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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

ALINE MELO, ANNA RUTH, ARTUR URZEDO, JOÃO VICTOR, LORENA LOPES,
MARIANA ABREU

JOÃO CALVINO

Brasília
2024
1 PREÇO

Para João Calvino, os preços não eram simplesmente determinados pelo jogo da
oferta e da demanda, mas também deveriam refletir nos valores éticos e morais. Ele
acreditava que os preços justos eram essenciais para promover a justiça econômica e social e
que as transações comerciais deveriam ser guiadas pela ética cristã. Calvino enfatizava que
os comerciantes e produtores deveriam estabelecer preços que não explorassem os
consumidores e nem prejudicassem os menos favorecidos. Acreditava que os preços era uma
questão moral e espiritual, além de um meio de promover o bem-estar da comunidade e de
garantir que todos tivessem acesso aos bens necessários para uma vida digna. Além disso,
Calvino condenava práticas como a especulação e a manipulação de preços, pois poderiam
levar à desigualdade e à exploração dos mais vulneráveis. Observava que era contrárias aos
princípios da honestidade e da justiça. Ele via o comércio como uma oportunidade para os
cristãos exercerem virtudes como a honestidade, a integridade, a transparência e a
generosidade.

2 TRABALHO

Na Idade Média, o trabalho era considerado uma maldição, um castigo dado por Deus
em face do pecado do homem. Com a Reforma protestante João Calvino, resgatou o conceito
cristão de trabalho. Para João Calvino o trabalho nos é dado por Deus, como uma vocação a
ser realizada, assim se torna uma benção em nossas vidas. Para João Calvino, nenhum
trabalho é desprezível ou insignificante para Deus e que toda forma de trabalho era vista
como valorosa para Deus. Calvino também condenou o desemprego, pois para ele o
“desemprego é um mal que deveria ser combatido com extremo vigor”. Calvino também traz
a ideia de repouso, do sábado, dia santificado, pois para que o homem possa realizar sua
vocação e glorificar a Deus por meio do trabalho, é preciso recarregar suas energias, parando
suas atividades por um determinado momento, a fim de iniciar um novo período de trabalho.

3 JUROS

Para João Calvino os destinados à salvação eram dotados de alguma vocação, que os
diferenciava dos demais indivíduos. Uma das possíveis vocações que se podia ter era a do
lucro no comércio e empreendedorismo, que associada às boas práticas cristãs era
considerada por ele a materialização da graça divina. Que, porém, deveria ser utilizada de
forma discreta, sem nenhuma espécie de luxo ou ostentação, e também jamais poderia ser
desassociada do trabalho do próprio indivíduo dotado da “vocação”. Calvino também não
condenava a prática da usura (Cobrança de Impostos), desde que regulado por princípios de
equidade e caridade. Para não haver distorções de seu pensamento, ele desenvolveu regras
claras sobre a cobrança ou não cobrança de juros entre os indivíduos. Então estabeleceu dois
tipos de empréstimo: o de produção e o de consumo. O empréstimo de produção é
contratado visando o investimento, e por sua vez a reprodução do dinheiro, sendo
considerado legítimo a cobrança de juros. Já no empréstimo de consumo era proibida a
cobrança de juros, pressupondo que esse tipo de empréstimo era contraído por necessidade,
muitas vezes por pessoas pobres e desesperadas.

4 DISTRIBUIÇÃO DE RIQUEZAS

João Calvino acreditava que a distribuição de riquezas deveria seguir um contexto


teológico e ético, seguindo suas interpretações das escrituras sagradas. Ele via a
prosperidade material como uma benção de Deus, porem enfatizava a responsabilidade
individual e comunitária na administração dessa riqueza. Para Calvino a acumulação de
riqueza não era totalmente negativa, desde que fosse obtida através do trabalho árduo, da
honestidade nos negócios e do cuidado com os mais pobres. Ele acreditava que a riqueza não
deveria ser utilizada apenas para benefício próprio, mas também para promover o bem estar
da comunidade e aliviar o sofrimento dos necessitados. Calvino também enfatizava a
importância da justiça social e da igualdade na distribuição da riqueza, criticando a
exploração dos pobres e o acúmulo excessivo de riqueza por parte dos poderosos. Ele
ensinava que aqueles que foram abençoados com recursos materiais tinham a
responsabilidade moral de compartilhar com os menos privilegiados. A análise de João
Calvino sobre a distribuição de riqueza estava enraizada em sua teologia da providência
divina e sua ética de responsabilidade e generosidade.

5 INFLUÊNCIA NA ÉTICA ECONÔMICA

Calvino discordava da ideia de que o dinheiro pudesse gerar lucros por si só,
divergindo de pensadores anteriores como Aristóteles, a Igreja e Lutero. Ele justificava a
cobrança de juros com base em passagens bíblicas e princípios de equidade e caridade,
estabelecendo dois tipos de empréstimos: para consumo, proibindo juros, e para produção,
onde eram permitidos. Apesar disso, condenava a transformação da atividade prestamista
em uma profissão. Apesar de categorizar os desfavorecidos e os pobres separadamente dos
escolhidos de Deus, Calvino enfatizava a importância da caridade e da assistência aos
necessitados. Ele propunha que a cobrança de juros fosse regulada pelas autoridades
públicas para evitar abusos. A relação entre as ideias calvinistas e o surgimento do
capitalismo foi reconhecida por vários pensadores, especialmente Max Weber, cujos estudos
em "A ética protestante e o espírito do capitalismo" ofereceram uma visão aprofundada
dessas conexões. A influência das ideias calvinistas na formação do capitalismo foi
observada por filósofos e escritores do século XIX, mas foi Max Weber quem apresentou
uma análise mais detalhada dessas relações. Weber explorou a interseção entre a ética
protestante e o desenvolvimento do capitalismo, destacando o papel de Calvino nesse
contexto.

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