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A última semana da Quaresma é chamada de Ressurreição de Cristo, por Rafael Sanzio (1499-
Semana Santa, que contém o chamado Tríduo 1502). A Páscoa é a comemoração do
Pascal, incluindo a Quinta-Feira Santa, que fundamento da fé cristã - a crença de que Jesus
comemora a Última Ceia e a cerimônia do Lava pés morreu e ressuscitou no terceiro dia.
que a precedeu[9][10] e também a Sexta-Feira Santa,
que relembra a crucificação e morte de Jesus.[11] A Páscoa é seguida por um período de cinquenta
dias chamado Tempo Pascal que se estende até o Domingo de Pentecostes.
A Páscoa é uma festa móvel, o que significa que sua data não é fixa em relação ao calendário civil.
O Primeiro Concílio de Niceia (325) estabeleceu a data da Páscoa como sendo o primeiro domingo
depois da lua cheia após o início do equinócio vernal (a chamada lua cheia pascal).[12] Do ponto de
vista eclesiástico, o equinócio vernal acontece em 21 de março (embora ocorra no dia 20 de março
na maioria dos anos do ponto de vista astronômico) e a "lua cheia" não ocorre necessariamente na
data correta astronômica. Por isso, a data da Páscoa varia desde 22 de março até 25 de abril. Os
cristãos orientais baseiam seus cálculos no calendário juliano, cuja data de 21 de março
corresponde, no século XXI, ao dia 3 de abril no calendário gregoriano utilizado no ocidente. Por
conseguinte, a Páscoa no oriente varia entre 4 de abril e 8 de maio, inclusive.
Ao contrário do inglês, que tem duas palavras distintas para as duas festas (Easter e Passover
respectivamente), em português e em muitas outras línguas as duas são chamadas pelo mesmo
nome ou nomes muito similares.[13] Os costumes pascais variam bastante entre os cristãos do
mundo inteiro e incluem missas matinais, a troca do cumprimento pascal e de ovos de Páscoa, que
eram, originalmente, um símbolo do túmulo vazio.[14][15][16] Muitos outros costumes passaram a
ser associados à Páscoa e são observados por cristãos e não cristãos, como os ovos de Páscoa e o
coelho da Páscoa.[17][18][19] Há também uma grande quantidade de pratos típicos ligados à Pascoa
e que variam de região para região.
A Páscoa cristã está ligada à Páscoa judaica pela data (segundo a Bíblia, a Última Ceia era
originalmente um jantar de Páscoa judaica)[20][21] e também por muitos dos seus simbolismos
centrais.
Etimologia
A palavra "páscoa" provém do latim pascha,ae, um
decalque do grego Πάσχα (transl. paskha), e este
(através do aramaico pascha) também decalque do
hebraico ( ֶּפַס חPesach ou Pesaḥ), termo que designa
a Páscoa judaica.[22][23]
As raízes hebraicas
Importância teológica
O Evangelho ensina que a ressurreição de Jesus, celebrada pela Páscoa, é o fundamento da fé
cristã.[28] A ressurreição estabeleceu Jesus como sendo Filho de Deus[29] e é citada como prova de
que Deus irá julgar o mundo com justiça.[30][31] Deus «regenerou os cristãos para uma viva
esperança pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos» (I Pedro 1:3). Estes, pela fé na obra
de Deus, são espiritualmente ressuscitados com Jesus para que possam seguir para uma nova vida
eterna.[31][32]
A Páscoa cristã está ligada à Páscoa judaica e ao Êxodo, relatado no Antigo Testamento, através da
Última Ceia e a crucificação que precederam a ressurreição.[27] De acordo com o Novo Testamento,
Jesus deu à última ceia, originalmente um jantar da Páscoa judaica, um novo significado, pois ele
preparava a si e aos seus discípulos para a morte durante a ceia no cenáculo.[27] Ele identificou o
pão (matzah judaico) e o vinho como sendo seu corpo, que logo seria sacrificado, e seu sangue, que
seria derramado (veja instituição da Eucaristia). Diz Paulo, "Purificai o velho fermento, para que
sejais uma nova massa, assim como sois sem fermento. Pois, na verdade, Cristo, que é nossa
Páscoa, foi imolado.",[33] fazendo referências aos requisitos judaicos de que não haja fermento na
casa e do sacrifício do cordeiro pascal (korban), alegoricamente identificado como Jesus.[34]
Uma interpretação do Evangelho de João é que Jesus, como cordeiro pascal, foi crucificado, grosso
modo, no mesmo horário em que os cordeiros estavam sendo sacrificados no Templo, a tarde de 14
Nisan. As instruções na Bíblia especificam que ele deve ser imolado «a tardinha» (Êxodo 12:6), ou
seja, no crepúsculo. No período romano, porém, os sacrifícios eram realizados no meio da
tarde.[35]
Esta interpretação, porém, é inconsistente com a cronologia nos evangelhos sinóticos. Ela assume
que o texto de João 19:14 ("Era a parasceve e cerca da hora sexta"), literalmente traduzido, é
obrigatoriamente uma referência ao 14 de Nisan (o dia de preparação para a Páscoa judaica) e não
ao Yom Shishi (a sexta-feira seguinte, dia de preparação para o sabá da semana do festival da
Páscoa judaica),[36] e que o desejo dos sacerdotes de estarem puros para «...poderem comer a
páscoa» (João 18:28) era uma referência obrigatória à refeição do cordeiro de Páscoa e não às
demais feitas durante as oferendas públicas do festival da Páscoa (chamado também de "Festival
do Pão sem Fermento"), como comanda Levítico 23:8.
Cristianismo primitivo
Os primeiros cristãos, judeus cristãos e gentios certamente conheciam o calendário hebraico[37] e
não existem evidências diretas de que eles celebrassem nenhum tipo específico de festival anual
cristão.[38] A Páscoa era provavelmente um aspecto da Páscoa judaica na qual os judeo-cristãos, os
primeiros a comemorarem-na, celebravam a ressurreição de Jesus.[22]
Evidências diretas começaram a aparecer na metade do século II. Talvez a mais antiga fonte
primária sobrevivente a fazer referência à Páscoa seja uma homilia pascal do meio do século II
atribuída a Melito de Sardis, que apresenta o evento como uma festa já consolidada (e não uma
"novidade").[38] Evidências de um outro tipo de festival anual cristão, a comemoração dos
mártires, começam a aparecer mais ou menos na mesma época.[39]
Enquanto os dias reservados aos mártires (em geral
as datas de seus respectivos martírios) eram
celebrados em datas fixas utilizando o calendário
solar local, a data da Páscoa era determinada
através do calendário lunissolar judaico, o que é
consistente com o fato de a festa da Páscoa ter sido
incorporada ao cristianismo durante seus primeiros
anos, o chamado período judaico, mas mesmo
assim a questão não está livre de controvérsias.[40]
Data
ANO DATA[42]
2023 9 de abril
2024 31 de março
2025 20 de abril
2026 5 de abril
Cristianismo ocidental
Muitas igrejas começam a celebrar a Páscoa no fim da noite do Sábado de Aleluia na chamada
Vigília Pascal. Em alguns países, a Páscoa dura dois dias, com a adição da chamada "Segunda-Feira
de Páscoa".
A semana começando com o Domingo de Páscoa é chamada de Semana de Páscoa (ou Oitava da
Páscoa) e cada dia é sucedido pelo sufixo "pascal" (ou "da Páscoa"). O Sábado de Páscoa é,
portanto, o sábado depois do Domingo de Páscoa (e não o Sábado de Aleluia, antes dele). O Tempo
Pascal começa no domingo e vai até o Domingo de Pentecostes, sete semanas depois.
Cristianismo oriental
No rito bizantino, a preparação espiritual para a Páscoa começa com a Grande Quaresma, que
começa na Segunda-Feira Limpa e dura quarenta dias seguidos (inclusive os domingos). A última
semana da Grande Quaresma (depois do quinto domingo da Grande Quaresma) é chamada de
Semana de Ramos e termina com o Sábado de Lázaro. As vésperas deste dia encerram oficialmente
a Grande Quaresma, embora o jejum continue ainda na semana seguinte. Depois vêm o Domingo
de Ramos, a Semana Santa e, finalmente, a Páscoa. O período de jejuns se encerra imediatamente
depois da Divina Liturgia da Páscoa.
A Vigília Pascal começa com o Serviço da Meia-Noite, que é o último do Triodion da Quaresma e é
sincronizado para acabar pouco antes da meia-noite do Sábado de Aleluia. Quando o relógio marca
a meia-noite, a celebração da Páscoa começa, que abrange as matinas pascais, as horas pascais e a
Divina Liturgia Pascal.[43] Este sincronismo garante que a liturgia da Páscoa ocorrerá mais cedo
que qualquer outra liturgia matinal no ano litúrgico, garantindo assim sua preeminência entre as
Festas das Festas.
A época litúrgica que vai da Páscoa até o domingo de Todos os Santos (o domingo depois do
Pentecostes) é conhecido como Pentecostarion (os "cinquenta dias"). A semana que começa no
Domingo de Páscoa é chamada de Semana Brilhante, durante a qual não se jejua (mesmo às
quartas e sextas-feiras).
Observância
Cristianismo ocidental
Depois deste serviço de luz, seguem-se diversas leituras do Antigo Testamento. Elas contam as
histórias da criação, o sacrifício de Isaac, a travessia do Mar Vermelho e a profecia da vinda do
Messias. Esta parte do serviço litúrgico culmina com o canto do Gloria, do Alleluia e finalmente
com a proclamação da "boa nova" (evangelion) da ressurreição. Neste ponto, as luzes são
novamente acesas e os sinos bradam (de acordo com os costumes locais).
O foco então se volta do púlpito para a pia batismal. Nos tempos antigos, a Páscoa era considerada
o período ideal para que os convertidos recebessem o batismo e esta prática continua entre os
católicos romanos e na Comunhão Anglicana. Havendo ou não batismos neste momento, é
tradicional que a congregação renove seus votos batismais, um ato que é geralmente selado com o
aspergimento da água benta da fonte. O sacramento da Confirmação é também celebrado durante
a Vigília.
A Vigília de Páscoa termina com a Eucaristia (conhecida também como "Comunhão" em algumas
tradições).
Algumas igrejas preferem realizar a vigília bem cedo
no domingo em vez de na noite de sábado para
refletir o relato evangélico das mulheres chegando
ao túmulo na manhã do primeiro dia da semana (o
domingo). Estes serviços, conhecidos como
"Serviços do Amanhecer", geralmente ocorrem ao ar
livre (o cemitério, jardim ou estacionamento da
igreja em geral). O primeiro deles ocorreu em 1732
entre os irmãos singulares da Igreja Morávia em
Herrnhut, Saxônia. O costume foi depois exportado
por missionários para diversas cidades no mundo.
Cristianismo oriental
Para os cristãos orientais, todas as demais festas do Uma tradição ocidental de origem não religiosa, o
calendário são secundárias em relação à Páscoa, Coelho da Páscoa, assim como o Papai Noel,
inclusive o Natal, o que se reflete na gama de representa a tradição de trocar presentes em
costumes pascais na cultura de países datas festivas. Para algumas denominações, é o
tradicionalmente de maioria ortodoxa. Os católicos retrato da secularização e comercialização da
orientais também enfatizam a Páscoa em seu festa da Páscoa.[44]
calendário e têm costumes muitos similares. Cartão postal de 1915.
Quando ele termina, todas as luzes da igreja são apagadas e todos esperam no escuro e em silêncio
a chegada da meia-noite. Então, uma nova chama é acesa no altar (ou o sacerdote acende sua vela a
partir da lâmpada perpétua que fica acesa lá) e acende as velas acesas pelos diáconos e outros
assistentes, que então acendem as velas trazidas pelos fiéis (uma prática que se originou no antigo
ritual do recebimento do Fogo Sagrado na Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém). Então, o padre
e a congregação seguem em procissão com a cruz circundando (por fora) a igreja, segurando as
velas e cantando. Ela tem por objetivo simbolizar o trajeto das Portadoras de mirra ao túmulo de
Jesus «muito cedo» (Lucas 24:1). Depois de rodear o templo de uma a três vezes, a procissão para
em frente às portas fechadas. Na tradição grega, o padre faz uma leitura dos evangelhos (Marcos
16:1–8). Nas demais tradições e depois da leitura na grega, ele faz o sinal da cruz com o turíbulo ali
(as portas fechadas simbolizam o túmulo ainda fechado).
Ele e os fiéis cantam o Tropário Pascal e todos os sinos e semantra tocam. Todos entram no
edifício e as matinas pascais começam imediatamente, seguidas pelas horas pascais, culminando
depois na Divina Liturgia de Páscoa. O ponto alto da liturgia é a homilia pascal de São João
Crisóstomo, que a congregação escuta de pé.
Logo depois da dispensa, o padre geralmente abençoa cestos e ovos de Páscoa trazidos pelos fiéis e
que geralmente contêm alimentos que eles não podiam comer durante o jejum da Grande
Quaresma. Logo depois da liturgia, é tradicional em algumas regiões que a congregação faça uma
refeição coletiva, essencialmente uma forma de Ágape, apesar de ocorrer às duas da manhã ou
ainda mais tarde.
Na manhã seguinte, o Domingo de Páscoa, não há Divina Liturgia, uma vez que ela já foi celebrada
durante a madrugada. Em vez disso, à tarde, é geralmente o costume celebrar-se um "Ágape
Vespertino". Neste serviço, vem se tornando tradicional nos últimos séculos que o padre e alguns
membros da congregação leiam uma parte do Evangelho de João (João 20:19–25 e, em alguns
lugares, também João 20:26–31) no maior número de línguas que os fiéis conseguirem, um
símbolo da universalidade da ressurreição.
Durante o resto da semana, conhecida como "Semana Brilhante", é proibido jejuar e o habitual
cumprimento pascal é "Cristo ressuscitou!", para o qual a resposta é "Verdadeiramente Ele
ressuscitou!". Os serviços litúrgicos nesta semana são idênticos aos da Páscoa, exceto que ocorrem
nos horários normais e não à meia-noite. As procissões ocorrem ou depois das matinas ou depois
da Divina Liturgia.
Entre muitas outras tradições reformistas e contrarreformistas, porém, a situação foi bastante
diferente, resultando que anabatistas, quacres e puritanos congregacionistas e presbiterianos
passaram a considerar estes festivais como uma abominação.[46] A rejeição puritana das tradições
pascais está fundamentada parcialmente na
interpretação de II Coríntios 6:14–16 e
parcialmente na crença de que se uma prática ou
festa religiosa não está diretamente na Bíblia então
ela deve ser um desenvolvimento posterior e não
deve ser considerada parte da prática cristã
autêntica, sendo desnecessária no mínimo e
pecadora no limite.
Os quacres, como parte de seu histórico "testemunho contra o tempo e as épocas", não celebram a
Páscoa e nem nenhum outro feriado cristão, acreditando em vez disso que "todos os dias são dias
do Senhor".[49] Mais do que isso, eles acreditam que a elevação de um dia acima dos outros sugere
que atitudes não cristãs sejam aceitáveis nos demais dias.[50] Nos século XVII e XVIII, ele foram
perseguidos justamente por isso.[51]
Alguns grupos cristãos acreditam que a Páscoa seja um evento a ser comemorado com grande
alegria, mas dando menos ênfase ao dia propriamente dito, e mais à lembrança da alegria no
evento que ela comemora. Neste contexto, estes movimentos ensinam que todos os dias e todos os
sabás devem ser santificados de acordo com os ensinamentos de Jesus. Judeus cristãos, membros
do Nome Sagrado e armstrongistas (como a Igreja Viva de Deus) geralmente rejeitam a Páscoa em
prol da observância do 14 de Nisan e a celebração da chamada Pessach cristã. Isto é especialmente
verdadeiro para grupos que celebram a lua nova ou os altos sabás anuais além do Sabá no sétimo
dia. Eles defendem estes costumes textualmente fazendo uma referência ao trecho «Ninguém,
portanto, vos julgue pelo comer, nem pelo beber, nem a respeito de um dia de festa, ou de lua
nova ou de sábado, as quais coisas são sombras das vindouras, mas o corpo é de Cristo.»
(Colossenses 2:16–17) de Colossenses.
Ovos de Páscoa
Ovos de Páscoa são ovos especialmente decorados trocados como presentes para celebrar o feriado
da Páscoa. A tradição mais antiga consiste em utilizar ovos de galinha tingidos e depois pintados,
mas o costume moderno consiste em trocar ovos de chocolate.
Notas
[a] ^Veja por exemplo o termo Eastre do inglês antigo, o nome da deusa do amanhecer e
correspondente à deusa romana Aurora e grega Eōs.[58] "O exemplo mais simples da deusa
do amanhecer acabando ligada a um único festival, o da primavera, é da deusa Eostre
anglo-saxônica e sua suposta contraparte germânica Ôstara, que deram-nos [os anglófonos]
"Easter" e "Ostertage". Nossa fontes não ligam Eostre com o amanhecer, mas é sem dúvida
este o significado de seu nome".[59] Finalmente, material comparativo, como o inglês antigo
Eostre "nos permitem propor um termo PIE para a ... 'deusa do amanhecer', caracterizada
como a que traz a luz de forma 'relutante', um ato pelo qual ela é punida. Em três grupos
[linguísticos] indo-europeus, báltico, grego e indo-iraniano, a existência de um termo PIE
para 'deusa do amanhecer' tem ainda mais apoio linguístico por neles ela ser designada
como 'filha do céu'. Todos [os termos correspondentes em lituano, grego e hindu antigo]
derivados de um termo PIE ...'filha do céu'. O correspondente 'filho do céu' é impossível de
ser reconstruído lexicamente, mas é, semântica e mitologicamente, associado com os
'Gêmeos Divinos'".[60]
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