoniae: bactéria gram-positivo com característica
morfológica esférica (cocos), disposta aos pares. É alfa-hemolítico e não
agrupável;
 Haemphilus influenzae: bactéria gram-negativa que pode ser classificada em seis
sorotipos (A,B,C,D,E,F), a partir da diferença antigênica da cápsula
polissacárdia.
Outras bactérias:
Para além da já mencionada, Casado (2011), sustenta que a lista pode crescer com a
adição do Mycobacterium tuberculosis; Stretopcocus, agalactie; Listeria
monocytogenes; Staphylocccus aureus; pseudomonas aeruginosa; klebsiella
pneumoniae; Enterobacter sp.; Salmonella sp.; Proteus sp. É o mesmo autor que dá
o entendimento dos ites abaixo:
 Hospedeiro: O principal é o homem.
 Modo de transmissão: em geral é de pessoa a pessoa, através das vias
respiratórias, por gotículas e secreções da nasofaringe.
 Período de incubação: em geral, é de 2 a 10 dias, em média 3 a 4 dias. Pode
haver alguma variação em função do agente etiológico responsável.
 Período de transmissibilidade: é variável, dependendo do agente infeccioso
e da instituição do diagnóstico e tratamento.

Complicações
As principais complicações das meningites bacterianas são: perda da audição, distúrbio
de linguagem, retardo mental, anormalidade motora e distúrbios visuais.
O prognóstico da meningite bacteriana é melhor de acordo com a precocidade do
diagnóstico, da instituição do tratamento antimicrobiano e das medidas de suporte
adequadas. Considerando que a antibioticoterapia inicial é, em geral, empírico quanto à
etiologia e à sensibilidade antimicrobiana, é fundamental conhecer os dados
epidemiológicos de cada comunidade (MANTESE, 2012).
 Meningite viral
A viral apresenta maior prevalência em relação à meningite bacteriana, porém seu
prognóstico é mais favorável (STOCCO, 2010).
Os enterovírus pertencem à família Picornaviridae, são os principais causadores da
meningite viral. Estas apresentam genoma de RNA de fita simples e polaridade positiva
e replicam-se no citoplasma das células hospedeiras. Esses vírus possuem como
características favoráveis à transmissão o fato de possuírem estabilidade em ambientes
ácidos, resistência aos desinfetantes comuns e podem persistir viáveis por dias à
temperatura ambiente. Os principais enterovírus causadores de doenças em humanos
são: echovírus, poliovírus e coxsackievírus A e B. O echovírus é descrito como o
principal agente causador da meningite asséptica de acordo com (LAMARÃO, 2011).

As principais formas de diagnóstico das meningites virais consistem na análise do líquor


onde se observa em sua citometria uma discreta pleocitose com predomínio de
mononucleados, elevação discreta ou normalidade das proteínas e nenhuma alteração na
concentração de glicose. Outras formas de diagnostico seria por meio da cultura, porém
são necessários vários dias para se obter o resultado, imunofluorescências indireta e
também através da PCR (LUNCHS, 2011).
 Meningite Fúngica
Esta patologia consiste na inflamação das meninges causadas por fungos. O principal
fungo causador desta doença é o Cryptococcus neoformans, agente da
neurocriptococose, o qual tem sido observado em indivíduos imunossuprimidos devido
a leucemias, diabetes, lúpus eritematoso sistêmico (LES), gravidez e mais
frequentemente em portadores da AIDS, de acordo com (COSTA, 2009).

TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA
Após o atendimento inicial, com estabilização cardiorrespiratória (oxigênio, acesso
venoso, reposição volêmica) a antibioticoterapia deve ser iniciada imediatamente após
punção lombar ou já na chegada de caso fortemente suspeito, caso esta não possa ser
realizada na primeira hora de atendimento.
Como raramente o organismo causador da meningite bacteriana é conhecido desde o
início da terapia, um plano de tratamento empírico geralmente precisa ser formulado.
Uma vez que os resultados das culturas estejam disponíveis, o tratamento deve ser
modificado para seguir as diretrizes para patógenos específicos.
Um regime empírico apropriado deve incluir a cobertura para S. pneumoniae e N.
Meningitidis, as duas causas mais comuns de meningite bacteriana em lactentes e
crianças. Devemos saber a resistência local ao pneumococo, pois em alguns países, a
Vancomicina é associada inicialmente.
Crianças de 1 a 3 meses: ampicilina (400 mg/kg/dia EV, divididos de 6/6 horas) e
cefalosporina de terceira geração, sendo: ceftriaxona (100 mg/kg/dia EV divididos de
12/12 horas) como medicação de escolha; cefotaxima (300 mg/kg/dia EV divididos de
6/6 horas).
Crianças > 3 meses a 7 anos: ceftriaxona (100mg/kg/dia em 1 ou 2 doses).
Vancomicina 60mg/kg/dia (máximo 4g/dia).
Dexametasona: reduz as complicações e a mortalidade, efeito observado em meningite
por hemófilos e em adultos na meningite pneumocócica. Iniciar 1h antes do antibiótico,
na dose de 0,6mg/kg/dia dividido em 4 doses, por 2 a 4 dias.

TERAPIA ANTIMICROBIANA ESPECÍFICA


Uma vez que o agente causal é conhecido a terapia antimicrobiana empírica pode ser
alterada em conformidade.
Streptococcus pneumoniae: Ceftriaxona 100 mg/kg/dia EV 12/12 horas.
Caso seja cepa resistente, Vancomicina 60 mg/kg/dia EV em 4 doses divididas (dose
máxima de 4g/dia).
Duração do tratamento de 10 a 14 dias.
Neisseria meningitidis: é melhor tratada com penicilina G 250.000 a 300.000U/Kg por
dia IV (dose máxima de 24 milhões de U/dia) em 4 a 6 doses diárias.
Para doentes com alergia a penicilina, caracterizada por anafilaxia, o cloranfenicol (75 a
100 mg/kg/dia EV – dose máxima de 2 a 4 g/dia) é uma alternativa recomendada.
A duração do tratamento de 5 a 7 dias.
Haemophilus influenzae tipo b (Hib): cepas sensíveis podem ser tratadas com
ampicilina (300 a 400 mg/kg/dia EV divididas em 4 a 6 doses diárias – dose máxima de
10 a 12 g/dia).
Cepas resistentes a ampicilina, devem ser tratadas com ceftriaxona (100mg/kg/dia EV
12/12 horas – dose máxima de 4g/dia) ou cefotaxima (300 mg/kg/dia EV em 3 ou 4
doses diárias- dose máxima de 12g/dia).
Deverá ser tratado durante 7 a 10 dias.

EVOLUÇÃO E RESPOSTA AO TRATAMENTO


A resposta a terapêutica é monitorada clinicamente. Febre e os sintomas clínicos
começam a regredir após um a três dias do início da antibioticoterapia. A meningite
meningocócica é a que mais rapidamente evolui para a cura. Se o quadro neurológico
persistir, deve ser considerada a possibilidade de terapêutica inadequada ou
complicações supurativas.
Em pacientes com obnubilação prolongada, irritabilidade, convulsões (>72 horas após o
início do tratamento), alterações neurológicas focais, aumento da circunferência da
cabeça ou outras complicações neurológicas (empiema subdural, abscesso cerebral,
trombose vascular cerebral, dilatação ventricular) deve ser considerada a realização de
neuroimagem.

Cuidados De Enfermagem
Algumas medidas gerais devem ser observadas com cuidado, tais como:
 Alimentação por Sonda Naso gástrica, a partir do segundo dia de tratamento, em
pacientes comatosas;
 Controlo da diurese;
 Avaliação dos sinais vitais;
 Sedação de paciente agitado;
 Venoclise por cateter;
 Correcções hidroeletrolíticas;
 Manutenção da cabeça do paciente em posição neutra com elevação a 30º.
 Prevenção de sequelas neurológicas com uso de Dexametasona (0,5mg/kg/dia-I.
V de 6h6 por 2-4 dias.

PREVENÇÃO DA MENINGITE
A meningite é geralmente resultado de contágio entre duas pessoas. Vírus e bactérias
causadores da doença pode ser transmitido por: tosse, espirro, beijo ou
compartilhamento de itens pessoais. Por isso, é importante evitar ficar muito próximo a
pessoas portadoras de meningite.
Além disso, elas seguir algumas medidas básicas, ajudam a prevenir a doença:
 Lavar sempre as mãos – elas são as principais portas de entrada para muitas
doenças;
 Não compartilhar itens de uso pessoal com outras pessoas, como cigarro, copos
ou escovas de dente;
 Manter sempre o sistema imunológico;
 Ao tossir ou espirrar, cobrir sempre a boca.
 Vacina
Apesar de existirem um conjunto de formas de prevenção da meningite, a vacinação
ainda é a melhor forma de se prevenir controla a doença.
Vacina Meningocócica B
Esta vacina protege contra meningite e doenças meningocócicas, infecções
generalizadas, causadas pela bactéria meningococo do tipo B
Vacina Meningocócica C Conjugada
Esta vacina protege contra doenças causadas pelo Meningococo C, incluindo Meningite
e Meningococemia, infecção da generalizada.
Vacina Meningocócica Conjugada Quadrivalente (A, C, WY)
Protege contra meningites e doenças meningocócicas, infecções generalizadas causadas
pela bactéria meningococo A, C, W e Y.
CAPÍTULO II-ESTUDO DE CASO
1. Dados do paciente
 Nome:
 Género:
 Idade:
 Proveniência:

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