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Uma rede de

educação,
ciência &
tecnologia
chamada
IFRN
José Yvan Pereira Leite

Figura 1 – Disposição
geográfica e área
de abrangência dos
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Campi do IFRN
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O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tec- • Campus Ipanguaçu: Agroecologia;
nologia do Rio Grande do Norte (IFRN) está pre- • Campus João Câmara: Agronegócio;
sente nos principais pólos de desenvolvimento
• Campus Macau: Recursos Pesqueiros e Quí-
econômico do Estado do Rio Grande do Norte,
mica;
conforme apresentado na Figura 1.
Cada Campus do IFRN é especializado em • Campus Mossoró: Indústria, Construção Civil
um ou mais focos tecnológicos, caracterizando- e Petróleo e Gás;
se pela excelência em sua área de atuação, a • Campus Pau dos Ferros: Informática e Servi-
saber: ços; e
• Campus Natal-Central: Educação, Indústria, • Campus Santa Cruz: Mecânica e Serviços.
Construção Civil, Recursos Naturais e Informá-
tica; Nesses Campi estão distribuídos 70 grupos
– Núcleo Avançado da Cidade Alta: Cultura, de pesquisa que, em sintonia com a realidade
Turismo e Lazer; local, contribuem para o desenvolvimento regio-
– Núcleo Avançado de Nova Cruz: Serviços; nal. Isso é possível graças ao quadro de servi-
dores, que conta atualmente com 720 docentes,
– Núcleo Avançado de Parnamirim: Manuten-
dos quais 102 são doutores e 354 são mestres, e
ção de Aeronaves e Hospitalidade;
estão em processo de capacitação, nos níveis de
• Campus Natal-Zona Norte: Eletrônica e Ges- mestrado e doutorado, próximo de 70 docentes.
tão e Negócios; A figura 2 apresenta a distribuição dos grupos
• Campus Apodi: Agroindústria; de pesquisa em todo o Instituto por Campus.
• Campus Caicó: Indústria e Têxtil; As pesquisas permeiam as áreas de deman-
da de desenvolvimento dos pólos onde os Campi
• Campus Currais Novos: Mineração e Alimen-
estão instalados, abrangendo qualidade de água,
tos;

Figura 2 –
Distribuição dos
grupos de pesquisa
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do IFRN
Fotos cedidas
À esquerda: Campus
Central Natal
tratamento de esgoto, mineração, petróleo, re- tensão voltados para formação de uma cultura (Laboratório de
Microbiologia)
cursos pesqueiros, agroecologia, biodiesel, ce- de empreendedorismo e atendimento à comu-
Acima: Equador –
râmica, processamento de alimentos, eletrônica, nidade. Associado a esse ambiente, está em pro-
Área de Rejeito de
educação profissional, qualidade de produtos da cesso de implantação o Escritório de Patentes e Caulim
construção civil, cultura, turismo, cooperativis- de Proteção à Propriedade Intelectual.
mo, eletrônica, difusão científica, entre outras. Ainda em 2010, o Instituto está implantando
As principais atividades de pesquisa da Ins- mais incubadoras em seus Campi, sempre rela-
tituição estão associadas às ações desenvolvi- cionadas ao seu foco tecnológico, tendo como
das em parceria com órgãos governamentais, parceiro o SEBRAE/RN. Atualmente está conso-
empresas e instituições, tais como: FAPERN, lidada a incubadora do Campus Natal-Central,
Petrobrás, Governo do Estado do Rio Grande do que atende a doze empresas incubadas e mais
Norte, FUNASA, Agência Nacional de Petróleo, oito empresas associadas. Outras duas incuba-
Ministério da Educação, Ministério da Ciência doras estão em processo de implantação para
e Tecnologia/FINEP, CNPq, Banco do Nordeste, atender empresas da cadeia de petróleo e gás
SEBRAE, FUNCERN,entre outras. Tais parcerias, natural no Campus de Mossoró e para apoiar
além do incentivo institucional, possibilitam que empreendimentos em melhoramento genético,
o IFRN ofereça anualmente cerca de mil bolsas junto aos produtores de leite da região do Seri-
nos Programas de Iniciação Científica. dó, no Campus de Currais Novos.
Preocupado com memória institucional e a di- Assim o IFRN, ao longo dos seus cem anos, se
vulgação de sua produção, a Instituição disponi- consolida e se renova para contribuir com as de-
biliza para a comunidade acadêmica a Editora do mandas advindas dos novos desafios nacionais do
IFRN e a Revista Holos, acessível na Internet em Estado Brasileiro, que se propõe sustentável, edu-
http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS. cado, difusor de educação científica e tecnológica
Visando promover a inovação tecnológica, para o desenvolvimento da sociedade brasileira.
de forma pioneira, desde 1998, o IFRN possui
um programa de empreendedorismo inovador, José Yvan Pereira Leite Campus Central
Pró-Reitor de Pesquisa e Inovação do IFRN Natal (Laboratório
que tem como objetivo proporcionar ambiente de Análise química –
para a criação de empresas de prestação de ser- Absorção atômica)

viços, produtos ou processos inovadores, com


vistas à geração de postos de trabalho e renda,
contribuindo para o desenvolvimento socioeco-
nômico do Estado do Rio Grande do Norte.
Esse programa funciona através de hotéis de
projetos tecnológicos (pré-incubação) até o nas-
cimento e o acompanhamento da empresa na
incubadora. O foco da ação é a atuação direta
com estudantes e professores dos cursos técni-
cos, de educação superior e de pós-graduação,
através de projetos inovadores de pesquisa e ex-
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IFRN, campus de

Foto cedida
Mossoró: um berço
de futuros cientistas
e pesquisadores

por Iuska Freire

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tec-


nologia (IFRN), campus de Mossoró, é o caçula
no ramo da pesquisa na cidade, mas desenvol-
ve projetos de “gente grande”. Uma amostra de
todo esse potencial pode ser vista na Exposição
de Tecnologia (Expotec) que ocorre uma vez por
ano e conta com a colaboração da FAPERN.
São direcionadas pelo IFRN duas linhas de
atuação – a pesquisa e a inovação tecnológica. Recentemente o IFRN foi contemplado
O IFRN mantém o Programa de Apoio Institucio- num edital da Finep/Petrobras, e
receberá recursos da ordem de R$ 1
nal à Pesquisa, com a concessão de Bolsas Pro- milhão para desenvolver pesquisa no
fessor-Pesquisador e de Iniciação Científica, e o ramo de Petróleo

Programa de Incubação Tecnológica. O diretor


de Pesquisa, do Campus de Mossoró, é o profes- Atualmente o IFRN possui 1.500 alunos em
sor Jerônimo Mailson Cipriano Carlos Leite, ar- Mossoró, distribuídos nos cursos de Eletrotécni-
quiteto e mestrando em Engenharia Mecânica. ca, Saneamento, Informática, Edificações, Mecâ-
Mailson conta que, em Mossoró, há qua- nica, Petróleo e Gás, além do Ensino de Jovens e
tro professores e 12 alunos bolsistas do CNPq. Adultos (EJA). Há ainda os cursos superiores de
Um dos projetos que será lançado neste ano é Matemática e Gestão Ambiental.
a incubadora de empresas, que presta auxílio e São cadastrados quatro professores desen-
orientação aos empreendedores, ajudando-os volvendo pesquisa com bolsa do CNPq, mas são
na coleta de dados, com pesquisa de mercado e cerca de 40% dos professores lotados no IFRN,
outras instruções sobre empreendedorismo. desenvolvendo pesquisa voluntária. “A grande
Como trabalham com estudantes do Ensino dificuldade que nós temos é a necessidade de
Médio são poucos os editais aos quais concor- um incentivo maior para os professores desen-
rem. Mesmo não podendo concorrer a todos, re- volverem suas pesquisas. A escola oferece co-
centemente o IFRN foi contemplado num edital modidade, mas se tivesse uma estrutura melhor,
da Finep/Petrobras, e receberá recursos da or- desenvolveríamos bem mais”, diz o pesquisa-
dem de R$ 1 milhão para desenvolver pesquisa dor.
no ramo de Petróleo. “Pelo projeto, treinaremos Maílson considera que o IFRN é um berço
alunos da rede pública e do IFRN para gerar dos futuros cientistas e pesquisadores. “Tra-
recursos humanos a serem contratados futura- balhamos com muitos estudantes do ensino
mente pela Petrobras. Este projeto foi de âmbito médio. Eles experimentam aqui esse primeiro
nacional. É uma coisa muito boa para a gente”, contato com o universo científico. Porém, te-
explica Mailson. mos que reconhecer que essa área ainda está
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engatinhando... Muitos fomentos são liberados manos e meio ambiente. Um dos projetos prevê
apenas para as universidades, perdemos muita a fabricação de tijolo com isolante térmico.
coisa por isso”, atesta. A pretensão é fazer esse tijolo para cons-
Uma das competições que os alunos do cur- trução de casas para essa região de Mossoró,
so de Mecânica do IFRN estão tentando parti- conhecida pelas elevadas temperaturas. Com o
cipar é o Mini Baja, voltado ao automobilismo tijolo térmico, que também tem o conceito eco-
e que incentiva os estudantes de engenharia e lógico, as casas seriam mais arejadas.
mecânica a desenvolverem e projetarem mini- O projeto de mestrado é de autoria de Maíl-
carros off-road. “Temos alunos de mecânica son. “Meu orientador desenvolveu um compósi-
que tem plena capacidade de desenvolver esse to - composto de cimento, gesso, isopor, pneus
projeto. Inclusive, estamos desenvolvendo um – ele até já recebeu prêmios nacionais com esse
projeto de mini baja totalmente inovador e não projeto. Quando entrei para pós, surgiu a ideia
podemos participar por sermos de ensino mé- de elaborar o tijolo a partir desse compósito.
dio”, explica Maílson. Estamos na fase de testes, fazendo várias mis-
Considerado um brinquedo de adulto, o mi- turas para que ele atinja a resistência adequada
ni-baja off-road, tem motor de quatro tempos. para a construção. Assim que a gente atingir a
O modelo, desenvolvido no IFRN tem algumas resistência, construiremos a casa”, explica o pes-
inovações que não podem ser reveladas. A in- quisador.
tenção dos professores e alunos é usar essas Para a construção da casa são necessários
inovações como diferencial na pontuação. A 1.600 tijolos. Seria uma casa pequena, para in-
etapa nacional seleciona dois competidores que teresse social, com sala, cozinha, dois quartos
são classificados para participar de um evento e um banheiro. Ainda não há custo definido. A
internacional, geralmente realizado nos Estados fôrma metálica do tijolo custou R$ 150,00. “Qual-
Unidos. quer pessoa pode fabricar os tijolos, é como se
fosse um brinquedo de lego”, conclui Maílson,
Pesquisas que faz mestrado em Engenharia Mecânica.
O foco das pesquisas desenvolvidas no IFRN está
direcionado às energias renováveis, recursos hu-
Foto: Iuska Freire

Jerônimo Mailson
Cipriano Carlos Leite:
são cerca de 40% dos
professores lotados no
IFRN, desenvolvendo
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pesquisa voluntária

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