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Podcast
Geração, transmissão e distribuição de
Disciplina:
energia elétrica
Título do tema: Transmissão de energia elétrica
Autoria: Leandro José Cesini da Silva
Leitura crítica: Karina Yamashita
Olá! As linhas de transmissão de energia elétrica são essenciais para que a
eletricidade chegue até nossas cidades. Mas você sabia que a instalação de
torres de transmissão pode causar alguns efeitos não desejáveis à comunidade
que a circunda? Estou falando sobre o efeito corona.
O efeito corona nada mais é do que uma descarga elétrica ocasionada pela
ionização do ar em volta do condutor energizado. Porém, essa descarga não
gera arco voltaico. Mas não se engane, ela traz alguns efeitos, como a geração
de ondas eletromagnéticas. Agora você consegue associar que ondas
eletromagnéticas geradas em altas frequências levaram o efeito corona a ser
um problema, pois como essas ondas estão na casa dos MHz, logo interferem
diretamente nas ondas de rádio e TV. Essa interferência nos sinais altera a
recepção dessas ondas, dificultando o telespectador em assistir a sua novela
ou o ouvinte a apreciar o seu programa preferido no rádio. Por conta disso,
vários protestos públicos já foram organizados contra a instalação de linhas de
transmissão próximas às cidades.
O efeito corona não se restringe somente aos condutores. Ele pode ocorrer em
outros componentes da linha de transmissão, como nas ferragens, parafusos e
isoladores, ainda mais se estiverem mal fixados. Porém, nesses locais, a
intensidade é inferior. Mas é possível banir o efeito corona dos projetos de
linhas de transmissão? Economicamente, acredite, ainda não é possível,
porém, existem alguns critérios durante a fase de projeto que permitem que o
efeito possa ser atenuado.
As principais características do efeito corona, sem contar a interferência
eletromagnética que já comentamos, são: ruído sonoro, produção de ozônio ao
redor do condutor e perdas de energia. Veja que interessante, o ar ao redor do
condutor está repleto de partículas ionizadas e de moléculas neutras. Uma
descarga elétrica no ar inicia-se por um campo elétrico que acelera os elétrons
livres presentes nesse meio. Em ambos os ciclos, positivo e negativo, de uma
corrente CA, existem descargas. Porém, veja que curioso, são nos ciclos
positivos que o efeito corona gera ruídos que interferem nas frequências AM,
de ondas médias.
Mas por que ocorre o efeito corona nas linhas de transmissão? Uma causa
está relacionada ao valor de diferença de potencial entre uma das fases e o
solo, que passa de um valor crítico. Chamamos esse valor crítico de tensão de
ruptura, que ocorre por alguns fatores, tais como: quantidade de vapor de água
no ar, pressão atmosférica e também pelo tipo de tensão aplicada, alternada ou
contínua.
Os efeitos das perdas geradas pelo efeito corona já são estudas há mais de 50
anos e atualmente é que tiveram boas evoluções. Essas perdas estão
relacionadas às condições meteorológicas, à geometria dos condutores, aos
gradientes de potencial sobre a superfície dos condutores e às tensões de
trabalho das linhas de transmissão. As perdas em linhas de elevadas tensões
podem chegar a alguns kW/km ou até algumas centenas de kW/km, a
depender das condições meteorológicas do local.
Já falamos dos ruídos sonoros que o efeito corona provoca, mas também
chamamos de ruído as interferências eletromagnéticas que ele provoca no
meio.
Fechamento:

Esse foi o nosso podcast de hoje! Espero que esse nosso bate papo tenha
despertado mais interesse sobre o efeito corona nas linhas de transmissão e
que você possa buscar mais informações e se aprofundar ainda mais no
assunto. Até a próxima!

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