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autor espanhol Jesus Maria Silva Sanchez. Lançado pela primeira vez em
2002, a obra se tornou uma leitura obrigatória para acadêmicos e especialistas
do Direito Penal, apresentando uma reflexão detalhada e perspicaz sobre os
obstáculos e impactos decorrentes da expansão cada vez maior do campo
penal.
O livro apresenta várias seções, cada uma discutindo um aspecto particular do
aumento do direito penal. Sanchez inicia sua obra examinando as bases
teóricas desse crescimento, analisando as motivações por trás desse
fenômeno e suas consequências para a sociedade e o sistema jurídico em
geral.
Um dos aspectos cruciais discutidos é a denominada "criminalização do social",
que aponta para a tendência de converter questões sociais complexas em
assuntos de justiça penal. Sanchez analisa de forma crítica essa tendência,
evidenciando os perigos de transformar em crimes comportamentos que, em
diversas situações, seriam mais apropriados para serem tratados por meio de
políticas sociais e econômicas.
O livro também discute a ampliação do escopo do direito penal econômico e
empresarial, que é um tema muito importante. Sanchez enfatiza a crescente
aplicação do direito penal para regular a atividade econômica,
principalmente devido à globalização e à complexidade dos mercados
financeiros. O autor analisa as consequências éticas e práticas deste
fenômeno e levanta questões sobre a eficácia do direito penal como
abordagem para lidar com violações cometidas por empresas e indivíduos no
ambiente de negócios.
Sanchez também dedica parte significativa de seu trabalho à análise da
política de segurança e seu impacto no direito penal. Examina como as
iniciativas de combate ao crime, como o aumento da vigilância e o
policiamento mais rigoroso, contribuíram para a expansão da justiça
criminal e para o aumento das taxas de encarceramento em muitos países.
O conhecido autor critica a chamada “lei e ordem”, questionando a sua
eficácia na prevenção do crime e o seu impacto nas liberdades individuais
e nos direitos humanos. Ele argumenta que a abordagem punitiva utilizada
em muitos sistemas jurídicos pode ser prejudicial e injusta, especialmente
para grupos marginalizados e vulneráveis.
Outro ponto importante é a análise crítica do autor sobre o papel da mídia
e da política de segurança na promoção da expansão da justiça
criminal. Sanchez destaca como a cobertura sensacionalista do crime e a
retórica do medo muitas vezes exigem penas mais severas, mesmo quando
tais medidas podem ser injustas ou prejudiciais.
Por conseguinte , o trabalho de Sanchez fornece informações
valiosas sobre a intersecção entre justiça criminal, direitos humanos e
justiça social, enfatizando a importância de uma abordagem holística e
baseada em evidências para resolver problemas criminais e
sociais, reforçando a necessidade de políticas que promovam a prevenção e
a reabilitação e inclusão.
Sanchez dá uma visão geral do contexto social e político que levou
a essa expansão, onde a pressão política, o medo do crime, o
populismo penal e o surgimento do chamado Estado penal são vários
fatores por trás dessa expansão.