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A produção arquitetônica pós-moderna internacional e

nacional: populismo, historicismo e ecletismo

Tópicos Contemporâneos em Arquitetura


Profa. Larissa Porto
ANOS 70 – arquitetura enraizada na história – resposta à perda de
capacidade significativa da arquitetura do Estilo Internacional

Recurso da tradição e reutilização de um sistema de convenções aceitas,


com o objetivo de: assegurar a comunicação com o usuário e o
ressurgimento da capacidade significativa da arquitetura

- Ideia de que arquitetura é essencialmente mensagem e linguagem;

- Linguagens Clássicas (Classicismo como o sistema compositivo de


vida mais longa na história da arquitetura; a grande linguagem na qual
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se desdobra a arquitetura ao longo de muitos séculos)

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Profa. Larissa Porto
• Nos EUA: Robert A. M. Stern, Allan Greenberg, Michael
Graves, etc.

• Na Europa: Ricardo Boffil

• Estilismo classicista ou historicista: recorrem de maneira


literal e errada às linguagens do passado - aceitação
popular

• Ecletismo: arquitetura híbrida, baseada em mesclas e


cruzamentos de códigos linguísticos, que não está isenta de
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ironia e deseja estabelecer novas figurações

Tópicos Contemporâneos em Arquitetura


Profa. Larissa Porto
RICARDO BOFFIL, CONJUNTO
ANTÍGONA, MONTPELLIER (1979-1985)

Resolução de grandes conjuntos urbanos


recuperando os critérios compositivos da cidade
barroca, à base de avenidas e praças definidas por
uma forma arquitetônica que tenta responder ao
caos urbano circundante
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Teoria e História da Arquitetura III


Prof. Larissa Porto
RICARDO BOFFIL, CONJUNTO ANTÍGONA, MONTPELLIER (1979-1985)
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Cada edifício recria tipologias históricas: o palácio, o arco do triunfo, a praça barroca, etc.

Contraste de tecnologias e tipologias

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Profa. Larissa Porto
RICARDO BOFFIL, CONJUNTO
ANTÍGONA, MONTPELLIER
(1979-1985)
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RICARDO BOFFIL, INTERVENÇÃO EM MARNE-LA-VALLÉE (1978-1982)
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RICARDO BOFFIL, INTERVENÇÃO EM MARNE-LA-VALLÉE (1978-1982)
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Tópicos Contemporâneos em Arquitetura


Profa. Larissa Porto
RICARDO BOFFIL, INTERVENÇÃO EM MARNE-LA-VALLÉE (1978-1982)

Células mínimas de moradias, onde grandes e altos blocos pouco têm a ver com a escala da cidade
tradicional a cujas tipologias – palácio urbano, teatro, etc. – pretende-se fazer referência.
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Utilização da linguagem clássica sem nenhum rigor.

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RICARDO BOFFIL, NOVA SEDE DA SWIFT, BÉLGICA (1990)

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NOVO ECLETISMO

• Tendência que se baseia na confiança de que é possível


conseguir novos resultados formais a partir da mescla de
diversas origens

• Pretensão de chegar à síntese de fatores opostos: abstração


e figuração, história e modernidade, recursos artesanais e
alta tecnologia

• Postura arquitetônica sem interesse em mostrar processos


ou poética da montagem
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Profa. Larissa Porto
JAMES STIRLING, AMPLIAÇÃO DA STAATSGALERIE DE STUTTGART, 1977-84

Traçar um itinerário independente para o pedestre que atravessa o museu;

Itinerário cruza o edifício pelo eixo central, transpondo o desnível existente entre as duas fachadas;
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Segundo uma clara estruturação formal – o eixo axial, o corpo das salas em forma de U e a praça em forma
circular, o arquiteto articula o resto das edificações, cada uma com a sua própria autonomia.

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Profa. Larissa Porto
JAMES STIRLING, AMPLIAÇÃO DA
STAATSGALERIE DE STUTTGART,
1977-84

Obra de pedra ao lado de vidros e adornos de estrutura


metálica;
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Janelas neorromanas e beirais com reminiscências


egípcias ao lado de panos de vidro, etc.

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JAMES STIRLING, CLORE GALLERY, LONDRES, 1980-86
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HANS HOLLEIN, JOALHERIA
SCHULLIN I, VIENA, ÁUSTRIA, 1974
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HANS HOLLEIN, MUSEU MUNICIPAL EM MÖNCHENGLADBACH, ALEMANHA,
1972-1982

Exemplo de arquitetura ecletista, que


utiliza continuamente a metáfora;

Conjunto baseado numa articulação de


volumes autônomos e dispersos,
expressando diversas influências e
objetivos;

Em sintonia com a cultura vienense do


objeto perfeitamente desenhado, Hollein
maquia a definição de um grande edifício
compacto com uma fachada
representativa e concebe o projeto como
uma série de objetos dispersos e
emergentes, integrando suavemente o
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edifício à paisagem e ao entorno do lugar.

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HANS HOLLEIN, MUSEU MUNICIPAL EM MÖNCHENGLADBACH, ALEMANHA,
1972-1982
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HANS HOLLEIN, MUSEU DE SALZBURG, 1989

Projeto não realizado, comporta toda intensidade de uma arquitetura simbólica.


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Forma de caverna, com paredes talhadas na rocha, o museu rememora a ideia do tesouro ou das joias alojadas em
covas, difíceis de alcançar. A montanha se converte na pele que conserva o calor dos visitantes – relação estreita com
Robert Venturi.

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Profa. Larissa Porto
ARATA ISOZAKI, CENTRO CÍVICO DE
TSUKUBA, TÓQUIO (1979-1983)
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Tópicos Contemporâneos em Arquitetura


Profa. Larissa Porto
ARATA ISOZAKI, CENTRO CÍVICO DE TSUKUBA, TÓQUIO (1979-1983)

Obra mais eclética, composta de


fragmentos de diversos sistemas
arquitetônicos ao mesmo tempo.

Fachada recoberta por placas de


alumínio; superfícies lisas e
brilhantes contrastam com paredes
rústicas; rigidez e ordem da
geometria convivem com as formas
ruinosas e orgânicas.
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Teoria e História da Arquitetura III


Prof. Larissa Porto
CONTEXTUALISMO CULTURAL

• Postura definida nos anos 1950: outorga um lugar proeminente ao


contexto urbano onde atua e ao marco cultural geral onde se situa a
nova obra arquitetônica.

• Defende o realismo e a adaptabilidade à tradição do lugar e às


preexistências ambientais.

• Uma postura que coloca a cultura do lugar – o conceito de genius loci –


no centro do processo do projeto, e pretende que a arquitetura volte a se
situar entre os bens culturais do homem e seja entendida como criação
de lugares significativos, no sentido concreto e fenomenológico da
palavra.
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Aldo Rossi – Obras

Cemitério de San Cataldo (1971-1984)

O cemitério construído por Aldo


Rossi é uma rota analógica através
de todas as imagens da “casa dos
mortos”. O arquiteto acreditava na
representação de tipologias,
traduções do passado, que eram
teorias básicas argumentadas em
seu livro “A Arquitetura da Cidade”,
de 1966.
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https://www.archdaily.com.br/br/01-45884/classicos-da-arquitetura-cemiterio-de-san-cataldo-aldo-rossi

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Aldo Rossi – Obras

Cemitério de San Cataldo (1971-1984)

“a questão do fragmento na
arquitetura é muito
importante, pois pode ser
que somente as ruínas
expressem um fato
completamente… Estou
pensando numa unidade, ou
num sistema, feito
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unicamente através de
fragmentos reagrupados.”

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ALDO ROSSI

Cemitério de San Cataldo (1971-1984)

O edifício cúbico central, totalmente esvaziado, remete a ideia de abandono ou ruína, metáfora da casa dos
mortos que o cemitério pretende representar.

Os elementos formais utilizados – volumes simples e puros como cubos, prismas e cones – criam, a partir de
fragmentos, um território de grande unidade e simplicidade compositiva, fortemente simbólico e evocativo.

O jogo de luz e sombra assinala o tempo e a passagem dos dias num cenário de geometrias rígidas.

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Profa. Larissa Porto
O cemitério de San Cataldo é apenas uma casca com
aberturas. Uma arquitetura metafísica, como a pintura
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metafísica de Giorgio de Chirico, onde o visitante é


inevitavelmente confrontado com a idéia da morte,
onde a verdade é constante e irrevogável.

https://www.archdaily.com.br/br/01-45884/classicos-da-arquitetura-cemiterio-de-san-cataldo-aldo-rossi
ALDO ROSSI

Escola de Broni (1969-1970)

Simplicidade volumétrica e rigidez –


referências às formas de alguns jogos
infantis

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ALDO ROSSI
Trata-se de um pequeno teatro que rememora as barcas atadas
entre si nas festas barrocas venezianas, e segue os princípios
Teatro del Mondo, Bienal de Veneza, compositivos dos arquitetos da ilustração, mas que ao mesmo
Itália (1979) tempo é totalmente moderno.

Uma obra que expressa a intenção de fazer referências aos


monumentos que definem a memória de Veneza.

O teatro não pertence a nenhum lugar concreto, pode se situar


temporariamente ao lados dos próprios monumentos que recria.

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Profa. Larissa Porto
ALDO ROSSI

Teatro del Mondo, Bienal de Veneza, Itália (1979)


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O teatro é formado por formas prismáticas bastante simples, assim como são seus elementos
arquitetônicos. Nele estão a pequena janela quadrada, típica de Rossi, o coroamento triangular, o uso da
madeira e, ainda, um detalhe alegórico no ápice da cobertura, referente ao mundo.

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Profa. Larissa Porto
ALDO ROSSI

Teatro del Mondo, Bienal de Veneza, Itália


(1979)

Realizado com estrutura tubular e placas de madeira sobre uma barcaça.


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Possui uma qualidade única: a possibilidade de se deslocar, de não pertencer a nenhum lugar concreto,
de poder se situar temporariamente ao lado dos próprios monumentos que recria.

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Profa. Larissa Porto
ALVARO SIZA (Portugal, 1933)

• Formou-se na Escola Superior de Belas-Artes do Porto


• Ponto de partida do projeto – inspiração nos elementos específicos do lugar;
• Utilizando uma arquitetura racionalista e organicista ao mesmo tempo, com
uma grande capacidade de adaptação, desenvolve cada projeto
• Trouxe destaque internacional, nos anos 1980, à arquitetura portuguesa -
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Fernando Távora (1923-2005) e Eduardo Souto de Moura (1952)

Tópicos Contemporâneos em Arquitetura


Profa. Larissa Porto
ALVARO SIZA

Restaurante Boa Nova (1958-1964)


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Profa. Larissa Porto
ALVARO SIZA

Restaurante Boa Nova (1958-1964)


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Profa. Larissa Porto
ALVARO SIZA

Piscina das Marés, Leça das Palmeiras (1961-1966)


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Recria a ideia de lugar e a relação material do objeto com o contexto faz referência à Jörn
Utzon
Tópicos Contemporâneos em Arquitetura
Profa. Larissa Porto
ALVARO SIZA
Escola de Arquitetura do Porto
(1985-1996)
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O conjunto é constituído por 10 volumes distintos entre si, cada um


com suas peculiaridades, mas que encontram uma identidade
através da cor, opacidade e soluções construtivas
ALVARO SIZA
Escola de Arquitetura do Porto
(1985-1996)
O programa original da escola incluía instalações de salas
de aulas para 500 estudantes, um auditório,
administração, uma sala de exposições e uma biblioteca.
O arquiteto decidiu fragmentar esse programa em
edificações separadas. Na parte sul, com vistas para o Rio
Douro, foram implantados os programas de salas de aula
e ateliês. Uma característica marcante da obra de Siza,
que é de enquadrar magistralmente as vistas que deseja
que o observador aprecie, é bastante marcante nesse
projeto e, sobretudo, nos volumes de salas de aula. Esses
volumes, cuja atividade de projeto carecem de
inspiração, tem uma relação forte com o entorno natural
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da cidade do Porto. São justamente essas aberturas, em


conjunto com as proteções solares, que Siza cria uma
diferenciação e um movimento entre os volumes

https://www.archdaily.com.br/br/805973/faculdade-de-arquitectura-da-universidade-do-porto-
pelas-lentes-de-fernando-guerra
ALVARO SIZA
Centro Cultural e Fundação
Iberê Camargo, Porto Alegre
(1998-2008)

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